Botanico escreveu:Olha, Dona Coruja Falante, dificuldades metodológicas há em todos os trabalhos. Eu aqui que sou botânico tenho um monte de problemas na hora de preparar o material para ser secionado no micrótomo, montar as lâminas, corar e deixar pronto para ser analisado ao microscópio. Raramente a coisa dá certo de primeira. Tenho de fazer e repetir até obter um resultado satisfatório. E olha que sou autor de um livro de técnicas que compilei ao longo da minha carreira. Um livro de receitas de bolo já prontas... mas que nem sempre funcionam.
Suyndara escreveu:Eu sei. Se bem que esse tipo de problema é bem menor do que os que ocorrem na compilação de dados qualitativos.
Botanico escreveu:Mas é EXATAMENTE dessa forma que os cientistas trabalhavam com a mediunidade no início. Eles queriam ver fenômenos DE QUALIDADE e não fazer levantamentos estatísticos de ocorrência a cada experimento. Assim então se um médium levitava objetos, produzia materializações, etc e tal, CERTAMENTE não poderiam ser fenômenos que ocorriam por acaso. Se eliminavam as possibilidades de o médium produzir esses fenômenos por recursos ilusionistas, então os fenômenos não teriam causa natural conhecida. Se queremos algo de estatístico, então vejamos qual seria a probabilidade de mais de 200 cientistas, tendo estudados dezenas de médiuns ao longo de mais de 80 anos e feito milhares de experimentos, terem cometidos os mesmos erros e terem sido enganados pelos mesmos truques E NUNCA TEREM DESCOBERTO NADA DE ERRADO.
Justamente por isso estão errados: não fizeram levantamentos estatísticos!
Eu disse dados qualitativos e não de "qualidade", estava falando em categorizar os dados obtidos. Infelizmente eles só relataram os casos, e isso, para a ciência atual não passa de evidência anedota!
Botanico escreveu:A hipótese nula com a qual os cientistas trabalhavam é que o médium poderia fazer algum truque ou montar artifícios e querer tapeá-los. Ou seja: COMEÇAVAM EXATAMENTE COM ESSA TAL HIPÓTESE NULA: se havia fenômenos, é porque houve fraude. Cabia então aos cientistas cuidarem de impedir que o médium fraudasse. Como se está lidando com pessoas, cabe aqui usar da sutileza, coisa que os céticos de plantão não tinham. Crookes lidava assim: Primeiro deixava o médium fazer tudo à vontade, sem impor condições. Então o médium preparava tudo, fazia as coisas em sua própria casa ou na casa de amigos e produzia o que bem entendia. Crookes fazia de início 8 sessões, que julgava ser suficiente para verificar se com o médium valia a pena perder tempo ou não. Rosina Showers e Florence Cook eram duas jovens médiuns que trabalhavam juntas no início. Já em quatro sessões Crookes sacou que com a Florence valia a pena, mas com a Rosina não. Por que? A fantasma produzida por Florence ERA VARIÁVEL, às vezes se parecia com a médium, outras vezes não. Já a fantasma da Rosina era IDÊNTICA À MÉDIUM EM TUDO. Parecia simplesmente a própria médium vestida com roupa de fantasma (branca). E de fato era isso mesmo. Depois de fazer mais quatro e depois mais 8 sessões, Crookes acabou obtendo a confissão dela de que era fraude e que ela só fazia isso pois sua mãe era fanática pelo Spiritualism e o que ela fez de brincadeira, virou coisa séria e ela não podia parar sob risco de magoar a mãe.
Já com a Florence, ele então começou a cercar as possibilidades de fraude. Começou a fazer sessões em seu próprio laboratório, depois afastou os familiares dela, fez a fiscalização elétrica, pesou, mediu e comparou a médium com a fantasma, etc e tal.
E assim fizeram vários outros. Agiram errado?
Mas isso não é hipótese nula Botanico!!! Os pesquisadores estão "acreditando" nos fenômenos!
De qualquer forma, se o "pesquisador" não conhecia o "truque" como ele poderia evitá-lo? Ilusionistas naquela época enganavam todo mundo, até mesmo outros ilusionistas!
Claro que isso não significa que tudo foi truque, mas simplesmente que a forma utilizada para analisar os fatos não foi imparcial.
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Se os cientistas de Havard jogaram fora os trabalhos de Hare é pq eles não acrescentavam nada, pelo que eu sei não passa de um relatório (que relata acontecimentos mesmo).
E eu já lhe disse que ceticismo não é seita, não existem padrões em formas de pensar e falar.
O que acontece é que a ciência possui regras e se essas regras não são seguidas, o trabalho é desconsiderado.Eu já montei um experimento, mas os médiuns fugiram e a resposta foi essa: "os espíritos não aceitam ser testados"...Não pense que é simples, os kardecistas simplesmente se negam a ser testados! Nenhum deles está disposto a seguir os conselhos de Kardec e apoiar a ciência de fato. E se eles fogem, nada pode ser feito!
Quanto aos casos específicos, claro que podemos analisar alguns se vc quiser!
[]s