20/06/2008 - 10h21
Polícia de Jundiaí (SP) investiga casa que jorra sangue
ADRIANA ALVES
do Agora
O aparecimento, até agora sem explicação, de manchas de sangue humano no piso de uma casa na rua Antonio Bizarro, no Jardim Bizarro, em Jundiaí (58 km de SP), tem intrigado os moradores e a polícia da cidade.
Um laudo do Instituto de Criminalística divulgado anteontem confirma que o líquido vermelho colhido na casa no último domingo é sangue humano. "O resultado do exame é irrefutável. Fizemos a análise mais de uma vez e não há dúvidas de que se trata de sangue humano e fresco, do mesmo dia em que fizemos a coleta", afirma Wilson Antonio Pereira, chefe da Polícia Científica de Jundiaí.
Segundo vizinhos que estiveram na casa no domingo, o sangue começou a verter do piso do imóvel no fim da tarde de domingo e parou depois que os moradores fizeram orações. Na segunda à tarde voltou a jorrar e parou novamente após orações.
Ontem, o casal de aposentados dono da casa não falou com a imprensa nem permitiu a entrada da reportagem. Eles não querem ser identificados. Segundo uma mulher que se identificou como sobrinha da dona da casa, eles estão assustados com a repercussão do caso e com o fato de ser sangue humano e não querem dar entrevistas.
Segundo vizinhos do casal, que vive no imóvel há 44 anos, tudo começou no último domingo à tarde, quando a moradora da casa, uma costureira de 65 anos, estava saindo do banho e diz ter visto sangue verter repentinamente do chão do banheiro e, em seguida, jorrar nos demais cômodos. "Quando ela viu o sangue no banheiro, assustou-se e chamou o marido, que estava vendo TV na sala", conta Natalina Pereira, 65, vizinha que esteve no local.
Segundo os vizinhos, ao ver o sangue, os donos da casa, católicos fervorosos, chamaram um padre, que sugeriu que eles acionassem a polícia. "Ela [dona da casa] disse que o sangue subia do nada no chão e que começou uma bolinha pequena e foi aumentando e esguichando pela casa toda", afirma Natalina.
"Eles estão muito confusos e perdidos com essa história toda", diz a aposentada Ana Roveri, 72, vizinha do casal.
Amostras do material colhido no chão da casa no último domingo e do sangue do casal foram enviadas ontem ao Instituto de Criminalística de São Paulo para exame de tipagem sangüínea, segundo a polícia.
O objetivo é comparar o sangue encontrado no local como dos moradores. O caso é investigado pelo 6º DP, no Jardim Cica. Segundo o delegado Marco Antonio Ferreira Lopes, não havia sinais de violência no local. "Só será instaurado inquérito policial se vislumbrarmos a ocorrência de algum crime no decorrer das investigações", afirma o delegado.
Vizinhos
Segundo vizinhos, uma das hipóteses cogitadas no bairro é que o surgimento do sangue na casa seja uma espécie de pedido de ajuda espiritual de um jovem que morava perto do imóvel e foi assassinado há cerca de dois meses.
A vizinhança está assustada com o fato, visto como sobrenatural. "Eu fiquei apavorada. Coisa boa não é. De nervoso, mal estou conseguindo dormir", diz a aposentada Ana Roveri, 72 anos, que vive no Jardim Bizarro há 36 anos.
A aposentada Natalina Pereira, 65 anos, que mora no bairro há quatro anos, diz temer uma assombração. "Fiquei até com medo de morar aqui. Fico cismada com essas coisas", conta. Ela diz que, caso fatos como esse se repitam, vai se mudar do bairro. "Se tivesse sido na minha casa eu já teria ido embora", afirma.
A dona-de-casa Ana Paula Abdon, 32, conta que, no domingo, para fazer o fenômeno parar, os donos do imóvel queimaram uma mão benta e rezaram em frente à imagem de Nossa Senhora Aparecida. Na segunda, colocaram crucifixos sobre as poças e fizeram orações.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/coti ... 4387.shtml
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19/06/2008 - 21h07
Líquido que jorrou em casa de Jundiaí é sangue, diz polícia
Thiago Varella
Em Jundiaí (SP)
O líquido que apareceu em uma casa do Jardim Bizarro, em Jundiaí (interior paulista), é realmente sangue, como disseram os moradores quando procuraram a polícia no último domingo (dia 15). A informação foi divulgada nesta quinta-feira pela Polícia Civil, que realizou exames após recolher o líquido na casa.
O delegado Marco Antônio Ferreira, do 6º DP, investiga o caso e descarta que seja algum tipo de armação feita pelos moradores, um casal de aposentados. Eles reclamam que nos últimos domingo (15) e segunda (16), por volta das 18h30, um líquido que parecia sangue começou a jorrar do piso do banheiro, da cozinha, da sala e de um dos quartos, a uma altura de 15 cm.
"É mesmo sangue humano. Já estava arquivando o caso, pois, em uma análise preliminar, pensamos que o líquido poderia ser tinta. Mas é sangue. Não trabalho com paranormalidade nem com fraude, já que os dois moradores não tinham motivos para mentir. Agora quero descobrir quem colocou o sangue lá", afirmou Ferreira.
O delegado afasta a hipótese de ter ocorrido um homicídio no local. "Sangue é tecido. Só sai de pessoa viva. Visitei a casa e vi que tudo estava normal. Não tem nada de errado por lá. Penso até em voltar ao local para tomar um café com os dois", brincou.
Os aposentados não querem falar com a imprensa. Procurados pelo UOL, disseram que querem privacidade e não gostariam de ser identificados. O delegado também tentou impedir qualquer contato com o casal. "Eles estão muito assustados. Quando viram o sangue saíram correndo para avisar o padre, que os orientou a virem para a delegacia", contou. O casal se recusa a abandonar a casa.
Ferreira mandou o material coletado ao Instituto de Criminalística de São Paulo, que deve fazer uma exame de tipagem sangüínea e comparar com o sangue do casal e da filha deles, que mora em um bairro afastado de Jundiaí.
Jardim Bizarro
Os moradores do bairro também estão assustados. Com medo do acontecido e também de que os imóveis da região percam valorização com a repercussão do caso, os vizinhos da casa que jorra sangue não querem se identificar.
Uma das moradoras disse que, no domingo, um grupo de 20 senhoras se reuniu para rezar. "Somos todas muito católicas. Quando ficamos sabendo fomos até lá rezar o terço", contou. "O cheiro era insuportável. Tudo estava vermelho. Depois de rezar, começamos a ajudar na limpeza da casa."
Outra moradora, que se identificou como Ângela, falou que não visitou a casa desde que o sangue apareceu, mas que não desconfia do casal: "Eu os conheço há anos. Moram aqui há 38 anos. Só eu, moro neste local há mais de 50. Nunca nada parecido aconteceu".
Ângela afirma que recentemente fatos estranhos começaram a acontecer pelo bairro. "Aqui sempre foi tudo muito pacato. De uma semana pra cá, um jovem foi assassinado, outro foi jogado de um trem e, agora, sangue começou a surgir do nada. Estamos assustados."
"Dizem que o fato da vila ter bizarro no nome atrai mau agouro", diz Ângela. "Pode até ser. Deveríamos mudar. Se bem que Bizarro é o sobrenome de uma família muito tradicional da região. Eram donos de uma loja de materiais de construção no passado. Um nome como qualquer outro."
Fonte: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/20 ... 2u141.jhtm
Agora o bairro tem um bom motivo para se chamar Jardim BIZARRO...
