Somos todos egocêntricos!!!

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Suyndara
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Somos todos egocêntricos!!!

Mensagem por Suyndara »

Esqueça seus preconceitos: a ciência já sabe que há um lado bom no comportamento egoísta. Se não fosse ele, muito provavelmente não gostaríamos de mais ninguém

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Você é narcisista ou egotista? (Não confunda egoísta com egotista, "quem tem sentimento exagerado do seu eu", segundo o "Aurélio", o famoso "eu me amo") Se for um dos dois, provavelmente está achando que esta matéria é sobre você. Se não, preste atenção do mesmo jeito: você pode descobrir que vem iludindo a si mesmo. Vários experimentos psicológicos estão revelando como todos somos incrivelmente egocêntricos.

Vejamos um estudo concebido para diagnosticar como decidimos se alguém é digno de confiança. Lisa DeBruine, da Universidade de Aberdeen (Reino Unido), conseguiu voluntários para participar de um jogo online no qual tinham de decidir se confiavam ou não em outro participante com quem deveriam dividir uma determinada quantia em dinheiro. Tudo o que tinham para tomar a decisão era uma foto.

Os voluntários receberam imagens de estudantes de outra universidade e também viram fotos que DeBruine havia manipulado eletronicamente para incorporar características dos rostos dos próprios voluntários. As manipulações eram sutis o bastante para que eles não as percebessem, mas, mesmo assim, o resultado foi impressionante. Não há dúvida: os voluntários confiaram muito mais nos rostos que pareciam com os seus. Se tal constatação não lhe faz pensar em amor próprio, considere o seguinte: outro estudo descobriu que a maioria das pessoas fica atraída sexualmente por imagens delas mesmas modificadas como alguém do sexo oposto.

Tais descobertas levam alguns psicólogos a crer que as pessoas são muito mais egocêntricas do que seríamos capazes de supor. Podemos não gastar dias nos olhando em adoração, como fazia o bonitão grego Narciso, mas freqüentemente observamos o mundo através do prisma de nossa própria imagem refletida. Distante de serem moralmente repreensíveis, entretanto, tais tendências egocêntricas podem oferecer uma fundação para a empatia que sentimos ou não pelos outros. Mas antes de dar um tapinha em suas próprias costas e admirar sua imagem no espelho, é preciso precaução. O egocentrismo pode criar problemas sérios quando projetamos nossos sentimentos e motivações em pessoas com as quais nos identificamos, levando à crença errada de que outros entendem nossas intenções.

O egocentrismo parece ser parte natural de todos nós. No entanto, Jean Piaget (célebre psicólogo desenvolvimentalista do século 20) argumentava que a maioria das pessoas deixa essa tendência para trás mesmo depois de uma infância tipicamamente egocêntrica. Hoje em dia, tal pensamento é refletido na idéia de que desenvolvemos uma Teoria da Mente durante os primeiros anos de vida. Ela nos permite interferir nos estados mentais de outros, independentemente de nossos próprios. Entretanto, novas evidências sugerem que isso não é tão simples. Apesar de se livrarem de boa parte do egocentrismo infantil, os adultos fazem uso da abordagem do "eu primeiro", pelo menos em parte do tempo. A questão é: quando isso acontece?

Nick Epley, da Universidade de Chicago, tenta descobrir a resposta. Em um experimento batizado de "Guerra das Colas", ele conduziu um teste de paladar com uma pegadinha: Epley contou de antemão aos participantes quais copos continham Coca-Cola e quais continham Pepsi antes de a degustação começar. Depois de experimentarem, tudo o que os voluntários tinham de fazer era estimar a porcentagem de seus amigos que seriam capazes de distinguir os dois refrigerantes em um teste cego de paladar (aí sim, sem saber o que havia em cada copo).

Estudos mostraram que a habilidade das pessoas em fazer isso era não mais do que um chute. Então, uma resposta por volta de 50% estaria correta. O que Epley descobriu foi intrigante. Quando ele motivou os voluntários a dar uma resposta ponderada, oferecendo a eles um pagamento em dinheiro, suas respostas tendiam a ficar perto dos 50%. As pessoas que não eram pagas pareciam dar respostas com tendências egocêntricas: já que sabiam qual refrigerante era qual, eles deduziram que uma grande parte de seus amigos responderia acertadamente.

Para Epley, a descoberta fundamenta a idéia de que colocar-se na cabeça de uma outra pessoa e considerar suas perspectivas requer um esforço cognitivo que simples julgamentos egocêntricos não levam em conta. Mesmo que adultos tenham adquirido a Teoria da Mente ao longo dos anos, pondera o pesquisador, usamos a nós mesmos automaticamente como um guia capaz de julgar o estado mental de outras pessoas. O problema é que, apesar de serem rápidos e fáceis, tais julgamentos egocêntricos estão propensos a erros. Logo, tendemos a usar estratégias adicionais para ajustarmos nossos julgamentos iniciais.

Daniel Ames, da Columbia Business School, em Nova York, concorda que o pensamento egocêntrico tende a ficar restrito às primeiras impressões. "Quando julgamos o comportamento, as atitudes, os valores e as crenças de outros, acabamos extrapolando. Deduzimos que outras pessoas gostam do que gostamos, querem o que queremos e acreditam no que acreditamos", diz Ames. Entretanto, ele ressalta que essa não é a única estratégia que usamos para um julgamento rápido. Outra abordagem comum é cair em estereótipos: ruivos são fogosos, fazendeiros são conservadores, pessoas que usam óculos são inteligentes e por aí vai.

Então, com mais de uma estratégia a escolher, o que dispara o pensamento egocêntrico em nossos cérebros? "Uma das coisas que estabelece parâmetros para a ação é a similaridade captada", afirma Ames, mesmo que essa similaridade seja completamente arbitrária. Em um de seus experimentos, os voluntários que compartilhavam seus gostos por televisão e música com um personagem fictício chamado Alice revelaram algo interessante. Quando perguntados se ela deveria ajudar um de seus professores, às voltas com uma bicicleta quebrada, os voluntários acabaram projetando suas próprias motivações em Alice.

Uma pesquisa com personagens virtuais realizada por Jason Mitchell, da Universidade de Harvard (EUA), reforça a idéia de que, se nos identificarmos com alguém, presumiremos que essa pessoa tem motivações e desejos similares aos nossos. Alguns dos sujeitos inventados por ele são descritos como típicos estudantes universitários do Norte dos EUA, bem liberais, enquanto outros são conservadores, republicanos e cristãos fundamentalistas, a cara dos jovens do meio-oeste americano. Voluntários foram apresentados a personagens dos dois tipos e questionados sobre aquilo que eles imaginam ser seus gostos.

Os participantes também responderam às mesmas questões sobre si mesmos. Eis duas das perguntas: até que ponto fulano fica frustrado quando está preso no trânsito? Ele gosta de fazer compras no supermercado mas odeia lavar roupas? "As pessoas tendem a dizer que são mais parecidas com aquelas que partilham suas atitudes", diz Mitchell. No norte dos EUA, onde fica a Universidade de Harvard, os voluntários identificaram-se mais com o liberal virtual. "Se você realmente odeia lavar roupas, provavelmente irá dizer que o personagem liberal também odeia lavar roupas", diz o pesquisador.

Mitchell ainda usou ressonâncias magnéticas para ver o que acontecia no cérebro de seus voluntários durante o experimento. O córtex pré-frontal medial ventral - área que parece estar envolvida no pensamento social - mereceu sua atenção. Ele fica ativo quando pensamos a respeito de nossas preferências e experiências. "Ficou claro que a área também se ativa quando pensamos sobre o que acontece nas mentes de outras pessoas", diz Mitchell, com uma grande ressalva: "Mas isso só ocorre quando você pensa em pessoas parecidas com você". Em contraste, quando os voluntários pensavam sobre as preferências das pessoas com as quais não se identificavam, as imagens de seus cérebros mostraram atividade no córtex pré-frontal medial frontal. Detalhe: a região fica inativa quando pensamos sobre nossas próprias preferências.

Qual seria o benefício de pensar a respeito de alguém que pensa do mesmo jeito que você? "Isso leva a suposições úteis sobre o que eles estão pensando ou como eles podem se sentir em situações parecidas", diz Mitchell. "A mente do outro também é nosso ambiente." Assim como um peixe nada na água, nós nadamos em um oceano de gente, cada qual com seus compromissos e comportamentos. Uma navegação bem-sucedida nessas águas sociais depende de como estamos atentos ao estado mental de outras pessoas e de como podemos desenvolver mecanismos para saber o que as pessoas estão inclinadas a fazer. "Nunca vi a crença de qualquer pessoa, nem seus sentimentos, desejos ou objetivos. Eu não tenho nenhum acesso direto ao que você está pensando ou sentindo nesse exato momento", diz Mitchell. "Mas estou apto a absorver tudo isso."

Já que esse mecanismo mental tem início assim que encontramos alguém parecido conosco, de alguma forma ele explicaria o porquê de os voluntários de DeBruine confiarem em pessoas que se pareçam fisicamente com eles. Mais: talvez ele também explique por que os participantes se sentiram atraídos pelas fotos deles mesmos transformados em pessoas do sexo oposto. Sem outros parâmetros, os voluntários poderiam se sentir mais confortáveis interagindo com pessoas que, subconscientemente, os faziam lembrar de si mesmos.

Entretanto, DeBruine mostra que há uma força adicional e potente em situações desse tipo. De acordo com a Teoria da Seleção de Parentesco (uma variante da Teoria da Seleção de Darwin), tendemos a favorecer qualquer um que lembre nossa família. Familiares compartilham alguns de nossos genes. Logo, ao ajudá-los, aumentamos as chances de genes sobreviverem nas gerações seguintes. "Essa lembrança facial pode ser um substituto para a ligação genética", diz DeBruine. Então, os casos em que o pensamento egocêntrico é iniciado por semelhanças físicas também podem servir para reforçar o impulso da evolução, a sobrevivência de nossos genes.

Entretanto, o pensamento egocêntrico não é útil apenas para nos identificarmos com indivíduos similares. Também mostra como enxergamos o mundo. Em um estudo ainda inédito, David Perret e Janek Lobmaier, da Universidade de St. Andrew (Reino Unido), mostraram a seus voluntários um grupo de rostos com uma série de expressões diferentes, algumas positivas, outras negativas. Algumas olhando diretamente para a câmera, outras olhando sutilmente para o lado. Mas o que os voluntários relataram ter visto foram pessoas alegres olhando diretamente nos olhos deles e pessoas bravas e assustadas olhando para longe, sugerindo que gostamos de nos convencer de que somos o foco da atenção positiva. Ou seja, nossa distorção da realidade fica pior quando somos realmente o centro das atenções.

Essas ilusões têm o propósito prático de abrandar nossas interações sociais", diz Perrett. Sentir que somos o centro da atenção positiva ajuda a proteger nossa auto-estima e reforça nossa segurança em conexões sociais. Para os pesquisadores, a constatação de que achamos as pessoas mais atraentes quando elas olham para nós e sorriem também faz sentido. "A atração não envolve apenas a beleza física", afirma Jones. "As pessoas também são atraídas por quem parece ter uma atração recíproca." Isso nos ajuda a julgar o tamanho do esforço que devemos colocar em um encontro social, aumentando a chance de estabelecermos uma ligação com indivíduos que tendem a responder positivamente.

Portanto, o egocentrismo é um caminho mais rápido e mais ou menos eficiente para negociar transações sem ter de pressupor o pensamento de outros. Mas há um lado ruim nessa história, como apontam os estudos de Ames e de Mitchell. Só porque alguém tem as mesmas opiniões que você sobre política, não quer dizer necessariamente que essa pessoa também compartilhe seu ódio por lavar roupas. Essas suposições impensadas podem levar a desentendimentos e criar relações tempestuosas.

Mais: há evidências de que nem sempre somos generosos quando avaliamos o que outros sentem. Jean Decety, da Universidade de Chicago, mostrou a voluntários imagens de ferimentos pequenos, como um dedo preso em uma porta ou um pé esmagado por um objeto pesado. Quando ele pediu a eles que classificassem a dor envolvida em níveis, descobriu que as pessoas achavam que qualquer machucado seria ainda mais doloroso se imaginassem que ele tivesse acontecido com eles.

Apesar de tudo isso, é possível reavaliar nossa tradicional imagem negativa sobre o egocentrismo. Nosso pensamento pode ser auto-referente, mas não deveríamos censurá-lo a partir do momento em que ele fornece uma moldura cognitiva eficiente para nossas interações sociais. O pensamento egocêntrico está longe de ser à prova de erros, mas ver o mundo como reflexo de nós mesmos pode não ser tão ruim quanto imaginávamos.

SEMELHANÇAS DIVINAS
Pesquisador descobre que até mesmo a fé em Deus pode ser regida de forma egocêntrica


A idéia de que usamos a nós mesmos como ponto de partida para entender o mundo à nossa volta não é nada nova. No século 6 a.C., o filósofo Xenófanes percebeu que nosso egocentrismo se estende ao ponto de fazermos deuses com nossa própria imagem. Os gregos antigos tinham deuses com cabelos loiros e pele clara. Os deuses africanos tendiam a ter cabelos e pele escuros. Se vacas tivessem religião, ele ainda ironizou, poderíamos prever com certa segurança que seus deuses se pareceriam com elas.
O pesquisador Nick Epley, da Universidade de Chicago, tem explorado as suposições que crentes fazem sobre seu Deus. Ele perguntou a voluntários religiosos, na maioria cristãos e judeus, suas opiniões sobre pena de morte e aborto. Também pediu que dissessem o que eles acreditam que Deus pensa sobre esses assuntos. Batata: a maioria presumiu que a crença de seu Deus combinava com suas próprias.


Mais: Epley conseguiu manipular a força das convicções de seus voluntários. Alguns deles tinham de pintar uma caixa quadrada para mostrar seu apoio ou oposição à pena de morte (uma atitude ativa), enquanto outros simplesmente tinham que virar uma página para revelar sua opinião (uma atitude passiva). Os voluntários, então, tiveram que classificar a força de sua crença de acordo com uma tabela. Quanto maior o esforço, mais alta a classificação. Quanto menor, mais baixa a classificação. Resumindo, Epley descobriu que a avaliação dos voluntários sobre a força de suas convicções em Deus mudava de acordo com sua própria postura.


Fonte: Revista Galileu
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Re: Somos todos egocêntricos!!!

Mensagem por Apo »

A Galileu é especialista em publicar pesquisas sobre o óbvio, facilmente observável nas relações humanas.
Tudo o que vemos no mundo e acerca da existência é uma projeção de nosso EU. Quem é mais esperto para sacar isto, facilmente se dá conta de que manipular outra mente na construção de projeções (inclusive valores e crenças ) é possível e desejável na relação de poder.

Baixa auto-estima, inocência e nível de percepção abstrata mais do que lógica, são terreno fértil e moldável para modificar o processo de projeções mentais do outro, como se faz com as crianças pequenas, até que elas passem a ver o mundo através de nosso modo de pensar. É assim que agem as religiões, que começaram quando alguém se deu conta que entes externos projetados podem servir muito bem quando a construção da mente egocêntrica infantil ainda disponível. É mais fácil contornar possíveis frustrações advindas de constestação neste estágio primitivo. Geralmente através de mecanismos de fuga, distração do foco central, desvio de raciocínio, mecanismos de compensação secundária e até castigos que mexem com este egocentrismo, como a culpa, o medo e o castigo futuro ou iminente.

É assim que se constrói Deus e o Diabo dentro de cada um de nós. Ou você acredita ou pode estar condenando seu próprio EU.
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Re: Somos todos egocêntricos!!!

Mensagem por Apo »

A Galileu é especialista em publicar pesquisas sobre o óbvio, facilmente observável nas relações humanas.
Tudo o que vemos no mundo e acerca da existência é uma projeção de nosso EU. Quem é mais esperto para sacar isto, facilmente se dá conta de que manipular outra mente na construção de projeções (inclusive valores e crenças ) é possível e desejável na relação de poder.

Baixa auto-estima, inocência e nível de percepção abstrata mais do que lógica, são terreno fértil e moldável para modificar o processo de projeções mentais do outro, como se faz com as crianças pequenas, até que elas passem a ver o mundo através de nosso modo de pensar. É assim que agem as religiões, que começaram quando alguém se deu conta que entes externos projetados podem servir muito bem quando a construção da mente egocêntrica infantil ainda disponível. É mais fácil contornar possíveis frustrações advindas de constestação neste estágio primitivo. Geralmente através de mecanismos de fuga, distração do foco central, desvio de raciocínio, mecanismos de compensação secundária e até castigos que mexem com este egocentrismo, como a culpa, o medo e alguma privação futura ou iminente.

É assim que se constrói Deus e o Diabo dentro de cada um de nós. Ou você acredita ou pode estar condenando seu próprio EU.
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Suyndara
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Re: Somos todos egocêntricos!!!

Mensagem por Suyndara »

Pra mim é bem óbvio, mas para muita gente não é com certeza...

Se fosse, as religiões não tentariam lutar a todo custo contra a própria natureza humana, parece um desejo sádico de tentar destruir o "eu" :emoticon5:

Ser egocêntrico ou egoísta é sempre pecado mortal e vc tem que se despir do "homem velho", o instintivo e se transformar no "homem novo", o marionete :emoticon26:
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Re: Somos todos egocêntricos!!!

Mensagem por Apo »

Suyndara escreveu:Pra mim é bem óbvio, mas para muita gente não é com certeza...

Se fosse, as religiões não tentariam lutar a todo custo contra a própria natureza humana, parece um desejo sádico de tentar destruir o "eu" :emoticon5:

Ser egocêntrico ou egoísta é sempre pecado mortal e vc tem que se despir do "homem velho", o instintivo e se transformar no "homem novo", o marionete :emoticon26:


Então, Su... não é que tentam destruir, eles apenas se aproveitam dos EUs ainda em estágio primitivo ( e isto não tem idade na vida ). Na verdade, é uma das grandes sacadas da humanidade e uma prova de que alguns têm mesmo mais poder e inteligência do que outros. Há os que pastoram e há as ovelhinhas. Tadinhas...ainda bem que sempre aparece uma ovelha negra para se desgarrar do grupo. Geralmente estas são queimadas vivas, se pegas.

Minha teoria é de que o homem velho (primitivo) é justamente o homem novo ( marionete ) alimentado a algum tipo de droga cinestésica. Não existe homem novo sem o homem velho, não existe marionete sem o primitivo ( criança, inocência, dependência de aprovação e inserção em algum mundo em que possam sonhar, ter medo do escuro e ser castigado quando faz xixi na cama, sado-masoquistamente).

Não é uma doença estonteante?
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Suyndara
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Re: Somos todos egocêntricos!!!

Mensagem por Suyndara »

Bem doentio, na verdade...

Ser ovelha negra é legal, se bem que alguns ainda tentam me queimar viva :emoticon33:
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Re: Somos todos egocêntricos!!!

Mensagem por Apo »

Suyndara escreveu:Bem doentio, na verdade...

Ser ovelha negra é legal, se bem que alguns ainda tentam me queimar viva :emoticon33:


Idem, se bem que não pego mais fogo como antigamente... :emoticon12:
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Anna
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Re: Somos todos egocêntricos!!!

Mensagem por Anna »

Poizé! Eu, graças a Allah :emoticon33: , não tenho o menor problema com minha natureza humana egocêntrica. E devido a isso muitas pessoas ficam P da vida, inclusive aqui, quando eu digo e demonstro que não sou humilde, não pretendo ser, e que tenho total noção de minhas qualidades, talentos e competência. Elas consideram isso errado, ruim, mas não consideram errado se eu admitominhas fragilidades, fraquezas, me expondo, ai todo mundo me parabeniza, nesse instante eu sou um must! Linda, gostosa e maravilhosa. Ou seja, admitir as limitações é louvável, admitir honestamente suas qualidades é um erro medonho, um desvio de caráter.

Isso é doentinho. Destrutivo. É bom saber quem vc é, seus tormentos, suas habilidades, sua capacidade, sua incapacidade, é bom saber o quanto somos bons, mas de forma saudável, reconhecendo qu enão somos perfeitos, e que da mesma maneira existem muitas limitações, que da mesma forma e na mesma medida precisamos saber tb, e lidar com isso.

O comprotamento é herança do pensamento religioso. Acabando com a autoestima, o bom é ser um cordeirinho, bem pequenininho, admitindo que vc é um merdinha, que só fala dos seus defeitos, e não pode falar de suas qualidades, por que é muito feio.
Cérebro é uma coisa maravilhosa. Todos deveriam ter um.

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Re: Somos todos egocêntricos!!!

Mensagem por Apo »

Anna escreveu:Poizé! Eu, graças a Allah :emoticon33: , não tenho o menor problema com minha natureza humana egocêntrica. E devido a isso muitas pessoas ficam P da vida, inclusive aqui, quando eu digo e demonstro que não sou humilde, não pretendo ser, e que tenho total noção de minhas qualidades, talentos e competência. Elas consideram isso errado, ruim, mas não consideram errado se eu admitominhas fragilidades, fraquezas, me expondo, ai todo mundo me parabeniza, nesse instante eu sou um must! Linda, gostosa e maravilhosa. Ou seja, admitir as limitações é louvável, admitir honestamente suas qualidades é um erro medonho, um desvio de caráter.

Isso é doentinho. Destrutivo. É bom saber quem vc é, seus tormentos, suas habilidades, sua capacidade, sua incapacidade, é bom saber o quanto somos bons, mas de forma saudável, reconhecendo qu enão somos perfeitos, e que da mesma maneira existem muitas limitações, que da mesma forma e na mesma medida precisamos saber tb, e lidar com isso.

O comprotamento é herança do pensamento religioso. Acabando com a autoestima, o bom é ser um cordeirinho, bem pequenininho, admitindo que vc é um merdinha, que só fala dos seus defeitos, e não pode falar de suas qualidades, por que é muito feio.


Oh! Uma adulta! Nem tudo está perdido por aqui! É difícil ser entendido quando a hipocrisia predomina. Também sou egoísta, porque egoísmo é vital e saudável. Sou a favor da meritocracia e da transparência, o que me rende muitas patadas, mas não ligo. Sou a favor de se ter defeitos reconhecidos e esquadinhados, mas primeiro por nós ( já que pelos outros é apenas ponto de vista e variam).

Mas é normal, depois de alguns anos de terapia e andando fora dos rebanhos em geral, a gente aprende a pastar melhor. Falar dos defeitos com humildade e enaltecer nossas qualidades faz bem pro ego. Quando se constrói um ego forte, se consegue empatizar com o resto do mundo e se luta por justiça ( muito diferente da pretensa justiça que quer fazer de todos seres uniformizados e iguais, pois ninguém é clone ).

Felizes aqueles que não caem na balela da caridade barata e da resignação ( com votos que excluem nossos desejos e ambições), apenas porque a religiosidade embotada pelo medo os faz acorrentados à mediocridade.
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Orbe
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Re: Somos todos egocêntricos!!!

Mensagem por Orbe »

Precisava mesmo uma pesquisa para constatar o óbvio?

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Res Cogitans
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Re: Somos todos egocêntricos!!!

Mensagem por Res Cogitans »

Orbe escreveu:Precisava mesmo uma pesquisa para constatar o óbvio?


Você está fazendo a pegunta errada. As pesquisas citadas não são para provar que homens são egocêntricos, mas sim até onde vai nosso egocentrismo.

A delimitação do problema da primeira pesquisa, por exemplo, é:
Somos tão egocêntricos ao ponto de mínimas alterações em fotos, para que pareçam mais conosco, afetem nosso grau de confiança nas pessoas? Quanto vale essa "afetação"?
*Estou REALMENTE muito ocupado. Você pode ficar sem resposta em algum tópico. Se tiver sorte... talvez eu lhe dê uma resposta sarcástica.

*Deus deixou seu único filho morrer pendurado numa cruz, imagine o que ele fará com você.

Trancado