user f.k.a. Cabeção escreveu:[color=#0080ff][b]Apo,
Pare de tirar conclusoes sobre qual forma de educacao eu defenderia ou atacaria. Eu achei que tinha deixado claro que nao estava defendendo nenhum modo particular de criacao de filhos, mas o direito dos pais de criarem seus filhos como bem entenderem.
Aí está o ponto. Você não educaria, mas é permissivo no que tange ao que acontece na casa do vizinho.
Se o pai resolver que manter relações incestuosas com as filhas ou bater nelas, ou ainda tratar o filho homem como escravo no canavial, tudo bem. Você não se importa e nem o Estado deve se importar.
Mas o que é isto, senão endossar o atraso e o abuso primitivo? Para mim, pensar, agir ou permitir é tudo a mesma coisa.
Por este motivo, por as pessoas serem assim, é o que deve haver intermediários em civilizações que não queiram permanecer no obscurantismo histórico. Pois o que uma geração passa a outra, se não sofrer algum tipo de corte, está perigosamente fadada ao barbarismo. O que vemos entre muçulmanos e outras culturas são animais sem um pingo de escrúpulo atacando a prole ( sua e do outro ), colocando armas na mão de bebês, escravizando crianças, entregando meninas de 11 anos nas mãos de homens de 40 mediante pagamento vultuso.
Concorda que isto aconteça na vizinhança de ser jardim florido? Eu, não.
Se voce confunde isso com permitir que pais explorem, humilhem ou maltratem os seus filhos, acho que voce so pode estar sofrendo de alguma patologia ideologica grave.
Nem vou comentar isto aqui. Quem concorda com uma opressãozinha na menina para que não queira ser igual a um menino, concorda com tudo. Quem lhe mostra os limites entre o visível e o que está escondido? Você poria a mão no fogo pelo austríaco que queria o bem da filha e nutria por ela tanto amor? E pelos netos, inclusive aquele que matou e colocou fogo? Mas ninguém sabia....E ninguém se metia quando ele sumia naquela porta por horas...
Provavelmente você também não se incomodasse.
Mas olhe o olhar da menina que não deve colocar o pezinho onde um menino poderia. É o mesmo, para quem tem 6 anos e deve ouvir outras "mensagens" quando não está em público com uma avó exibicionista da excelente educação que está dando à netinha do coração. Afinal, proteger sua neta e dar a ela uma "educação mais....cuidadosa" apenas porque ela é mulher, é plenamente aceitável.
Existem diversas discussoes sobre o que e a forma mais adequada de se criar um filho, e nenhuma ou quase nenhuma debate coisas como se os pais teriam o direito de prostituir ou de assassinar seus filhos. O fato de todos concordarem que essas coisas sao ruins nao torna impossivel existirem discordancias sobre se devemos tratar meninas de forma diferente de meninos, ou se as criancas devem ser pressionadas ou nao para manterem bons resultados na escola ou no esporte, ou se deve-se ou nao aplicar palmadas em criancas levadas.
Não sei o que você pensa, mas há muitos debates, sim, que colocam na força da palmada e suas variáveis o quento isto pode significar no dia-a-dia e no futuro. O ser humano não é uma máquina programada. Se fosse assim, não haveria irmãos tão diferentes em famílias que dão o mesmo tipo de educação. O problema é ainda mais complexo: irmãos são indivíduos e devem ter educações personalizadas.
Quem não tem capacidade para tal esforço hercúleo, que não os tenha.
Assim como quem não tem capacidade para desvincular a educação que recebeu de herança ( ou o que está na moda na sociedade, como o uso de determinados castigos do tempo da minha bisavó) )daquela que vai aplicar sobre os filhos, também não deve se arriscar.
Caso venha a fazê-lo, que admita as falhas recebidas ( mediante análises de suas carências e reclaques) e NÃO PASSE ADIANTE. É assim que melhora uma linhagem de seres humanos de verdade.
Eu tenho certeza que voce tem uma firme opiniao, muito bem embasada, sobre todos esses topicos, e que procura educar seus filhos segundo essa opiniao. O que eu estou dizendo e que da mesma forma que voce tem a sua, outros tambem poussem as deles, e que o direito que voce considera tao sagrado de criar sua filha segundo os principios que voce julga correto nao e uma exclusividade sua, mas de todas as maes e pais.
Eu não falei se uma mãe deve escolher a cor do vestidinho da filhinha de acordo com o que o Estado determinada. Ou o que ela deve ser no futuro, como faziam nossos bisavós. Eu falei que as crianças são todas merecedoras de apoio e amor em sua inocência, IGUALMENTE. A proteção sexista é criminosa.
Diga-me alguma razão minimamente relevante para uma menina não levantar a voz, não subir num muro e não mandar o amiguinho catar coquinho, como faz o sexo "forte". Uma razão relevante que não se insira em nenhuma ideologia tacanha de apartheid entre sexos na atual sociedade ( esqueça a das nossas bisavós ou a de alguns lugares do outro lado do planeta).
O problema e que voce mistura um monte de coisas, e sugere uma solucao que na verdade nao soluciona nada: dar mais poder de invasao para o Estado.
Não. Isto é o seu temor. Evidente que o Estado tem que servir a uma melhora na sociedade.
Você discorda de uma criança de 5 anos com uma foice num canavial? Eu acho que sim. Quem vai tirá-la de lá? Eu não posso me dar a este direito, como você mesmo diz. Seria quem, então? O pai defende que está certo. Pais sempre tiveram filhos para ajudar no sustento da família. Grande coisa, não é mesmo? Por que querer ser fundamentalista e discordar disto achando que o Estado deva mudar tal mentalidade?
Pelo amor de deus, cabeção...
O fato de existirem pais ignorantes e realmente lamentavel. Mas muito mais lamentavel seria ter que se submeter a avaliacao constante de burocratas e que por motivos futeis poderiam tomar seus filhos tanto quanto podem de causar problemas duaneiros com mercadorias que voce traz na sua mala de viagem.
Ok. Façamos de conta que assim é melhor, então. O Estado apenas que recolha algum defuntinho se o pai permitir.
Esse nao e o unico mal, mas ja ilustra bastante o que eu quero dizer.
Pais que maltratam os filhos sao algo revoltante, o problema e a exploracao dada para essa revolta. Sao sugeridas solucoes totalitarias que nao eliminam esse problema e ainda criam transtornos imensos para todos aqueles que sao ordeiros e civilizados, e tratam bem seus filhos, ainda que a seu proprio modo.
Não é a exploração DADA. É revoltante e pronto. Estômagos fortes de adultos que esquecem que a criança está sofrendo abusos mentais, emocionais e físicos ( que não cessaram depois, muito pelo contrário) estão sendo apenas cúmplices. Mesmo que durmam bem à noite.
Tratar bem é tratar bem. Não existe tratar bem a seu modo. Seu modo pode abrir precedente para muita coisa. Pais que batem o fazem tão bem embasados, que muitos filhos ainda chegam à idade adulta contando que foi ótimo terem apanhado. Não se dão conta que o ser humano tem a capacidade de negar a dor a ponto de achar justificativas para não contra-atacar ( porque não pode, porque na hora foi submetido ). Estes que acharam correto e merecido, vão devolver o que ficou no inconsciente repetindo a dose na próxima geração. É o amor...
Quando eu digo que devemos partir do principio que pais sao a priori os melhor qualificados para decidir o tipo de educacao que seus filhos receberao, eu nao estou sendo arbitrario. Pais sao os responsaveis legais e praticamente todos eles discordam entre si em algum ponto sobre qual a melhor forma de se educar.
Há pais e pais. Alguns são apenas ausentes. Como não há equação biológica para mudar esta ordem natural, temos que concordar que quem tem o filho que o embale. Certo. Seja lá de jeito for? Bem....
Por que o Estado deveria tomar um partido de alguns dos pais (que por alguma razao voce pensa que incluriam voce) contra todos os outros pais? Existem problemas tanto de ordem tecnica administrativa, quanto de ordem etica e logica que tornam qualquer tipo de microadministracao familiar da parte do Estado algo impraticavel, e que quando se tenta por em pratica, produz resultados sempre ruins. Da ordem tecnica, temos que a atencao necessaria para a educacao de uma crianca demanda boa parte do tempo de um adulto (ou partes consideraveis do tempo de cada pessoa em um casal de pais). Assistentes sociais jamais conseguiriam acompanhar o desenvolvimento das criancas e ter o feedback necessario para conduzir um programa educativo funcional as visitando uma ves por mes. Para fazer visitas mais frequentes as familias, teriamos que empregar mais assistentes sociais, ate o ponto em que teriamos quase tantas assistentes quanto temos maes de criancas.
Viajou demais. Nunca que eu defenderia isto. Odeio psicólogos e pedagogos cheios de teorias modernas ( que caem por terra no ano seguinte). E não odeio por causa de suas teorias. Mas porque são apenas teorias imbecis como as que dizem que crianças se traumatizam quando seus erros são apontados, quando se usa caneta vermelha para corrigir prova - e não azul -, quando a professora manda ir ao quadro fazer um exercício ( em vez de ir passear no pátio ).
Sou contra estes papos furados inventados por gente maluca que está sendo negligente em vez de colocar as crianças numa posição de agentes ativos de sua construção. Eles acham que o "faça o que bem entender" vai construir alguma coisa baseado no vazio absoluto.
Não é isto. O Estado deve construir de fato, e não inventar um jeito de se ausentar, inventando teorias que servem à sua inoperância apenas. Em famílias desestruturadas ( por motivos não julgáveis aqui),que pelo menos a escola seja algo de firme na construção da personalidade. Um porto seguro, com nortes definidos. Não um lugar onde as crianças vão para comer um prato de comida e depois rolar pelo pátio. É isto que Estados fictícios ( como o brasileiro) fazem. Um endosso absoluto à barbárie que bem é vista em nossa sociedade atualmente. Uma criança do morro prefere um pouco de disciplina entre os traficantes do morro do que dentro de casa e muito menos na escola.
O outro ponto e que nao haveria parametros para qualificar bons metodos de educacao, ou pelo menos eles seriam muito mais dificeis de avaliar. Se todas as criancas fossem educadas homogeneamente, todas elas aprenderiam as mesmas coisas ruins e mas. Salvo diferencas naturais entre cada uma delas, elas teriam os mesmos tipos de problemas, que passariam a ser considerados como algo normal, pois nao haveria parametro de comparacao. Com a educacao descentralizada, cada pai pode implementar o metodo que julga mais adequado, e o desenvolvimento fisico, intelectual e moral de seus filhos em comparacao com os demais pode dar uma informacao muito mais completa sobre a qualidade do metodo empregado.
Sim, mas meninos e meninas podem subir nos mesmos lugares. Apenas que sejam protegidos para não se machucar ou ser atacado pelo cachorro do vizinho.
Do ponto de vista etico, teriamos os valores de alguns pais sendo impostos hegemonicamente sobre todos os outros pais. Pode-se concordar que certos pais radicais, como certos religiosos fanaticos (me vem a cabeca os mormons ultra-ortodoxos e os "amish", nos EUA), escolham isolar-se do resto da sociedade por nao partilhar dos mesmos valores. Isso e uma escolha estranha, porem nao pode ser dita anti-etica, afinal eles nao cercearam nenhum direito equivalente de outras pessoas de se socializarem ou se isolarem ao fazer isso. O problema e quando os pais radicais nao querem isolar-se da sociedade, mas submete-la a forca a seus valores pessoais. Nisso eles sao identicos a socialistas, e chafurdam no mesmo esgoto moral que cada esquerdista.
Exatamente. Foi o que eu disse ali em cima de outro jeito.
Mas meninas e meninos podem fazer as mesmas coisas. E virgindade é a coisa mais escrota que se pode imputar a uma mulher. Mas nem vou entrar nesta seara porque a ignorância de alguns aqui seria remexida até a última gota de fúria macho-chauvinista. Não costumo discutir com quem não tem nada no cérebro ou teve uma parte aniquilada para sempre e se usa desta falha para suas perversões. Todas oriundas de uma triste insegurança adquirida justamente na tenra idade.
Desse modo, devemos conluir que desde que os pais obedecam certos mandamentos basicos e de comum acordo na sociedade (como, por exemplo, nao espancar os filhos), a eles deve caber a decisao de como cuidar da educacao de seus filhos.
Meus pais me batiam de chinelo e cinta. Para eles isto jamais foi espancar. Espancar seria com chicote, relho ou cabo de vassoura. E agora?
O que acontece com voce e que voce e dominada pelo sentimento de panico social que acomete boa parte das pessoas que se depara com noticias chocantes de abusos desferidos por pais contra seus filhos. Como eu disse, sao fatos lamentaveis e que denotam claramente a maldade humana. Contudo a solucao estatal nao resolve nada, apenas transfere o poder de produzir o mal para um nivel superior, onde os burocratas teriam muito mais inclinacao para serem crueis do que os pais teriam. Poucas realidades parecem mais abominaveis do que aquela onde a educacao de criancas seria confiada a burocratas. Ate nos paises comunistas essa ideia era bastante repudiada (ainda que, naturalmente, as invasoes do Estado fossem muito mais rotineiras).
Eu sei que é complicado. Mas deixar o Estado fora desta me parece abrir espaço para o problema oposto aquele que você teme e combate: o poder da autoridade biológica ou tutelar apenas por sê-la.
E preciso antes de mais nada compreender que o mal do Homem nao e a ausencia do Estado, mas sua condicao natural de ignorante, que deve ser amenizada com a promocao da razao individual, e nao com a revolta contra ela. Entregar plenos poderes a maquina de opressao e abdicar da racionalidade individual e depositar fe incondicional na "racionalidade coletiva" de burocratas. E esta ja se mostrou ser a mais poderosa fonte do Mal concebida pelo homem. Poucas coisas me parecem mais insensatas do que colocar nossas criancas nas maos deles.
Eu concordo plenamente com isto aqui. Mas quem move a primeira palha? Voce acha que está certo a vovó se exibir para mim mostrando que sua netinha não é um menino desde cedo...
Já que ela se exibiu PARA MIM, me custou não dizer que sua netinha era mais habilidosa em subir num ferrinho a 20 cm do chão do que muito menino chorão que se vê por aí.