Lula e sua demagogia costumeira
Re: Lula e sua demagogia costumeira
Depois da defesa da Microsoft, nem quero papo com isso...
"Tentar provar a existencia de deus com a biblia, é a mesma coisa q tentar provar a existencia de orcs usando o livro senhor dos aneis."


Re: Lula e sua demagogia costumeira
Luiz Carlos Querido escreveu:Depois da defesa da Microsoft, nem quero papo com isso...
O que há de errado no que o Cabeção falou a respeito da Microsoft?
Re: Lula e sua demagogia costumeira
Procedure escreveu:Luiz Carlos Querido escreveu:Depois da defesa da Microsoft, nem quero papo com isso...
O que há de errado no que o Cabeção falou a respeito da Microsoft?
Como já disse, não quero papo com isso pois envolveria comentar sobre concorrência desleal, roubo de patentes, trust, espionagem industrial, monopólio, cartel e mais um monte de coisas provavelmente inventadas...
"Tentar provar a existencia de deus com a biblia, é a mesma coisa q tentar provar a existencia de orcs usando o livro senhor dos aneis."


- user f.k.a. Cabeção
- Moderador
- Mensagens: 7977
- Registrado em: 22 Out 2005, 10:07
- Contato:
Re: Lula e sua demagogia costumeira
Luiz Carlos Querido escreveu:Procedure escreveu:Luiz Carlos Querido escreveu:Depois da defesa da Microsoft, nem quero papo com isso...
O que há de errado no que o Cabeção falou a respeito da Microsoft?
Como já disse, não quero papo com isso pois envolveria comentar sobre concorrência desleal, roubo de patentes, trust, espionagem industrial, monopólio, cartel e mais um monte de coisas provavelmente inventadas...
Essa lenga-lenga nao refuta o que eu disse. Eu realmente nao sei se a Microsoft violou patentes ou praticou espionagem industrial. Provavelmente sim, como todos os envolvidos no setor, alias. Existem argumentos bons contra e a favor direitos de propriedade intelectual, eu nao tenho uma opiniao formada suficientemente segura a respeito. De qualquer forma, como a Microsoft extrai boa parte dos lucros da sua propriedade intelectual, na medida em que ela viola a de outras empresas ela estara agindo de forma pouco consistente, e verdade.
Mas nao foi sobre isso que falei, algo que alias e bastante dubio e incerto, consistindo numa zona cinzenta do direito, onde aparentemente o que vale mais e a qualidade do advogado de patentes e os efeitos sobre a opiniao publica das decisoes de juizes em favor dos "peixes pequenos".
Todas essas questoes interessantes sobre legitimidade e aplicabilidade da propriedade intelectual foram desconsideradas no meu texto, que analisou apenas um aspecto da critica a Microsoft. Eu disse e que a Microsoft foi acusada de praticar monopolio e condenada por vender dois produtos em um. Isso e simplesmente um absurdo enorme. Sendo reconhecido o legitimo direito de propriedade, as pessoas podem vender seus itens da maneira que bem entenderem pelo preco que considerarem correto.
Ficar falando de "trust", monopolio, concorrencia desleal e etc. e apenas usar jargao vazio e nao perceber que o problema em si e completamente inconsequente, restando somente como uma forma moderna de recriar turbas enraivecidas para linchar "capitalistas malvados" e agradar o superego irracional das massas embriagadas de inveja.
"Let 'em all go to hell, except cave 76" ~ Cave 76's national anthem
Re: Lula e sua demagogia costumeira
Bravo! Vamos liberar geral então, oras...
Cabeça, as vezes eu fico intrigado com seu modo de pensar...
Cabeça, as vezes eu fico intrigado com seu modo de pensar...
"Tentar provar a existencia de deus com a biblia, é a mesma coisa q tentar provar a existencia de orcs usando o livro senhor dos aneis."


Re: Lula e sua demagogia costumeira
Apo escreveu:Este tópico era sobre o que mesmo? Estudantes babacas?
Sei lá! Tem importância? Aqui sempre acaba em pizza mesmo...
"Tentar provar a existencia de deus com a biblia, é a mesma coisa q tentar provar a existencia de orcs usando o livro senhor dos aneis."


Re: Lula e sua demagogia costumeira
Apo escreveu:Este papo de "freio social" e "premia o rico" do NadaSei é um conjunto muito bem lavado.
Enjoa o estômago.
Me enjoa o estômago é a completa falta de noção do discurso do "pobre vagabundo", típico de quem faz de tudo para continuar com suas ilusões por medo de olhar a própria responsabilidade e por nunca ter tido que viver na mesma dureza de vida que esses "vagabundos" levam.
Quem sempre teve acesso facilitado as coisas, não tem mesmo que se preocupar com isso.
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".
Re: Lula e sua demagogia costumeira
Cabeção, você está completamente equivocado quanto a Microsoft.
A Microsoft não se mantém no topo por "investir" em um OS fácil e que não precisa de "how tos" pra tudo como o linux.
Se você compra uma placa de som ou video, ela vem com um CD de instalação, contendo um programa de instalação, os drivers necessários e até mesmo softwares para configurações diversas que facilitam a vida do usuário. Um CD interinho "for windows", o que significa que se usar o linux, não vai ter essa mamata e, por isso, vai ter que procurar um "how to" te ensinado a fazer isso tudo sem a ajuda do fabricante.
Ou seja, isso é um problema de mercado, é rentável facilitar a vida dos 95% de compradores que usam o windows, enquanto não vale apenas gastar dinheiro com drivers para os outros 5%.
O OS2 da IBM também era fácil de usar, mas nunca foi popular, enquanto que o linux está se tornando fácil, mas é um OS artesanal, criado por programadores trabalhando sem apoio empresarial e sem milhões de investimento.
A MS sempre se aproveitou do "starter edition", dando o windows aparentemente de graça junto com o computador, já instalado e configurado.
O segredo foi que, ao invés de vender ao usuário final, sempre vendeu para as fabricantes de computador que por sua vez, embutiam esse valor no preço do computador.
Pra que alguém vai comprar outro OS, tendo que instalar, resolver problemas com drivers e sem ter acesso aos programas mais populares "for windows", se já recebe o computador com tudo pronto?
Hoje o firefox é muito melhor que o IE, entretanto, a maioria das pessoas nem ao menos se dão ao trabalho de baixa-lo, se contentam com o que tem, outros se iludem com a "velocidade" superior na abertura do IE (afinal, ele já é pré carregado pelo win)...
O consumidor de software nem ao menos gosta de ler o que está na tela, se mudar algo de lugar em um software, como um menu, ou uma ferramenta, espanta boa parte dos usuário, pois eles não querem nada diferente do que estão acostumados.
Só quem pode mudar menus é a própria microsoft, pois quando ela o faz o usuário não tem opção, pois a nova versão é assim e pronto.
Você fala sobre termos que "acreditar" no consumidor, que isso é assim mesmo em uma sociedade livre com seres pensantes tomando decisões racionais e blá, blá, blá...
Bobagem, se assim fosse poderíamos ser anarquistas... mas a verdade é que se tentássemos, viraria bagunça, seria a lei da selva (muito pior do que já é hoje).
As mesmas coisas que disse sobre a inteligência das escolhas do consumidor (mito no qual eu supostamente deveria acreditar), pode ser aplicado ao eleitor.
Um eleitor consciente que sabe escolher seus representantes, que não vota em burocrata, que não vota em quem não cumpre o que promete, que vigia o representante para saber se ele está trabalhando para o povo ou em beneficio próprio, blá, blá, blá...
Isso é tudo bobagem.
Outro erro é achar que não interessa ao politico cuidar e decidir corretamente sobre as questões com as quais ele lida, um politico é alguém que faz parte da sociedade, tem família, filhos e amigos, tomar a decisão correta e construir uma sociedade melhor é do maior interesse dele, por ele e por quem ele ama.
O problema é que vivemos em um sistema corrompido e ir contra a maré significa colocar o pescoço na reta e também a possibilidade de perder o apoio e o poder. É fácil então iludir-se e entrar na dança, fazer alianças e buscar objetivos imediatistas na melhoria de sua própria vida.
Fora isso, o empresário está tão sujeito a agir por interesses imediatistas quanto o politico, são ambos humanos.
Não é o politico que é ruim, mas o homem.
Empresários podem facilmente olhar a legislação de um país e ver que ela da brechas para que se economize em um equipamento de segurança barato feito de plástico, que em outros países é incluído no carro de 25 mil reais que vendem, e nesse país vender o tal carro sem essa proteção, mesmo sabendo que parte de seus "clientes" pagantes, terão o dedo amputado devido a falta do equipamento.
Decisão tomada na ponta do lápis ao calcular o custo/beneficio.
Mesmo assim os consumidores continuam comprando da empresa, assim como os eleitores continuam votando no lula, no maluf, etc...
Empresários não se importam em vender armas sabendo que serão usadas para matar pessoas, e não adianta dizer que é para proteção, pois só exércitos precisam de AKs para defesa da nação e o fabricante tem noção de que com sua alta demanda, não está atendendo apenas exércitos nacionais interessados em resguardar a soberania de seu território... Essas armas também não chegam ao mercado negro sem uma forcinha dos fabricantes. O que importa é o lucro.
Grandes empresas SA cheias de acionistas, também perdem em muito o foco e se tornam empresas que tomam decisões burocráticas, o que importa é o lucro, se vão lucrar ao reduzir um ingrediente, se vão lucrar ao usar um químico que agride o ambiente, se vão lucrar ao usar carvão vegetal em seus fornos, se vão usar mão de obra escrava ou economizar pagando baixos salários ao se mudar pra china, etc, e não vão perder muitos clientes por serem empresas consolidadas no mercado e com boa imagem... Elas fazem... o que importa é o lucro.
O consumidor de carvão vegetal que vai vender aço e precisa vende-lo barato, não quer saber de onde vem o carvão, quer saber é quanto vai ter de lucro.
A diferença entre o politico e o empresário é que o objetivo teórico do politico é melhorar o país, enquanto o objetivo do empresário é o lucro.
Ambos podem agir de duas formas, da boa ou da ruim e existem políticos e empresários agindo das duas formas. Se hoje os políticos são um desastre, os empresários também são todos sonegadores de impostos corruptos... é o sistema que está instalado que faz com que isso funcione assim e as duas coisas precisam se corrigidas.
Outro problema maior ainda é falar em "livre-mercado", o mercado pode ser sim parte da solução e pode até assumir funções que hoje são do estado, mas ele deve ser todo regulamentado e dividido.
Essa de cada um vende o que quer e como quer, por meio de "livre contrato", não cola, pois quando não existe opção, não existe liberdade de escolha.
É preciso dividir mercado não permitindo monopólios, nada de empresas gigantescas tomando 90% do mercado, é preciso dar participação no lucros aos funcionários e o mais importante, é preciso regulamentar cada setor sobre as regras do jogo para cada um, incluindo limites de atuação para que, por exemplo, grandes mercados não possam ser ao mesmo tempo açougues, lanchonetes, peixarias, shoppings, etc... Isso não é concorrência saudável.
A propriedade de um negocio é um privilégio, é uso privilegiado de um recurso escasso não acessível a todos, como tal, deve seguir regras que beneficiem toda a sociedade, sendo então livre para jogar dentro dessas regras.
Outra questão é o direito a moradia, ser obrigado a pagar aluguel é um crime e esse mercado é outro que precisa de sérias regulamentações quanto ao que se constrói e onde se constrói (inclusive no que se refere a arquitetura do prédio).
A reforma tem que ser grande e é tanto na politica quanto no mercado, diga-se de passagem são duas coisas que em muitos aspectos são parecidas, e essa reforma tem que ser focada é para criar uma nova sociedade, com gente mais educada, mais racional, mais amigas, menos ideológicas e menos apaixonadas pelas próprias crenças.
A Microsoft não se mantém no topo por "investir" em um OS fácil e que não precisa de "how tos" pra tudo como o linux.
Se você compra uma placa de som ou video, ela vem com um CD de instalação, contendo um programa de instalação, os drivers necessários e até mesmo softwares para configurações diversas que facilitam a vida do usuário. Um CD interinho "for windows", o que significa que se usar o linux, não vai ter essa mamata e, por isso, vai ter que procurar um "how to" te ensinado a fazer isso tudo sem a ajuda do fabricante.
Ou seja, isso é um problema de mercado, é rentável facilitar a vida dos 95% de compradores que usam o windows, enquanto não vale apenas gastar dinheiro com drivers para os outros 5%.
O OS2 da IBM também era fácil de usar, mas nunca foi popular, enquanto que o linux está se tornando fácil, mas é um OS artesanal, criado por programadores trabalhando sem apoio empresarial e sem milhões de investimento.
A MS sempre se aproveitou do "starter edition", dando o windows aparentemente de graça junto com o computador, já instalado e configurado.
O segredo foi que, ao invés de vender ao usuário final, sempre vendeu para as fabricantes de computador que por sua vez, embutiam esse valor no preço do computador.
Pra que alguém vai comprar outro OS, tendo que instalar, resolver problemas com drivers e sem ter acesso aos programas mais populares "for windows", se já recebe o computador com tudo pronto?
Hoje o firefox é muito melhor que o IE, entretanto, a maioria das pessoas nem ao menos se dão ao trabalho de baixa-lo, se contentam com o que tem, outros se iludem com a "velocidade" superior na abertura do IE (afinal, ele já é pré carregado pelo win)...
O consumidor de software nem ao menos gosta de ler o que está na tela, se mudar algo de lugar em um software, como um menu, ou uma ferramenta, espanta boa parte dos usuário, pois eles não querem nada diferente do que estão acostumados.
Só quem pode mudar menus é a própria microsoft, pois quando ela o faz o usuário não tem opção, pois a nova versão é assim e pronto.
Você fala sobre termos que "acreditar" no consumidor, que isso é assim mesmo em uma sociedade livre com seres pensantes tomando decisões racionais e blá, blá, blá...
Bobagem, se assim fosse poderíamos ser anarquistas... mas a verdade é que se tentássemos, viraria bagunça, seria a lei da selva (muito pior do que já é hoje).
As mesmas coisas que disse sobre a inteligência das escolhas do consumidor (mito no qual eu supostamente deveria acreditar), pode ser aplicado ao eleitor.
Um eleitor consciente que sabe escolher seus representantes, que não vota em burocrata, que não vota em quem não cumpre o que promete, que vigia o representante para saber se ele está trabalhando para o povo ou em beneficio próprio, blá, blá, blá...
Isso é tudo bobagem.
Outro erro é achar que não interessa ao politico cuidar e decidir corretamente sobre as questões com as quais ele lida, um politico é alguém que faz parte da sociedade, tem família, filhos e amigos, tomar a decisão correta e construir uma sociedade melhor é do maior interesse dele, por ele e por quem ele ama.
O problema é que vivemos em um sistema corrompido e ir contra a maré significa colocar o pescoço na reta e também a possibilidade de perder o apoio e o poder. É fácil então iludir-se e entrar na dança, fazer alianças e buscar objetivos imediatistas na melhoria de sua própria vida.
Fora isso, o empresário está tão sujeito a agir por interesses imediatistas quanto o politico, são ambos humanos.
Não é o politico que é ruim, mas o homem.
Empresários podem facilmente olhar a legislação de um país e ver que ela da brechas para que se economize em um equipamento de segurança barato feito de plástico, que em outros países é incluído no carro de 25 mil reais que vendem, e nesse país vender o tal carro sem essa proteção, mesmo sabendo que parte de seus "clientes" pagantes, terão o dedo amputado devido a falta do equipamento.
Decisão tomada na ponta do lápis ao calcular o custo/beneficio.
Mesmo assim os consumidores continuam comprando da empresa, assim como os eleitores continuam votando no lula, no maluf, etc...
Empresários não se importam em vender armas sabendo que serão usadas para matar pessoas, e não adianta dizer que é para proteção, pois só exércitos precisam de AKs para defesa da nação e o fabricante tem noção de que com sua alta demanda, não está atendendo apenas exércitos nacionais interessados em resguardar a soberania de seu território... Essas armas também não chegam ao mercado negro sem uma forcinha dos fabricantes. O que importa é o lucro.
Grandes empresas SA cheias de acionistas, também perdem em muito o foco e se tornam empresas que tomam decisões burocráticas, o que importa é o lucro, se vão lucrar ao reduzir um ingrediente, se vão lucrar ao usar um químico que agride o ambiente, se vão lucrar ao usar carvão vegetal em seus fornos, se vão usar mão de obra escrava ou economizar pagando baixos salários ao se mudar pra china, etc, e não vão perder muitos clientes por serem empresas consolidadas no mercado e com boa imagem... Elas fazem... o que importa é o lucro.
O consumidor de carvão vegetal que vai vender aço e precisa vende-lo barato, não quer saber de onde vem o carvão, quer saber é quanto vai ter de lucro.
A diferença entre o politico e o empresário é que o objetivo teórico do politico é melhorar o país, enquanto o objetivo do empresário é o lucro.
Ambos podem agir de duas formas, da boa ou da ruim e existem políticos e empresários agindo das duas formas. Se hoje os políticos são um desastre, os empresários também são todos sonegadores de impostos corruptos... é o sistema que está instalado que faz com que isso funcione assim e as duas coisas precisam se corrigidas.
Outro problema maior ainda é falar em "livre-mercado", o mercado pode ser sim parte da solução e pode até assumir funções que hoje são do estado, mas ele deve ser todo regulamentado e dividido.
Essa de cada um vende o que quer e como quer, por meio de "livre contrato", não cola, pois quando não existe opção, não existe liberdade de escolha.
É preciso dividir mercado não permitindo monopólios, nada de empresas gigantescas tomando 90% do mercado, é preciso dar participação no lucros aos funcionários e o mais importante, é preciso regulamentar cada setor sobre as regras do jogo para cada um, incluindo limites de atuação para que, por exemplo, grandes mercados não possam ser ao mesmo tempo açougues, lanchonetes, peixarias, shoppings, etc... Isso não é concorrência saudável.
A propriedade de um negocio é um privilégio, é uso privilegiado de um recurso escasso não acessível a todos, como tal, deve seguir regras que beneficiem toda a sociedade, sendo então livre para jogar dentro dessas regras.
Outra questão é o direito a moradia, ser obrigado a pagar aluguel é um crime e esse mercado é outro que precisa de sérias regulamentações quanto ao que se constrói e onde se constrói (inclusive no que se refere a arquitetura do prédio).
A reforma tem que ser grande e é tanto na politica quanto no mercado, diga-se de passagem são duas coisas que em muitos aspectos são parecidas, e essa reforma tem que ser focada é para criar uma nova sociedade, com gente mais educada, mais racional, mais amigas, menos ideológicas e menos apaixonadas pelas próprias crenças.
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".
- user f.k.a. Cabeção
- Moderador
- Mensagens: 7977
- Registrado em: 22 Out 2005, 10:07
- Contato:
Re: Lula e sua demagogia costumeira
NadaSei escreveu:Cabeção, você está completamente equivocado quanto a Microsoft.
A Microsoft não se mantém no topo por "investir" em um OS fácil e que não precisa de "how tos" pra tudo como o linux.
Se você compra uma placa de som ou video, ela vem com um CD de instalação, contendo um programa de instalação, os drivers necessários e até mesmo softwares para configurações diversas que facilitam a vida do usuário. Um CD interinho "for windows", o que significa que se usar o linux, não vai ter essa mamata e, por isso, vai ter que procurar um "how to" te ensinado a fazer isso tudo sem a ajuda do fabricante.
Ou seja, isso é um problema de mercado, é rentável facilitar a vida dos 95% de compradores que usam o windows, enquanto não vale apenas gastar dinheiro com drivers para os outros 5%.
O OS2 da IBM também era fácil de usar, mas nunca foi popular, enquanto que o linux está se tornando fácil, mas é um OS artesanal, criado por programadores trabalhando sem apoio empresarial e sem milhões de investimento.
A MS sempre se aproveitou do "starter edition", dando o windows aparentemente de graça junto com o computador, já instalado e configurado.
O segredo foi que, ao invés de vender ao usuário final, sempre vendeu para as fabricantes de computador que por sua vez, embutiam esse valor no preço do computador.
Pra que alguém vai comprar outro OS, tendo que instalar, resolver problemas com drivers e sem ter acesso aos programas mais populares "for windows", se já recebe o computador com tudo pronto?
Hoje o firefox é muito melhor que o IE, entretanto, a maioria das pessoas nem ao menos se dão ao trabalho de baixa-lo, se contentam com o que tem, outros se iludem com a "velocidade" superior na abertura do IE (afinal, ele já é pré carregado pelo win)...
O consumidor de software nem ao menos gosta de ler o que está na tela, se mudar algo de lugar em um software, como um menu, ou uma ferramenta, espanta boa parte dos usuário, pois eles não querem nada diferente do que estão acostumados.
Só quem pode mudar menus é a própria microsoft, pois quando ela o faz o usuário não tem opção, pois a nova versão é assim e pronto.
Eu nao sou funcionario da Microsoft, ou desenvolvedor Linux, nem especialista em TI, logo nao tenho interesse profissional, ideologico ou intelectual em defender nenhum dos dois sistemas.
Os argumentos que voce colocou podem ser adequados ou nao para convencer alguem para migrar ou usar outro sistema diferente do Windows (eu, por exemplo, uso o Ubuntu e o Vista, para fins diferentes, e conheco bastante gente que faz o mesmo), mas nao incriminam em nada a Microsoft.
Se as empresas de hardware e softwares aplicativos focam primariamente no Windows nao e por culpa de um complo malevolo de sabotagem contra o Linux e as alternativas, mas uma simples questao de mercado. Se 90% e Microsoft, e de se esperar que as empresas de hardware levem tal fato em consideracao.
Isso nao significa que tudo sera feito para Windows e o consumidor nao tera escolha. No momento em que o mercado de produtos complementares do Windows se torna saturado, com muitas empresas competindo para vender aplicativos para esse sistema e hardware compativel, passa a ser interessante para qualquer nova empresa focar no mercado alternativo, pois seu ganho marginal sera maior. E por isso que nao existe apenas estacao de radio de pagode, funk, sertanejo e outros gostos mais populares. Existem as que se especializam num setor minoritario do mercado, pois nao lhes interessa competir com as que ja estao estabelecidas no setor majoritario.
Nao existe vitoria da burrice coletiva. Quaisquer que sejam as consideracoes do consumidor, mesmo que seja uma simples preguica de configurar, ler manuais ou escrever scripts para resolver problemas simples do sistema, ela deve ser considerada nao como irracionalidade. Um medico nao tem que ser, nem quer ser, um especialista em informatica para acessar seu email. Ele quer fazer isso da maneira mais simples que lhe for possivel, e pagara por uma solucao que lhe ofereca isso. Se ele perdera em desempenho, estabilidade e seguranca da sua maquina, e um custo que ele considera menor do que aquele que teria se optasse por alternativas que lhe exigissem maior esforco para fazer aquilo que ele quer fazer.
E verdade que hoje existem solucoes em Linux quase tao simples (e na opiniao de alguns, ate mais simples) que aquelas oferecidas pelo Windows. E e claro que as pessoas tambem levam em consideracao a escolha das outras e o fato do mercado oferecer muito mais coisas para quem tem Windows (softwares para maquinas fotograficas, celulares e tocadores de mp3, hardware e software para jogar no computador, etc.). Mas isso nao impede alguns nao especialistas de optarem por migrar de sistema, e caso a satisfacao desses alguns com a migracao seja grande, eles estimularao outros como eles a fazer o mesmo, e o mercado alternativo crescera, e com ele todo o mercado de solucoes complementares em softwares e hardware.
O que voce esta fazendo e agitar freneticamente os bracos porque as pessoas escolheram livremente o Windows no passado, e continuam fazendo hoje, ao inves de seguirem a sua opiniao sobre o que e bom ou ruim para elas.
NadaSei escreveu:Você fala sobre termos que "acreditar" no consumidor, que isso é assim mesmo em uma sociedade livre com seres pensantes tomando decisões racionais e blá, blá, blá...
Bobagem, se assim fosse poderíamos ser anarquistas... mas a verdade é que se tentássemos, viraria bagunça, seria a lei da selva (muito pior do que já é hoje).
Eu fico imaginando o que leva alguem a acreditar no contrario.
Essas pessoas devem achar que as leis, as instituicoes, os codigos morais e os Estados cairam do ceu, ou sao emanacoes misticas de burocratas angelicais e oniscientes, e que independem da razao humana e da confianca das pessoas.
O Estado nao impede nada de virar bagunca. Se as pessoas quisessem realmente baguncar o coreto, elas fariam com ou sem Estado, e ja fizeram em variadas ocasioes.
O Estado moderno executa funcoes necessarias de policia institucional, para evitar que os maus elementos perturbem excessivamente a ordem social, mas e apenas a funcao que e necessaria, nao o seu executor. O Estado ja executou outras funcoes necessarias que mais tarde se provou serem melhor realizadas pela iniciativa privada, e com a policia e a interpretacao e criacao de leis e regulamentos nao precisaria ser diferente.
O fato e que o Estado nao e a fonte da ordem social, mas esta inserido nela, e por varias vezes e o principal perturbador dela.
NadaSei escreveu:As mesmas coisas que disse sobre a inteligência das escolhas do consumidor (mito no qual eu supostamente deveria acreditar), pode ser aplicado ao eleitor.
Um eleitor consciente que sabe escolher seus representantes, que não vota em burocrata, que não vota em quem não cumpre o que promete, que vigia o representante para saber se ele está trabalhando para o povo ou em beneficio próprio, blá, blá, blá...
Isso é tudo bobagem.
A priori, o que voce diz tem seu sentido.
Mas o sistema democratico representativo tem falhas grandes no que delega excessivos poderes a burocratas e distorce os mecanismos de responsabilizacao e de beneficio.
Uma empresa que vende um produto ruim e facilmente substituida por outra que venda um produto superior a um preco melhor, mas um burocrata que toma decisoes erradas sobre situacoes nas quais nao esta envolvido dificilmente e julgado responsavel, ja que diversos fatores estao em jogo, e quando qualquer acusacao lhe e feita, ele retruca dizendo que a culpa e dos "interesses gananciosos estabelecidos", ou qualquer outro recurso demagogico que no fim das contas convenca os outros a delegar ainda mais poderes arbitrarios para ele. Essa dificuldade de julgar bons e maus politicos acaba fazendo as pessoas escolherem apenas as intencoes que consideram mais "justas", sem com isso avaliar se elas sao realizaveis e, depois de eleito, se o politico realmente colocou em pratica aquilo que era necessario para realiza-las. A politica se transforma num grande circo de promessas inconsequentes e desastres subsequentes, para os quais alguma descupa e bodes expiatorios adequados ja estarao preparados para serem usados, isso sem considerar os nao raros casos onde a percepcao publica erroneamente atribui a politicos incompetentes determinados progressos, causados sobretudo pelo fato dos mesmos politicos nada terem feito a respeito para impedi-los.
Uma analogia correta do mercado com a politica se daria se os consumidores escolhessem os monopolios que controlarao temporariamente o mercado "a priori" entre os concorrentes, baseando-se nas promessas de servicos que eles oferecem para depois da "escolha". Depois de escolhidas, as empresas se encarregariam de colocar em pratica aquilo que se propuseram a fazer.
Nao e preciso ser muito esperto para ver que isso nao daria certo. As empresas se comportariam igualzinho a politicos: antes do poder, prometeriam mundos e fundos, servicos abundantes, de qualidade e baratos. Depois de assumir os monopolios, achariam desculpas e meios para nao fazer aquilo que se comprometeram a fazer.
Isso nao ocorre com o mercado pois ele e uma "democracia em tempo real". Os concorrentes sao atuantes, e nao eventuais candidatos para uma eleicao futura. Se uma empresa te ferrar com um produto ruim, voce vai procurar a concorrente dela na mesma hora, e nao quatro anos depois. Voce tem parametros para comparar, pode dizer qual marca de sabao em po ou compania de telefonia celular atende melhor aos seus interesses. Voce nao precisa esperar e convencer outras pessoas a escolher o mesmo que voce. Se estiver insatisfeito com tudo que existe, pode montar uma empresa diferente. As empresas nao culparao a "heranca maldita dos antecessores", ou a "falta de compaixao" de quem quer que seja pela falta de eficiencia. Elas vao se esforcar o tempo inteiro para preservar seus clientes e perder menos tempo tentando iludi-los com demagogia e sem resultados. Elas perderao dinheiro com mas decisoes, e ganharao com boas, e quem vai avaliar isso serao os consumidores.
Alem disso, muitos politicos elegem-se nao pelo interesse de todos os envolvidos nos temas que ele pretende administrar, mas sobretudo pelo voto dos grupos de pressao organizados para se aproveitar das maiorias desorganizadas. Assim sao eleitos politicos que defendem os interesses dos empresarios exportadores, outros que protegem a empresa nacional da concorrencia externa, outros que defendem as causas trabalhistas em beneficio daqueles que ja estao empregados, outros que pretendem estabelecer privilegios especiais para agricultores "sem terra", negros, indios, artistas, velhos, aleijados, pederastas e por ai vai. Tudo as custas do contribuinte, que via de regra e a unica classe nao representada por ninguem e a que sustenta a duras penas os privilegios de todas as outras.
Assim, ainda que a democracia possa em teoria ser um sistema de eliminacao da ineficiencia, ela se transforma num sistema de reproducao da ineficiencia, pelo simples fato dela nao alocar custos e beneficios corretamente, como o mercado faz.
NadaSei escreveu:Outro erro é achar que não interessa ao politico cuidar e decidir corretamente sobre as questões com as quais ele lida, um politico é alguém que faz parte da sociedade, tem família, filhos e amigos, tomar a decisão correta e construir uma sociedade melhor é do maior interesse dele, por ele e por quem ele ama.
Nao duvido que existam politicos inspirados por ideais altruistas como esse, mas tenho certeza que eles sao a excecao, nao a regra. E quase sempre, esses homens repletos de boa vontade se desiludem ou se convertem quando percebem que nao tem poder para fazer o que queriam fazer (apesar de terem o suficiente para afogar as magoas com mordomias pagas com verbas publicas).
Politicos normalmente sao individuos com interesses particulares e sobre os quais sao investidos poderes suficientes para satisfaze-los as custas dos outros, e insuficientemente refreados por mecanismos de controle inadequados.
Essa e a origem da corrupcao, mesmo num regime puramente democratico.
NadaSei escreveu:O problema é que vivemos em um sistema corrompido e ir contra a maré significa colocar o pescoço na reta e também a possibilidade de perder o apoio e o poder. É fácil então iludir-se e entrar na dança, fazer alianças e buscar objetivos imediatistas na melhoria de sua própria vida.
O sistema nao esta corrompido por mero acidente causado pela imoralidade atavica de alguns politicos do passado e do presente.
Esta corrompido porque e proprio dele se corromper. E sua tendencia natural na medida que ele proprio produz incentivos para a corrupcao e ineficiencia.
O grande lance do livre mercado e que ele produz o maximo em beneficios para todo mundo ao mesmo tempo que cada um persegue apenas seus proprios interesses. E claro que ainda existe espaco para as pessoas que fazem as coisas apenas por amor: caridade, amizade, familia, tudo isso existe no livre mercado pois as pessoas ainda tem sentimentos pelos demais. So que nao da para se viver so de amor! Eu nao posso esperar que o padeiro me ame para que eu coma pao, se nao eu vou passar fome! Minhas opcoes sao basicamente duas: ou bater no padeiro e roubar o pao para mim (ou pedir para o governo fazer isso, que da na mesma), ou trocar o pao dele por algo que eu produzo e que ele tenha interesse.
E disso que o capitalismo se trata: trocas voluntarias. Seres humanos razoaveis percebem com o tempo que tem muito mais a ganhar fazendo trocas desse tipo do que arranjando tumultos e roubando a propriedade alheia. Isso pode funcionar com disputas entre criancas pequenas (e entre paises bem grandes mas com governos infantis), mas nao demora muito para o individuo perceber a operacionalidade do sistema de mercado e propriedade privada, e passar a respeita-lo pelo simples e obvio fato de que ele e o melhor para atender aos seus proprios objetivos.
NadaSei escreveu:Fora isso, o empresário está tão sujeito a agir por interesses imediatistas quanto o politico, são ambos humanos.
Não é o politico que é ruim, mas o homem.
Empresários podem facilmente olhar a legislação de um país e ver que ela da brechas para que se economize em um equipamento de segurança barato feito de plástico, que em outros países é incluído no carro de 25 mil reais que vendem, e nesse país vender o tal carro sem essa proteção, mesmo sabendo que parte de seus "clientes" pagantes, terão o dedo amputado devido a falta do equipamento.
Decisão tomada na ponta do lápis ao calcular o custo/beneficio.
Mesmo assim os consumidores continuam comprando da empresa, assim como os eleitores continuam votando no lula, no maluf, etc...
Nada do que voce disse esta errado em principio. Mas e uma critica ao poder do Estado, e nao ao mercado. Pouco importa se os beneficiados do poder sao os empresarios, isso nao quer dizer livre mercado!
Se existem brechas para o empresario tomar poderes excessivos eles se comportarao exatamente como politicos, e as vezes se tornarao eles mesmo os politicos.
Eu nunca disse que os empresarios seriam mais eticos que os politicos por natureza. Ambos sao humanos e estarao tentados a usurpar beneficios as custas dos outros se tiverem oportunidade.
Mas geralmente a oportunidade se da justamente quando o governo interfere e confere poderes assimetricos. Regulamentos excessivos, protecoes, tarifas, subsidios, isencoes, etc. Quando isso ocorre, empresarios voam como moscas para abocanhar uma parcela do poder para si.
O que eu disse e que o sistema de livre empresa e mais etico que o sistema politico, mesmo o democratico, pois o que impera ali e a decisao do consumidor sobre o que mais lhe agrada. O empresario nao pode forcar o consumidor a nada, nao pode tomar-lhe dinheiro a forca atraves de subsidios a "industria nacional", nao pode impedir outros empresarios de serem melhores que ele. A unica coisa que lhe resta e agradar os clientes, so assim que ele ganhara dinheiro.
NadaSei escreveu:Empresários não se importam em vender armas sabendo que serão usadas para matar pessoas, e não adianta dizer que é para proteção, pois só exércitos precisam de AKs para defesa da nação e o fabricante tem noção de que com sua alta demanda, não está atendendo apenas exércitos nacionais interessados em resguardar a soberania de seu território... Essas armas também não chegam ao mercado negro sem uma forcinha dos fabricantes. O que importa é o lucro.
Os empresarios vendem armas porque alguem quer compra-las.
E nao ha como negar que os maiores consumidores de armas (para matar e oprimir pessoas principalmente) no mundo inteiro tem sido os governos, e de um modo geral numa proporcao direta com o seu grau de socialismo.
NadaSei escreveu:Grandes empresas SA cheias de acionistas, também perdem em muito o foco e se tornam empresas que tomam decisões burocráticas, o que importa é o lucro, se vão lucrar ao reduzir um ingrediente, se vão lucrar ao usar um químico que agride o ambiente, se vão lucrar ao usar carvão vegetal em seus fornos, se vão usar mão de obra escrava ou economizar pagando baixos salários ao se mudar pra china, etc, e não vão perder muitos clientes por serem empresas consolidadas no mercado e com boa imagem... Elas fazem... o que importa é o lucro.
As grandes empresas SA ja colocam em evidencia uma das maiores fraudes do argumento anti-capitalista: o de que os que lucram com o capitalismo sao os ricacos, e todo resto sofre.
Os acionistas dessas empresas (capitalistas) sao todas as pessoas comuns que poupam algum dinheiro e investem diretamente em carteiras de acoes ou indiretamente em bancos que emprestam capital e investem tambem. Sao eles os "opressores", os "porcos capitalistas", que sugam todo o lucro da mais valia extraida dos proletarios miseraveis!
Feita essa observacao, vemos tambem que voce confunde decisoes burocraticas com decisoes visando o lucro empresarial. Tudo que visa o lucro empresarial e uma decisao gerencial. Decisoes burocraticas sao as que procuram seguir algum regulamento estrito sem que haja qualquer analise de eficiencia. Completamente diferente portanto.
Sobre lucrar, temos que o lucro pode ser dar de duas formas: pode vir do proprio investimento ou pode vir as custas de outras pessoas. Apenas o segundo caso e um problema.
Quando uma empresa polui, ela esta prejudicando sim outros proprietarios que sao afetados por sua poluicao, e uma parte dos lucros que ela gera se deve aos custos que ela infere a esses terceiros, que por sua vez nao tocam nos beneficios. Logo, faz-se necessario regulamentos que controlem essas emissoes e que transfiram os eventuais lucros para quem estiver sendo de alguma forma prejudicado nos seus direitos.
O Estado se encarrega dessa funcao na sociedade atual para a maioria dos casos desse tipo. E como tudo que ele faz, ele faz muito mal, porque nao sabe calcular. Os regulamentos poderiam ser vendidos no mercado de uma forma que tanto as empresas, consumidores e "terceiros afetados" tivessem interesse em compra-los. A coisa funciona numa logica similar a das empresas de seguro e dos cartoes de credito, mas com uma proporcao maior. Assim, empresas seguradas que infringissem regulamentos estabelecidos obrigariam as seguradoras a pagar multas aos reclamantes. As seguradoras por sua vez fiscalizariam as empresas, que por sua vez teriam interesse em contratar seguros para participar dos contratos com o resto da sociedade segurada.
Isso e apenas um esboco do que pode ser feito quando existe interesse economico e liberdade, e o caso da poluicao e outras externalidades nao e diferente.
Quanto ao lucro de uma empresa que reduz custos, seja usando insumos mais baratos, seja reduzindo os custos da mao de obra indo para paises onde ela e mais barata, essas sao decisoes cujos ganhos sao repassados ao consumidor na forma de precos mais baratos. Se uma televisao construida por um brasileiro e mais cara do que a televisao construida por um chines, nos como consumidores escolhemos a televisao fabricada por um chines.
O que o Brasil precisa e reformar sua legislacao trabalhista para se tornar mais competitivo com paises cuja a qualificacao e produtividade marginal da mao-de-obra e semelhante a nossa, caso contrario, espantara investimento sim. Mas o problema nao e a empresa ir para a China fabricar televisoes baratas. Isso so e ruim para o sujeito que era muito bem pago no Brasil ou nos EUA para fazer esse trabalho. Para todas as pessoas que compram televisao, ao inves de fabrica-las, o fato do preco delas diminuir e uma bencao, nao um mal. Elas nao queimarao o dinheiro que sobra, nem jogarao no rio, elas poderao produzir e consumir outras coisas, e acabarao com isso dando um emprego para o antigo montador de TVs tambem (desde que ele aceite trabalhar por um salario mais baixo e condizente com a produtividade do seu trabalho).
Alem disso, se dolares (ou reais) vao para o exterior, eles tambem voltam depois, a menos que um dos lados esteja interessado em acumular moeda e entregar mercadorias. O que se espera de um comercio internacional e que no fim das contas, o que se esteja trocando sejam apenas mercadorias, e nao papel. Nem o Chile, ou a Jamaica, ou o Kwait ou a Indonesia tem interesse no papel moeda do Brasil ou do Burundi. Eles querem trocar as mercadorias fabricadas la, e que lhes sao baratas portanto, por mercadorias fabricadas aqui, que lhes sao caras.
E mesmo se houvesse uma moeda internacional, como o ouro antigamente. Ninguem fica rico acumulando metal, isso e doutrina mercantilista. Ricos sao aqueles que possuem alto poder para adquirir mercadorias, e so se consegue isso se houver a disposicao mercadorias que as outras pessoas querem adquirir, sejam elas do seu proprio pais ou la da China. E claro que os governos de muitos paises fazem maracutaias monetarias (fixa o cambio e impre moeda por exemplo) para tentar ver se enganam os outros, mas rapidinho os efeitos ruins aparecem, e nao ha como evita-los (a despeito do que muito proponente de planos heterodoxos para a fabricacao de dinheiro e riqueza por magica diz).
NadaSei escreveu:O consumidor de carvão vegetal que vai vender aço e precisa vende-lo barato, não quer saber de onde vem o carvão, quer saber é quanto vai ter de lucro.
A diferença entre o politico e o empresário é que o objetivo teórico do politico é melhorar o país, enquanto o objetivo do empresário é o lucro.
Isso que voce diz e uma ma compreensao do termo lucro.
O lucro de uma atividade empresarial nao e um ganho do empresario as custas da sociedade. Se o empresario, ao incorrer com todos os custos de sua operacao, extrai lucro com a venda de seus produtos e servicos, isso diz apenas que a sociedade valoriza mais o que ele produziu do que aquilo que ele usou para produzir. Ou seja, que a atividade empresarial gerou um ganho liquido de valor, ao transformar mercadorias e insumos pouco valorizados em mercadorias e insumos muito valorizados.
Isso e o lucro. Uma atividade que da prejuizo e algo que esta pegando insumos valiosos e desperdicando-os em produtos menos valiosos. Nao e interessante portanto.
Ao buscar lucro o empresario esta tentando realizar transformacoes que acrescentem valor para as pessoas. Ele esta entao comprometido em melhorar o pais, ainda que seu objetivo seja simplesmente enriquecer.
E o contrario de um politico, cujo objetivo declarado e de melhorar o pais, mas na verdade o unico comprometimento que tem e de enriquecer>
NadaSei escreveu:Ambos podem agir de duas formas, da boa ou da ruim e existem políticos e empresários agindo das duas formas. Se hoje os políticos são um desastre, os empresários também são todos sonegadores de impostos corruptos... é o sistema que está instalado que faz com que isso funcione assim e as duas coisas precisam se corrigidas.
Os empresarios sonegam impostos porque o Estado e um ladrao e nao respeita a atividade produtiva. Se as empresas e individuos autonomos tentassem se ajustar a realidade tributaria do Brasil, nada seria produzido.
Veja, nossa carga tributaria e um monstro que consome 40% daquilo que produzimos. Ai alguem gritaria: NA SUECIA E MAIS!!!!!111111
So que esse coleguinha simplesmente nao parou para pensar que na Suecia o mercado e praticamente 100% formal, logo todos sao tributados. Eu nao conheco estimativas muito precisas sobre o tamanho do mercado negro no Brasil, mas tenho certeza de que ele enorme, fora os pequenos impostos que todo da um jeito de sonegar, mesmo os regulares. Se calculada sobre o setor formal da economia, o chamado "contribuinte", a carga passaria a da Suecia, da Noruega, da Finlandia e do diabo-a-quatro. Isso num pais onde o setor publico e estupidamente ineficiente e incapaz de realizar uma tarefa sequer daquelas que ele mesmo se atribui.
Xingar o empresario de sonegador e simplesmente absurdo. Em algum nivel, e dessa sonegacao que voce pode comer o pao e tomar a sopa que te mantem de pe. Pois se o dono da mercearia que os vendeu para voce pagasse todos os impostos, e todos aqueles com quem ele faz comercio, e assim por diante, pode ter certeza que voce nao teria como comprar, provavelmente porque nem teria sido produzido.
Alto-la, portanto. Sonegar impostos e um tipo de corrupcao das regras impostas, mas se as regras impostas sao asfixiantes, a unica forma de respirar e sobreviver e burlando-as. Se da sonegacao empresarial temos a producao dos itens que precisamos e ficamos mais ricos, da corrupcao politica nos ficamos apenas mais pobres (exceto e claro, os politicos e seus correlatos).
NadaSei escreveu:Outro problema maior ainda é falar em "livre-mercado", o mercado pode ser sim parte da solução e pode até assumir funções que hoje são do estado, mas ele deve ser todo regulamentado e dividido.
E de onde devem vir os regulamentos. Da cabeca dos burocratas?
Defender o livre mercado e a propriedade privada nao e defender um mundo sem regras. As regras aparecem para que as pessoas possam cooperar de forma eficiente, basta que elas sejam livres para raciocinar e adota-las.
No entanto, defender o livre mercado e defender um mundo sem burocratas arbitrando quais devem ser as regras a partir de suas proprias impressoes equivocadas sobre o mundo exterior.
Nao da para defender que as regras que as pessoas imporiam seriam ruins pois as pessoas sao guiadas por maus instintos, ou sao simplesmente burras. Os burocratas nao sao outra coisa que nao pessoas, mas com um diferencial: eles tem muito pouco ou nada a perder quando tomam decisoes erradas, e e por isso que eles fazem isso repetidamente.
NadaSei escreveu:Essa de cada um vende o que quer e como quer, por meio de "livre contrato", não cola, pois quando não existe opção, não existe liberdade de escolha.
Isso e uma imensa bobagem. O livre mercado nao quer dizer que voce e livre para ter uma Ferrari pelo preco que voce achar que deve pagar. Nem que alguem contratara os seus servicos pelo salario que voce considera justo. Os recursos sao escassos, e dai que surgem todos os problemas.
O Estado nao muda esse fato da escassez, ele apenas cria e implementa maneiras criativas de alocar os recursos escassos de uma forma estupida, desperdicando-os.
NadaSei escreveu:É preciso dividir mercado não permitindo monopólios, nada de empresas gigantescas tomando 90% do mercado, é preciso dar participação no lucros aos funcionários e o mais importante, é preciso regulamentar cada setor sobre as regras do jogo para cada um, incluindo limites de atuação para que, por exemplo, grandes mercados não possam ser ao mesmo tempo açougues, lanchonetes, peixarias, shoppings, etc... Isso não é concorrência saudável.
Mais um bocado de fabulas economicas transmitidas em aulas de geografia ginasiana.
Primeiro, a sua ideia errada de monopolio. Aquilo que e ruim em um monopolio nao e o fato de existir um ou poucos competidores. Se eles estiverem fazendo algo melhor do que estaria sendo feito se houvesse uma competicao diversa, do ponto de vista dos consumidores, essa situacao pode ser ideal. O grande mal atribuido aos monopolios e o fato deles poderem, em determinadas circunstancias, gerar ganhos monopolisticos, ou seja, contrair a oferta para aumentar o preco e conseguir ganhos liquidos maiores do que aqueles que seriam realizados num livre mercado.
Monopolios podem ser de tres categorias: naturais, artificiais ou estatais. Apenas o primeiro e o segundo casos interessam numa discussao sobre regulamentacao.
Monopolios naturais sao atividades empresariais cuja escala optimal dos negocios (aquela que minimiza os custos por unidade de produto) e grande demais para que duas empresas possam coexistir naquele mercado, operando com custos minimos.
Por exemplo, um alto forno de siderurgica tem um tamanho otimo gigantesco, e dois altos fornos com a metade do tamanho teriam um rendimento inferior ao de um alto forno optimal.
Assim, para um determinado mercado local, pode ser que exista demanda de aco apenas para um alto forno otimo, e nao dois. A empresa dona desse alto forno ganha a parada e se torna um monopolio do tipo natural.
Isso significa que ela esta autorizada a praticar qualquer preco, reduzindo sua oferta? Nao exatamente. O primeiro limite e aquele que torna lucrativo para outras empresas entrarem no negocio, ou seja, o preco alto o bastante que torna companias de menor porte lucrativas. Pode-se argumentar que ela ainda tem a estrategia de ameacar baixar os precos para o nivel de mercado assim que novos entrantes aparecerem, fazendo-os perder dinheiro. Essa estrategia de primeiro momento so funcionara se, e somente se, a empresa nao seguir de novo praticando precos altos de novo. Caso contrario, o consumidor tera interesses de firmar contratos antecipados com novos fornecedores ainda nao instalados, que se comprometeriam a praticar precos melhores que os do monopolio. Essa contra-estrategia nao pode ser repelida pelo monopolio a menos que ele aceite manter seus precos permanentemente abaixo de um certo nivel, tornando-a torne ineficaz (assim como desnecessaria).
Mas essa e a limitacao basica. Um monopolio natural ainda tem espaco para ganhar algum lucro monopolistico sem aticar entrantes novos, desde que tenha suficiente escala. Mas ainda assim, ele tera de enfrentar novos problemas. Se os precos estiverem altos demais, ha um interesse maior por substitutos do servico ou produto monopolizado. Pessoas podem substituir o aco por madeira, plastico, concreto ou mesmo outros metais, em diversos tipos de emprego. Se esses substitutos nao forem controlados pelo monopolio, o consumo deles aumentara e forcara uma queda da demanda pelo bem monopolizado, maior do que aquela causada pelo preco monopolistico. Esse efeito sera tanto maior quanto maior for a discrepancia entre o preco monopolistico e aquele de livre mercado.
Alem disso, os lucros monopolisticos residuais praticados pelo monopolio ainda sao afetados pelo interesse maior em investir em tecnologias que permitam uma exploracao competitiva do mercado monopolizado. Se os lucros do monopolio ainda forem atraentes, outras empresas teriam interesse em descobrir novos metodos que fossem mais eficientes que aqueles monopolizados pela empresa lider. Para evitar isso a empresa lider precisaria estar na ponta da tecnologia o tempo todo, o que criaria um custo adicional de pesquisa e desenvolvimento que consumiria parte substancial dos lucros monopolisticos, normalmente toda fatia extra que tornava interessante o monopolio.
Dessa forma, praticar precos monopolisticos, mesmo em monopolios naturais, e bastante arriscado e insustentavel num medio prazo.
Monopolios artificiais sao aqueles onde empresarios ou um grupo deles compram todas as empresas, ou as colocam para fora do mercado, tornando-se os unicos operadores, num setor que nao e propicio a um monopolio natural.
Essas acoes sao diferentes e precisam ser analisadas separadamente. Se um grande empresario sinistro esta disposto a comprar todos as empresas existentes e cada novo entrante com ofertas hostis, de forma a sustentar seu ganho monopolistico, ele pode ate ter algum sucesso no primeiro momento. Mas seus lucros atrairam especuladores que abririam empresas, ou ameacariam abri-las, apenas para que o grande tubarao as comprasse. O incentivo para que eles fizessem isso seria tanto maior quanto maiores fossem os lucros do monopolio, assim como os precos que eles poderiam cobrar por essas firmas, reais ou virtuais. Mas o tubarao nao conseguiria levar essa estrategia muito adiante, pois o mercado tem um limite para o numero de empresas, e alem disso seus fundos sao enormes, mas nao sao infinitos, e a aventura expansionista uma hora precisa acabar, e com isso retornar aos precos de mercado.
Outra estrategia que ele poderia adotar e a do "dumping". Ao inves de sair por ai comprando todo mundo, ele poderia tentar estabelecer "guerras de precos", admitindo um certo prejuizo temporario nas vendas baratas de forma a tirar competidores do mercado. Mas ele so conseguiria fazer isso funcionar se os seus competidores fossem realmente muito burros, e nesse caso ele estaria ate fazendo um bem, eliminando-os do "pool genetico" de empreendedores. Uma empresa com 99% do mercado, ao operar com precos baixos levando um prejuizo, leva, no minimo, 99 vezes mais prejuizo acumulado do que o resto dos competidores, pois as perdas se dao em unidades vendidas e ela vende quase tudo. Assim, a capacidade dela de "absorver prejuizos temporarios" precisa ser realmente muito grande para ela levar essa estrategia adiante, pois seus prejuizos serao no minimo proporcionais ao seu tamanho. Mas a verdade e que eles sao maiores.
Precos menores induzem uma demanda maior. Se a empresa lider nao produzir mais para abastecer essa demanda, ela acabara comprando nos concorrentes a precos maiores. Para evitar isso, ela precisa produzir ainda mais, tomando mais prejuizo. Se isso ainda nao bastasse, qualquer expectativa do publico de que os precos eventualmente aumentariam quando se realizasse o monopolio, levaria a uma antecipacao de consumo enquanto os precos ainda estivessem baixos, aumentando ainda mais a demanda. Alem disso, as outras empresas que estariam sendo prejudicadas nao precisariam sair do mercado, elas poderiam reduzir ou paralizar temporariamente as suas ativdades, enquanto durasse o surto de insanidade da gigante. Com essas reducoes ela reduziria suas perdas, e ainda poderia comprar mais do fazedor de dumping, para prejudica-lo ainda mais, reduzir a sua oferta, e entao revender com agio.
O fato de ninguem ser grande o bastante para suportar isso e bastante obvio, pois o prejuizo e tanto maior quanto maior for a ambicao.
Carteis, que sao acordos entre concorrentes para a pratica de precos monopolisticos, tambem sofrem de todos esses males, e ainda um adicional: os membros tem interesse em prejudicar os outros integrantes vendendo mais do que as cotas estabelecidas pelo acordo. Esse incentivo para a "desonestidade" torna carteis fenomenos muito instaveis, e que dificilmente conservam sua integridade durante longos periodos. Apenas casos muitissimos particulares, como de minerios e afins extremamente escassos e localizados, permitem o estabelecimento de carteis duradouros, e mesmo nesses casos esses carteis precisam as vezes recorrer a forca para impedir certos membros de quebrarem o pacto. De qualquer forma, seria absurdo dizer que a cartelizacao e uma tendencia natural e geral do capitalismo, ja que ela so e observada de forma efetiva e prejudicial em mercados muito particulares.
A unica estrategia de monopolio que resta e a estatal. Nela, o governo toma um setor do mercado para si ou entrega para alguma empresa controlar, proibindo qualquer um de se meter a besta e enfrenta-la. Esse e o unico monopolio realmente "eficiente", em quase todos os casos (ainda que ele produza incentivos para a existencia de mercados negros, onde empresarios ilegais geram ofertas mais baratas que a do monopolio estatal, mas mesmo assim bastante lucrativas para compensar tais riscos). Mas ele nao tem nada a ver com livre mercado, por razoes obvias.
Participacao nos lucros e outra reivindicacao primaria. Os funcionarios tem participacao nos lucros, na medida em que sao remunerados e que deixariam de se-lo caso a empresa desse prejuizo e fechasse. A forma como o gerente ou empresario escolhe remunerar seus empregados depende da natureza do negocio e da estrategia particular da empresa, nao deve ser uma imposicao. Se ele quiser distribuir bonus de produtividade ou participacao nos lucros, que o faca. Agora se isso nao parecer adequado, ninguem deve obriga-lo. O contrato de um empregado e sempre um acordo que beneficia ambas as partes, uma delas ganha o trabalho em troca de dar um dinheiro, e a outra faz o contrario, sendo que ambas dao menos valor aquilo que entregam do que aquilo que recebem. Ficar dizendo que "poderia ser melhor" e chover no molhado. Em principio, tudo poderia ser melhor: nossos salarios poderiam ser mais altos e nossas mulheres mais gostosas. Agora se ninguem quer te oferecer um otimo emprego, nem a mulher dos seus sonhos quer dar para voce, isso nao te da o direito de exigi-los. Qualquer paspalho sabe disso.
E novamente voce vem com sua tara por regulamentacoes burocraticas. Nao existe nenhum mandamento biblico proibindo Supermercados de venderem carne ou pao frescos. Supermercados sao criacoes modernas da reflexao logistica de varejo, criacoes que tornaram nossas vidas melhores e mais fartas. Nao sao emanacoes de burocratas, mas formas de organizacao elaboradas por gente do setor visando otimizar os seus negocios. Ele nao tem mais direito de vender biscoitos ou alcachofras do que tem de vender carne fresca e pao fresco. Se esses e outros itens forem interessantes de serem comercializados na escala de um supermercado, eles devem se-lo. Os unicos prejudicados serao os acougueiros e padeiros acostumados a vender carne e pao a precos altos.
O que voce chama de concorrencia saudavel e apenas um preconceito baseado naquilo que voce esta acostumado a ver no mercado. Mas se o mercado fosse se basear nesses preconceitos, ate hoje teriamos gente ascendendo lampioes nas ruas a noite, ou criancas tomando oleo de figado de bacalhau. Concorrencia saudavel nao e a protecao dos fracos e ultrapassados, e justamente a eliminacao desses metodos ou individuos incompetentes da paisagem.
NadaSei escreveu:A propriedade de um negocio é um privilégio, é uso privilegiado de um recurso escasso não acessível a todos, como tal, deve seguir regras que beneficiem toda a sociedade, sendo então livre para jogar dentro dessas regras.
Nao.
A propriedade privada e justamente a ordem social que da direitos exclusivos de controle sobre recursos escassos para quem se apropriou, produziu ou adquiriu tais recursos mediante trocas voluntarias.
Nao e um privilegio ter o controle sobre uma propriedade, e um direito natural de seu proprietario.
Recursos escassos nao podem ser usados por todos, pois as pessoas sao diferentes e dariam fins diferentes para os recursos. Eu e voce nao podemos usar o mesmo carro ao mesmo tempo para chegar em casa, pois moramos em casas diferentes. O carro e um recurso escasso que possui duas pessoas interessadas em usa-los de modo a atingir seus proprios fins.
Como a propriedade publica nao resolve nosso caso, eu posso sair no braco com voce e decidir a parada. Mas isso nao e uma forma inteligente de resolver os problemas, visto que tudo precisaria terminar em pancadaria e isso sai muito caro, mesmo para grandes campeoes peso-pesados. Como eu disse antes, as pessoas nao demoram tanto assim para perceber isso, e operacionalmente podem lidar com a realidade da propriedade privada bem cedo.
Mas mesmo que de um modo geral a propriedade privada seja compreendida no seu sentido operacional, ela e muito mal percebida no seu carater intelectual de necessidade basica e natural para a solucao dos conflitos e estabelecimentod da ordem social. Muita gente acha que a propriedade privada, ainda que funcione razoavelmente, e um mero acidente e uma distorcao que precisaria ser eliminada da paisagem. E essa gente muitas vezes chega ao poder por meio desse discurso torto e tenta por em pratica suas ideias, produzindo uma quantidade astronomica de substancia fecal.
Nao da para ir contra a ordem privada, ela e uma necessidade etica e racional para a qual nao existem alternativas. Toda a tentativa de substitui-la se da as custas da destruicao da propria ordem social e dos beneficios que ela gera para todos os participantes.
NadaSei escreveu:Outra questão é o direito a moradia, ser obrigado a pagar aluguel é um crime e esse mercado é outro que precisa de sérias regulamentações quanto ao que se constrói e onde se constrói (inclusive no que se refere a arquitetura do prédio).
Novamente outra lenda infantil.
Controlar os precos do aluguel, ou simplesmente elimina-los, nao eliminara o problema, exceto para quem ja tem um teto para morar, apenas vai torna-lo pior.
Precos altos de aluguel estimulam a producao de novos domicilios, ou, no caso de todos os terrenos estarem tomados, a criacao de edificios mais populosos. Esse aumento na oferta reduzira o preco no longo prazo. Caso impossibilidades de ordem tecnica ou economica impedissem tanto uma medida quanto a outra, o aumento no custo de vida na cidade tornaria mais interessante mudar-se para a periferia ou mesmo migrar para outra regiao, reduzindo a demanda por novas moradias.
Nao e necessario que o Estado controle precos, alias, isso e algo completamente inconsequente, pois o efeito e exatamente o oposto. Com precos baixos a demanda permanece alta, sem que a oferta mobilize-se sozinha para satisfaze-la. O Estado tera de pressionar a oferta de casas, seja atraves de subsidios ou ele proprio fazendo, em ambos os casos com recursos tirados de outras areas da economia. Como o Estado estragou o mecanismo de precos, ele agora tem que lidar com uma demanda enorme, e para isso tera de fazer obras igualmente enormes, e desperdicar um monte de dinheiro do contribuinte nisso. Em geral o Estado nao fara nada, ou fara no comeco e depois nao fara mais, e ao redor dessas obras publicas as pessoas construirao as proprias casas de forma completamente irregular e precaria, tendo-se inicio o processo de favelizacao crescente tao conhecido de todos os habitantes de grandes cidades no Brasil.
O preco dos imoveis traduz uma realidade de escassez, como qualquer outro preco. E com precos reais que o mercado pode se realizar. O direito a moradia, quando empregado dessa forma, nao passa de mais uma demagogia contraproducente, que ao inves de ajudar o pobre, termina por prejudica-lo. Tal qual salarios minimos e "beneficios trabalhistas", controle de precos de itens da cesta basica, controle de precos dos combustiveis, e etc.
NadaSei escreveu:A reforma tem que ser grande e é tanto na politica quanto no mercado, diga-se de passagem são duas coisas que em muitos aspectos são parecidas, e essa reforma tem que ser focada é para criar uma nova sociedade, com gente mais educada, mais racional, mais amigas, menos ideológicas e menos apaixonadas pelas próprias crenças.
Ou seja, a velha lenga lenga comunista. "A minha sociedade funciona e e perfeita, basta reformarmos o ser humano para que ele funcione da forma que ela exige".
"Let 'em all go to hell, except cave 76" ~ Cave 76's national anthem
Re: Lula e sua demagogia costumeira
Resumindo: Microsoft é uma bosta! Mas infelismente os programas que rodam sob esta plataforma são excelentes...
"Tentar provar a existencia de deus com a biblia, é a mesma coisa q tentar provar a existencia de orcs usando o livro senhor dos aneis."


- Apo
- Mensagens: 25468
- Registrado em: 27 Jul 2007, 00:00
- Gênero: Feminino
- Localização: Capital do Sul do Sul
Re: Lula e sua demagogia costumeira
E estudantes "ricos" são babacas, que não entenderam a "evolução" (??????) na área da educação.
ANALFABETO LADRÃO DUMA FIGA!



ANALFABETO LADRÃO DUMA FIGA!

- user f.k.a. Cabeção
- Moderador
- Mensagens: 7977
- Registrado em: 22 Out 2005, 10:07
- Contato:
Re: Lula e sua demagogia costumeira
Luiz Carlos Querido escreveu:Resumindo: Microsoft é uma bosta! Mas infelismente os programas que rodam sob esta plataforma são excelentes...
Resumindo o que, cara-palida?
"Let 'em all go to hell, except cave 76" ~ Cave 76's national anthem
Re: Lula e sua demagogia costumeira
user f.k.a. Cabeção escreveu:Luiz Carlos Querido escreveu:Resumindo: Microsoft é uma bosta! Mas infelismente os programas que rodam sob esta plataforma são excelentes...
Resumindo o que, cara-palida?
SObre o sistema operacional Microsoft Windows apenas. De resto caboclo, me abstenho...
"Tentar provar a existencia de deus com a biblia, é a mesma coisa q tentar provar a existencia de orcs usando o livro senhor dos aneis."


- user f.k.a. Cabeção
- Moderador
- Mensagens: 7977
- Registrado em: 22 Out 2005, 10:07
- Contato:
Re: Lula e sua demagogia costumeira
Um ponto que eu deixei de abordar consiste num problema fatal do sistema de regulacao estatal: esses orgaos sao ou acabam sendo emasculados pelas empresas que pretendem regular.
E tudo bem simples: eu como eleitor nao entendo necessariamente muita coisa da industria quimica para saber quais sao os efeitos de determinados regulamentos. Se o politico monta uma agencia de regulacao da industria quimica, dizendo fazer isso para introduzir regras de seguranca para os trabalhadores e para eventuais acidentes com produtos toxicos, regulamentar a poluicao e os dejetos; eu como eleitor me dou por satisfeito e creio estar bem representado por esse politico tao preocupado com o bem estar das pessoas.
Contudo, se esse politico efetivamente cria essa agencia, mas ao inves disso cria regulamentos e alvaras cujo efeito e estabelecer precos minimos e cotas maximas, impedindo a entrada de empresas novas e capital estrangeiro de entrar e competir, ele esta na verdade prejudicando o consumidor.
Acontece que para o eleitor, o mercado da industria quimica e algo completamente alheio ao seu dia-dia, do qual ele muito pouco compreende, e sobre o qual ele nao poderia julgar nenhuma medida regulatoria. Mas para os industriais, esses podem saber exatamente o que cada medida realmente faz, e tem interesse direto em conseguir relacoes com os comites que tomam essas decisoes. No final das contas, a empresa regulatoria serve como meio para essas empresas se cartelizarem, impedindo a entrada da concorrencia e estabelecendo precos monopolisticos.
Isso ocorre diretamente com as licencas para exercer medicina ou advocacia. Quem confere essas licencas sao outros medicos e advogados, que por sua vez tem interesse em manter o numero de medicos e advogados bem baixo no mercado, diminuindo a oferta e aumentando seus ganhos. Como eles fazem isso? Ameacando universidades que oferecam muitas vagas para os cursos de medicina e direito.
O engodo e completado com a afirmacao de que isso e feito como forma de manter alta a qualidade. Por um lado, eles podem ter razao: a qualidade media de um medico ou advogado pode ate ser aumentada com medidas desse tipo. Mas o numero diminui. Os profissionais excelentes estariam no mercado de qualquer jeito, mas sem regulamentacoes eles ainda competiriam com os menos excelentes (ou ate tao bons quanto, mas que foram preteridos pelo corporativismo). Os precos cairiam, e as pessoas receberiam mais servicos medicos e legais.
"Let 'em all go to hell, except cave 76" ~ Cave 76's national anthem