Apo escreveu:Há sim, cabeção. Mas estás lendo a frase sob um prisma equivocado, talvez pelo próprio viés ideológico de manter o Estado fora do processo da liberdade de mercado a qualquer custo.
Esta frase diz que o Estado deve estar à disposição das demandas da sociedade, como se dela fosse fornecedor. Ou seja, ele deve servir ao mercado, não através de favores pessoais ou particulares. E muito menos se metendo onde não é chamado.
Em base concordo com toda a problemática exposta sobre os riscos do Estado acabar por patrulhar e se adonar na vontade livremente expressa no mercado. Mas não é apenas isto. Ele, além de não poder ter este direito, ainda deve se mexer quando é chamado a ser meter. Um contrato não pode estar acima da lei. Se a lei não satisfaz mais à dinâmica mercadológica ( e ela precisa existir por motivos óbvios), que aqueles representantes - que ficam lá sem fazer porcaria alguma, só mandando projetos de lei inúteis e descabidos- trabalhem em cima de coisas mais úteis. Ou o mercado corre o risco de entrar em colapso num momento em que algum novo paradigma não consegue ser adotado, por falta de lei que o ampare.
Acho que cansei disto. Parecem as discussões com o André.
É a ideologia utópica do "mercado anarquico".
Em teoria funciona lindamente, assim como, no papel, o anarquismo é o mais lindo e justo sistema.
Sem governos opressores para "brutalizar" o individuo ou limitar sua "liberdade".
Mas na pratica o ser humano é ignorante e precisa ser governando...
Da mesma forma, na pratica, os empresários são ignorantes e o mercado precisa ser controlado pelo estado para beneficio do cidadão/consumidor/empregado, do contrario o cidadão fica na mão dessas empresas e é obrigado a aceitar calado, ou a ficar sem determinados serviços que, em muitos casos, tornam-se em nossa sociedade praticamente obrigatórios, sendo quase impossível ficar sem. (Como os bancos, por exemplo)
Depois, parte do falso principio de que os meios de produção são acessíveis a qualquer um e de que são totalmente privados.