Jack Torrance escreveu:Na minha opinião, há uma grande diferença entre sacrificar um animal para comê-lo e sacrificá-lo por um prazer sádico. No primeiro não se usa requintes de crueldade, já no segundo, nem se fala... E se fosse assim, então seria normal matarem animais com o máximo de crueldade possível, já que eles vão morrer mesmo e no final nos servirão de alimento.
O dom mais valioso que temos em questão é a vida, indiscutivelmente. A retirada deste dom se dá pelo mesmo motivo: prazer, indiscutivelmente.
O que muda é uns sentem prazer desde sua preparação, acompanhando toda a trajetória da matéria bruta em mercadoria, enquanto outros só estão interessados na segunda parte. Até onde é "humano" e até onde é "excesso/sadismo/supérfluo/desnecessário" não passa de julgamento individual.
Jack Torrance escreveu:Para mim se resumi ao sofrimento do animal, se houvesse um modo de touradas serem indolores aos touros, eu não ligaria, mas isso é, por motivos óbvios, impossível.
Se houvesse um modo de comer carne animal sem que animais fossem mortos, eu não ligaria, mas isso é, por motivos óbvios, impossível.
Jack Torrance escreveu:E eu acho que se os animais fossem mortos de maneira cruel para nos servirem de alimento, eu não deixaria de comer carne, assim como quase todo mundo. Carne é essencial para mim.
Hoje o boi sofre o menos possível durante o abate, mas apenas para tornar sua carne mais saborosa. Se a carne fosse mais gostosa (prazerosa) com a morte dolorosa do animal, os consumidores não hesitariam em continuar comendo, sem protesto algum, diferente do que fazem com a tourada.
Já outros animais como porcos, galinhas e bezerros para se obter a carne de vitela, sofrem mais do que se tivessem recebido uma injeção de cianureto.
A única diferença é que os carnívoros-anti-touradas estão interessados apenas no sabor da carne, e não em qualquer espetáculo que seja. Como invejosos sempre têm que posar com um ar de superioridade moral , definem arbitrariamente o padrão até onde é aceitável ou não (assim como fizeram neste tópico sobre luxo), e quem está fora passa automaticamente a ser taxado de bárbaro.
Análogo ao que o autor do tópico fez. Definiu uma linha até onde uma pessoa pode ter luxo, coincidemente a linha passa por onde ele está no momento exato, e quem está fora dela é um demônio ególatra, imprestável e sem um pingo de solidariedade. Como se pessoas que vão à Daslu não pudessem fazer gestos caridosos de importância muito maior do que um mero trabalho voluntário.
Eu apontei esta falha no pensamento dele, e outros, que em outras questões se comportam de maneira igual, cairam como patinhos.