Flavio Costa escreveu:Olá Gilghamesh!
Fala Grande Flávio!
Gilghamesh escreveu:Basicamente, o que vc diz é que: Eu não existo.
Não é bem isso, uma forma melhor de resumir seria: o "eu" é apenas uma idéia, não é algo que exista por si só no universo. o Gilghamesh, a pessoa que me escreve essa mensagem, existe, mas o seu conceito de "eu" é apenas uma noção mental. Como o "amor", por exemplo. Eu não digo que o amor não existe, mas ele é meramente uma idéia, não é algo que tenha uma substância real.
Ah, sim, vc se refere aos 5 ítens que compõe o Ego, cada um deles sozinho, nada representa, é a união destes cinco ítens que compõe a percepção do EU, segundo o budismo.
Mas veja, o amor, que vc usou como exemplo, não é válido para a comparação sobre o conceito do "eu", pois o amor é um sentimento único, não possui existência própria, só existe porque nós, nossos EUS, tornamos esta idéia, este conceito, em algo real, ela não passa a existir por ela mesma.
Se não existissem seres consciêntes em nosso planeta, este conceito (amor) não existiria.
O que quero dizer é que concordo com o que vc disse, mas não concordo com o tipo de exemplo que vc citou, ok?
Para mim, diferentemente do ego, o amor por ser uma coisa única não passa a existir agregada à outras coisas, o amor não adquire consciência estando ela sozinha ou em conjunto com outros sentimentos.
Gilghamesh escreveu:E quando morro, continuo não existindo, mas volto a existir da mesma forma.![]()
Você está falando do renascimento. Colocar em termos de existir ou continuar existindo fica enrolado mesmo, é mais fácil pensar em comparação com uma árvore que dá frutos. Mesmo que uma árvore morra, ela dá origem a outras árvores que não são exatamente iguais à árvore mãe, nem completamente diferentes dela. Então o que continua existindo não é "você", é o fruto das suas ações.
Mas essa comparação também não cabe, uma vez que nós, seres vivos conscientes, também deixamos descendencia, tal qual uma árvore.
Nossos descendentes são o resultado da união de dois outros seres, que possuem informação genética destes dois seres, sem no entanto ser estes dois seres, são cada um, um novo ser, independentes.
Como foi explicado nos tópicos, na época (século V a.C.) a maioria das pessoas devia interpretar que esses frutos das ações davam origem a um novo indivíduo. Muitos budistas modernos, mais voltados ao materialismo, preferem acreditar que esses resultados das ações continuam simplesmente pelo efeito que causam naqueles com quem convivemos (por exemplo, como um escritor que continua "existindo" em sua obra). Talvez você pense que essa interpretação mais moderna foge à intenção original do ensinamento, mas nos tópicos foi mostrado como há pouca diferença entre essas duas visões. O proprio Buda uma vez chamou de tolo um sujeito que dizia que a consciência continuava existindo após a morte. Como você vê, uma idéia bem anti-espírita.
Certo, aí concordamos plenamente em relação à falência total da cosciência após a morte.
Gilghamesh escreveu:O budismo construiu uma teoria baseada na transformação, ou diria melhor: Transmutação das coisas.
Como diria o Samael: perfeito.
Só que, vc há de convir comigo, que a explicação do renascimento, não serve para nada, talvez sirva apenas para conformar as pessoas de que existe uma continuidade mesmo que desagregada do ser original.
Por exemplo: Muito possívelmente vc e mais alguns milhares de pessoas, possuem moléculas que um dia comporam o ser humano chamado Julio César.
No entanto, o ser sapiente chamado Júlio César, jamais voltará há existir.
Se a teoria do renascimento serve então apenas como um possível consolo, a mesma não tem muita utilidade prática.
É muito mais simples, mais lógico, apresentar a verdade nua e crua: morreu, acabou e fim de papo.
Eu Sou Gilghamesh!
Versão 4.6