O futuro da Organização Universal
O futuro da Organização Universal
O futuro da Organização Universal
Postado originalmente em 22/12/2003 15:50:37
por Acauan
A Organização Universal de Edir Macedo é um fenômeno peculiar, uma instituição construída sobre uma doutrina sincrética e sem fundamentação teológica que venceu a competitiva disputa por fiéis, travada no mesmo espaço em que uma miríade de seitas evangélicas concorre pelo mesmo objetivo.
As explicações para tal resultado são mais facilmente encontráveis nas teorias de marketing e de gestão empresarial do que nos livros da Bíblia.
Macedo enxergou um mercado carente de determinados serviços, criou uma organização focada em suprir estas carências, estabeleceu canais de comunicação que garantiam que sua organização se mantivesse antenada nas necessidades e expectativas de seus clientes e montou uma estrutura ágil e flexível para responder prontamente às variações destas necessidades e expectativas.
Não há portanto nenhuma surpresa no fato da Organização Universal ser um sucesso empresarial, a dúvida reside em qual é o seu futuro como instituição religiosa?
Não sei se alguém aqui (fora os casos óbvios) já entrou num estabelecimento da Universal. Para o observador da religião é um experimento comparativo muito interessante e elucidativo entrar num templo Católico Romano e numa sede da IURD.
A sensação ao visitar uma igreja católica é de anonimato. Qualquer um pode entrar, olhar, ficar um tempo e sair sem que sua presença chame a atenção de ninguém, com a possível exceção de alguma beata curiosa.
Ponha os pés em qualquer prédio da Universal e no exato momento em que adentrar aos domínios de Macedo sua presença será registrada, sua identidade será checada e sua condição de novo cliente em potencial reconhecida. Será questão de segundos ou no máximo minutos até um obreiro ou mesmo pastor vir falar com você.
Algo como entrar em uma loja de sapatos de um shopping. Se você disser que está só olhando tudo bem, mas sua presença não passará despercebida.
A Organização Universal também inovou ao definir seus objetivos de market share (participação de mercado). Enquanto a maioria das igrejas evangélicas disputa continuamente os clientes da concorrência direta – outras igrejas evangélicas - e indireta – católicos romanos e não religiosos -, a Universal foi a primeira a lançar uma estratégia agressiva e especializada para conquistar o gigantesco mercado brasileiro dos cultos sincréticos, afros e espíritas, apresentando-os como demoníacos por um lado e incorporando sem qualquer pudor sua linguagem, figurinos e rituais por outro.
Este vigor competitivo se deve principalmente a maior flexibilidade que a Organização Universal possui em relação às igrejas concorrentes.
Pastores e dirigentes de denominações neo-pentecostais travariam longas discussões sobre se a Bíblia autoriza ou não que a repreensão de demônios seja feita por homens vestidos de branco, imitando assim os mesmos pais-de-santo que combatem.
Na Universal faz-se uma reunião, decide-se que a partir da próxima sessão do descarrego todos os pastores e obreiros deverão trocar os ternos por roupas e sapatos brancos e cumpra-se. A cada decisão deste tipo a concorrência é deixada para trás com suas discussões teológicas, apologéticas, exegéticas e escatológicas que em nada ajudam o bom andamento do negócio.
O empreendimento Universal tem portanto uma estrutura de business mais digna de ser analisada na revista Exame do que na Eclésia.
Voltamos então à dúvida colocada alguns parágrafos atrás, se e como a Universal pode consolidar-se como instituição religiosa, com teologia e doutrina definidas e consistentes.
Qualquer resposta à esta dúvida será, é claro, mera especulação, mas não há motivos para duvidar de que assim como soube explorar os mercados onde se propôs a atuar, a Universal tem plenas condições de adotar e consolidar uma teologia própria, afastando-se gradativamente do sincretismo e assumindo posições mais conservadoras e permanentes nas questões doutrinárias.
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (Mórmons), tem fundadores e origens muito mais distanciadas da tradição cristã do que Edir Macedo e seu empreendimento, o que não a impediu de firmar-se como poderosíssima força religiosa, praticamente dona da cidade de Salt Lake City e a mais influente instituição dentro do estado americano de Utah.
Os Mórmons são a prova de que origens questionáveis, fundadores suspeitos e doutrinas inconsistentes não impedem uma religião de se consolidar e se perpetuar.
A questão que resta é, seria esta a vocação da Universal?
A Organização montou em torno de seu núcleo um grupo de empresas, assumiu o controle do partido político ao qual pertence o vice-presidente da República e não esconde uma forte disposição de colocar um dos seus, possivelmente o senador pelo Rio de Janeiro, Marcelo Crivela, no escalão mais alto da república.
Se forem tão bem sucedidos neste propósito quanto foram no de conquistar fiéis e construir um império empresarial, a Universal será a primeira instituição brasileira a manter um projeto de poder com ramificações nos setores econômico, político e religioso da sociedade.
Ironicamente, se triunfar neste intento, talvez perca as características iniciais que a fizeram chegar aonde chegou, ação focada e flexibilidade, e quem sabe termine por se implodir e fragmentar-se em facções dissidentes após a morte de seu fundador e líder máximo.
Mas como eu disse, isto é apenas especulação.
Postado originalmente em 22/12/2003 15:50:37
por Acauan
A Organização Universal de Edir Macedo é um fenômeno peculiar, uma instituição construída sobre uma doutrina sincrética e sem fundamentação teológica que venceu a competitiva disputa por fiéis, travada no mesmo espaço em que uma miríade de seitas evangélicas concorre pelo mesmo objetivo.
As explicações para tal resultado são mais facilmente encontráveis nas teorias de marketing e de gestão empresarial do que nos livros da Bíblia.
Macedo enxergou um mercado carente de determinados serviços, criou uma organização focada em suprir estas carências, estabeleceu canais de comunicação que garantiam que sua organização se mantivesse antenada nas necessidades e expectativas de seus clientes e montou uma estrutura ágil e flexível para responder prontamente às variações destas necessidades e expectativas.
Não há portanto nenhuma surpresa no fato da Organização Universal ser um sucesso empresarial, a dúvida reside em qual é o seu futuro como instituição religiosa?
Não sei se alguém aqui (fora os casos óbvios) já entrou num estabelecimento da Universal. Para o observador da religião é um experimento comparativo muito interessante e elucidativo entrar num templo Católico Romano e numa sede da IURD.
A sensação ao visitar uma igreja católica é de anonimato. Qualquer um pode entrar, olhar, ficar um tempo e sair sem que sua presença chame a atenção de ninguém, com a possível exceção de alguma beata curiosa.
Ponha os pés em qualquer prédio da Universal e no exato momento em que adentrar aos domínios de Macedo sua presença será registrada, sua identidade será checada e sua condição de novo cliente em potencial reconhecida. Será questão de segundos ou no máximo minutos até um obreiro ou mesmo pastor vir falar com você.
Algo como entrar em uma loja de sapatos de um shopping. Se você disser que está só olhando tudo bem, mas sua presença não passará despercebida.
A Organização Universal também inovou ao definir seus objetivos de market share (participação de mercado). Enquanto a maioria das igrejas evangélicas disputa continuamente os clientes da concorrência direta – outras igrejas evangélicas - e indireta – católicos romanos e não religiosos -, a Universal foi a primeira a lançar uma estratégia agressiva e especializada para conquistar o gigantesco mercado brasileiro dos cultos sincréticos, afros e espíritas, apresentando-os como demoníacos por um lado e incorporando sem qualquer pudor sua linguagem, figurinos e rituais por outro.
Este vigor competitivo se deve principalmente a maior flexibilidade que a Organização Universal possui em relação às igrejas concorrentes.
Pastores e dirigentes de denominações neo-pentecostais travariam longas discussões sobre se a Bíblia autoriza ou não que a repreensão de demônios seja feita por homens vestidos de branco, imitando assim os mesmos pais-de-santo que combatem.
Na Universal faz-se uma reunião, decide-se que a partir da próxima sessão do descarrego todos os pastores e obreiros deverão trocar os ternos por roupas e sapatos brancos e cumpra-se. A cada decisão deste tipo a concorrência é deixada para trás com suas discussões teológicas, apologéticas, exegéticas e escatológicas que em nada ajudam o bom andamento do negócio.
O empreendimento Universal tem portanto uma estrutura de business mais digna de ser analisada na revista Exame do que na Eclésia.
Voltamos então à dúvida colocada alguns parágrafos atrás, se e como a Universal pode consolidar-se como instituição religiosa, com teologia e doutrina definidas e consistentes.
Qualquer resposta à esta dúvida será, é claro, mera especulação, mas não há motivos para duvidar de que assim como soube explorar os mercados onde se propôs a atuar, a Universal tem plenas condições de adotar e consolidar uma teologia própria, afastando-se gradativamente do sincretismo e assumindo posições mais conservadoras e permanentes nas questões doutrinárias.
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (Mórmons), tem fundadores e origens muito mais distanciadas da tradição cristã do que Edir Macedo e seu empreendimento, o que não a impediu de firmar-se como poderosíssima força religiosa, praticamente dona da cidade de Salt Lake City e a mais influente instituição dentro do estado americano de Utah.
Os Mórmons são a prova de que origens questionáveis, fundadores suspeitos e doutrinas inconsistentes não impedem uma religião de se consolidar e se perpetuar.
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Editado pela última vez por Acauan em 18 Fev 2006, 22:44, em um total de 1 vez.
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Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
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Re: O futuro da Organização Universal
Postado originalmente em 13/07/2005 12:43:00
Para alívio geral, pelo menos por enquanto o projeto de poder político da Organização Universal parece abortado.
O Partido Liberal parece guinar para longe do controle de Macedo e seus pontas de lança na política, Rodrigues e Crivela, mostram-se incapazes de cumprir ambições eleitorais maiores, o primeiro inclusive não mais faz parte da folha de pagamento da Universal.
Ainda bem.
Sinistros os tempos em que esta turma tinha vínculos com o vice-presidente da República (que pode se tornar presidente, se a crise sair de controle) e estava aparentemente a um passo de conquistar o governo do Rio de Janeiro.
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- Deise Garcia
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Re: O futuro da Organização Universal
Honra seja feita, o Macedo é efetivamente um empresário muito competente.
Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei.
- Fernando Silva
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Re: O futuro da Organização Universal
Ainda não sei o resultado do primeiro turno, mas há sério risco de o Crivella ir para o segundo.
Re: O futuro da Organização Universal
Fernando Silva escreveu:Ainda não sei o resultado do primeiro turno, mas há sério risco de o Crivella ir para o segundo.
Não foi desta vez.
05/10/2008 - 19h37
Gabeira confirma ascensão e vai ao segundo turno com Paes
UOL
Rio de Janeiro - RJ / Prefeitura
98% das urnas apuradas
1 - Eduardo Paes - PMDB 1.029.697 votos 31%
2 - Gabeira - PV 827.673 votos 25%
3 - Marcelo Crivella - PRB 610.313 votos 18%
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Re: O futuro da Organização Universal
Como visto, o projeto de poder de Edir Macedo entrou em nova etapa, sofreu nova derrota, mas demonstrou, de novo, sua força.
Tentarão de novo e de novo.
O ponto fraco do projeto se evidenciou em 2003.
Pastores e "bispos" da Organização Universal eleitos para o congresso nacional em 2002 eram em grande parte gente que nunca teve eira nem beira, dependentes em tudo de Macedo e por isto, e apenas isto, caninamente leais ao capo.
A lealdade acabou quando encontraram no Mensalão e similares alternativas de independência e bandearam em massa por esta lucrativa porta de fuga e fonte de escândalos.
Agora a estratégia é colocar em cargos executivos chave gente do círculo interno da Organização, de preferência potenciais sucessores de Macedo que, portanto, não largarão o osso em troca da primeira mamata.
O Brasil ainda não percebeu o risco que corre se esta gente realizar seu projeto e chegar ao poder.
Tentarão de novo e de novo.
O ponto fraco do projeto se evidenciou em 2003.
Pastores e "bispos" da Organização Universal eleitos para o congresso nacional em 2002 eram em grande parte gente que nunca teve eira nem beira, dependentes em tudo de Macedo e por isto, e apenas isto, caninamente leais ao capo.
A lealdade acabou quando encontraram no Mensalão e similares alternativas de independência e bandearam em massa por esta lucrativa porta de fuga e fonte de escândalos.
Agora a estratégia é colocar em cargos executivos chave gente do círculo interno da Organização, de preferência potenciais sucessores de Macedo que, portanto, não largarão o osso em troca da primeira mamata.
O Brasil ainda não percebeu o risco que corre se esta gente realizar seu projeto e chegar ao poder.
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- Apáte
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Re: O futuro da Organização Universal
Quem se elegeu com amplo apoio de Macedo e suas organizações foi o nosso presidente.
"Da sempre conduco una attività ininterrotta di lavoro, se qualche volta mi succede di guardare in faccia qualche bella ragazza... meglio essere appassionati di belle ragazze che gay" by: Silvio Berlusconi
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Re: O futuro da Organização Universal
Ah, e bom texto Acauan. Esse eu ainda não tinha lido.
"Da sempre conduco una attività ininterrotta di lavoro, se qualche volta mi succede di guardare in faccia qualche bella ragazza... meglio essere appassionati di belle ragazze che gay" by: Silvio Berlusconi
- Fernando Silva
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Re: O futuro da Organização Universal
Acauan escreveu:O Brasil ainda não percebeu o risco que corre se esta gente realizar seu projeto e chegar ao poder.
Considerando que o povinho burro reelegeu a prefeita de Magé, Núbia Cozzolini, que está sendo processada, e a vereadora Carminha Jerominho, que está presa junto com o pai, outro criminoso, o perigo é real.
- O ENCOSTO
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Re: O futuro da Organização Universal
Vamos supor que a Univer$al consiga colocar o Crivela na presidencia da republica e também consiga ter maioria absoluta no congresso nacional.
Quais seriam as consequencias?
Na minha opinião, continuaria a mesma merda.
Quais seriam as consequencias?
Na minha opinião, continuaria a mesma merda.
O ENCOSTO
http://www.manualdochurrasco.com.br/
http://www.midiasemmascara.org/
Onde houver fé, levarei a dúvida.
"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas infundadas, e a certeza da existência das coisas que não existem.”
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Onde houver fé, levarei a dúvida.
"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas infundadas, e a certeza da existência das coisas que não existem.”
Re: O futuro da Organização Universal
O ENCOSTO escreveu:Vamos supor que a Univer$al consiga colocar o Crivela na presidencia da republica e também consiga ter maioria absoluta no congresso nacional.
Quais seriam as consequencias?
Na minha opinião, continuaria a mesma merda.
O último projeto de poder bem sucedido foi o do PT e as consequências foram a supressão da fronteira entre governo e Estado, colocando militantes do partido em todos os escalões da administração pública, mesmo aqueles em que governos anteriores, por piores que fossem, sempre mantiveram nas mãos de técnicos, como o IPEA.
Além disto o PT mantém relações perigosas com o MST e outras organizações ilegais - brasileiras e estrangeiras, que deixam clara a capacidade do partido de atuar tanto dentro da via institucional quanto fora dela.
Desnecessário falar do uso maciço da corrupção para cooptar o legislativo e transferir poder para o executivo.
Caso os fatos não deixassem claro o que ocorre, o último congresso do PT explicitou que o objetivo do partido é extinguir o capitalismo e implantar o socialismo no Brasil.
Mesmo assim, se você perguntar para qualquer um, todo mundo dirá que está tudo a mesma merda e alguns até dirão que as coisas estão melhores.
Testemunhei o nascimento do projeto de poder do PT em suas duas frentes, a sindical no ABC e na universidade. Uma militante fundadora costumava usar uma camiseta com personagens do Henfil que dizia "queremos o poder", sendo que para eles conquistar o poder está além de conquistar governo democrático institucional, coisa que também sempre deixaram claro.
O projeto de poder da Organização Universal e de Edir Macedo tem semelhanças, mas é potencialmente mais perigoso ainda que o do PT.
Primeiro que toda aquela gente é uma ralé e se tem algo que a História ensina é que a ralé deve ser mantida longe do poder a qualquer custo.
Hitler era da ralé e deu no que deu.
Pior.
Se o PT violou as fronteira históricas entre Estado e governo, a Universal ameaça romper as fronteiras ainda mais rígidas entre política e religião.
Quando esta gente chega ao poder costuma recitar um ideário ideológico cheio de teorias complexas e intenções sacrossantas, mas que podem ser resumidas em "agora que mordi, não largo o osso de jeito nenhum".
Não dá prá confiar.
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Acauan Guajajara
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- Carlos Castelo
- Mensagens: 747
- Registrado em: 31 Out 2005, 15:59
Re: O futuro da Organização Universal
Acauan escreveu:
O Brasil ainda não percebeu o risco que corre se esta gente realizar seu projeto e chegar ao poder.
É já ouvi gente dizer que não, "não representam nenhum perigo é apenas um grupo evangélico na esfera política!". Engana-se quem pensar assim!
Nós também sabemos o quanto a verdade é muitas vezes cruel, e nos perguntamos se a ilusão não é mais consoladora.
Henri Poincaré (1854-1912)
Quando se coloca o centro de gravida da vida não na vida, mas no "além"-no nada-, tira-se à vida o seu centro de gravidade.
Nietzsche - O Anticristo.
Henri Poincaré (1854-1912)
Quando se coloca o centro de gravida da vida não na vida, mas no "além"-no nada-, tira-se à vida o seu centro de gravidade.
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