(Divulgada por NadaSei em um post no RéV)
A história da galinha azul, vermelha e branca que cansada da vida dura, disse a seus vizinhos:
'Se ao invés de apenas pegarmos o que achamos pela terra, pegarmos as sementes que encontramos de montão por ai, tratarmos a terra e plantarmos, teremos muito mais para comer. Alguém quer me ajudar?'
'Eu ajudo', disse a vaca.'Eu também', emendou o pato.'Eu também ajudo', falou o porco.'Eu certamente colaboro', completou o ganso.
'Então vamos dividir o serviço, eu administro a terra', disse a galinha esperta, que logo foi contestada pelos companheiros animais: 'A terra é de todos' disseram eles. Muito habilmente ela explicou que não havia terra para todos e que se todos tivessem um pequeno pedaço, não só seria pouca terra para plantar, como seria inviável cada um buscar os grãos, arar a terra, plantar, cuidar, colher, etc...
'Vamos dividir trabalhos, formamos uma sociedade onde cada um contribui, para que possamos fazer aquilo que sozinhos nos é impossível, todos ganham mais assim' disse a galinha, 'eu fico com a terra e divido os lucros, de forma justa, com aqueles que contribuírem para que possamos ter uma boa colheita', completou a galinha.
E assim o fizeram, assinaram um tratado dando a posse da terra a galinha, para que ela a administrasse.
O pato dia e noite buscou os grãos, o pobre porco se encarregou de arar a terra e buscar a água, a vaca ficou com o plantio e o ganso se encarregou da colheita.
Trabalharam dia e noite durante meses, enquanto a galinha coordenava e observava o trabalho de sua rede na varanda.
Finalmente, chegou a hora da colheita, oh, fartura de um lindo e dourado trigo da melhor qualidade, a fartura foi tanta que a vaca teve que ajudar o ganso na colheita, que durou o dia todo e metade da noite.
'Quem vai me ajudar a assar o pão?' indagou a galinha azul, vermelha e branca.
'Eu ajudo', falou a vaca. 'É só dizer o que fazer', emendou o pato. 'Eu também ajudo', disse o porco. 'Eu vou buscar a lenha', disse o ganso.
'Então façam como eu mandar', exclamou a pequena galinha azul, vermelha e branca. Eles assaram quinze fornadas de pães, e colocaram todos em belas cestas e levaram até uma cidade vizinha, para que os outros animais pudessem ver. A galinha vendeu todos e ainda recebeu encomenda para muito mais, lucro lindo de se ver, deixou todos muito felizes.
De repente, todo mundo queria sua parte, então os animais exigiram o que lhes era de direito. Mas a galinha simplesmente disse:
'Não, a terra é minha então o lucro é o fruto do meu trabalho, a vocês, dei um emprego que antes não tinham, receberão o pagamento justo, um pão e duas moedas pequenas'.
'Lucros excessivos!', gritou a vaca.'Sanguessuga capitalista!', exclamou o pato.'Eu exijo direitos iguais!', bradou o ganso.
O porco, esse só grunhiu.
Eles pintaram faixas e cartazes dizendo 'Injustiça' e marcharam em protesto contra a galinha, gritando obscenidades, acamparam na terra e a tomaram da galinha.
Quando um agente do governo chegou, perguntou à galinhazinha azul, vermelha e branca:
'Qual o motivo de tanta confusão?'
'Eu ganhei esse lucro com meu próprio suor, trabalhando e administrando minhas terras, agora esses animais querem tomar aquilo que é meu', explicou a galinha.
'Exatamente', disse o funcionário do governo. 'Essa é a beleza da livre empresa. Qualquer um aqui pode ganhar o quanto quiser, trabalhar e lutar para chegar onde você chegou a duras penas pequena galinha. Os descontentes então foram expulsos a paulada pela policia e a galinha obteve sua terra de volta.
A noticia da vitória da galinha correu o mundo e logo todas as terras tinham donos.
E todos viveram felizes para sempre, inclusive os outros animais que não conseguiram terras, esses arrumaram empregos nas fazendas e ganharam seu pão e suas duas moedas 'estamos gratos', 'estamos gratos', 'se trabalharmos bastante, talvez possamos um dia ter terras como eles' diziam os pobres animais...
* * * * * * * * * * * * * * * * * *
Essa 'fábula' deveria ser distribuída e estudada em todas as escolas brasileiras. Quem sabe assim, em uma ou duas gerações, sua mensagem central pudesse tomar o lugar de toda essa papagaiada capitalista selvagem que insiste em assombrar nosso país e condená-lo à eterna miséria.
