Ginástica mental
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Ginástica mental
“Afinal, há alguma evidência independente de que o treinamento cerebral dá resultado? Felizmente, há sim. Embora não existam muitas avaliações clínicas em larga escala, todas apontam na mesma direção. Em 2006, uma equipe liderada por Karlene Ball, da Universidade de Alabama, publicou os resultados de um imenso estudo patrocinado pelo governo americano sobre a hipótese do “use-o ou perca-o”. Entre 1998 e 2004, 1.884 voluntários saudáveis com idade média de 73 anos foram submetidos a um programa intensivo de seis semanas desenvolvido para o treinamento da memória, solução de problemas e velocidade de processamento. Quando os voluntários voltaram a ser testados, a equipe de Ball descobriu que o programa não apenas funcionou, como as melhoras foram generalizadas. Aqueles que receberam treinamento em memorização se saíram melhor em outras tarefas que envolviam memória, e assim por diante. Cinco anos depois, quando os participantes foram novamente testados, os efeitos ainda eram detectáveis.
Outros testes obtiveram resultados ainda melhores. Merzenich e seus colegas da Posit Science publicaram os resultados de um teste extenso em 2006. Eles avaliaram o Brain Fitness Program (Programa de Aptidão Mental) da Posit em 182 idosos. Aqueles que foram submetidos ao teste verdadeiro – os outros receberam um treinamento falso ou não tiveram contato com nenhum programa – obtiveram pontuações consideravelmente mais altas em testes de memória. E a melhora ainda era palpável três meses depois.
Entretanto, ninguém precisa recorrer a joguinhos eletrônicos para manter o cérebro ativo. Um estudo publicado na revista científica americana The New England Journal of Medicine mostra que pessoas na terceira idade que jogam palavras cruzadas, jogos de tabuleiro, como xadrez e damas, ou cartas pelo menos quatro vezes por semana têm 47% menos risco de desenvolver demência senil que aqueles que se entretêm com esses jogos apenas uma vez por semana.”
http://revistaepoca.globo.com/Revista/E ... -2,00.html
Outros testes obtiveram resultados ainda melhores. Merzenich e seus colegas da Posit Science publicaram os resultados de um teste extenso em 2006. Eles avaliaram o Brain Fitness Program (Programa de Aptidão Mental) da Posit em 182 idosos. Aqueles que foram submetidos ao teste verdadeiro – os outros receberam um treinamento falso ou não tiveram contato com nenhum programa – obtiveram pontuações consideravelmente mais altas em testes de memória. E a melhora ainda era palpável três meses depois.
Entretanto, ninguém precisa recorrer a joguinhos eletrônicos para manter o cérebro ativo. Um estudo publicado na revista científica americana The New England Journal of Medicine mostra que pessoas na terceira idade que jogam palavras cruzadas, jogos de tabuleiro, como xadrez e damas, ou cartas pelo menos quatro vezes por semana têm 47% menos risco de desenvolver demência senil que aqueles que se entretêm com esses jogos apenas uma vez por semana.”
http://revistaepoca.globo.com/Revista/E ... -2,00.html
*Estou REALMENTE muito ocupado. Você pode ficar sem resposta em algum tópico. Se tiver sorte... talvez eu lhe dê uma resposta sarcástica.
*Deus deixou seu único filho morrer pendurado numa cruz, imagine o que ele fará com você.
*Deus deixou seu único filho morrer pendurado numa cruz, imagine o que ele fará com você.
Re: Ginástica mental
Bom tópico!
"Tentar provar a existencia de deus com a biblia, é a mesma coisa q tentar provar a existencia de orcs usando o livro senhor dos aneis."


Re: Ginástica mental
Eu apostaria em coisas mais interessantes que jogos.
Por exemplo, tentar aprender alguma materia cujo grau de dificuldade seja grande e peca muito raciocinio, ou linguas como o Russo, o Mandarim ou o Grego Antigo e bastante logica.
Filsosofia tambem, é claro. Tentem ler Kant ou Hegel. Se entenderem tudo, estarão "bem na fita"!
Assumir um grande desafio mental e ir ate o fim com ele.
A vantagem é que o cérebro, ao contrario de um musculo, pode aguentar cargas grandes sem lesionar (basta um principiante tentar levantar uns 90kg no supino para ver o que acontece).
Ja li muito deste assunto. Xadrez, por exemplo.
Dizem que mestres em xadrez possuem uma memoria espetacular para padroes de pecas no tabuleiro (alguns podem jogar as cegas, sem tabuleiro algum, acompanhando o jogo apenas mentalmente).
Porem, alguns pesquisadores (Michelene Chi e Anders Ericsson, acho) mostraram que a memoria que os grandes enxadristas desenvolveram é específica para padrões que representam disposições válidas de peças em um tabuleiro.
Se as pecas fossem dispostas ao acaso, um mestre (no caso, Judith Polgar) teria tanta dificuldade de reproduzir, de cabeca, a configuracao do tabuleiro quanto alguem que nunca jogou xadrez na vida, e muito mais importante, a memoria para informacoes de outro tipo que não padroes significativos de disposições de peças continuava a mesma de antes.
Por isto nao ponho muita fé em jogos.
Preferiria tentar o Mandarim ou lógica e matemática abstrusas em lugar do Xadrez.
Por exemplo, tentar aprender alguma materia cujo grau de dificuldade seja grande e peca muito raciocinio, ou linguas como o Russo, o Mandarim ou o Grego Antigo e bastante logica.
Filsosofia tambem, é claro. Tentem ler Kant ou Hegel. Se entenderem tudo, estarão "bem na fita"!
Assumir um grande desafio mental e ir ate o fim com ele.
A vantagem é que o cérebro, ao contrario de um musculo, pode aguentar cargas grandes sem lesionar (basta um principiante tentar levantar uns 90kg no supino para ver o que acontece).
Ja li muito deste assunto. Xadrez, por exemplo.
Dizem que mestres em xadrez possuem uma memoria espetacular para padroes de pecas no tabuleiro (alguns podem jogar as cegas, sem tabuleiro algum, acompanhando o jogo apenas mentalmente).
Porem, alguns pesquisadores (Michelene Chi e Anders Ericsson, acho) mostraram que a memoria que os grandes enxadristas desenvolveram é específica para padrões que representam disposições válidas de peças em um tabuleiro.
Se as pecas fossem dispostas ao acaso, um mestre (no caso, Judith Polgar) teria tanta dificuldade de reproduzir, de cabeca, a configuracao do tabuleiro quanto alguem que nunca jogou xadrez na vida, e muito mais importante, a memoria para informacoes de outro tipo que não padroes significativos de disposições de peças continuava a mesma de antes.
Por isto nao ponho muita fé em jogos.
Preferiria tentar o Mandarim ou lógica e matemática abstrusas em lugar do Xadrez.
"Man is the measure of all gods"
(Fenrígoras, o sofista pós-socrático)
"The things are what they are and are not what they are not"
(Fenrígoras, o sofista pós-socrático)
"As mentes mentem"
(Fenrir, o mentiroso)
(Fenrígoras, o sofista pós-socrático)
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Re: Ginástica mental
E desafios ao intelecto existem aos montes... basta procurar
Ha pouco tempo atras eu nem fazia ideia que existiam coisas como estas:
http://en.wikipedia.org/wiki/Quaternion
http://en.wikipedia.org/wiki/Conway_cha ... w_notation
http://en.wikipedia.org/wiki/Paraconsistent_logic
http://en.wikipedia.org/wiki/Is_logic_empirical%3F
Por isto me assombro cada vez mais com o pouco que sabemos...
Ha pouco tempo atras eu nem fazia ideia que existiam coisas como estas:
http://en.wikipedia.org/wiki/Quaternion
http://en.wikipedia.org/wiki/Conway_cha ... w_notation
http://en.wikipedia.org/wiki/Paraconsistent_logic
http://en.wikipedia.org/wiki/Is_logic_empirical%3F
Por isto me assombro cada vez mais com o pouco que sabemos...
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Re: Ginástica mental
Fenrir escreveu:Preferiria tentar o Mandarim ou lógica e matemática abstrusas em lugar do Xadrez.
Por que mandarim?
Re: Ginástica mental
rapha... escreveu:Fenrir escreveu:Preferiria tentar o Mandarim ou lógica e matemática abstrusas em lugar do Xadrez.
Por que mandarim?
É! Por que mandarim? Estudar o português já é um desafio. Acho que nem mesmo os portugueses conhecem a língua que desenvolveram.
Malditos lusos! (brincadeirinha viu lusitanos...)
Mas é sério! Quantos no nosso país sabem o português plenamente? Se for para aprender mandarim só para aprender a se comunicar, bem, todo aprendizado é válido...
Seria interessante uma pesquisa que mostrasse como desenvolver cada área do cérebro e o que isso traria de beneficio.
"Tentar provar a existencia de deus com a biblia, é a mesma coisa q tentar provar a existencia de orcs usando o livro senhor dos aneis."


Re: Ginástica mental
Luiz, Rapha
O mandarim, dizem, é a lingua mais dificil de aprender.
Teoricamente, se se aprende o mandarim, pode-se aprender qualquer outra.
Eu mesmo ja tentei. Tenho um bom livro em casa, com CD e tudo mais (em portugues o que e melhor);
Acreditem, desenhar e memorizar os ideogramas nao e a parte mais dificil (ao menos para mim).
E olhe que existe uma ordem certa ao desenhar os tracos que compoe o ideograma. Nao bastasse a ordem, ainda ha o sentido certo no tracado de cada um deles...
Mas a pronuncia é mesmo cruel, cheia de sons estranhos. Alem disso, como distinguir a diferença entre os tons na fala dos nativos???
Um som "ma" pode significar tanto uma particula interrogativa que se poe ao fim de uma frase (seria o nosso "?") como "cavalo". O que distingue os dois é só uma diferença de tom ao pronunciar o "ma"...
Parei algum tempo depois, pois estava me interessando por tantos assuntos que tive que escolher alguns e deixar outros de lado.
Mas o interessante nao é fazer isto como ginastica mental. Ha que se ter um proposito mais serio!
No meu caso, cogitava tentar um diferencial no CV, que talvez pudesse render uns $$$ a mais.
O que acho fantastico ao estudar coisas assim é que voce ganha alguma confianca ao ver que esta aprendendo algo dificil (ainda que o progresso seja beem lento) e que, de quebra, ainda pode exercitar o cerebro.
O mandarim, dizem, é a lingua mais dificil de aprender.
Teoricamente, se se aprende o mandarim, pode-se aprender qualquer outra.
Eu mesmo ja tentei. Tenho um bom livro em casa, com CD e tudo mais (em portugues o que e melhor);
Acreditem, desenhar e memorizar os ideogramas nao e a parte mais dificil (ao menos para mim).
E olhe que existe uma ordem certa ao desenhar os tracos que compoe o ideograma. Nao bastasse a ordem, ainda ha o sentido certo no tracado de cada um deles...
Mas a pronuncia é mesmo cruel, cheia de sons estranhos. Alem disso, como distinguir a diferença entre os tons na fala dos nativos???
Um som "ma" pode significar tanto uma particula interrogativa que se poe ao fim de uma frase (seria o nosso "?") como "cavalo". O que distingue os dois é só uma diferença de tom ao pronunciar o "ma"...
Parei algum tempo depois, pois estava me interessando por tantos assuntos que tive que escolher alguns e deixar outros de lado.
Mas o interessante nao é fazer isto como ginastica mental. Ha que se ter um proposito mais serio!
No meu caso, cogitava tentar um diferencial no CV, que talvez pudesse render uns $$$ a mais.
O que acho fantastico ao estudar coisas assim é que voce ganha alguma confianca ao ver que esta aprendendo algo dificil (ainda que o progresso seja beem lento) e que, de quebra, ainda pode exercitar o cerebro.
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Re: Ginástica mental
Acredito que a maioria de nos tem bloqueios mais ou menos intensos quanto a confianca em nossa capacidade de aprender algo.
Nao fomos ensinados a aprender a pensar. E, geralmente, quando nos deparamos com algum problema que exiga que forçemos um pouco a barra, fugimos dele ou tentamos resolver de qualquer jeito para nos livramos dele...
Nao fomos ensinados a aprender a pensar. E, geralmente, quando nos deparamos com algum problema que exiga que forçemos um pouco a barra, fugimos dele ou tentamos resolver de qualquer jeito para nos livramos dele...
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Re: Ginástica mental
Entendo.
O que eu acho mais absurdo nas línguas chinesas é o fato de não terem escrita fonética (exceto em Taiwan, por influência japonesa).
Sugiro que dê uma olhada na escrita coreana, o hangul. Caracteres simples, em formatos que fluem linearmente, dividos em fonemas e agrupados em sílabas. Extremamente fácil de se aprender, não possui as limitações de outras escritas fonéticas do norte asiático, podendo ser aplicada a qualquer linguagem.
O que eu acho mais absurdo nas línguas chinesas é o fato de não terem escrita fonética (exceto em Taiwan, por influência japonesa).
Sugiro que dê uma olhada na escrita coreana, o hangul. Caracteres simples, em formatos que fluem linearmente, dividos em fonemas e agrupados em sílabas. Extremamente fácil de se aprender, não possui as limitações de outras escritas fonéticas do norte asiático, podendo ser aplicada a qualquer linguagem.
Re: Ginástica mental
rapha... escreveu:Entendo.
O que eu acho mais absurdo nas línguas chinesas é o fato de não terem escrita fonética (exceto em Taiwan, por influência japonesa).
Sugiro que dê uma olhada na escrita coreana, o hangul. Caracteres simples, em formatos que fluem linearmente, dividos em fonemas e agrupados em sílabas. Extremamente fácil de se aprender, não possui as limitações de outras escritas fonéticas do norte asiático, podendo ser aplicada a qualquer linguagem.
O Hangul é um silabário, certo?
Voce quis dizer que posso aplicar os simbolos do hangul para "montar" palavras de qualquer outra linguagem, substituindo as silabas é isto?
E como fazemos com os ajuntamentos de consoantes? Nao que o portugues tenha muitas, mas outras linguas apresentam este fenomeno (ja vi palavras com quatro ou mais consoantes seguidas e sem nenhuma vogal entre elas).
Sobre o mandarim, se alguem se interessar, eis o livro que mencionei:
http://www.livrariacultura.com.br/scrip ... E75EA&uid=
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Re: Ginástica mental
Fenrir escreveu:O Hangul é um silabário, certo?
Não.
Silabário é uma escrita formada por símbolos que indicam sílabas, como o katakana, do Japão. A sílaba "ha" é formada por um único símbolo, "ハ", não havendo separação de fonemas. Para escrever "Fenrir" eu devo proceder assim: フェンリル (fu-e[o fonema "F" só existe seguido de "U", por isso "Fue"; essa não é uma limitação da escrita]-n[único fonema consoante isolado; som de "n" como em "man"]-ri-ru).
Como vê no exemplo, é uma escrita bastante limitada.
Fenrir escreveu:Voce quis dizer que posso aplicar os simbolos do hangul para "montar" palavras de qualquer outra linguagem, substituindo as silabas é isto?
Substituindo os fonemas.
No hangul existem caracteres para "t", "b", "p", "r", et cetera. No katakana, um silabário, só existem "ta", "ba", "pa", "ra", et cetera.
Fenrir escreveu:E como fazemos com os ajuntamentos de consoantes? Nao que o portugues tenha muitas, mas outras linguas apresentam este fenomeno (ja vi palavras com quatro ou mais consoantes seguidas e sem nenhuma vogal entre elas).
Totalmente possível.