Cresce tensão no campo entre paraguaios e brasileiros

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Cresce tensão no campo entre paraguaios e brasileiros

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Cresce tensão no campo entre paraguaios e brasileiros

Reuters/Brasil Online

ASSUNÇÃO (Reuters) - O governador eleito do departamento paraguaio de San Pedro, José Ledesma, afirmou na sexta-feira que será "implacável" com os agricultores brasileiros assentados em sua região, a quem acusou de não respeitarem as leis e de destruírem o meio ambiente.

Cerca de 100 mil brasileiros e descendentes se dedicam à agropecuária no Paraguai, em regiões próximas à fronteira, o que gerou conflitos com organizações do campo que rechaçam os produtores estrangeiros.

Ledesma, um produtor de frutas, foi eleito governador de um dos departamentos mais pobres e cheio de conflitos do país no dia 20 de abril, e assumirá o cargo em 15 de agosto.

Trabalhadores rurais de San Pedro anunciaram há alguns dias que preparam a ocupação de 70 propriedades de agricultores brasileiros que cultivam soja e a quem acusam de destruir bosques e contaminar o ambiente com agroquímicos ilegais.

"Vamos defender a soberania paraguaia frente aos interesses estrangeiros e seremos implacáveis com a aplicação da lei", disse Ledesma à rádio Primero de Marzo.

"Não vamos invadir nenhuma propriedade, mas vamos exigir o fim dos privilégios para estrangeiros".

Ledesma participou na quinta-feira de uma marcha de trabalhadores rurais que repudiaram a crescente presença de agricultores brasileiros em San Pedro e anunciaram o início de uma "luta para expulsar traidores e estrangeiros que tomam terras", enquanto queimavam uma bandeira brasileira.

O embaixador do Brasil em Assunção, Valter Pecly Moreira, lamentou a atitude dos trabalhadores rurais e demonstrou sua preocupação com as declarações do futuro governador.

"Recebo isso tristemente, a bandeira é o símbolo mais importante de um país, e porque os povos de Brasil e Paraguai são vizinhos, irmãos e têm muitas afinidades", disse ele a um canal de televisão local.

"Nesse sentido, me preocupam as declarações do governador eleito com esse tipo de atitude, que espero seja algo isolado", completou.

Ledesma afirmou que conta com o apoio do presidente eleito Fernando Lugo, com quem se reuniu dias atrás.

"Esta não é só a posição do governador, é a posição do presidente eleito - aplicar as leis, que se respeite a soberania paraguaia e que o que é nosso seja recuperado", afirmou.

(Por Mariel Cristaldo)

http://oglobo.globo.com/pais/mat/2008/0 ... 413912.asp

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O que seriam EXATAMENTE "Trabalhadores Rurais" paraguaios e "Agricultores Brasileiros"?
Alguém pode me conceituar isto de forma jurídica e social?
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Acauan
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Re: Cresce tensão no campo entre paraguaios e brasileiros

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Re: Cresce tensão no campo entre paraguaios e brasileiros

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Re: Cresce tensão no campo entre paraguaios e brasileiros

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Re: Cresce tensão no campo entre paraguaios e brasileiros

Mensagem por waldon »

Com estas fotos dos participantes da Guerra do Paraguai está sugerindo que o Brasil invada o país?
Crie sua camisa com frases ateístas ou de qualquer religião, frases tipo "DARWIN TEM AMA" ou fotos que você quiser, são camisas personalizadas, voce manda fazer a estampa, clique abaixo no link e saiba mais:


http://www.CamisaOnline.com.br/?id=449

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Re: Cresce tensão no campo entre paraguaios e brasileiros

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waldon escreveu:Com estas fotos dos participantes da Guerra do Paraguai está sugerindo que o Brasil invada o país?


Pode-se dar também o nome de "pacificação". :emoticon16:
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Re: Cresce tensão no campo entre paraguaios e brasileiros

Mensagem por Aranha »

waldon escreveu:Com estas fotos dos participantes da Guerra do Paraguai está sugerindo que o Brasil invada o país?


- Já tá invadido, empresários brasileiros ou brasileiros naturalizados são donos de tudo por lá.

- E invadir aquilo prá quê !?!?!?!?!?!

Abraços,
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Re: Cresce tensão no campo entre paraguaios e brasileiros

Mensagem por Jack Torrance »

Fiquei sabendo de uma versão da Guerra do Paraguai: o Paraguai não invadiu ninguém, não expandiu como sugerem, ele foi atacado porque o presidente da Argentina disse que ele (Paraguai) iria começar a se expandir e por isso iriam atacá-lo, nisso o Paraguai apenas mobilizou tropas na fronteira, mas não deu certo e foi atacado e arrasado.

O cara disse que é isso que consta nos livros de história do Paraguai e da Argentina.
“No BOPE tem guerreiros que matam guerrilheiros, a faca entre os dentes esfolam eles inteiros, matam, esfolam, sempre com o seu fuzil, no BOPE tem guerreiros que acreditam no Brasil.”

“Homem de preto qual é sua missão? Entrar pelas favelas e deixar corpo no chão! Homem de preto o que é que você faz? Eu faço coisas que assustam o Satanás!”

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Re: Cresce tensão no campo entre paraguaios e brasileiros

Mensagem por Apo »

Leiam "Genocídio Americano : A Guerra do Paraguai".- Julio José Chiavenatto

A história oficial não é a real.

"Aquilo lá" foi um país que esteve muito melhor do que a maioria dos países da AL e produzia tudo o que precisava ( a partir de 1845 ).

A população foi quase toda dizimada, inclusive meninos entre 6 e 14 anos, mortos e queimados vivos.
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Re: Cresce tensão no campo entre paraguaios e brasileiros

Mensagem por King In Crimson »

Apo escreveu:Leiam "Genocídio Americano : A Guerra do Paraguai".

A história oficial não é a real.

"Aquilo lá" foi um país que esteve muito melhor do que a maioria dos países da AL e consumia tudo o que precisava ( a partir de 1845 ).

A população foi quase toda dizimada, inclusive meninos entre 6 e 14 anos, mortos e queimados vivos.

Já já vem o Acauan te chamar de revisionista.

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Re: Cresce tensão no campo entre paraguaios e brasileiros

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King In Crimson escreveu:
Apo escreveu:Leiam "Genocídio Americano : A Guerra do Paraguai".

A história oficial não é a real.

"Aquilo lá" foi um país que esteve muito melhor do que a maioria dos países da AL e consumia tudo o que precisava ( a partir de 1845 ).

A população foi quase toda dizimada, inclusive meninos entre 6 e 14 anos, mortos e queimados vivos.

Já já vem o Acauan te chamar de revisionista.


:emoticon12:

Dependendo, considero um elogio...
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Re: Cresce tensão no campo entre paraguaios e brasileiros

Mensagem por Jack Torrance »

Apo escreveu:Leiam "Genocídio Americano : A Guerra do Paraguai".- Julio José Chiavenatto

A história oficial não é a real.

"Aquilo lá" foi um país que esteve muito melhor do que a maioria dos países da AL e produzia tudo o que precisava ( a partir de 1845 ).

A população foi quase toda dizimada, inclusive meninos entre 6 e 14 anos, mortos e queimados vivos.


E foi justamente esse autor que o Acauan desceu o pau:

viewtopic.php?p=177328#p177328
“No BOPE tem guerreiros que matam guerrilheiros, a faca entre os dentes esfolam eles inteiros, matam, esfolam, sempre com o seu fuzil, no BOPE tem guerreiros que acreditam no Brasil.”

“Homem de preto qual é sua missão? Entrar pelas favelas e deixar corpo no chão! Homem de preto o que é que você faz? Eu faço coisas que assustam o Satanás!”

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Re: Cresce tensão no campo entre paraguaios e brasileiros

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Jack Torrance escreveu:
Apo escreveu:Leiam "Genocídio Americano : A Guerra do Paraguai".- Julio José Chiavenatto

A história oficial não é a real.

"Aquilo lá" foi um país que esteve muito melhor do que a maioria dos países da AL e produzia tudo o que precisava ( a partir de 1845 ).

A população foi quase toda dizimada, inclusive meninos entre 6 e 14 anos, mortos e queimados vivos.


E foi justamente esse autor que o Acauan desceu o pau:

viewtopic.php?p=177328#p177328


Não sei quais as fontes do Acauan.

Quanto a mim, ouvi a história na escola de algumas maneiras suavemente entruncadas entre si, não sei se porque os professores não sabiam, porque suas fontes estavam erradas ou porque o MEC mandava ensinar daquele jeito.

O livro do Chiavenatto é mais uma versão e não sei qual é a correta. Mas história você sabe como é feita: metade é escondida, metade é inventada.
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Re: Cresce tensão no campo entre paraguaios e brasileiros

Mensagem por Acauan »

waldon escreveu:Com estas fotos dos participantes da Guerra do Paraguai está sugerindo que o Brasil invada o país?


NÃO!

Estou lembrando aos brasileiros o legado dos homens que nos dizem quem é quem nesta questão, pois:

1. O Paraguai só existe hoje como estado-nação independente e soberano porque D. Pedro II abdicou de anexar o território do inimigo agressor plenamente derrotado e impotente para resistir à nação vencedora - o Império do Brasil;

2. Contra toda a campanha de difamação revisionista que os desinformados aceitam como verdade inconteste, os documentos históricos enaltecem a figura do grande general Osório, que ao discursar às tropas brasileiras que pela primeira vez pisavam o território inimigo, declarou que a guerra do Império do Brasil era contra a tirania de Solano Lopez e não contra o povo e a nação do Paraguai, que deveriam ser respeitados e tratados com clemência;

3. Almirante Tamandaré, que não admitia que a bandeira do Império do Brasil fosse ultrajada e do almirante Barroso, que em Riachuelo ousou lançar os navios da esquadra imperial de proa contra os navios inimigos, garantindo a vitória que decidiu o destino do Prata;

4. Caxias.
Que não por acaso tornou-se sinônimo de civismo brasileiro.
Digam o que disserem os difamadores revisionistas, cada palavra dita pelo Duque em Itororó vale mais que toda a fofocagem que esta corja soltou contra ele ao longo de todo século seguinte.

Por isto, o que estou sugerindo é que se milhares de bravos soldados brasileiros tombaram para que o Brasil não se submetesse ao que na época era uma potência militarista agressora, a honra à memória deles exige que hoje não nos submetamos a um país de merda que exige direitos que não tem, contando com a fraqueza cúmplice dos governantes atuais.
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Re: Cresce tensão no campo entre paraguaios e brasileiros

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De onde vocês tiram tanta informação "verídica"? Não aprendi nada disto na escola ( embora eu não tenha aprendido muita coisa, pois sempre fui péssima em História).
Quais as fontes confiáveis de vocês?
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Re: Cresce tensão no campo entre paraguaios e brasileiros

Mensagem por Acauan »

Apo escreveu:De onde vocês tiram tanta informação "verídica"? Não aprendi nada disto na escola ( embora eu não tenha aprendido muita coisa, pois sempre fui péssima em História).
Quais as fontes confiáveis de vocês?


A maioria dos professores de História do Brasil dos anos setenta em diante se deixaram seduzir pelo pastiche ideológico do babaca do Chiavenatto - "Genocídio Americano - A Guerra do Paraguai".

Quem quiser aprender alguma coisa sobre o assunto deve ler "Maldita Guerra - Nova História da Guerra do Paraguai", de Francisco Doratioto.
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Re: Cresce tensão no campo entre paraguaios e brasileiros

Mensagem por Apo »

Acauan escreveu:
Apo escreveu:De onde vocês tiram tanta informação "verídica"? Não aprendi nada disto na escola ( embora eu não tenha aprendido muita coisa, pois sempre fui péssima em História).
Quais as fontes confiáveis de vocês?


A maioria dos professores de História do Brasil nos anos setenta em diante se deixaram seduzir pelo pastiche ideológico do babaca do Chiavenatto - Genocído Americano - A Guerra do Paraguai.

Quem quiser aprender alguma coisa sobre o assunto deve ler Maldita Guerra - Nova História da Guera do Paraguai, de Francisco Doratioto.


Pois é, eu aprendi a versão não revisionista, com Caxias como grande pacificador, um herói nacional. Mas estes detalhes todos que postaste aqui, das três, uma:

- Ou a memória me falha em idade já tão avançada :emoticon26:
- Ou ensinaram-nos apenas o raso da história ( pois que era escola pública ), sem o mínimo de visão crítica e aprofundamento ( o que eu acho que é o mais provável...).
- Ou ensinaram e eu não tava nem aí.
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Re: Cresce tensão no campo entre paraguaios e brasileiros

Mensagem por O ENCOSTO »

Solano López foi um dos maiores lideres que a America Latina já teve. Precursor de grandes homens, como Hugo Chavez e Evo Morales, lutou bravamente contra o imperialismo ingles.
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http://www.manualdochurrasco.com.br/
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Onde houver fé, levarei a dúvida.

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Re: Cresce tensão no campo entre paraguaios e brasileiros

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Jack Torrance escreveu:
Apo escreveu:Leiam "Genocídio Americano : A Guerra do Paraguai".- Julio José Chiavenatto

A história oficial não é a real.

"Aquilo lá" foi um país que esteve muito melhor do que a maioria dos países da AL e produzia tudo o que precisava ( a partir de 1845 ).

A população foi quase toda dizimada, inclusive meninos entre 6 e 14 anos, mortos e queimados vivos.


E foi justamente esse autor que o Acauan desceu o pau:

viewtopic.php?p=177328#p177328


Valeu pela lembrança.

Acauan, em 05/01/2007 às 21:46, escreveu:
Jack Torrance escreveu:Só por curiosidade, Acauan, qual é a história revisionada e a verdade da Guerra do Paraguai?


O revisionismo histórico Lopizta foi inaugurado pela vagabunda da viúva de Solano Lopez, algum tempo depois da guerra, visando facilitar reivindicações de herança que seriam mais facilmente atendidas se a lembrança do ditador inconseqüente que levou seu país à ruína fosse substituída por um novo e recriado Solano Lopez, o propagandeado líder nacionalista que bravamente defendeu seu país do ataque de potências estrangeiras.

Esta versão, nascida de interesses particulares mesquinhos, foi comprada por nacionalistas paraguaios interessados em reconstruir a auto-estima de um povo derrotado de um país destruído.

Mais ou menos um centênio depois, a versão revisionista da guerra foi requentada com tempero esquerdista, especialmente montada para corroer o prestígio dos ícones do regime militar que dominava o país então.
Esta versão foi apresentada no livro "Genocídio Americano: A Guerra do Paraguai", de Julio Chiavenatto, uma obra jornalística repleta de erros de método na pesquisa historiográfica e de distorções propositais grotescas visando desconstruir as imagens de Caxias, Osório e Tamandaré e assim abalar os modelos morais das Forças Armadas Brasileiras.

Segundo esta nova versão, o Paraguai seria uma potência industrial emergente na América do Sul, que ameaçava os interesses da potência imperialista da época, a Inglaterra, que por conta disto teria lançado seu peão, o Brasil, para destruir aquele concorrente.

As pernas curtas desta mentira se revelam na comparação de apenas um grupo de números.
Às vésperas da guerra, o coitadinho do Paraguai tinha quatrocentos mil habitantes e oitenta mil homens em suas forças armadas. Vinte por cento da população total do país estava alistado, algo próximo da totalidade da população masculina apta.
Na mesma época, o Império do Brasil contava nove milhões de habitantes e vinte mil homens em suas forças armadas.
O Paraguai, um país com menos de cinco por cento da população brasileira, possuía um exército quatro vezes maior.

Basta isto para saber quem tinha pretensões imperialistas.

Iniciada a guerra com a agressão paraguaia aos territórios brasileiros do Mato Grosso e do Rio Grande do Sul, o império teve que mobilizar às pressas uma força militar para impedir que Lopez realizasse sua ambição de dominar a bacia do Prata.

Graças à competência, coragem e decisão de Caxias, Osório, Tamandaré, Pedro II e Mitre, presidente da Argentina que honrou até o fim sua aliança com o Império, a ambição de Lopez foi detida, sua ditadura destituída e seu país devolvido em sua completa integridade territorial ao seu povo, quando poderia ter sido dividido e anexado pelos vencedores, já que a derrota fora tão completa que seria impossível impor qualquer resistência.

Na versão revionista, alguns dos melhores homens de nossa História são mostrados como assassinos sanguinários, comparáveis aos nazistas, sem que uma única evidência histórica minimamente confiável fosse apresentada para justificar tal inversão.

E é esta inversão que professores de História do Brasil ensinam aos seus alunos.

Os soldados brasileiros que lutaram no Paraguai eram homens comuns, que levados para longe de suas casas e famílias enfrentaram o frio, a doença, o ambiente hostil e o feroz combate dos valorosos guerreiros guaranis.

Tendo todas as oportunidades de desertar, aqueles homens permaneceram leais à bandeira do Império, defenderam seu país e tombaram com glória, no campo da honra.

É uma questão de justiça à memória destes bravos que eles sejam lembrados como tal.
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Re: Cresce tensão no campo entre paraguaios e brasileiros

Mensagem por Acauan »

O ENCOSTO escreveu:Solano López foi um dos maiores lideres que a America Latina já teve. Precursor de grandes homens, como Hugo Chavez e Evo Morales, lutou bravamente contra o imperialismo ingles.


E esta lenda de que o Paraguai era o grande baluarte contra o imperialismo na América do Sul e o Brasil um agente dos interesses britânicos não resiste ao fato de que pouco antes da guerra os ingleses haviam imposto um bloqueio naval ao porto do Rio de Janeiro por conflitos de época, sendo que desde então as relações entre o Império e a corôa britânica estavam estremecidas.
Já Solano Lopez era freguês de caderneta dos fornecedores de armas ingleses, chegando inclusive a comprar toda uma frota de encouraçados dos estaleiros britânicos, que o idiota não esperou chegar para iniciar a guerra.
Se tivesse esperado, poderia ter conquistado a supremacia naval no Prata e a História da guerra seria completamente outra.
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Re: Cresce tensão no campo entre paraguaios e brasileiros

Mensagem por Apo »

Acauan escreveu:
O ENCOSTO escreveu:Solano López foi um dos maiores lideres que a America Latina já teve. Precursor de grandes homens, como Hugo Chavez e Evo Morales, lutou bravamente contra o imperialismo ingles.


E esta lenda de que o Paraguai era o grande baluarte contra o imperialismo na América do Sul e o Brasil um agente dos interesses britânicos não resiste ao fato de que pouco antes da guerra os ingleses haviam imposto um bloqueio naval ao porto do Rio de Janeiro por conflitos de época, sendo que desde então as relações entre o Império e a corôa britânica estavam estremecidas.
Já Solano Lopez era freguês de caderneta dos fornecedores de armas ingleses, chegando inclusive a comprar toda uma frota de encouraçados dos estaleiros britânicos, que o idiota não esperou chegar para iniciar a guerra.
Se tivesse esperado, poderia ter conquistado a supremacia naval no Prata e a História da guerra seria completamente outra.


Acauan, desejo sobremaneira saber em que fontes históricas bebes. Quero estudar sobre este assunto. Como saber qual o "estória" mais aproximada da realidade?
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Re: Cresce tensão no campo entre paraguaios e brasileiros

Mensagem por Apo »

Já a respeito de Solano Lopez...sou cria da capital gaúcha. Mas convivi durante os tempos de estudo na escola com alguns colegas vindos do interior. Especialmente na fronteira, costuma-se enaltecer Solano Lopez. O machismo e a "grossura" reinante nos pampas gosta de personalidades estúpidas ( no modo de ver, estúpidas ). Rompantes e dentes à mostra, assim como facas fora da bainha demonstram valores altruístas. Quando alguns falavam de Solano Lopez, era com orgulho e alterações vocais.

:emoticon9:
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Re: Cresce tensão no campo entre paraguaios e brasileiros

Mensagem por Acauan »

Apo escreveu:Acauan, desejo sobremaneira saber em que fontes históricas bebes. Quero estudar sobre este assunto. Como saber qual o "estória" mais aproximada da realidade?


Apo,

Um dos motivos pelos quais farsantes como o Chiavenatto encontram tanta repercussão por aqui é que eles se aproveitam de um vácuo terrível que existe na divulgação da História do Brasil.

Uma das coisas que me impressionaram em Buenos Aires foi a quantidade e tamanho das livrarias, mas principalmente a facilidade com que se encontrava várias biografias de qualquer grande personagem da história argentina.
Tente encontrar na Siciliano, Saraiva ou Cultura uma biografia que preste de Caxias.

Sobre a Guerra do Paraguai, por anos tive que recorrer a trabalhos universitários indicados por alguns amigos bem informados e às fontes militares, que eram um tanto hagiográficas quanto aos oficiais brasileiros, claro, e bastante parciais, claros, mas no geral muito precisas e bem documentadas.

A carência só terminou com a publicação de "Maldita Guerra - Nova História da Guerra do Paraguai", do Doratioto, um trabalho de pesquisa exaustiva e baseado em fontes primárias documentadas e citadas uma a uma nas notas. Talvez a obra definitiva sobre o assunto e um golpe fatal no revisionismo sobre aquela guerra, espera-se.



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Re: Cresce tensão no campo entre paraguaios e brasileiros

Mensagem por Acauan »

Um trecho do livro para quem quiser avaliar. Notem a qualidade e abundância das fontes primárias pesquisadas.

Francisco Doratioto, em Maldita Guerra, escreveu:Balanço da Guerra

Transcorrido quase 150 anos do final da Guerra do Paraguai, ainda se polemiza sobre seu custo humano e sua consequências. A versão mais conhecida para as perdas humanas, revisionista, é a de que o Paraguai contava, antes do conflito, com população entre 800 mil e 1.337.439 pessoas, sendo este o número oficial do censo realizado em 1857. Em 1886, porém, um novo censo registrou 236.751 habitantes. Comparando esses números, autores revisionistas apontam que as perdas paraguaias na guerra alcançaram mais de 70% da população, e nesta, a mortandade masculina teria atingido cerca de 99%.

Em 1889, ao visitar o Paraguai, Richard Francis Burton discutiu os diferentes números de habitantes dados para o país no pré-guerra. Concluiu que a população Paraguaia, ao iniciar-se o conflito, era de, no máximo, 400 mil a 450 mil pessoas. Destas, 110 mil seriam combatentes com idade entre quinze e cinqüenta anos e, possivelmente, 150 mil entre doze e sessenta anos. Em 1869, escreveu, a população masculina estava “quase destruída ou deportada”, restando, portanto, uma população de 200 mil mulheres e crianças. Burton não diferenciou, porém os mortos em combate, uma minoria, daqueles que constituíram a maioria dos mortos, os quais morreram devido à fome, doenças ou exaustão decorrente da marcha forçada de civis para o interior, ordenada por Solano López.
Também não considerou, talvez por desconhecimento, que já antes da guerra havia número consideravelmente maior de mulheres do que de homens nas cidades. De todo modo, a guerra causou maior mortandade entre os homens, aumentando o desequilíbrio demográfico do Paraguai.

Em 1988, a historiadora norte-americana Vera Blinn Reber publicou um estudo em que considerava inaceitáveis tais números, pois, para a população paraguaia alcançar 1,3 milhão de pessoas, seria necessário um crescimento demográfico anual de 17%, visto ter o censo de 1846 registrado 250 mil habitantes.
Com o uso de metodologia da história demográfica, baseada nas taxas históricas de crescimento populacional paraguaio – e por estas o período entre 1846 e 1864 deve ter números anuais entre 1,8% e 2,2% - e, ao compará-lo com o restante da América Latina, essa estudiosa conclui que o Paraguai tinha, por ocasião do início da guerra, entre 285.715 e 318.144 habitantes. Para ela as perdas totais do país em decorrência do conflito contra a Tríplice Aliança foram provavelmente de 8,7%, porcentagem assim composta: 5% em combate, 2,5% de civis mortos devido a fatores relacionados à luta (doenças, migrações...) e 1,2% de cidadãos paraguaios que migraram para países vizinhos ou que viviam em territórios reconhecidos, na década de 1870, como pertencentes à Argentina e ao Império. Reber afirma que, ao se exagerar ao máximo possível os números de cada um desses itens, as perdas paraguaias alcançariam o número de 18,5% da população. Pelas pesquisas de Reber, o número de mortos paraguaios na guerra estaria entre o mínimo de 24.286 e o máximo de 58.857 cidadãos.

Um novo estudo sobre o assunto, publicado em 1999 pelos historiadores Thomas L. Whigham e Barbara Potthast, questiona as conclusões de Vera Blinn Reber. Os dois autores discordam do cálculo feito por Reber da taxa anual de crescimento para o período 1846-1864, inferior ao de 1792-1846, quando não haveria motivo para esta queda. Por esse novo estudo, o Paraguai tinha entre 420 mil e 450 mil habitantes antes da guerra. Recentemente foi descoberto o resultado de um censo realizado em 1870, por ordem do governo provisório paraguaio, até então desconhecido. Juízes de paz e chefes políticos de todas as localidades do país tiveram que enviar para os novos governantes paraguaios o número de pessoas que viviam em cidades e distritos sob sua jurisdição. O resultado registrado é de 116.351 pessoas (2/3 de mulheres), mas, projetando cálculos para localidades que deixaram de enviar informações para Assunção, esses dois autores acreditam que a população paraguaia em 1870 variaria entre 141.351 e 166.351 pessoas. Portanto, teria havido uma redução de 60% a 69% da população com a guerra.

O censo de 1870 deve, porém, ser visto com cautela. O governo provisório paraguaio carecia de estrutura administrativa para organizá-lo e os juízes de paz e chefes políticos provavelmente não dispunham de condições para executá-lo.
Nessa época, o Paraguai carecia de estradas e tinha uma densa vegetação, habitada por animais selvagens, e havia onças a poucos quilômetros do centro de Assunção. Nessas condições, é bastante provável que haja razoável margem de erro dos dados estatísticos levantados em 1870. Ademais, também carecem de exatidão os números sobre a grande migração para a Argentina e, em menor grau, para Mato Grosso, de paraguaios fugindo da miséria. Esses migrantes eram homens adultos, o que veio a contribuir, embora o principal fator seja a mortandade durante a guerra, para a escassez da população masculina após o fim do conflito. Portanto, é possível que o número real da população paraguaia fosse maior do que o estimado pelo censo de 1870, embora permaneça alto o percentual da redução do número de habitantes do Paraguai.

Falsificando a História:

Na edição de 1º de março de 1970, no centenário da morte de Solano López, o jornal paraguaio Notícias afirma que o Paraguai teve um milhão de mortos na guerra.
No entanto, o país contava, em 1864, no máximo com 450 mil habitantes.

Francisco Doratioto
Maldita Guerra – Nova História da Guerra do Paraguai
Companhia das Letras
Páginas 456 a 459


Comentário complementar:

Em 1860, segundo Doratioto, o Império do Brasil e Paraguai apresentavam os seguintes números com relação à população e efetivos do exército:

Paraguai:
População 400.000
Efetivo do exército: 77.000

Império do Brasil:
População: 9.100.000
Efetivo do exército: 18.320

Conforme os dados acima, quase 20% da população paraguaia estava no exército, contra apenas 0,2% da população do Império do Brasil, o que proporcionalmente representava uma mobilização militar cem vezes maior entre os paraguaios.

Richard F. Burton estimou os combatentes paraguaios entre doze e sessenta anos em 150 mil numa população total entre 400 mil e 450 mil, ou seja, os combatentes paraguaios representariam mais de um terço da população e praticamente a totalidade dos homens aptos.

Sendo que os paraguaios eram ferozes guerreiros, dispostos a lutar até o último homem, as pesadas baixas sofridas por aquele povo na guerra se explicam pela altíssima taxa de recrutamento entre a população masculina e pelos danos causados à população civil pelas políticas desastrosas de Solano López, não se sustentando as acusações revisionistas de ter o Exército Imperial promovido um genocídio entre a população guarani.

Nota: A Guerra do Paraguai durou de dezembro de 1864 a março 1870.
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Re: Cresce tensão no campo entre paraguaios e brasileiros

Mensagem por Acauan »

Apo escreveu:Já a respeito de Solano Lopez...sou cria da capital gaúcha. Mas convivi durante os tempos de estudo na escola com alguns colegas vindos do interior. Especialmente na fronteira, costuma-se enaltecer Solano Lopez. O machismo e a "grossura" reinante nos pampas gosta de personalidades estúpidas ( no modo de ver, estúpidas ). Rompantes e dentes à mostra, assim como facas fora da bainha demonstram valores altruístas. Quando alguns falavam de Solano Lopez, era com orgulho e alterações vocais.

:emoticon9:


De fato Lopez tinha fama de cabra macho, e devia ser de certa forma, já que até o exército brasileiro, na versão oficial, reconhece que Solano morreu como soldado, com a arma na mão - o que entre os militares é um baita de um elogio.

Mas tem tanta coisa podre na biografia do cara que é muito difícil ter qualquer simpatia com ele quando se a conhece um pouco mais.
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