Fabi escreveu:Tirando a parte exagerada(o caso parar num parlamento) da história... Isso me faz lembrar o quanto eu não quero ter filhos as vezes...

E se eu criar uma patricinha sem noção que acha o máximo excluir os outros?
Peraí, peraí...vamos por partes aqui.
Seu filho vai ser sempre uma mistura do que receber em casa e do que ele ponderar sobre o acontece na rua ( sendo menino ou menino, as pessoas são únicas e têm suas personalidades que devemos respeitar). Se você tiver idéias de liberdade, seu filho será livre, a menos que ele decida ser conservador por alguma outra influência muito forte.
Mas o que é conservadorismo e o que é ser liberal?
Você deseja mais uma filha patricinha ( o que seria para você uma patricinha? Um rótulo que se criou? Acho que há patricinhas na aparência e com conteúdo e patricinhas vazias e fúteis)ou uma filha emozinha? Quem sabe uma no meio destas duas coisas?
Se você não quer criar um filho "errado", faça por onde estar presente o suficiente para que ele "dê certo", pelos seus padrões. E ele não será algo alienígena, a menos que seja um debilóide total.
Ou se eu criar um menino revoltado e mal educado? Ou se eu criar alguém que será excluído? Ou se for um badboy que vai fazer rachas?
Por que o seu menino será revoltado e mal educado? O que é ser revoltado e mal educado? E excluído? As crianças e adolescentes procuram se enquadrar em algum grupo, de acordo com o que lhes é mais atrativo, confortável, interessante, curioso. Mas cada um tem um jeito de ser. E passam por muuuitas fases ( que podem ser preocupantes para os pais, mas que passam ). Se a gente confia na educação que deu ( e continuar o trabalho diariamente ), o filho pode até oscilar um pouco durante curtos períodos, mas acabará voltando ao equilíbrio estrutural que recebeu.
Crianças excluídas o são porque os pais a excluíram, porque os pais não souberam se colocar no lugar delas como crianças e assim ela se sente "estranha" já dentro da família X vida lá fora ( não consegue juntar as duas realidades ) ou porque fogem do padrão mais comum daquela faixa etária, daquela classe social ou daquela realidade cultural em que estão. A auto-estima faz elas irem se excuindo e sendo excluídas.
Mas estamos falando de algo muito maior do que ser convidado ou não para um passeio da turma ou festinha de aniversário.
A realidade contradiz o que rezam estes psicologismos atuais e bobos: as crianças e adolescentes vão desde cedo criando mais afinidades com uns e não com outros nos grupos em que se inserem, fazem escolhas espontâneas, seus olhos brilham mais e sorriem mais para uns do que para outros, procuram-se no recreio, procuram sentar juntas etc. Impossível negar isto. A psicologia e a pedagogia que tentam igualar todos como se fossem "amiguinhos" e "façam as pazes agora e brinquem juntinhos" é ridícula, não respeitosa e tem apenas um interesse nisto: não se estressar com conflitos. Como se fossem todos anjinhos e soldadinhos amiguinhos entre si.
As crianças e adolescentes têm dezenas de colegas, vizinhos, conhecidos. Amigos são poucos. Alguns são bons para jogar vôlei e não para sair na noite. Outros são bons para compartilhar a cola na hora da prova e péssimos para estudar a sério. E uma criança inteligente e equilibrada vai fazer as opções que mais lhe interessarem e encontrar nas demais a contrapartida sem mágoas de ambos os lados.
Pode-se gostar de viajar com Pedro, mas não com Lucas ( que é muito relaxado para dividir o mesmo quarto ) , mas ótimo para ajudar a dar banho no cachorro ou jogar futebol.
Ninguém é obrigado e gostar de todos para fazer tudo.
Ninguém é obrigado a querer que aquele chato da sala ( cada qual com a sua noção de chatice) vá no seu aniversário para ficar choramingando num canto ou detonando os enfeites da mesa da festa. Paciência.
É muita burrice distribuir os convites durante a aula...e excluir dois...fizesse isso na surdina...não tinha dado essa confusão toda.... e o estado não pode obrigar as pessoas a serem civilizadas, educadas e não cruéis...
Ninguém pode obrigar nada. E a mãe do excluído que bote o filho na terapia. Algum motivo ele tem para ter sido excluído ( e não ter sido a primeira vez).Seu filho ou filha vai fazer muitas escolhas e deve ser respeitado. Você pode até negociar questões políticas com ele, ponderar se deve ser condescendente com a menina esquisita, mas crueldade é obrigá-lo a suportar a chatice ou os problemas do mundo só para ser bonzinho com tudo e com todos. E ele? Precisamos entender que nosso filho tem seus limites emocionais.
Minha filha estuda numa sala onde há 16 meninas. Todas são colegas de sala apenas geograficamente. Mas ela está num grupo de 12 que é mais unido e faz muitas coisas ( não todas juntas ao mesmo tempo e sempre, mas costumam se convidar mais entre si para viajar, ir a festas, trocar idéias, sair na noite) e há 4 que estão excluídas por motivos óbvios: 2 são amigas de igreja evangélica e são esquisitas numa série de coisas. As outras 2 preferem sair com um pequeno grupo de outra turma ( que também é excluído lá porque são meio perdidos, meio emo e meio drogados).
E é assim. O resto é tudo papo furado. Filho dá trabalho, mas é maravilhoso.
A minha tem 16, é uma adolescente fantástica, com personalidade forte, algumas indecisões ( pois tem uma cabeça complexa), muitas certezas, acaba de passar no vestibular para Direito no meio do segundo ano, e embarcou para estudar por 1 mês na Inglaterra ontem. Estou aqui morrendo de saudades da minha amiga de todas as horas!
Coisa boa passar a tarde no shopping com ela, passeando, analisando os passantes, procurando pechinchas nas lojas e fazendo lanche às 5 da tarde!
[size=50]A tpm me deixa muito emotiva...
Filhos também. O tempo todo. 