O interessante é que eu já tinha lido na Veja, mas a fonte aqui é um forum chamado " TJ LIVRES".
Resume o que o autor relata em seu livro "The Year of Living Biblically"

Com a graça da Bíblia
A cena aconteceu num restaurante de Nova York e o diálogo transcorreu assim:
– A massa da torta é feita com banha de porco?
– Acho que não, mas vou checar – responde o garçom.
– Obrigado. É que não posso comer banha de porco.
– Alergia?
– Não, Levítico.
A conversa está relatada num livro do jornalista A.J. Jacobs, no qual ele conta com minúcias hilariantes como é viver um ano em Manhattan seguindo o mais literalmente possível as regras da Bíblia – o que inclui evitar banha de porco. Ele leu a Bíblia e anotou cada regra. No fim, tinha 72 páginas com mais de 700 orientações. Cumpriu-as durante 387 dias. Foram oito meses seguindo o Velho Testamento e quatro seguindo o Novo Testamento. Entre as regras, estão as mais conhecidas, como amar ao próximo, pagar o dízimo, não cobiçar a mulher alheia. Mas também estão normas absurdas, como apedrejar os blasfemos, bater nas crianças com vara ou arrancar um olho do pecador. Para não acabar na cadeia, Jacobs também dispensou as caudalosas sugestões de pena de morte, aplicadas dos adúlteros aos que conferem o horóscopo. Quantas são as sugestões de pena de morte? Ele, que contabilizou tudo, responde: "Pense na Arábia Saudita, multiplique pelo Texas e triplique o resultado – é isso".
A graça do livro, e de sua denúncia bem-humorada de que o literalismo bíblico pode levar à mais honrada idiotia, está no cumprimento rigoroso das normas mais exóticas. São coisas como evitar roupas com fibras misturadas, especialmente lã e linho. Ou passar azeite de oliva na cabeça, tocar harpa de dez cordas, assoprar uma corneta (um chifre de carneiro resolve) no início de cada mês, andar com dinheiro amarrado à mão e deixar a barba crescer – o que levou a barba do autor a virar presa fácil do zíper da jaqueta e abrigo constante da espuma do cappuccino. A Bíblia também proíbe tocar nas mulheres menstruadas (o autor pensou em pedir uma planilha com o ciclo menstrual de suas colegas de trabalho) e manda nunca pronunciar o nome de outros deuses. Como a palavra quinta-feira em inglês (thursday) vem do deus nórdico Thor, Jacobs sentia-se na obrigação bíblica de dizer: "Vamos almoçar no quarto dia útil da semana?".
A mais surpreendente descoberta de Jacobs é a de que ele não está só. "Fiquei surpreso. Parece que, para cada passagem da Bíblia, tem alguém capaz de segui-la literalmente", disse o autor a VEJA. Ele achou um rabino ortodoxo que, microscópio em punho, vai à casa dos fiéis examinar as fibras das roupas para evitar misturas. Descobriu que há 50 000 judeus, em Israel e na Califórnia, que desligam o aquecimento de casa no sábado, dia sagrado de descanso, mesmo durante o inverno. Porque no sábado não se pode trabalhar, e manter o aquecimento ligado é negociar – negociação é trabalho – com a companhia de energia elétrica. Há gente que assopra chifre de carneiro e há uma loja em Indiana que já vendeu mais de 1 000 harpas de dez cordas a dezesseis países. Em Israel e em três estados americanos – Texas, Nebraska e Mississippi –, fundamentalistas tentam produzir uma vaca vermelha. A Bíblia diz que a purificação verdadeira está em matar uma vaca vermelha, queimá-la em madeira de cedro e aspergir as cinzas, misturadas em água, sobre a própria cabeça. Jacobs descobriu uma empresa, em Utah, que aluga todos os filmes de Hollywood com cenas de sexo e violência devidamente cortadas. Claro: ele alugou Kill Bill, de Quentin Tarantino, certo de que não restariam cinco minutos de filme. Deu mais de uma hora. Mas não fez nenhum sentido.
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