Fernando Silva escreveu:Acho que o casamento ideal é aquele em que cada um vive em sua casa e se encontra com o outro quando der vontade.
Hum, não sei se isto é casamento. É mais uma relação com um certo grau de comprometimento e apreço. Ou é aberto, como qualquer relação aberta.
Quando a pessoa é jovem, ela não conhece nem o mundo nem a ela mesma e tudo é experiência e aventura, mas, quanto mais velha, mais manias e hábitos ela adquire
Verdade absoluta.
dos quais não está disposta a abdicar por causa de alguém.
Abdicar, não. Mas compartilhar, sim. Desde que os dois estejam e se sintam confortáveis com isto. Mas não é tudo que precisa ser compartilhado. Mesmo juntos, pode-se manter um bom grau de investimento nas próprias manias. O problema é quando o ronco azucrina, o vizinho chato só agrada a um dos dois e os filhos já saíram de casa ( que é quando a defrontação depois de tanto tempo de mudanças em ambos vêm à tona de forma cruel).
Acho o ó do borogodó ter quer disputar o controle remoto da TV com alguém ou dar de cara com o banheiro ocupado quando se está com pressa.
Pobreza é ruim sempre. A gente só disfarça.
A convivência é uma bosta. As pessoas só deveriam se encontrar com as outras quando estivessem prontas para isto e não ser obrigadas a aturar as pequenas misérias um do outro todo dia. Cada encontro deveria ser uma ocasião especial e não uma obrigação.
Ah sei lá. É tão bom aturar algumas coisinhas e dar risada delas. Com dinheiro e espaço fica mais fácil, claro.
Mas em alguns momentos do casamento fica insuportável, porque às vezes estamos mais introspectivos, menos a fim de ceder mesmo.
Claro que isto não vale para todos. Muitos casamentos dão certo porque as pessoas amam a rotina doméstica e não porque o casal se ama. Tem gente que simplesmente não consegue ficar sozinha. Tem medo de encarar seus próprios pensamentos.
Tem mesmo. Análise é fogo. Dar-se conta que procuramos aquela pessoa por motivos alheios à nossa consciência ( pensando que era amor e era carência de algo), que amor é uma coisa muuuito relativa e fugaz e que a vida passou é um susto quase suicida.
Mas...algumas boas coisas compensam outras, desde que exista alguma alegria no relacionamento e não apenas falta de ter para onde ir.