A crise imobiliária e o suposto fim do liberalismo

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Aranha
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Re: A crise imobiliária e o suposto fim do liberalismo

Mensagem por Aranha »

- Creio que esta é minha última réplica, não tenho tempo nem saco prá ficar lidando com posts enormes e insultantes.

user f.k.a. Cabeção escreveu:
Abmael escreveu:- Ainda bem, não tenho paciência com posts enormes e discursivos.



Infelizmente nao tenho o talento do Tulio, do Tranca-ruas e do ENCOSTO para desmontar um monte de falacias ignorantes com uma frase ou emoticon engracado e pertinente.

A unica coisa que eu consigo e refutar seus disparates com logica chata e enfadonha. Talvez isso explique meu sucesso relativamente escasso nessa tarefa. As vezes, exigir logica e exigir demais.


- Boa auto-crítica, você não tem senso de humor e é chato e enfadonho embora seja logicamente coerente (mas isso é o mínimo que se podia esperar de um matemático).

- Mas faltou citar que você é inutilmente agressivo e estupidamente prolixo.

user f.k.a. Cabeção escreveu:
Abmael escreveu:- Tegiversação, continua valendo o fato que os burocratas tiveram participação mínima no crack americano e menor ainda no inglês.


Ok, vamos ver com que argumentos voce sustenta isso.


- Imagino o que vem por aí, vai procurar um pelo branco no urso polar e dizer que ele tá todo preto por causa daquele pelinho.

user f.k.a. Cabeção escreveu:
Abmael escreveu:- O FED é privado e independente.



Pois e. Qualquer duvida que eu tinha a respeito de voce ser apenas um arrogante ignobil ou um sujeito mal intencionado se desfez.


- Como você é infantil! - Acha bonitinho me insultar? - Isto te faz se sentir superior?- Pois prá mim isso é viadagem reprimida.

user f.k.a. Cabeção escreveu:
Para pessoas como voce, a diferenca entre uma empresa privada e um orgao publico e uma simples questao de convencao nominativa. Se alguem diz que o FED e um organismo quasi-publico, sendo portanto um dos varios frankensteins criados pelo leviata americano, entre eles a Fanny Mae e o Freddie Mac, isso basta para voce considera-lo privado, independente e portanto nao participar do controle burocratico da economia.

Para qualquer um mais atento a fatos do que a nomes, e mesmo para alguem atento a nomes que perceba que "quase-publico" esta mais para publico do que para privado, sera evidente que se trata de um organismo criado por uma lei (Federal Reserve Act - 1913), monopolista (o mesmo ato proibe qualquer tipo de competicao feita a atividade desempenhada pelo organismo), cuja presidencia e politicas sao decididas em eleicoes restritas as diversas linhas hierarquicas corporativas da instituicao, cada uma delas vinculada ao governo e ao publico com diferentes intensidades, sendo os bancos privados apenas as ultimas, e que ainda assim dependem da sancao do organismo para operar. Chamar isso de privado ou publico pode ser mais ou menos adequado dentro do paradigma ideologico, alem de proporcionar um subterfugio adequado para os burocratas, mas nenhuma diferenca faz na forma como essas empresas funcionam. Na America onde a palavra "estatal" era mal vista, um "organismo independente com aspectos privados" seria bem mais palatavel, mesmo que em essencia a forma e funcao fossem identicas.

A unica diferenca para outro monopolio estatal e a forma de eleger os executivos, que nao e a indicacao direta do presidente da republica ou da unidade da federacao proprietaria da empresa. Mas tambem nao e atraves de acionistas, como numa empresa privada num ambiente competitivo, e sim numa especie de corporativismo. Completamente cosmetico.

O fato e que a gestao e burocratica e hieararquica. Nao existem bancos livres, eles estao sujeitos as politicas do FED, que e uma agencia monopolista governamental, independente do wishfulthinking do colega Abmael.


- Achou o pelo preto no urso polar.

- O esperado, descaracterizar a natureza privada e independente para poder encaixar no seu discurso repetitivo, vamos levar sua análise para um foco mais abrangente para ver como ela se perde, se basta algum aspecto estatal para virar merda, como é que a crise surge justamente nos bancos menos estatizados? - Os BC's do Japão ou da Alemanha ou da China ou do Brasil que são estatais até o osso deveriam ter se esfudegado antes que o FED que é o menos estatal e mais independente de todos.

- Não existe BC completamente desvinculado do estado ou estado que admite BC's concorrentes no mundo, o sistema financeiro chegou naturalmente a este tipo de configuração depois de várias lessons learned ao longo de séculos de história, assim sua crítica fica fácil, tipo: "Se existissem nuvens cor-de-rosa o céu seria mais bonito", então vamos esperar que um dia surjam BC's privados completamente desvinculados do estado emitindo moeda independentemente (se bem que isto já existiu e foi um fiasco) para ver se o que você advoga é válido, espero que aconteça antes da volta de Cristo.

user f.k.a. Cabeção escreveu:
Abmael escreveu:o principal capital de um banco é a confiança dos correntistas



Algo que eu disse na mensagem que voce cita. Mas diferente de voce, eu entendo o que isso quer dizer, e nao faco um monte de suposicoes idioticas sobre a confianca ser um sentimento, e por isso ser vazia de significado, e por isso ser manipulavel por pacotes inflacionistas do governo, que portanto aumentariam o capital global, gerando por conseguinte mais riqueza material para todos.

Confianca tem a ver com expectativa de solvencia, no sentido amplo, com a capacidade da instituicao de assumir compromissos que serao honrados. E isso tem a ver apenas e tao somente com a garantia de que apenas projetos produtivos receberao financiamento daquela instituicao.

A expectativa de que o governo produzira um Deus Ex-Machina monetario para evitar a insolvencia dos bancos pode satisfazer credores, mas nao produz solvencia, pois os projetos ruins nao se tornaram magicamente bons, apenas os prejuizos causados por eles foram transferidos para quem nao teve nada a ver com o seu financiamento. E esse prejuizo se da na forma da perda de capital real para essas pessoas, e que por sua vez cria o capital de confianca em instituicoes financeiras ruins, mas garantidas pelo governo.

Assim, ve-se desmontada toda a sua falacia cretina sobre a confianca ser uma especie de capital evanescente, que dependeria da acao de burocratas conscienciosos para nao evaporar e deixar as pessoas instantaneamente pobres. Isso deriva apenas de uma visao muito incompleta do sistema economico, um erro que deveria ser amador mas que e repetido por varios "especialistas", ora por burrice, ora por interesses particulares, mas que ainda assim nao deixa de ser papagaiado por nescios tao ignorantes como arrogantes.


- Sua imbecilidade o impede de entender algo básico que já repeti antes, mas eu sou paciente: - O pacote salva os quebrados mas visa evitar que os corretos quebrem também e que as empresas quebrem no rastro e a economia caia em depressão como ocorreu em 1929.

- Vou usar uma comparação para ver se sua estupidez consegue alcançar o conceito:- É como se seu vizinho irresponsável tivesse dormido com cigarro acesso e a casa dele pegasse fogo, você ficaria dando pulinhos e gritando histericamente "Bem Feito! - Bem Feeeeiiito" enquanto eu apagaria o incêndio antes que atingisse a minha e a sua casa.

user f.k.a. Cabeção escreveu:
Abmael escreveu:existem bancos de investimento arrojados e conservadores, ao gosto do freguês, eles foram separados dos outros bancos por burocratas imbecis (como você sabe) devido a experiências passadas que demonstravam a insensatez de misturar na mesma instituição depósitos em conta corrente e capital de risco, no entanto, mesmo assim houve contágio.


- Você faz um discurso inútil, em nenhum momento critiquei o investimento de risco, o problema é que houve fraude, uma vez que a concessão dos créditos não seguia critérios e as carteiras eram montadas de forma fraudulenta misturando papéis de inadimplentes com adimplentes. Você inteligentemente ignora este aspecto, porque aí residiria a necessidade de fiscalização estatal que você abomina.



A nocao de capital de risco e em si falaciosa. Qualquer investimento admite alguma especie de risco. O que os burocratas fizeram ao criar leis e regulamentacoes financeiras separando bancos de investimento de bancos normais foi simplesmente criar uma complexidade desnecessaria e arbitraria, que no final das contas so serve aqueles interessados em explorar brechas legais e em desenvolver novas tecnologias de fraude.


- Os burocratas que criaram são emergentes do sistema privado.
- Que complexidade? Ficou bem mais simples!
- O resultado foi oposto, foram fechadas brechas legais, ou seja, você só escreveu besteira.

user f.k.a. Cabeção escreveu:
No passado, antes das intervencoes burocraticas, sempre que alguem depositava dinheiro num banco, nao imporatando qual produto bancario estivesse comprando, estava ciente de que suas financas dependiam da solvencia daquela instituicao e que por sua vez ela usaria o dinheiro que voce depositou para realizar operacoes de credito e de investimento em alguma medida arriscadas.

A simples nocao de investimento sem risco pareceria para as pessoas normais uma especie de propaganda mal intencionada de algum esquema de arbitragem financeira.

Dizer que ha como evitar o "contagio" e simplesmente aventar uma especie de carimbo para o dinheiro: o credito que um banco oferece nao podera ser empregado em atividades cujo risco sera maior que uma determinada cota estabelecida pelos burocratas de alguma agencia de regulacao governamental.

Isso simplesmente nao funciona, as pessoas empregam o credito como quiserem, e mesmo que sejam forcadas por contrato a emprega-lo em alguma atividade especifica, podem liberar parte do seu capital que seria de outra forma empregado nessa atividade para realizar operacoes cujo risco e maior que o estipulado pelos burocratas.

Durante a crise de 29 ocorreu algo similar. Bilhoes de dolares (algo monstruoso para epoca) foram criados e oferecidos em credito open-market para a agricultura, mas e evidente que esse dinheiro acabou parando no mercado financeiro, criando uma bolha. Todos os burocratas arquitetos desse plano infalivel que faliu rapidamente acusaram os capitalistas de fraude, de misturar papeis, e etc, mas isso deriva de uma compreensao errada do mercado. Simplesmente o dinheiro "novo" que entrava na agricultura libera o dinheiro "velho", que vira capital de risco. Dessa vez, foi no mercado de imoveis, com o passivo gerado chegando a ordem dos trihoes (o que e explicavel pela inflacao acumulada de la ate aqui), mas o funcionamento da bolha e identico.

Isso e obvio e nao se trata de fraude, e simplesmente uma regulacao non-sense.


- A medida da criação do banco de investimento não cerceia de forma alguma o mercado, apenas permite ao cliente estar ciente do risco envolvido, além de evitar que capital com risco se misture a capital sem risco, porque em caso de quebra só os que consentiram a se submeter ao risco perderiam capital, senão correntistas comuns com rendimento zero que esperavam risco mínimo se ferrariam por conta de papéis que eles não apostaram, se isto existisse em 1929 talvez evitasse o Crack.

- Medidas como esta não surgem de burocratas, eles não são tão inteligentes, coisas assim normalmente vem de acadêmicos e são implantadas por burocratas com a benção das empresas privadas, os bancos são os maiores interessados em que os concorrentes sejam sólidos, porque o contágio existe sim, negue que o céu é azul o quanto quiser, mas ele continuará sendo.

user f.k.a. Cabeção escreveu:
Abmael escreveu:- Me mostre como os correntistas poderiam prever o que aconteceu, os balanços dos bancos estavam OK.

- O Lehman, o Wachovia, o City tem o estranho hábito de tombar ?!!?!?!



Ai e que esta. A contabilidade se faz atraves de balancos monetarios que simplesmente se encarregam de contabilizar unidades do dinheiro que sairam e entraram, sem levar em consideracao que esse dinheiro pode estar sendo afetado por processos inflacionarios extra-mercado.

Algumas vezes eles levam em consideracao certos indices de inflacao, para tentar corrigir, mas de qualquer forma isso so eleva ligeiramente o grau de complexidade inflacionaria, ja que os indices sao compostos sempre por certos tipos de produtos, que podem ou nao ja ter sido afetados pela inflacao. Isso torna facil para os burocratas estarem sempre um passo na frente deles.

A verdade e que a inflacao se espalha de forma heterogenea, e ate que as empresas beneficiadas no comeco do boom percebam que fizeram investimentos nao-lucrativos, no sentido amplo de geraca real de riquezas, demorara um certo tempo, e pior ainda, esses investimentos serao alavancados enquanto a euforia contabil for conservada pelas vias do processo inflacionario. Enquanto o credito era facil, enquanto a taxa de juros artificial criava uma incorreta percepcao das expectativas futuras dos consumidores, tudo era festa.

E assim que se cria uma maquina de desperdicar dinheiro em grande escala, sem que ninguem perceba. Os prejuizos sao todos feitos durante o boom, e sem que percebam as pessoas consomem seu capital acreditando estarem mais ricas. O crash e a recessao nao as tornam pobres, apenas fazem com que elas se deem conta da realidade e saiam do entorpecimento inflacionario.

O Lehman Brothers e os outros apenas seguiram a mesma sina de crer na abundancia produzida pelo espertismo burocratico que ja assassinou tanto outros banqueiros na America e no resto do mundo desde que os burocratas descobriram como falsificar moeda (e isso nos remonta ao imperio romano).


- Rebolou, rebolou e voltou a estaca zero, já que balanços não são confiáveis e pontes que não quebram não são confiáveis então como co-responsabilizar os correntistas como você sugeriu anteriormente? - Está acusando o tesouro americano de falsificar moeda? - Está colocando banqueiros filhosdaputa que quebraram como vítimas agora? - Seus argumentos estúpidos agora estão com crise de identidade para dizer o mínimo.

user f.k.a. Cabeção escreveu:
Abmael escreveu:
- Mas isso poderia elevar a base monetária de forma irresponsável e gerar inflação, alem de gerar problemas de distribuição devido à flutuações econômicas, isso já foi tentado antes e deu merda, estude a história do sistema bancário americano antes de escrever isto.



Pois e, eu estudei. E sei que o dolar unico, o FED, o abandono do padrao-ouro em todas as suas manifestacoes foram apenas mecanismos criados por burocratas para poder fabricar dinheiro e usa-lo.

Um banco privado pode gerar inflacao, mas ele e limitado sempre pela desconfianca dos seus clientes a respeito da sua capacidade de solvencia. Se eles desconfiarem, reconvertem suas contas em especie (ouro, ou outra commodity) e procuram outros bancos mais confiaveis. Quando o governo estabelece moedas de curso legal, proibe ou restringe severamente o comercio de comodities monetarias e seus substitutos, impoe taxas de cambio em relacao a divisas estrangeiras, ele simplesmente nao deixa as pessoas outra opcao a nao ser serem roubadas e aceitarem passivamente isso.


- Os malditos burocratas mais uma vez conspirando junto com os ET's, os gayzistas e os abortistas, contra maluquice não há argumentos.

user f.k.a. Cabeção escreveu:
Abmael escreveu:- Claro, interprete os fatos da forma que lhe é mais conveniente, eu entendo...



Ora, entao sou eu que fiz a afirmacao fantastica e que estou interpretando tudo de forma conveniente?

Voce esta tao acostumado com a economia indireta que nao percebe que ela so existe pois esta escorada por bens reais para os quais as pessoas atribuem valor real. A sua "riqueza inexistente" e apenas um nivel alto demais de contratos sobre direitos sobre propriedades reais, e por essa razao sao riqueza existente, embora do seu ponto de vista limitado pareca apenas papel que fala sobre outros papeis.

Em ultima analise, todas as pessoas trocam servicos e mercadorias por servicos e mercadorias, o dinheiro e apenas um meio de troca, ainda que ele admita servicos e mercadorias baseadas nele proprio. Por exemplo, o direito que voce tem de passar um cheque do seu banco para pagar uma conta e um servico prestado que tem algum valor para voce, ainda que seja realizado exclusivamente sobre a transferencia de dinheiro.

As pessoas ao perderem contato direto com as coisas tangiveis e que sao de fato valorizadas acabaram por presumir que elas nao mais existiam, e produziram uma mitologia baseada na riqueza virtual produzida ex-nihilo, que por sua vez precisa ser defendida por burocratas sapientes dos segredos ultimos. Isso nao passa de um misticismo vulgar, e que nao exige muito esforco para se perceber que nao possui sentido algum.


- Eu posso pegar dinheiro ex-nihilo emprestado de um banco e montar uma lojinha e depois pagar o banco com dinheiro ex-nihilo do cartão de crédito dos meus clientes, segundo você se os bancos todos quebrassem nada aconteceria comigo nem com meus empregados nem com os clientes, pois nada existia de verdade né?

user f.k.a. Cabeção escreveu:
Abmael escreveu:- Putz, depressão econômica não existe! - Como eu pude me enganar todo esse tempo!?!?!?



Existe, e eu expliquei suas causas, e porque o governo nao pode fazer nada a nao ser agrava-las ainda mais. Voce e que nao apresentou um argumento util me refutando.


- Eu já escrevi antes que o governo pode salvar os depósitos para evitar o pânico, você afirmou que crises econômicas não destroem, mas é historicamente comprovado que destroem sim, se você é maluco e nega até o óbvio, prá que que vou ficar argumentando?

user f.k.a. Cabeção escreveu:
Abmael escreveu:- Você assiste televisão? - Lê jornais? - Sugiro que dê uma olhadinha, analistas PRIVADOS de mercado financeiro são entrevistados diariamente, passou uma caixinha em todos ministérios para os burocratas babões pagarem aos analistas para falar isso? - Essas conspirações são escrotas.



Existem analistas privados e mesmo politicos que concordam e afirmam o que eu venho dizendo, logo, o que voce apresenta e apenas uma versao e quer que eu concorde com ela apenas porque e ela que ganha mais espaco na midia e nos debates burocratico-academicos?

Sinto muito, mas eu prefiro pensar.


- Engraçado, nunca vi nenhum.

- Deu um jeito de enfiar o termo "burocrático" na resposta, mesmo eu tendo escrito PRIVADO em caixa alta, o pensamento maniqueísta é foda.

user f.k.a. Cabeção escreveu:
Abmael escreveu:- Elenque as distorções promovidas depois informe porque a iniciativa privada as detectou e reagiu.



Eu nao tenho tempo nem paciencia para explicar uma teoria monetaria inteira para voce, Mises levou mais de 500 paginas no seu "Theory of Money and Credit" para conseguir me explicar.

Contudo, saiba que os precos dos produtos guardam proporcao em relacao aos seus estoques marginais e ao estoque marginal de dinheiro dos consumidores. Se esse estoque e afetado por uma inflacao, nao importando como o dinheiro e alocado entre os consumidores, ele criara distorcoes primeiro ao diminuir o estoque de determinados produtos, e depois dos subsequentes.

Durante o processo de relaxamento dos precos, algumas pessoas poderao acreditar que os produtos demandados primeiro o estao sendo em funcao de uma modificacao das preferencias dos consumidores, e entao podem fazer errados investimentos que ampliem a producao dos mesmos, pois o calculo contabil em moeda falsificada lhes sugeriu isso.

O unico problema e que isso nao e verdade, e so depois do relaxamento e que se percebe isso. Fora o fato de que os lucros gerados durante o processo foram todos oriundos da transferencia de riqueza daqueles que foram afetados apenas nos ultimos estagios da inflacao, e por isso viram todos os precos subirem, exceto os seus. Essas pessoas, por sua vez, produziam algo util, mas cuja a producao foi afetada por planos errados causados pelos mesmos erros de calculo que produziram o aumento na producao de coisas inuteis.

E assim que a inflacao produz distorcoes. As empresas privadas nao percebem a inflacao instantaneamente, e na medida que o governo as proibe de comprar divisas, de trocar suas moedas, de criar moedas concorrentes, elas simplesmente nao tem para onde fugir.

E um sistema de moedas concorrentes, lastreadas ou nao em commodities fisicas, isso simplesmente nao existiria, a menos que todos os bancos privados do mundo combinassem de inflacionar a moeda, o que seria altamente improvavel, alem de nao impedir pessoas de voltarem para o ouro fisico.


- Mas números estão aí para todo mundo ver, vários institutos independentes soltam índices de inflação e suas fórmulas de cálculo, os estoques do tesouro são amplamente divulgados e o valor da moeda é definido pelo mercado graças ao câmbio flutuante, como pode haver tanta afirmação errada? - Peraí, esse livro foi escrito no início do século, tá explicado!

user f.k.a. Cabeção escreveu:
Abmael escreveu:- O mercado financeiro americano é o mais desregulamentado do mundo, este dado parece ser inútil na sua análise.


Essas sao afirmacoes espurias, e que mesmo que fossem verdadeiras, e nao sao, nao mudam o fato de a crise de la ter sido produzida por burocratas.


- O de sempre.
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Ben Parker

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user f.k.a. Cabeção
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Re: A crise imobiliária e o suposto fim do liberalismo

Mensagem por user f.k.a. Cabeção »

Abmael escreveu:- Boa auto-crítica, você não tem senso de humor e é chato e enfadonho embora seja logicamente coerente (mas isso é o mínimo que se podia esperar de um matemático).

- Mas faltou citar que você é inutilmente agressivo e estupidamente prolixo.



Cara, voce esta errando completamente o ponto do forum Religiao e Veneno.

Aqui, voce e um nome de usuario e um avatar e uma colecao de mensagens. Quando eu digo que voce e desonesto, burro ou ignorante no meio de um debate, e apresento os motivos para essas atribuicoes pouco elogiosas, estou sempre me referindo ao que voce postou, aos argumentos que voce usa aqui. Aqui ninguem poupa acidez contra crentes chatos e falaciosos, como "o pensador", por que eu deveria poupar contra socialistas chatos e ainda mais falaciosos?

Eu nao conheco o individuo por tras do usuario "Abmael". Pode ate ser que ele seja um sujeito bacana. O ponto e que eu nunca me referi a ele.

E importante nao misturar as coisas. Existem caras babacas que querem ate arranjar brigas reais por conta de coisas ditas entre dois usuarios de forum virtual. E dizem coisas "voce nunca me diria na cara isso que voce disse".

E evidente que nao. Eu tenho um bocado de bons amigos que tem pontos de vista parecidos com esses que voce posta aqui: uns gostam do Lula do PT e/ou de socialismo, outros gostam de aborto, e outros gostam de drogas (eu sei la o que voce acha a respeito disso, estou apenas supondo). E eu nunca chamaria nenhum deles de ignorante ou desonesto (a nao ser sacaneando), mesmo que eu considerasse algum argumento deles como tal.

E isso e obvio. Eu nao sou amigo deles por que eles sao abortistas ou petistas, eu sou amigo deles por outros motivos que me fazem gostar deles. E convivendo com eles eu nao tenho a minima intencao de deixar controversias ultrapassarem o limite da boa convivencia, e isso nao muda o meu ponto de vista acerca desses pontos.

O grande lance de um forum como o RV e que mesmo que por tras de Abmaeis, spinks, ou mesmo Mr Hammonds possam existir sujeitos legais, no forum voce e o que voce posta e voce recebe o tratamento que os seus posts merecem. Eu nao vou ficar preocupado, ou pelo menos nao deveria ficar, de te magoar pessoalmente se o usuario "user f.k.a. Cabecao" disser, com letras azuis, que voce e um "desonesto" por dizer isso e depois aquilo, ou "burro" ou "ignorante" por afirmar coisas que sao falsas. Eu nao tiro conclusoes pessoais sobre quem eu nao conheco.

Nao e tambem que eu ou que todo mundo seja um personagem, e claro que os usuarios aqui sao em geral mais ou menos uma fracao do que seus donos sao na realidade, talvez com um pouco menos de pudor para falar o que pensam sobre certos assuntos. Mas o fato e que as mencoes que um usuario faz ao outro sao no nivel exclusivo da participacao dos mesmos nesse forum, ainda que tenham existido episodios lamentaveis de exposicao da vida pessoal em disputas descabidas, dos quais eu nunca tomei parte e faco clara oposicao a qualquer tentativa de reprise.

E claro que existem certos casos em que abrimos excecoes, pois as pessoas sao visivelmente doentes e nao conseguem separar essas instancias, entram em depressao, querem se matar, talvez por nao nada interessante em suas vidas reais e serem tratadas como lixo nas suas vidas virtuais. Se for esse o seu caso, me avise, nao quero ser responsavel pela morte de ninguem.

Agora se nao for, pare de frescura ou de logo o fora daqui, sua bixa! Vai procurar sua turma la em alguma reencarnacao da STR!
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Re: A crise imobiliária e o suposto fim do liberalismo

Mensagem por Tranca »

Moderação roubaram a conta do usuário conhecido pela alcunha de Cabeção, pois ele não escreveu com letras azuis!
Palavras de um visionário:

"Seria uma ressurreição satânica retirarmos Lula e Brizola - esse casamento do analfabetismo econômico com o obsoletismo ideológico - do lixo da história para o palco do poder."

Roberto Campos

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Huxley
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Re: A crise imobiliária e o suposto fim do liberalismo

Mensagem por Huxley »

O governo falhou na regulação e na fiscalização? Sim, falhou, como já foi demonstrado nos dois artigos que já abri neste tópico (“O fim do que nunca foi” e “Pensamentos esparsos sobre a crise”). Os bancos podem conseguir driblar novas regulações/fiscalizações por meio de manobras jurídicas e econômicas? Sim, podem. Mas tudo isto só reforça a razão porque há tanto debate no meio acadêmico discutindo bases mais sólidas para estas atividades de regulação/fiscalização. A decisão da escolha não está entre se é preferível regular/fiscalizar ou não. Se não conseguirem sucesso nestas atividades, a economia está ferrada. Se não regular em nada, a economia está ferrada do mesmo jeito. Só quem acredita em livro de ficção acha que uma política monetária que limite a expansão de agregados monetários para patamares ínfimos pode transformar os ciclos econômicos em calmaria intercalada por recessões curtíssimas. Bolhas financeiras são previstas para ocorrer até mesmos em modelos de economistas que acreditam em teoria dos fundos emprestáveis (Bernanke, Getler, etc.). Isto porque mesmo os neoclássicos reconhecem que, independemente de haver pertubações monetárias estatais, existem imperfeições no mercado de capitais (assimetria de informações, problemas nas garantias de cumprimento de contratos, etc) que invalidam aquela historinha que taxa de juros é determinada tão somente pela produtividade marginal do capital. Se assim é, quem vai minimizar o problema das bolhas? A teoria do ciclos de Mises e sua tese estúpida de que taxa de juros consegue servir como sinal de coordenação entre as trajetórias de consumo e investimento que leva a perfeita coordenação entre o comportamento dos poupadores e dos investidores?
“A boa sociedade é aquela em que o número de oportunidades de qualquer pessoa aleatoriamente escolhida tenha probabilidade de ser a maior possível”

Friedrich Hayek. “Direito, legislação e liberdade” (volume II, p.156, 1985, Editora Visão)

"Os homens práticos, que se julgam tão independentes em seu pensar, são todos na verdade escravos das idéias de algum economista morto."

John Maynard Keynes

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Re: A crise imobiliária e o suposto fim do liberalismo

Mensagem por user f.k.a. Cabeção »


Nao e possivel levar a serio uma linha de argumentacao cuja unica estrutura proxima de um silogismo e a seguinte:

"As regulacoes e intervencoes precedentes falharam, evidenciando a necessidade de novas e mais solidas intervencoes e regulacoes."

Esse e o estado atual da ignorancia, representada aqui pelo Huxley.

O resto esta calcado num pseudo-argumento pre-ginasiano: "a teoria de Mises e estupida e por isso nao vou apresentar argumento que a refute".

Que fique claro que a teoria Austriaca jamais tratou de modelos perfeitos em mundos ideais. Suas hipoteses sempre foram bastante claras com relacao a falibilidade humana e o carater incompleto da informacao carregada pelos precos.

E bastante real que as pessoas estao sujeitas a incorrer em erros de juizo, e em aplicar mal seus investimentos por culpa de expectativas mal calculadas em funcao da estrutura de precos atuais. E algo inevitavel, e e a origem da perda empresarial. Alguns empresarios antecipam mal o futuro e acabam prejudicando a si mesmos.

Todavia nao sao os burocratas capazes de fazer qualquer coisa a respeito disso, exceto enganar, seja aos outros, seja a si mesmos, algo manifestamente patologico. Os burocratas tem muitos poderes arbitrarios, mas nao consta entre eles a capacidade de fazer os consumidores e empresarios "errarem para o bem". Eles podem falsificar a informacao da moeda, mas nao ha nenhuma razao, exceto o mais pueril wishfulthinking, para acreditar que essas manipulacoes produzirao efeitos desejados pelas pessoas, que os dados falsificados farao elas acertarem os seus calculos ao cometerem seus erros naturais.

Se isso e perfeitamente esperado e racional, mas algum burocrata mais espertinho poderia tentar nos convencer que a ciencia economica moderna permite a eles criarem modelos matematicos que se adequam aos casos estudados e assim proceder suas "falsificacoes altruistas" com maior precisao.

Nas palavras de Hayek, essa e a "presuncao fatal" dos socialistas. Isso simplesmente nao e possivel, por um fato bem simples: os burocratas, mesmo com modelos sofisticados, nao dispoe de nenhum outro dado exceto os mesmos dados incompletos do mercado que eles pretendem falsificar "para fazer o Bem". Eles nao tem acesso a uma informacao mais pura sobre a valoracao dos individuos ou sobre a escassez, tudo que eles podem fazer e observar a acao das pessoas e como ela altera os precos de mercado, como qualquer um. Ainda que eles tenham o poder de impedir as pessoas de fazer algo, ou obriga-las a agir de uma determinada forma, eles nao tem como saber como elas agiriam naquilo que sao livres e como elas valorizariam as coisas que sao livres para valorizarem.

Dai decorre um primeiro teorema: nenhum burocrata pode fazer melhor que os individuos racionais no mercado, medindo-se pelas expectativas de ganho desses mesmos individuos. Pois toda informacao que os burocratas dispoem tambem sao as que o mercado dispoe, e todos os recursos que o Estado emprega sao roubados do mercado e poderiam ser mobilizados por este.

Isso em si ja demonstra o quanto a burocracia e inutil. Se mecanismos de regulacao financeira fossem de fato algo interessante do ponto de vista dos investidores, o proprio interesse deles poderia mobilizar recursos para gerar mecanismos de fiscalizacao de operacoes privados, que certificariam bancos de acordo com a natureza de seus investimentos. Os funcionarios dessas empresas nao seriam em nenhum nivel mais desqualificados, ou menos interessados em realizar corretamente o seu trabalho, que os burocratas do governo encarregados das intervencoes.

Mas isso nao e so.

As intervencoes do Estado nao so nao acrescentam absolutamente nada ao que o mercado poderia fornecer sozinho, como tambem sao prejudiciais, pois viciam os dados que os proprios burocratas empregam para decidir e avaliar uma decisao ja tomada. Nenhum burocrata sabe como exatamente vai reagir o mercado a um pacote inflacionario de salvacao de banqueiros, isso depende das consideracoes de diversos individuos independentes e os efeitos sao produzidos num determinado intervalo de tempo significativo. A ideia de que e possivel montar um programa cientifico que repouse sobre falsificacoes sucessivas dos dados e simplesmente absurda, e isso explica o fracasso sucessivo da "nova economia" de colocar em pratica os programas miraculosos de crescimento intermitente atraves da fabricacao irresponsavel de dinheiro pelos burocratas. Explica inclusive o porque no comeco todos eles creem no sucesso de suas politicas, como cobaias delirantes do proprio experimento alucinogeno, e porque nem mesmo quando a inevitavel crise mostra toda a sua face negra, lhes ocorre que o que esta errado sao suas mais enraizadas crencas na programacao e engenharia social.

A unica competencia real que os burocratas desenvolveram foi a de dar desculpas esfarrapadas cada vez mais elaboradas para sua inutil e contraproducente existencia. Boa parte da teoria economica do seculo XX consistiu em dar ar de cientificidade a essa patacoada.
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Huxley
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Re: A crise imobiliária e o suposto fim do liberalismo

Mensagem por Huxley »

Não existe "sobreinvestimento" devido a escassez de poupança. A relação entre investimento e poupança é de igualdade contábil. Estou sem saco para explicar isto em detalhes. Então, passemos para o outro assunto.

O fato que o sistema de preços, de uma forma geral, seja o melhor meio de coordenar as atividades produtivas não implica que ele seja o melhor em qualquer situação. Existem situações em que as restrições do setor privado para buscar informações e outros mecanismos de incentivos diferem do setor público. Uma linha de pesquisa que tenta saber mais sobre isso é a teoria de Design de Mecanismos (que deu o Nobel a Maskin et al em 2007), que é baseada na teoria dos jogos. Isto é importante, mas é completamente ignorado por aqueles que já se desatualizaram em teoria econômica, preferindo se limitar a quermesse estabofóbica dos austríacos. E como já foi dito no artigo que pus: "Não por acaso, onde regulação e fiscalização foram mais adequadas, os efeitos da crise têm sido muito menores".
“A boa sociedade é aquela em que o número de oportunidades de qualquer pessoa aleatoriamente escolhida tenha probabilidade de ser a maior possível”

Friedrich Hayek. “Direito, legislação e liberdade” (volume II, p.156, 1985, Editora Visão)

"Os homens práticos, que se julgam tão independentes em seu pensar, são todos na verdade escravos das idéias de algum economista morto."

John Maynard Keynes

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Aranha
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Re: A crise imobiliária e o suposto fim do liberalismo

Mensagem por Aranha »

user f.k.a. Cabeção escreveu:
Cara, voce esta errando completamente o ponto do forum Religiao e Veneno.

Aqui, voce e um nome de usuario e um avatar e uma colecao de mensagens. Quando eu digo que voce e desonesto, burro ou ignorante no meio de um debate, e apresento os motivos para essas atribuicoes pouco elogiosas, estou sempre me referindo ao que voce postou, aos argumentos que voce usa aqui. Aqui ninguem poupa acidez contra crentes chatos e falaciosos, como "o pensador", por que eu deveria poupar contra socialistas chatos e ainda mais falaciosos?

Eu nao conheco o individuo por tras do usuario "Abmael". Pode ate ser que ele seja um sujeito bacana. O ponto e que eu nunca me referi a ele.

E importante nao misturar as coisas. Existem caras babacas que querem ate arranjar brigas reais por conta de coisas ditas entre dois usuarios de forum virtual. E dizem coisas "voce nunca me diria na cara isso que voce disse".

E evidente que nao. Eu tenho um bocado de bons amigos que tem pontos de vista parecidos com esses que voce posta aqui: uns gostam do Lula do PT e/ou de socialismo, outros gostam de aborto, e outros gostam de drogas (eu sei la o que voce acha a respeito disso, estou apenas supondo). E eu nunca chamaria nenhum deles de ignorante ou desonesto (a nao ser sacaneando), mesmo que eu considerasse algum argumento deles como tal.

E isso e obvio. Eu nao sou amigo deles por que eles sao abortistas ou petistas, eu sou amigo deles por outros motivos que me fazem gostar deles. E convivendo com eles eu nao tenho a minima intencao de deixar controversias ultrapassarem o limite da boa convivencia, e isso nao muda o meu ponto de vista acerca desses pontos.

O grande lance de um forum como o RV e que mesmo que por tras de Abmaeis, spinks, ou mesmo Mr Hammonds possam existir sujeitos legais, no forum voce e o que voce posta e voce recebe o tratamento que os seus posts merecem. Eu nao vou ficar preocupado, ou pelo menos nao deveria ficar, de te magoar pessoalmente se o usuario "user f.k.a. Cabecao" disser, com letras azuis, que voce e um "desonesto" por dizer isso e depois aquilo, ou "burro" ou "ignorante" por afirmar coisas que sao falsas. Eu nao tiro conclusoes pessoais sobre quem eu nao conheco.

Nao e tambem que eu ou que todo mundo seja um personagem, e claro que os usuarios aqui sao em geral mais ou menos uma fracao do que seus donos sao na realidade, talvez com um pouco menos de pudor para falar o que pensam sobre certos assuntos. Mas o fato e que as mencoes que um usuario faz ao outro sao no nivel exclusivo da participacao dos mesmos nesse forum, ainda que tenham existido episodios lamentaveis de exposicao da vida pessoal em disputas descabidas, dos quais eu nunca tomei parte e faco clara oposicao a qualquer tentativa de reprise.

E claro que existem certos casos em que abrimos excecoes, pois as pessoas sao visivelmente doentes e nao conseguem separar essas instancias, entram em depressao, querem se matar, talvez por nao nada interessante em suas vidas reais e serem tratadas como lixo nas suas vidas virtuais. Se for esse o seu caso, me avise, nao quero ser responsavel pela morte de ninguem.

Agora se nao for, pare de frescura ou de logo o fora daqui, sua bixa! Vai procurar sua turma la em alguma reencarnacao da STR!


Caro Igor,

- Não errei o ponto!

- O Cabeção de letras azuis é um conservador-reacionário-homofóbico-nazistinha-puritano-chupapintodeempresário-neuróticoconspiracionista-maniqueísta-militarista-chupapintodeamericano-anarquista que vê o Abmael-Aranha como um comunista-gayzista-abortista-drogado-burocrata-conspirador-burro.

- Até aí Ok, mas ao acusar o Aranha de "desonesto" e "mal-intencionado" o Cabeçao de letras azuis põe o caráter dele como debatedor em xeque e ele nunca te deu motivo algum para isto.

- Como você bem observou, você não tem o talento do ENCOSTO, Túlio e/ou Acauan para ser incisivo sem ser deselegante, você faz isso como um cão raivoso.

- Mas isto é questão de estilo, problema seu, só que você, às vezes, dá a impressão que você é um desses usuários visivelmente doentes a que você se referiu acima, sendo assim, também me coloco a disposição para ser avisado, caso você seja doido.

- No mais, eu não reclamei do fórum e sim de você, o xiliquezinho final foi engraçado mas desnecessário.

Abraços,
Editado pela última vez por Aranha em 18 Out 2008, 14:44, em um total de 1 vez.
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user f.k.a. Cabeção
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Re: A crise imobiliária e o suposto fim do liberalismo

Mensagem por user f.k.a. Cabeção »

Huxley escreveu:O fato que o sistema de preços, de uma forma geral, seja o melhor meio de coordenar as atividades produtivas não implica que ele seja o melhor em qualquer situação. Existem situações em que as restrições do setor privado para buscar informações e outros mecanismos de incentivos diferem do setor público. Uma linha de pesquisa que tenta saber mais sobre isso é a teoria de Design de Mecanismos (que deu o Nobel a Maskin et al em 2007), que é baseada na teoria dos jogos. Isto é importante, mas é completamente ignorado por aqueles que já se desatualizaram em teoria econômica, preferindo se limitar a quermesse estabofóbica dos austríacos. E como já foi dito no artigo que pus: "Não por acaso, onde regulação e fiscalização foram mais adequadas, os efeitos da crise têm sido muito menores".



Eu sempre achei a teoria dos Jogos um tema bastante interessante. Estou tomando um curso serio sobre o assunto agora, pela primeira vez, e estou gostando, ainda que seja mais pelos aspectos matematicos (teoria da medida, analise funcional e convexa, topologia geral e algebrica, teoria de algoritmos e varios outros temas legais) do que por qualquer aspecto economico.

A teoria dos jogos consiste em analisar certos objetos, em geral formados por um produto de espacos topologicos (as estrategias dos jogadores) e uma funcao de ganho que associa a cada jogador o ganho que ele tera quando uma determinada escolha de estrategia e feita por todos os jogadores.

A abordagem pode ser adaptada para casos de escolhas simultaneas, escolhas sucessivas, jogos repetidos, funcoes de ganho de soma zero, de soma diferente de zero, funcoes de ganho estocasticas, e por ai vai.

Mas o fato e que, como se trata de uma teoria matematica, ela precisa de uma estrutura fixa que admita certas hipoteses para que entao os teoremas sejam considerados validos.

Se ela fornece um formalismo adequado para a compreensao de certas situacoes economicas que se enquadrariam em algum modelo de jogo estudado, ela nao da nem poderia dar qualquer sugestao sobre a necessidade ou nao da criacao de algum controle burocratico das atividades economicas por conta disso. Nao ha definicao matematica do operador "burocracia" e porque ele e a solucao adequada para os problemas economicos.

Veja, voce faz uma ideia muito preconceituosa da teoria liberal. Ser liberal nao quer dizer ser contrario a todo tipo de regra ou lei que vise estabelecer controles e criar padroes inteligiveis dentro dos quais as pessoas possam realizar negocios. Se voce tivesse recebido uma educacao minima em Hayek saberia disso. Existiria ordem no livre mercado, mas ela seria de carater espontaneo, como a ordem que existe nos idiomas que empregamos. Nenhum burocrata precisou estabelecer as regras do portugues por decreto para entao ser possivel conversar de forma inteligeivel. Sugiro para voce a colecao de artigos publicada como "Individualism and Economic Order" para mais detalhes.

Assim, eu vejo um prospecto interessante para a teoria dos jogos dentro de um quadro de regulacao liberal, exercida pelas proprias companias interessadas em realizar outputs optimais, ou por terceiras firmas interessadas em oferecer servicos de fiscalizacao de contratos entre clientes e fornecedores. Isso ja existe, e poderia ser ampliado, sem nenhuma necessidade de burocratas do governo inspecionando e tomando medidas arbitrarias, apenas a razao individual governando as pessoas para uma alocacao optimal de recursos para todos os envolvidos nos contratos. A teoria dos Jogos nao e uma ferramenta intelectual disponivel somente para os burocratas, se ela for realmente util sera empregada tambem por quem busca, por livre e espontanea vontade, gerar riqueza e aumentar seu padrao de vida, ou seja, os empresarios e consumidores no livre mercado. Supor que as pessoas sao racionais e supor que elas farao isso por si mesmas, por ser reconhecerem como a melhor decisao. E supor o contrario nao favorece os burocratas, apenas elimina qualquer criterio pelo qual possa se estabelecer uma ciencia economica.

O mais interessante a respeito da nocao da mao invisivel, que voce ja demonstrou claramente nao compreender, e que ela age em instancias superiores a propria definicao de quantidades de bens a serem produzidas de acordo com a demanda, ela, como principio racional, guia as pessoas espontanea e gradualmente para solucoes e acordos mais eficientes, pelo simples interesse particular de cada uma delas.

Esse e um principio que jaz numa instancia superior a qualquer teorema da teoria dos jogos. Ele e uma caracteristica necessaria da racionalidade humana. Nega-lo e simplesmente negar a existencia de uma economia. Acreditar que as pessoas precisam de burocratas, com todos os seus poderes arbitrarios e interesses alheios, para agir racionalmente, e que e uma manifestacao de misticismo.
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Re: A crise imobiliária e o suposto fim do liberalismo

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Abmael escreveu:- Até aí Ok, mas ao acusar o Aranha de "desonesto" e "mal-intencionado" o Cabeçao de letras azuis põe o caráter dele como debatedor em xeque e ele nunca te deu motivo algum para isto.



Cara, eu nao gosto de frescuras mas entendo o seu ponto de vista. OK, eu peguei pesado mesmo.

O ponto que voce colocou, do FED ser "privado", era ate algo pertinente ao problema atual, a ser comentado, o carater desses organismos frankensteins criados pelos burocratas de Washington de modo a evitar a egide de estatais.

Nao e que voce seja mal intencionado ou desonesto, a sua informacao sim, voce apenas a repetiu por acreditar que ela seria favoravel ao seu ponto de vista, provavelmente sem estar consciente do quao fraudulenta ela era, sobretudo na intencao conotativa do que no sentido denotivo. Seria como, por exemplo, alguem argumentar que o fascismo era liberal, porque a maioria das empresas alemas eram formalmente privadas.

Ainda que eu nao ache que eu tenha pego mais pesado com voce do que se fazia com "o pensador" e congeneres, tambem nao e verdade que voce esteja no mesmo patamar que ele. Voce esta repetindo opinioes altamente veiculadas por sedizentes especialistas (que embora nao sejam capazes de prever nada, sempre tem uma opiniao bem preparada quando as coisas ja aconteceram). Eu nao vou culpa-lo por isso, faria melhor alertando-o.

De qualquer maneira, nao deveria ter insultado o usuario Aranha, mesmo nao tendo a intencao de insultar o individuo dono dele. As vezese e de fato inadequado para o debate confundir a mensagem com o seu portador. Peco desculpas.
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Re: A crise imobiliária e o suposto fim do liberalismo

Mensagem por Aranha »

user f.k.a. Cabeção escreveu:
Abmael escreveu:- Até aí Ok, mas ao acusar o Aranha de "desonesto" e "mal-intencionado" o Cabeçao de letras azuis põe o caráter dele como debatedor em xeque e ele nunca te deu motivo algum para isto.



Cara, eu nao gosto de frescuras mas entendo o seu ponto de vista. OK, eu peguei pesado mesmo.

O ponto que voce colocou, do FED ser "privado", era ate algo pertinente ao problema atual, a ser comentado, o carater desses organismos frankensteins criados pelos burocratas de Washington de modo a evitar a egide de estatais.

Nao e que voce seja mal intencionado ou desonesto, a sua informacao sim, voce apenas a repetiu por acreditar que ela seria favoravel ao seu ponto de vista, provavelmente sem estar consciente do quao fraudulenta ela era, sobretudo na intencao conotativa do que no sentido denotivo. Seria como, por exemplo, alguem argumentar que o fascismo era liberal, porque a maioria das empresas alemas eram formalmente privadas.

Ainda que eu nao ache que eu tenha pego mais pesado com voce do que se fazia com "o pensador" e congeneres, tambem nao e verdade que voce esteja no mesmo patamar que ele. Voce esta repetindo opinioes altamente veiculadas por sedizentes especialistas (que embora nao sejam capazes de prever nada, sempre tem uma opiniao bem preparada quando as coisas ja aconteceram). Eu nao vou culpa-lo por isso, faria melhor alertando-o.

De qualquer maneira, nao deveria ter insultado o usuario Aranha, mesmo nao tendo a intencao de insultar o individuo dono dele. As vezes e é de fato inadequado para o debate confundir a mensagem com o seu portador. Peco desculpas.


- OK!

Abraços,
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Re: A crise imobiliária e o suposto fim do liberalismo

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Huxley escreveu:Você parece ter dificuldade com o conceito de equilíbrio (interpretando-o como "repouso"). Não há nenhuma situação estática de utilidade nos gráficos que mostrei. Principalmente porque, como eu disse, a variação da utilidade também pode ocorrer com uma simples alteração no custo de produção. Basta ocorrer um choque de oferta. Imagine só que haja uma entressafa que atinja todas as empresas de um setor de agrobusiness particular e/ou a presença de um terrível vírus nos computadores de empresas de uma mesma estrutura de mercado. A firma representativa, em qualquer uma destas situações, só vai maximizar o lucro se repassar algo do valor do aumento do custo de produção para o preço. E ela praticaria um preço menor se não fosse o choque de oferta (consequentemente, a utilidade atribuída ao bem pelo consumidor seria outra). Há uma variação na utilidade atribuída ao consumidor, mas a origem disto está na alteração do custo de produção. Por isso que na citação da paper que já citei, aparece isso: “Nas palavras de Hawkins, comentando a análise de Jevons: 'Apesar desta rejeição dos custos de produção e, em particular, das teorias do valor-trabalho, ele algumas vezes atribui-lhes um efeito indireto sobre o valor na medida em que afetarem a oferta do produto, levaria a uma variação na utilidade." No exemplo que dei, não há nenhuma variação na função utilidade, apesar de haver variação na utilidade.




O que voce acabou de citar resume meu ponto de vista: os custos de producao e suas variacoes afetam a oferta de bens e portanto a utilidade marginal dos mesmos. Maior a escassez, maior a utilidade das unidades a serem negociadas no mercado.

Se voce estivesse lendo o que eu escrevi perceberia que essa e exatamente a forma como eu descrevi o efeito indireto dos custos nos precos, que nao tem nada a ver com a sua visao de "complementaridade logica", como se tudo que tem valor tivesse custo e tudo que tem custo tivesse valor. Adiante nos veremos como voce lida com esse problema de uma forma completamente falaciosa.


Huxley escreveu:Eu entendi perfeitamente o que você quis dizer. Você está tentando provar a inexistência de valor de uma não-mercadoria, coisa que o repelente é, pelo menos no planeta B. Afinal, mercadoria, por definição, é um objeto externo que satisfaz uma necessidade humana de qualquer espécie. Valor é um conceito que só faz sentido na análise de preços relativos. Para haver esta análise, deve existir pelo menos duas mercadorias. Tentar provar a inexistência de valor de uma não-mercadoria é análogo a tentar provar a inexistência das propriedades de viscosidade da água a nível subatômico ou a tentar provar que o número 9 não é feliz.



Ou seja, voce esta apenas inventando conceitos para evitar de assumir que o meu ponto de vista esta fundamentalmente correto: o seu conceito de nao-mercadoria e exatamente o que eu vinha dizendo a respeito de existir uma infinidade de bens ou servicos concebiveis e potencialmente realizaveis, cujo custo de producao seria alto e o valor seria baixo. Nao ha necessidade mesmo para o valor ser nulo, algo pode ser em alguma medida util, mas seu custo ser tao grande que ninguem se interessara em produzir.

O que voce implicitamente alega ao dizer que seu raciocinio sobre custos nao se aplica a nao-mercadorias e que implicitamente voce ja esta considerando que a utilidade marginal daquilo que sera produzido supera a utilidade marginal daquilo que e sacrificado, para os agentes envolvidos na sua producao e comercializacao. Esse tem sido exatamente o meu ponto desde o comeco. Que o valor de um item nao se calcula naquilo que e sacrificado para que ele seja obtido, mas que esses dois valores tendem a ser marginalmente iguais na medida que esperamos que as pessoas tomem decisoes racionais ao planejarem suas producoes e consumos.

Alem disso existem artigos que possuem valor de uso e troca, sendo portanto mercadorias potenciais, e para o qual nao faz sentido falar de custos, pelo menos nao de forma completa. Uma bela voz ou uma bela aparencia, por exemplo, nao sao produzidas por meio de investimento de recursos. Ainda que muito tenha sido desenvolvido nos ramos ligados a estetica, ainda nao somos capazes de transformar qualquer ser humano num exemplar de beleza, ou fazer emergir talentos significativos em pessoas que nao apresentavam predisposicoes para tanto.

Essas predisposicoes e qualidades inatas nao sao derivadas de um custo racional, sao resultado de acidentes fortuitos, ou de uma feliz convergencia de fatores. Mas ainda assim possuem valor, haja vista as remuneracoes que sao oferecidas pela industria da imagem.


Huxley escreveu:A economia monetaria não é um tipo avançado de escambo coíssima nenhuma. Em uma economia de escambo, as pessoas podem decidir o quanto gastar e o quanto receber. Numa economia capitalista que usa moeda, as pessoas podem decidir o quanto gastar, mas não o quanto receber.


Errado.

Voce nunca pode decidir o quanto voce vai receber. Se assim o fosse, todos escolheriam receber tudo em troca de nada, o que e evidentemente absurdo.

O mercado funciona com ou sem dinheiro, ainda que com dinheiro (nao falsificado) ele funcione melhor. Mas na base ele e o resultado das ponderacoes dos individuos sobre o valor subjetivo que eles dao aos intens marginais de seus estoques de bens (sejam eles materiais ou imateriais, como tempo disponivel, paciencia e esforco), e as trocas que eles estao dispostos a realizar por artigos que do seu ponto de vista parecam mais adequados para aumentar seu nivel de bem estar.

O dinheiro nao muda nada disso, ele e apenas mais um bem que e estocado e para o qual nos atribuimos valor as unidades marginais. Suas obvias vantagens permitem calcular precisamente os valores de outras mercadorias em termos dele, e assim o tornam um eficaz meio de troca, e de tais propriedades e deduzida boa parte do seu valor.


Huxley escreveu:Se houver "equilíbrio de mercado no mercado de investimento e poupança", mesmo que os salários reais sejam rígidos e haja escassez de consumo devido ao desemprego dos trabalhadores, a produção de todos trabalhadores empregados poderá ser vendida se o mercado de capital se equilibrar. Neste caso, o que ocorreria seria tão somente que o produto potencial ficaria abaixo do produto de plena capacidade. Caso não haja este equilíbrio no mercado de capital, mesmo qualquer macroeconomista neoclássico considera que o valor REAL da oferta agregada NÃO É igual ao valor REAL da demanda agregada. Esta não é uma questão teórica e sim uma questão de ARITMÉTICA. Nesta situação, é impossível que não haja discrepância entre o preço da oferta agregada e o da demanda agregada, já que negar isso equivale logicamente a tentativa de se desenhar um triângulo quadrado.



Voce esta apenas empregando random talk como se fosse um argumento.

Veja, voce ja deu claras demonstracoes de desconhecer os fundamentos basicos de um mercado simples como o do escambo entre duas pessoas e dois artigos.

Antes de fazer hipoteses avancadas sobre conceitos complexos e necessario estar bastante seguro de compreender o que se passa na base, como o ser humano age e como o processo de mercado se produz.

Primeiro, ao analisar essas situacoes como se fossem dados da natureza que podemos hipotetizar, e que nao tivessem causas ligadas a fenomenos mais simples, e a principio um erro.

"Desemprego", "escassez de consumo", "rigidez do salario real" sao todos resultados de certas interferencias no funcionamento do sistema de precos do mercado, e sem compreender a natureza dessas interferencias, fazer qualquer suposicao ou hipotese arriscada sobre o comportamento dessas variaveis e um simples exercicio de futilidade.

No livre mercado existem dois e apenas dois tipos de desempregado: aquele que nao quer trabalhar (por nao precisar, por esperar por uma melhor ocasiao para comecar, por estar desenvolvendo habilidades novas que serao melhor remuneradas que as suas atuais) e aquele que nao tem como realizar absolutamente nada de produtivo do seu proprio ponto de vista e dos outros da sociedade.

Desemprego estrutural decorre de uma medida de autoridade que proibe a (quase) qualquer um de exercer um trabalho que seja menos remunerado e que recolha menos em impostos do que uma determinada quota estabelecida por um comite de burocratas. Assim, qualquer um cuja capacidade de producao seja inferior a essa remuneracao esta automaticamente fora do mercado formal de trabalho e entra em estatisticas de "desemprego".

Da mesma forma, empresas no livre mercado podem errar ao fazer prognosticos de mercado, mas esses erros tendem a ser amenizados pelas perspectivas dos prejuizos futuros que fazem com que projetos ruins sejam interrompidos. O sistema se corrige. Uma crise de superinvestimento, onde empresarios sistematicamente investem numa determinada linha de producao para a qual nao existe perspectiva de mercado futuro so pode logicamente se produzir enquanto os mecanismos de controle automatico forem neutralizados, seja mediante garantias governamentais de compra de excedente, seja atraves de emprestimos facilitados e outros subsidios especiais para certas empresas, conseguidos atraves de politicas inflacionarias (falsificacao do dinheiro) ou atraves de impostos (extorsao dos outros setores economicos), seja atraves de reservas de mercado que finalmente expiram.

Falar de situacoes de equilibrio de mercados dentro de um contexto de intensa falsificacao de precos nao pode ser mais patetico do que falar de castelos construidos em nuvens.

Precos informam as pessoas, dao a elas o conteudo necessario de informacao para que elas calculem suas acoes. Precos falsificados por burocratas modificam esses calculos, e fazem as pessoas agirem acreditando estarem inseridas numa situacao que na verdade e falsa. Durante um certo tempo, calculam mal suas producoes e tem uma ideia errada do seu proprio lucro, ate que finalmente descobrem que a unica fonte do seu alto padrao de vida no perido tinha sido o consumo do seu capital. E nessa situacao, desperadamente correm para fechar as torneiras do desperdicio, dando inicio a fase mais visivel de uma crise, que nao surgiu do nada, ou dito de forma ideologicamente mais interessante, "das falhas inerentes ao capitalismo", como muitos acreditam e repetem histericamente, mas de falhas reais de calculo muito anteriores ao panico, realizadas durante a euforia dos entorpecidos por numeros falsos.

Acreditar na racionalidade individual demanda acreditar no sistema de precos reais, que informa as pessoas e permite que elas ajam, e nao nas mentiras que os burocratas tentam injetar nele de acordo com suas ideologias e interesses particulares.


Huxley escreveu:Austríacos continuam acreditando que a Lei de Walras é válida em qualquer situação imaginável, o que ajuda a entender porque eles estão submundo das idéias macroeconômicas no que diz respeito ao reconhecimento acadêmico.



Errado. Alias, o conceito de equilibrio geral Walrasiano sequer e tido como fundamental pelos Austriacos. Em Acao Humana, Mises o tratou como "Economia uniformemente circular", que seria o estado de alocacao de recursos para o qual convergiria um determinado sistema economico se os dados como preferencias subjetivas, conhecimento cientifico e tecnologico, e potencialidades para producao de novos estoques fossem conservados constantes, o que nao e uma hipotese realista. E um conceito util como constructo mental para uma situacao ideal, e que pode servir como explicacao para o transcorrer instantaneo dos eventos numa sociedade, mas que nunca se realiza como estado da natureza.

Quanto a sua tentativa de depreciar as ideias que nao consegue refutar com argumentos, e realmente impressionante o impacto de uma ideia tao "fringe" quanto a Economia Austriaca, que e ativisticamente combatida dentro do meio burocratico-academico, pode ter no ambiente cultural e intelectual global, que escapa das paredes das universidades financiadas pelo governo. Uma das pequenas, porem incrivelmente satisfatorias demonstracoes de que o real poder da verdade e da razao contra o obscurantismo mais fanatico nao reside em determinacoes de autoridades, mas na atividade descentralizadas de individuos que ousam livre-pensar.


Huxley escreveu:Você até agora não respondeu como se dá a tranformação de dinheiro em capital em um "tipo de escambo avançado".



Eu nao demonstrei isso porque isso nao ocorre. O que ocorre e a evolucao do escambo primitivo de artigos de uso final para o escambo de artigos intermediarios de alto valor de troca, que finalmente torna viavel a selecao espontanea e o uso geral de uma moeda especifica escolhida dentre esses artigos usados para trocas intermediarias.

Disse que foi assim que o ouro se tornou uma moeda internacional, raciocinio para o qual voce nao foi capaz de escrever uma linha de argumentacao.

A nocao de formacao de capital e mais simples, e deriva da nocao de poupanca, ou nao-consumo presente de bens produzidos. Quem deixa de queimar madeira para se aquecer estocando-a para construir um abrigo armazena capital. Quem deixa de trocar todo ouro que conseguiu nas suas atividades comerciais por bens de consumo, procurando aumentar seu padrao futuro de consumo, tambem esta poupando.

Se voce nao aprendeu isso nas suas aulas de economia isso mostra o quanto a educacao padronizada atualmente sobre o tema esta desviada do que realmente deve ser o pensamento economico, para as analises de puro non-sense.


Huxley escreveu:Imaginemos uma economia em que só haja comerciantes. Suponhamos que eu seja um comerciante que esteja abrindo um pequeno negócio. No início da circulação, eu tenho um montante de dinheiro. A capacidade que o meu montante de dinheiro tem em realizar preços de mercadorias no início da circulação é menor do que a que surge no fim (isto não é uma discussão sobre valores nominais!). Afinal, está se querendo provar que, neste tipo de economia, o lucro origina-se do segundo ato de circulação, a revenda de mercadoria. Afirmar que o lucro para os produtores surge de que os consumidores pagam as mercadorias acima do valor significa apenas mascarar essa simples frase: "o possuidor de mercadorias possui como vendedor o privilégio de vender caro demais". Isso pressupõe a existência de uma classe que só compra sem vender, e consequentemente, só consome sem produzir. A existência desta classe, do ponto de vista da circulação simples, ainda não foi explicada até aqui.



Eu nunca disse que o "lucro para os produtores surge de que os consumidores pagam as mercadorias acima do valor". Eu disse, com outras palavras, que os consumidores pagam mais do que o vendedor aceitaria receber e menos do que eles aceitariam pagar.

A sua sociedade nao serve como um exemplo razoavel, pois mesmo a operacao comercial consiste em acrescimo de valor. Se eu apresento um item desconhecido e novo para um potencial consumidor, por ter procurado entre variadadas categorias e selecionado aqueles que possivelmente lhe interessariam; ou faco itens distantes chegarem ate ele, eu estou criando valor, mesmo que nao tenha eu mesmo fabricado o artigo. E sobretudo dessas acoes que derivam os lucros dos comerciantes intermediarios entre produtores e consumidores.

Eu nao quero ter que me deslocar para fabrica ou para o ponto de extracao ou cultivo de cada item que eu quiser consumir. Tambem nao quero checar todos os catalogos existentes de todos os potenciais artigos de consumo para tomar uma decisao de compra (ou de venda). A divisao do trabalho na sociedade permite que certas pessoas se especializem em fazer certas etapas especificas desse servico para as outras, e assim produzirem valor para aquelas que procuram seus servicos comerciais.

Podem existir pessoas que so consomem, sem produzir, desde que outras pessoas se ocupem delas. Criancas, pessoas invalidas, herdeiros afortunados e ociosos ou idosos (quando nao consomem sua poupanca acumulada) sao um exemplo. O resto das pessoas deve adquirir seus direitos de consumo por meio do valor que o mercado (ou seja, o processo derivado das valoracoes subjetivas dos individuos da sociedade) aos frutos do seu trabalho, designando-lhe uma remuneracao em dinheiro com a qual ele podera executar suas intencoes de consumo completando o fenomeno de troca indireta, do ponto de vista daquele agente.

Existe uma segunda classe de consumidores nao-produtores, mas que e na verdade apenas uma subclasse da primeira: o Estado. Ele nao so extorque mediante o imposto direto e evidente, ele pode tambem fabricar seu proprio dinheiro, e assim consumir sem produzir uma contraparte valorizada pelo mercado. Mas esse consumo so e possivel por ser financiado involuntariamente pelo resto da sociedade que produz e usa o dinheiro que foi falsificado, e que fara face a precos maiores gracas a escassez promovida pelo aumento do consumo pela maquina estatal. O dinheiro que eles tem em maos, ao desvalorizar-se, paga o consumo realizado pelos burocratas como uma forma indireta de imposto. Esse mecanismo explica porque essa categoria e apenas uma subcategoria da classe de individuos sustentados pela producao alheia, com a peculiaridade notavel de que esse sustento e adquirido via coercao. Mas existem outros individuos tambem vivem da coercao dos membros da sociedade: eles sao chamados de marginais. A diferenca entre eles e que os primeiros nos escolhemos (ou pelo menos temos essa pretensao), enquanto os ultimos nos escolhem.
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