Cotas nas universidades

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Jack Torrance
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Re: Cotas nas universidades

Mensagem por Jack Torrance »

Cabeção, se você puder informar algumas coisas sobre esse concurso, eu agradeço.

Você disse que o concurso é para quem faz exatas. Pode ser qualquer curso? Existe algum vínculo de instituição (brasileira) para instituição (francesa), ou qualquer um de qualquer universidade pode prestar?

Se tiver um link para explicar seria melhor, pois são muitas perguntas... :emoticon16:


Obrigado.
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Re: Cotas nas universidades

Mensagem por Jack Torrance »

Por enquanto achei isto:

http://www.comunidadefb.com.br/noticias/?p=351

Ainda vou ler e depois vou ver se acho mais coisas.
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Re: Cotas nas universidades

Mensagem por Jack Torrance »

Concurso de admissão para estudantes internacionais
Condições
- Ter menos de 26 anos em 1 Janeiro de 2009. (Pelo visto, tem idade máxima. Não pode ter 26 anos no início do ano do concurso)
- Ter completado pelo menos dois anos de estudos superiores em ciência ou engenharia. (Que é esse curso de ciência? Vale pra todas as ciências em geral? E se o cara que cursa ciências econômicas, pode participar)
- Um excelente controle das matemáticas é uma chave para o sucesso. (Pelo jeito o curso pede, e muito, matemática. esse conhecimento é avaliado em provas para ingressar no curso?)
- Não ter a nacionalidade francesa na data de depósito da candidatura.
- Já não ter participado do concurso. (Então só tem uma chance?)
- Não ser inscrito em segundo ano de curso preparatório às grandes escolas francesas, nem em último ano de um percurso master, ou em doutorado.
- O conhecimento do francês não é requerido para apresentar-se ao concurso. (Com as maiorias das aulas em francês, no mínimo deveriam exigir francês fluente. A não ser que você aprenderá francês durante o curso)
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Re: Cotas nas universidades

Mensagem por Jack Torrance »

http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm= ... 2969578717

No link tá o processo de seleção de um cara, em 2004. Pelo jeito é foda mesmo. Exige uma base bem sólida em exatas. Só cursando cursos que pegam pesado em cálculo e física, e ir se dedicando desde o começo.
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Re: Cotas nas universidades

Mensagem por Jack Torrance »

Vi que você respondeu sobre o processo de seção:

http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm= ... 9598097532

A única dúvida que me sobrou é: depois de dois anos lá na França, você volta ao Brasil como o quê (mestre?)? E a sua faculdade aqui, você volta pra terminar?

Pelo que li, não precisa saber francês. E nem parece ser tão difícil a prova pra quem é da área.

Vi um pessoal de uniforme. Lá é militarismo?
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Re: Cotas nas universidades

Mensagem por user f.k.a. Cabeção »


Sobre Economia, eu acho que poderia sim fazer o concurso um aluno de Economia, mas teria que ver se ele pegou materias de matematica suficientes. Na Ecole Polytechnique voce pode se especializar em Economia.

O concurso nao e so uma prova, sao varias selecoes, com exame de curriculo, testes de multipla escolha e prova escrita(as vezes) e oral (sempre).

Nao da para dizer se e facil ou dificil, porque os caras durante as entrevistas levam varias coisas em consideracao. O conteudo do que eles vao cobrar nas provas orais depende daquilo que voce alega ter estudado. Eles querem saber se voce domina aquilo que voce estudou.

A entrevista e as provas sao em ingles. Voce pode fazer em frances tambem, se ja souber. Talvez isso ajude um pouco, mas nao acho que eles levem isso em consideracao. Antes das aulas comecarem a gente recebe cursos de frances.

Tem uniforme de gala, mas voce nao usa muito ele nao. Os estrangeiros nao sao militares, mas tem que participar de algumas cerimonias, alem de cortar o cabelo e fazer a barba de vez em quando (mas e bem tranquilo nesse aspecto). Os franceses tambem tem os uniformes respectivos das forcas armadas deles.

A escola em si, apesar de ser administrada por militares, e praticamente civil, ninguem precisa andar uniformizado ou prestar continencia. No maximo, e preciso falar respeitosamente com os comandantes de compania e cumprir umas regrinhas nada excessivas.
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SickBoy
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Re: Cotas nas universidades

Mensagem por SickBoy »

Procedure escreveu:
waldon escreveu:Na Unifesp, cotista só fica atrás nos cursos de exatas
da Folha Online

Os estudantes cotistas na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) têm um desempenho semelhante aos demais durante a graduação em 21 dos seus 23 cursos --as duas exceções estão em carreiras na área de exatas--, segundo reportagem de Fábio Takahashi publicada na edição da Folha de S.Paulo desta terça-feira (íntegra disponível apenas para assinantes do jornal ou do UOL).

De acordo com a reportagem, os dados fazem parte de uma pesquisa da pró-reitoria de graduação da instituição. "O estudo também serve como base para crítica ao projeto a ser votado no Congresso, que determina que as universidades reservem metade de suas vagas a alunos da rede pública."

Há três anos, a Unifesp destina 10% das vagas a alunos de escolas públicas que se declarem negros, pardos ou indígenas. Com a reserva, cotistas chegam a ser aprovados no vestibular com nota 30% inferior aos demais. Em geral, a diferença desaparece no início da graduação, inclusive em medicina.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/educ ... 8185.shtml

Por vezes aparecem pesquisas como esta demonstrando o relativo sucesso de universitários cotistas, pesquisas apresentadas em um contexto de defesa do sistema de cotas.

Mas o sucesso de alunos cotistas realmente é um bom argumento em favor do sistema de cotas implantado?

Por exemplo, se fossem criadas cotas para judeus, amanhã, e logo após se verificasse que os judeus beneficiados se saíram, em média, melhor que os demais alunos não-cotistas, isso poderia ser usado como argumento em favor das cotas para judeus?

Colocando a questão desta forma, percebe-se o absurdo que é apresentar uma estatística mostrando o relativo bom desempenho de alunos autodecloarados negros como defesa de um sistema que privilegia auto-declarados negros em um processo de seleção.

Por mais que determinado aluno cotista tenha um bom desempenho na universidade, nada muda o fato de que ele passou por cima de outros para ingressar na instituição. O argumento anti-cotas baseia-se na injustiuça que ocorre em um processo que seleciona as pessoas para uma universidade pública de acordo com a sua cor da pele e não de acordo com seu mérito intelectual. Qualquer menção ao desempenho de um aluno que ingressou pelo sistema de cotas é irrelevante. Estatísticas como essa possuem valor nulo. Só servem mesmo como apoio para a retórica cotista.





Isso não é exatamente um argumento a favor das cotas, mas sim um contra-argumento para argumento anti-cotista do baixo rendimento, um "mau argumento", como diz a Mirian no texto, que é muitas vezes citado. então, se ao se reservar cotas aos japoneses, e eventualmente eles tivessem bom desempenho, não seria isso uma justificação para as cotas.

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Herf
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Re: Cotas nas universidades

Mensagem por Herf »

SickBoy escreveu:Isso não é exatamente um argumento a favor das cotas, mas sim um contra-argumento para argumento anti-cotista do baixo rendimento, um "mau argumento", como diz a Mirian no texto, que é muitas vezes citado. então, se ao se reservar cotas aos japoneses, e eventualmente eles tivessem bom desempenho, não seria isso uma justificação para as cotas.

Concordo. Mas já vi gente apresentando isso como argumento.

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Re: Cotas nas universidades

Mensagem por Jack Torrance »

Cabeça, e o que você tá achando da França?

Li algo que, se não me engano, você falou sobre o hábito dos franceses não tomarem banho e o metrô ficar um pouco ruim por isso... hehehe

Você se esqueceu de me falar qual o formação dos estudantes quando voltam aos seus países, se eles podem continuar o curso que cursavam quando estavam em seus países...


Valeu.
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Re: Cotas nas universidades

Mensagem por Jack Torrance »

Procedure escreveu:
SickBoy escreveu:Isso não é exatamente um argumento a favor das cotas, mas sim um contra-argumento para argumento anti-cotista do baixo rendimento, um "mau argumento", como diz a Mirian no texto, que é muitas vezes citado. então, se ao se reservar cotas aos japoneses, e eventualmente eles tivessem bom desempenho, não seria isso uma justificação para as cotas.

Concordo. Mas já vi gente apresentando isso como argumento.


Acho que se você retirar o argumento do baixo rendimento, poderá ser usado para o anti-cotas por ele serem bons alunos.

Alguém tem alguma estatística de uma faculdade mostrando a relação candidato por vaga entre os cotistas? Eu acredito que os cotistas, ao concorrerem entres eles, acabam sendo, em números, a mesma coisa que a concorrência entre não-contistas.

Por exemplo: em um curso x há y vagas para os cotistas, sendo que se escreveram z candidatos.

y - coisa de algumas vagas no curso; z - poucos concorrentes se estivessem no geral, mas como estão concorrendo a algumas vagas, o número de candidatos por vaga aumenta, podendo até ultrapassar o processo seletivo dos não-cotistas.

Por um instante eu fui a favor das cotas para negros, isso quando vi a reportagem de onde um professor de medicina da UFBA disse que o baiano tem baixo QI. Aí mostrou a sala: só vi alunos branco em um estado onde a esmagadora maioria é negra.

Na minha opinião, as cotas deveriam ser dadas a alunos (pobre ou rico) egressos de escola pública, pois a lógica é que a escola pública é uma porcaria e não tem como competir com as particulares que tem alunos melhores preparados. Mas pode entrar outra variável: alunos bolsistas de baixa renda que estudam em escolas particulares e que também trabalham. Usando a lógica novamente, podemos dizer que isso não seria motivo, pois o que interessa é ele ter um ensino em uma escola particular.

Sou a favor de cotas para alunos egressos de escola pública e que tenham baixa renda. Acho que deveriam separar uma parte para negros, egressos de escola pública e de baixa renda. É evidente que a maioria dos negros são pobres. Raramente, mas muito raramente mesmo eu vejo um negro rico (pra dizer a verdade nem sei se já vi, pessoalmente).
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Re: Cotas nas universidades

Mensagem por Jack Torrance »

E as cotas pra índio? Ouvi falar que eles tem que estar morando nas aldeias pra concorrer e estudar, verdade?
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Re: Cotas nas universidades

Mensagem por user f.k.a. Cabeção »

Estou gostando bastante. A escola e de primeiro nivel, com excelentes professores, alem de varios outros cursos fora da area de exatas para escolher (obrigatorios), como linguistica, historia da ciencia, historia politica, desenho artistico ou industrial, pintura, arquiquetura, alem de varias linguas para escolher, como russo, alemao, arabe, chines, etc.

Fora isso, o campus tem varias atividades interessantes organizadas pelos alunos: alguns participam de campeonatos de robotica, outros administram um bar, etc.

Sobre o cheiro das pessoas,sao poucos (e na maioria das vezes imigrantes), e so e critico no verao, ao andar nos trens e metros que sao mal ventilados. Mas nem de longe chega a ser um problema serio.

O nivel ao sair da escola depois de dois anos e meio o que os franceses chamam de Master 1. Mas voce nao sai da escola direto pra trabalhar, para conseguir o diploma voce ainda tem que fazer aproximadamente um ano, normalmente em outra escola ou universidade para conseguir o Master 2, numa area especifica que voce tenha escolhido seguir. No Brasil isso seria equivalente ao nivel de mestrado.

Os brasileiros em geral nao voltam para os seus cursos, mas os que fazem Poli USP e outras de engenharia precisariam voltar para conseguir o CREA na sua especializacao no Brasil. Os que voltam fazem umas poucas materias e se formam em mais ou menos um ano, podendo inclusive fazer o quarto ano da Ecole Polytechnique no Brasil durante esse tempo.

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rapha...
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Re: Cotas nas universidades

Mensagem por rapha... »

Deve ser complicado andar em Paris.

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Re: Cotas nas universidades

Mensagem por Apo »

Jack Torrance escreveu:E as cotas pra índio? Ouvi falar que eles tem que estar morando nas aldeias pra concorrer e estudar, verdade?


Não sei. O que sei é que basta não ser analfabeto. E nem vestibular precisa fazer.

Estão acabando com o o ensino público! As cotas estão cada vez mais permissivas, se alastrando em percentual e em categorias. Não restará mais muita coisa para os que não podem pagar, mas não se enquadram nestas características.
Prevejo uma trajetória mais funesta ainda. Outras categorias entrarão na justiça pelos seus direitos alegando absurdos variados. Como os bancos escolares não se multiplicam para abrigar mais e mais gente ( o que é bom, pois não haveria mercado de trabalho ), as exigências populistas também baixam de nível ( mais ainda???). Com isto, os políticos apenas darão o que o povo quer, pois querem votos e não qualificação de ensino ou droga que o valha.
Desta forma teremos um nivelamento raso, professores dando aula para semi-analfabetos e formando imbecis que vão ser nossos profissionais de mercado em breve.
Como nem sempre se consegue discernir num primeiro momento o que se esconde por trás de um diploma, teremos problemas...

Assim, as faculdades particulares de qualidade duvidosa cada vez aparecem mais em cada esquina e os alunos não têm para onde correr. As boas universidades particulares vão elevar seus custos, pois a demanda será maior ( daqueles que as cotas excluíram das universidades públicas) e assim vamos que vamos!
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Herf
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Re: Cotas nas universidades

Mensagem por Herf »

Jack Torrance escreveu:Por exemplo: em um curso x há y vagas para os cotistas, sendo que se escreveram z candidatos.

y - coisa de algumas vagas no curso; z - poucos concorrentes se estivessem no geral, mas como estão concorrendo a algumas vagas, o número de candidatos por vaga aumenta, podendo até ultrapassar o processo seletivo dos não-cotistas.

Não, os candidatos que se inscrevem como cotistas não concorrem apenas a uma fração de vagas do curso. Se o inscrito cotista obtiver uma boa nota no processo seletivo ele vai passar como não-cotista. Se ele obtiver uma nota ruim ele ainda vai ter chance concorrendo como cotista. Já o aluno que não tem direito a cotas sempre vai concorrer a apenas uma fração das vagas.

Ou seja, a concorrência é sempre maior para não-cotistas.

Na minha opinião, as cotas deveriam ser dadas a alunos (pobre ou rico) egressos de escola pública, pois a lógica é que a escola pública é uma porcaria e não tem como competir com as particulares que tem alunos melhores preparados.

Eu nunca vou entender esse conceito de "justiça", essa lógica dos que defendem o sistema de cotas: se o cidadão não tem chances de competir, dê a ele uma folga. Considerar que é uma injustiça a discrepância de preparo entre os competidores é posicionar-se contra o próprio método competitivo do processo de seleção para uma universidade. Quem realmente acredita nisso deveria defender o simples sorteio como processo de seleção.

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Re: Cotas nas universidades

Mensagem por Apo »

Isto...o cara não tem chance de competir, então ele ganha a possibilidade de entrar competindo num nível abaixo do último candidato que pode competir. Ele entra, e o candidato, com nota maior do que a dele ( mesmo vindo de escola pública e sendo melhor aluno), fica de fora. Uma beleza de justiça! :emoticon2:

Depois ele entra prá universidade e é assolado por conteúdos que demandam alguns requisitos ( que ele não tem) e é capaz ainda de se vitimizar para o professor ( que não vai parar a aula para descer ao nível daquele cotista despreparado). Uma maravilha!

Tudo isto resolve o problema do péssimo nível de nossas escola públicas desde a pré alfabetização até final do ensino médio! :emoticon9:
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Re: Cotas nas universidades

Mensagem por Apáte »

user f.k.a. Cabeção escreveu:Estou gostando bastante. A escola e de primeiro nivel, com excelentes professores, alem de varios outros cursos fora da area de exatas para escolher (obrigatorios), como linguistica, historia da ciencia, historia politica, desenho artistico ou industrial, pintura, arquiquetura, alem de varias linguas para escolher, como russo, alemao, arabe, chines, etc.

Lembro que você disse aqui que a "matemática revolucionária" não passa nem na porta aí. Na disciplina de humanas, não há doutrinação esquerdista? Tenho esse preconceito com a França por causa da Sorbonne.
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Re: Cotas nas universidades

Mensagem por user f.k.a. Cabeção »

Apate escreveu:Lembro que você disse aqui que a "matemática revolucionária" não passa nem na porta aí.


Nem teria como. A densidade de materia por aula e enorme, e os cursos sao praticamente cronometrados pelos professores, que nao dedicam mais do que alguns segundos para qualquer comentario que escape ao tema da aula. Eles sao sujeitos muito ocupados, ainda que sejam atenciosos na maioria das vezes que voce fale com ele sobre suas duvidas.


Apate escreveu:Na disciplina de humanas, não há doutrinação esquerdista?


Nao. Pelo menos, nao nas materias que eu cursei. Fiz um curso de historia da ciencia, outro de linguistica, e outro de historia do capitalismo. E nos cursos de economia, os modelos keynesianos e de IS/LM foram abordados de forma ate bem pragmatica.

A unica ressalva que eu faco para os cursos de economia e que eles pareciam muito mais preocupados em analisar modelos matematicos (para a funcao utilidade do consumidor, ou para a producao em uma economia) altamente expeculativos, quando nao inapropriados. O pensamento economico verdadeiro nao foi muito desenvolvido nesses primeiros cursos, sobretudo os argumentos que justificavam os modelos adotados. Quando muito, davam alguma fonte baseada em analises estatiscias, mas pouca argumentacao logica.



Apate escreveu:Tenho esse preconceito com a França por causa da Sorbonne.


Alguns professores de humanas aqui sao da Sorbonne. Alem disso, conheco alguns alunos de la.

Apesar dos eventos de maio de 68 e dos varios pensadores esquerdistas, nao acho que seja uma instituicao realmente comprometida com a pregacao revolucionaria, nem que a preponderancia do pensamento esquerdista por la seja tao superior ao que existe nas universidades americanas hoje em dia, por exemplo.

Isso nao quer dizer que eu ache que o nivel de esquerdismo por la seja saudavel, mas ainda e menos doentio do que a situacao no Brasil, onde kombis da Heloisa Helena invadiam o campus da UFRJ para fazer propaganda nas salas de aula, durante o horario dos cursos. Ou pelo menos e o que me parece...
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Re: Cotas nas universidades

Mensagem por user f.k.a. Cabeção »

Usuário deletado escreveu:Cabeção,

O que você pretende fazer após o término de sua estadia na Ecole? Você está se especializando em alguma área de atuação, aí?


Vou comecar a partir de setembro uma especializacao em Matematica Aplicada na area de calculo estocastico (processos que envolvem aleatoriedade) e estatistica, com enfase em financas (precificacao de ativos) e fenomenos aleatorios em redes de comunicacao. Como esse campo tem bastante procura de empresas, alem de muita pesquisa academica, eu nao sei direito pra que lado eu vou mais para frente.
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Re: Cotas nas universidades

Mensagem por Apo »

Eu morro de inveja do cabeção. :emoticon25:
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Re: Cotas nas universidades

Mensagem por mig r »

Acauan escreveu:
Jack Torrance escreveu:Pelo que eu sei a ida à França do Cabeção foi iniciativa dos franceses e de lá veio a grana.


Cabeção está onde está - e muito bem - pelos seus próprios e muitos méritos, coisa que ofende muito os invejosos, medíocres e esquerdistas em geral, se é que há diferença.

A inveja do Spink faz lembrar a inveja de que Nietzsche fala no Anti-cristo...

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Re: Cotas nas universidades

Mensagem por Apáte »

user f.k.a. Cabeção escreveu:
Apate escreveu:Lembro que você disse aqui que a "matemática revolucionária" não passa nem na porta aí.


Nem teria como. A densidade de materia por aula e enorme, e os cursos sao praticamente cronometrados pelos professores, que nao dedicam mais do que alguns segundos para qualquer comentario que escape ao tema da aula. Eles sao sujeitos muito ocupados, ainda que sejam atenciosos na maioria das vezes que voce fale com ele sobre suas duvidas.

Paupérrimo Brasil, até quando? :emoticon8:

user f.k.a. Cabeção escreveu:
Apate escreveu:Tenho esse preconceito com a França por causa da Sorbonne.


Alguns professores de humanas aqui sao da Sorbonne. Alem disso, conheco alguns alunos de la.

Apesar dos eventos de maio de 68 e dos varios pensadores esquerdistas, nao acho que seja uma instituicao realmente comprometida com a pregacao revolucionaria, nem que a preponderancia do pensamento esquerdista por la seja tao superior ao que existe nas universidades americanas hoje em dia, por exemplo.

Será? Tenho um preconceito positivo com universidades americanas por causa de Harvard.

user f.k.a. Cabeção escreveu:Isso nao quer dizer que eu ache que o nivel de esquerdismo por la seja saudavel, mas ainda e menos doentio do que a situacao no Brasil, onde kombis da Heloisa Helena invadiam o campus da UFRJ para fazer propaganda nas salas de aula, durante o horario dos cursos. Ou pelo menos e o que me parece...

Aí você pegou pesado. Aqui há uma verdadeira ditadura do pensamento revolucionário.
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Re: Cotas nas universidades

Mensagem por Jack Torrance »

Procedure escreveu:Não, os candidatos que se inscrevem como cotistas não concorrem apenas a uma fração de vagas do curso. Se o inscrito cotista obtiver uma boa nota no processo seletivo ele vai passar como não-cotista. Se ele obtiver uma nota ruim ele ainda vai ter chance concorrendo como cotista. Já o aluno que não tem direito a cotas sempre vai concorrer a apenas uma fração das vagas.

Ou seja, a concorrência é sempre maior para não-cotistas.


Não sabia que era assim. Aí já vira merda.

Procedure escreveu:Eu nunca vou entender esse conceito de "justiça", essa lógica dos que defendem o sistema de cotas: se o cidadão não tem chances de competir, dê a ele uma folga. Considerar que é uma injustiça a discrepância de preparo entre os competidores é posicionar-se contra o próprio método competitivo do processo de seleção para uma universidade. Quem realmente acredita nisso deveria defender o simples sorteio como processo de seleção.


Enquanto não se arruma a escola pública, dá-se esse jeito. Teoriacamente seria uma porcaria, mas muitos alunos são bons, de escolas públicas e/ou cotistas. De qualquer forma só passa quem estuda e quem pretende levar a sério. Basta ver que os cotistas têm bom rendimento.

E a questão não acaba sendo uma proposta meritocrática (ser aprovado no vestibular), mas uma questão de se fazer "justiça social" com os que não têm oportunidade/competência. No geral, nem acaba sendo ruim como muitos preveram.
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Re: Cotas nas universidades

Mensagem por Jack Torrance »

Apo escreveu:Isto...o cara não tem chance de competir, então ele ganha a possibilidade de entrar competindo num nível abaixo do último candidato que pode competir. Ele entra, e o candidato, com nota maior do que a dele ( mesmo vindo de escola pública e sendo melhor aluno), fica de fora. Uma beleza de justiça! :emoticon2:

Depois ele entra prá universidade e é assolado por conteúdos que demandam alguns requisitos ( que ele não tem) e é capaz ainda de se vitimizar para o professor ( que não vai parar a aula para descer ao nível daquele cotista despreparado). Uma maravilha!

Tudo isto resolve o problema do péssimo nível de nossas escola públicas desde a pré alfabetização até final do ensino médio! :emoticon9:


Mas no geral os cotistas acabam tendo rendimento como os outros alunos. E os professores estão cagando se o cara não vai bem, dependendo é até melhor assim, pra satisfazer o ego do professor.

Off: Já ouvi que um professor de engenharia da Unesp deu 9,9 para um aluno que acertou tudo na prova e disse que na prova dele ninguém tira 10.
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Apo
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Re: Cotas nas universidades

Mensagem por Apo »

Jack Torrance escreveu:
Apo escreveu:Isto...o cara não tem chance de competir, então ele ganha a possibilidade de entrar competindo num nível abaixo do último candidato que pode competir. Ele entra, e o candidato, com nota maior do que a dele ( mesmo vindo de escola pública e sendo melhor aluno), fica de fora. Uma beleza de justiça! :emoticon2:

Depois ele entra prá universidade e é assolado por conteúdos que demandam alguns requisitos ( que ele não tem) e é capaz ainda de se vitimizar para o professor ( que não vai parar a aula para descer ao nível daquele cotista despreparado). Uma maravilha!

Tudo isto resolve o problema do péssimo nível de nossas escola públicas desde a pré alfabetização até final do ensino médio! :emoticon9:


Mas no geral os cotistas acabam tendo rendimento como os outros alunos. E os professores estão cagando se o cara não vai bem, dependendo é até melhor assim, pra satisfazer o ego do professor.


Isto contraria a lógica. Quem não tem preparo básico, acaba criando monstrengos como advogados que não conseguem redigir um contrato sem erros de concordância, arquitetos que não tem noção de matemática básica e coisas assim escabrosas. É que algumas faculdades públicas têm desleixo mesmo, o aluno que se vire e dane-se se ele não sabe escrever ou somar.
Se alguém tem condições de levar adiante um curso com qualidade ( não para o professor, mas para a sua formação mesmo), deveria ter condições de se esforçar nos últimos anos e passar no vestibular. Além do mais, o simples fato de aceitar um favoritismo destes, para mim, já denigre a capacidade do futuro acadêmico e profissional.

Off: Já ouvi que um professor de engenharia da Unesp deu 9,9 para um aluno que acertou tudo na prova e disse que na prova dele ninguém tira 10.


Esta é veeeeeelhaaaa!!!! :emoticon4:
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