Estudo liga programas de TV à gravidez na adolescência

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Johnny
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Estudo liga programas de TV à gravidez na adolescência

Mensagem por Johnny »

Adolescentes que assistem muitos programas de TV com conteúdo sexual - sejam cenas ou diálogos - têm probabilidade duas vezes maior de engravidar nos três anos seguintes do que os jovens que assistem poucos desses programas, segundo um estudo da RAND Corporation publicado nesta segunda feira pela revista Pediatrics, da Academia Americana de Pediatria.
O estudo americano é o primeiro a estabelecer uma relação direta entre a exposição de adolescentes a conteúdo sexual na TV e gravidez - tanto de meninas, como dos garotos que assistem aos programas e engravidam suas namoradas.
Para a pesquisadora Anita Chandra, que liderou o estudo, os "adolescentes recebem considerável quantia de informação sobre sexo através da TV e a programação normalmente não destaca os riscos e responsabilidades do sexo".
"Nossas conclusões sugerem que a televisão pode desempenhar um papel significativo nas altas taxas de gravidez adolescente nos Estados Unidos."
Metodologia
No estudo, os pesquisadores acompanharam 2.000 adolescentes entre 12 e 17 anos de idade durante três anos. Os pesquisadores perguntavam sobre os hábitos televisivos e sexuais dos adolescentes.
A análise é baseada nos resultados de cerca de 700 participantes que haviam iniciado suas atividades sexuais neste período e falaram de seu histórico de gestações.
As informações sobre os hábitos televisivos foram combinadas com os resultados de uma outra análise sobre programas de televisão para determinar a freqüência e o tipo de conteúdo sexual a que os adolescentes estão expostos quando assistem TV.
Para os pesquisadores, o conteúdo sexual dos programas pode influenciar a taxa de gravidez na adolescência ao criar a percepção de que relações sexuais sem a proteção anticoncepcional oferecem pouco risco, e estimulando jovens a se iniciar sexualmente mais cedo.
Os pesquisadores se concentraram em 23 programas, que incluíam dramas, comédias, reality shows e programas de auditório.
"A quantidade de conteúdo sexual na televisão dobrou nos últimos anos, e há pouca representação de práticas seguras de sexo nesses programas", diz Chandra.
"Apesar de ter havido algum progresso, os adolescentes que assistem televisão ainda vão encontrar pouca informação sobre as conseqüências de práticas sexuais sem proteção entre os muitos programas mostrando sexo."
Outros fatores
Os pesquisadores afirmam, no entanto, que outros fatores influenciam a gravidez na adolescência.
Adolescentes que moram com os dois pais têm probabilidade menor de engravidar, enquanto meninas, negros e adolescentes com problemas de comportamento como disciplina, estão mais propensos a engravidar.
Os jovens que pretendiam ter filhos cedo também têm mais propensão a engravidar durante a adolescência.
Os pesquisadores recomendam que as redes de TV sejam encorajadas a incluir programas que mostrem relações sexuais de forma mais realista e incluam conseqüências do sexo sem proteção, como doenças sexualmente transmissíveis e gravidez indesejada.
Eles ainda recomendam que os pais assistam televisão com os filhos adolescentes para explicar as conseqüências de sexo sem proteção e que pediatras perguntem aos jovens que programas de TV eles assistem, para dar mais informações sobre métodos anticoncepcionais.
Mas Chandra afirma que a televisão é apenas parte da dieta midiática dos adolescentes. "Nós também devemos investigar o papel das revistas, da internet e da música", afirmou.
A taxa de gravidez na adolescência vem caindo nos Estados Unidos desde 1991, mas o país ainda é um dos que tem maior incidência entre os países desenvolvidos.
Quase um milhão de jovens meninas engravidam a cada ano, sendo que a maioria dessas gestações não são planejadas. As pesquisas mostram que as mães adolescentes têm mais propensão do que outras meninas a abandonar a escola, precisar de benefícios e viver na pobreza.
A RAND é uma organização de pesquisas sem fins lucrativos que produz análises para o setor público e privado.
Para mais notícias, visite o site da BBC Brasil

Séries e filmes românticos contribuem para gravidez adolescente
Um estudo levado a cabo pela RAND, uma organização de investigação norte-americana, concluiu que determinados conteúdos televisivos podem fomentar a gravidez não desejada em adolescentes, informa o 20minutos.
Os investigadores entrevistaram, durante três anos, várias jovens entre os 12 e os 17 anos e concluíram que as que vêem séries e filmes românticos têm o dobro das possibilidades de engravidar prematuramente.
Anita Chandra, uma das responsáveis pelo estudo, afirmou que «os conteúdos televisivos que vemos muito raramente destacam os aspectos negativos do sexo, os riscos e as responsabilidades que suporta».
Fontes:
http://diario.iol.pt/internacional/grav ... -4073.html
http://oglobo.globo.com/cultura/mat/200 ... 232765.asp
http://oglobo.globo.com/vivermelhor/mat ... 232220.asp
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Re: Estudo liga programas de TV à gravidez na adolescência

Mensagem por Lúcifer »

Primeiro é a falta de tv que é culpada pelo aumento de gestantes.
Agora dizem que a tv é a culpada pelo engravidamento de aborrecentes.

Bah! Qual vai ser a desculpra pra próxima vez?? A internet??
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Johnny
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Re: Estudo liga programas de TV à gravidez na adolescência

Mensagem por Johnny »

Lúcifer escreveu:Primeiro é a falta de tv que é culpada pelo aumento de gestantes.
Agora dizem que a tv é a culpada pelo engravidamento de aborrecentes.

Bah! Qual vai ser a desculpra pra próxima vez?? A internet??

Calma Lúcifer. Ambas caminham juntas sim. Basta analisar com calma e parcimômia...


Obs: "to te devendo de novo né?"
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Re: Estudo liga programas de TV à gravidez na adolescência

Mensagem por Mucuna »

Pois é, não é nem para ser do contra, mas quando na história das sociedades humanas, os indivíduos que estão na fase que chamamos hoje de adolescência deixaram de procriar e constituir família?

Acho que nunca. Claro que eu não queria ter sido papai na adolescência (e não fui hehehe), mas dizer que adolescentes engravidando são um mal da modernidade é uma mentira das brabas.
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user f.k.a. Cabeção
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Re: Estudo liga programas de TV à gravidez na adolescência

Mensagem por user f.k.a. Cabeção »

Eu li o texto bem diagonalmente (principalmente devido a pessima formatacao), e parece ser mais um caso de incompreensao de estatisticas enviezadas.

O fato estatistico de que adolescentes que assistem mais programas de sacanagem na TV tambem serem as que mais engravidam nao prova que programas de sacanagem aumentam o numero de gravidas adolescentes.

A correlacao e provavelmente inversa: garotas com maior probabilidade de engravidar sao justamente as mais interessadas em programas de sacanagem na TV.

Ou algum terceiro fator pode causar os dois efeitos, como por exemplo, o baixo nivel educacional e cultural. Pessoas menos educadas tendem a manifestar menor interesse por formas nao sexuais de diversao, assim como costumam ser menos contemplativas com relacao aos diversos riscos a que estao expostas, o que explicaria tanto uma coisa quanto outra.

Apenas para completar o meu ponto, e preciso ter muito cuidado com a analise de estatisticas realizadas sobre sujeitos humanos. Humanos nao sao cobaias de um experimento social controlado, e portanto estao muitas vezes sujeitos a diversas influencias cujo impacto e dificil de ser isolado dos dados estatisticos obtidos.
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Apo
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Re: Estudo liga programas de TV à gravidez na adolescência

Mensagem por Apo »

Bah que distorção.

Óbvio que ver sacanagem dá vontade de fazer sacanagem.

Mas ninguém engravida de piscar o olho na festinha. Precisa sexo, não é mesmo?

O problema é que muito cedo se faz coisas variadas sem ter discernimento ( leia-se medo ) de tudo que tais coisas representam de fato. Pega-se DST, envolve-se em relacionamentos complicados, amadurece-se quesitos para os quais ainda não se está preparado e ...engravida-se!!!

Mas não só na TV. No meu tempo era revistinha sueca e livrinho de "romance" da Cassandra Rios e da amante dela. Agora existem outras formas de entrar em contato com as fraquezas da carne, apenas isto.
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Re: Estudo liga programas de TV à gravidez na adolescência

Mensagem por Apo »

user f.k.a. Cabeção escreveu:Eu li o texto bem diagonalmente (principalmente devido a pessima formatacao), e parece ser mais um caso de incompreensao de estatisticas enviezadas.

O fato estatistico de que adolescentes que assistem mais programas de sacanagem na TV tambem serem as que mais engravidam nao prova que programas de sacanagem aumentam o numero de gravidas adolescentes.

A correlacao e provavelmente inversa: garotas com maior probabilidade de engravidar sao justamente as mais interessadas em programas de sacanagem na TV.

Ou algum terceiro fator pode causar os dois efeitos, como por exemplo, o baixo nivel educacional e cultural. Pessoas menos educadas tendem a manifestar menor interesse por formas nao sexuais de diversao, o que explicaria tanto uma coisa quanto outra.



Exato. Viés total.

Mas a tal "probabilidade" de engravidar é altamente subjetiva.

Quanto à questão de que pessoas menos "educadas" têm menos acesso à outras opções de diversão...não sei. Ir prá Disney ou na balada classe A? Tem apelo sexual também no dia-a-dia.

Claro que a promiscuidade nas classes mais baixas privilegia instintos mais primitivos ( e estão ligados à frutações variadas e necessidade de se fazer importante de alguma forma).
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Re: Estudo liga programas de TV à gravidez na adolescência

Mensagem por Mucuna »

Até acho possível que se o meio te apresenta sexo em uma certa quantidade, seu corpo pode reagir a isto como um estímulo, aumentando as taxas de hormônios sexuais, fazendo o organismo da garota se tornar mais fértil e/ou aumentar a produção de espermatozóides no garoto.

É uma chance. Deve ter alguma pesquisa voltada neste sentido.

Daí a dizer que isto é um fenômeno moderno como eu disse acima, tá de sacanagem, né?
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user f.k.a. Cabeção
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Re: Estudo liga programas de TV à gravidez na adolescência

Mensagem por user f.k.a. Cabeção »

Apo escreveu:Mas a tal "probabilidade" de engravidar é altamente subjetiva.


Discordo. Ela esta ligada a quantidade de sexo que se pratica e a eficacia dos metodos de contracepcao utilizados. Nenhum desses fatos e "subjetivo".

Apo escreveu:Quanto à questão de que pessoas menos "educadas" têm menos acesso à outras opções de diversão...não sei. Ir prá Disney ou na balada classe A? Tem apelo sexual também no dia-a-dia.



Eu nao disse pessoas com mais dinheiro ou menos dinheiro, e sim pessoas mais educadas.

Ir para a Disney ou balada classe A nao exige muito apreco e conhecimentos literarios, artisticos ou cientificos, o que definiria basicamente uma pessoa culta. Ir para a Disneylandia ou para a balada classe A exige uma predisposicao para gastar uma determinada quantia de dinheiro com luxos, o que define uma pessoa de classe media, ou classe media alta (ou de classe media baixa porem irresponsavel).

Mesmo assim, me escapa a pertinencia da sua observacao.

O apelo sexual da balada classe A e bastante claro, mas acredito que seja ofuscado pelo de um baile funk classe C, D ou E (pelo menos eu tive essa impressao nas oportunidades (nao muito frequentes) que eu tive de presenciar exemplos dessas categorias de eventos).

Ja o apelo sexual da Disney me passou despercebido na unica oportunidade que tive de visitar dois de seus parques, situados proximos a Paris. Talvez algum tipo bastante tarado possa se masturbar pensando na Pequena Sereia, mas eu duvido.


Apo escreveu:Claro que a promiscuidade nas classes mais baixas privilegia instintos mais primitivos ( e estão ligados à frutações variadas e necessidade de se fazer importante de alguma forma).


Eu nao sei se e realmente necessaria essa analise psicologica mais profunda do inconsciente das classes baixas. Alias, eu nem me referi a elas, e sim as pessoas incultas de todas as classes.

E basicamente muito simples. Sexo exige pouca ou nenhuma instrucao para ser satisfatorio, seja praticando ou assistindo. Assim, pessoas de baixa instrucao tem um menor espectro de escolhas para o seu lazer (pois os lazeres que exigem maior educacao nao estao acessiveis), o que produziria um forte incentivo para que elas optassem com maior frequencia por coisas relacionadas a sexo, sempre que essa opcao fosse disponivel, o que e normalmente a regra.
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Re: Estudo liga programas de TV à gravidez na adolescência

Mensagem por Apo »

user f.k.a. Cabeção escreveu:
Apo escreveu:Mas a tal "probabilidade" de engravidar é altamente subjetiva.


Discordo. Ela esta ligada a quantidade de sexo que se pratica e a eficacia dos metodos de contracepcao utilizados. Nenhum desses fatos e "subjetivo".


Não me fiz entender....Quando coloquei "probabilidade" entre aspas, não me referi apenas à biologia ou chance estatística, cabeção...mas aos hábitos, amadurecimento...o que acaba determinando algumas escolhas ou acasos.

Além do mais, pode-se engravidar bem antes de outra pessoa que fez mais sexo do que nós fizemos.

Apo escreveu:Quanto à questão de que pessoas menos "educadas" têm menos acesso à outras opções de diversão...não sei. Ir prá Disney ou na balada classe A? Tem apelo sexual também no dia-a-dia.


[color=#0080ff][b]
Eu nao disse pessoas com mais dinheiro ou menos dinheiro, e sim pessoas mais educadas.


Educação é informação e formação, expectativas e planos a médio e longo prazo. Tem a ver, sim.

Ir para a Disney ou balada classe A nao exige muito apreco e conhecimentos literarios, artisticos ou cientificos, o que definiria basicamente uma pessoa culta. Ir para a Disneylandia ou para a balada classe A exige uma predisposicao para gastar uma determinada quantia de dinheiro com luxos, o que define uma pessoa de classe media, ou classe media alta (ou de classe media baixa porem irresponsavel).


Então...quem tem dinheiro pode se dispor. Quem não tem, não pode e acaba inevitavelmente em bailinho funk e no carro do ficante. Não tem como pensar no próximo intercâmbio ou nas próximas peças de teatro com os amigos mais intelectualizados. Ou tem?

Mesmo assim, me escapa a pertinencia da sua observacao.


Não escapa se você observar o que costuma acontecer nas classes. No geral e na maioria, nascem mais pobres do que ricos. Meninas de classe baixa engravidam mais. É assim e não o contrário.

O apelo sexual da balada classe A e bastante claro, mas acredito que seja ofuscado pelo de um baile funk classe C, D ou E (pelo menos eu tive essa impressao nas oportunidades (nao muito frequentes) que eu tive de presenciar exemplos dessas categorias de eventos).


Sim é o que estou dizendo. Mas há uma diferença entre apelo e escolha do que fazer com ele. Não?

Ja o apelo sexual da Disney me passou despercebido na unica oportunidade que tive de visitar dois de seus parques, situados proximos a Paris. Talvez algum tipo bastante tarado possa se masturbar pensando na Pequena Sereia, mas eu duvido.


:emoticon12:

Não é nada disto. Estou falando que excursões de adolescentes para Bariloche, Porto Seguro ou Disney também são ambientes e ocasiões em que eles se vêem mais livres e com amigos do sexo oposto.



Apo escreveu:Claro que a promiscuidade nas classes mais baixas privilegia instintos mais primitivos ( e estão ligados à frutações variadas e necessidade de se fazer importante de alguma forma).


[color=#0080ff][b]Eu nao sei se e realmente necessaria essa analise psicologica mais profunda do inconsciente das classes baixas. Alias, eu nem me referi a elas, e sim as pessoas incultas de todas as classes.


Se estamos falando de apelos , é evidente que os adolescentes de classes mais baixas ( mesmo, conforme eu disse, havendo apelo em todas as classes ), estão mais à mercê de falta de informação, de circintâncias ou de valores que privilegiem ter filhos cedo , infelizmente...

E basicamente muito simples. Sexo exige pouca ou nenhuma instrucao para ser satisfatorio, seja praticando ou assistindo.


E agora eu que não entendi o que reprodução tem a ver com sexo satisfatório...

Assim, pessoas de baixa instrucao tem um menor espectro de escolhas para o seu lazer (pois os lazeres que exigem maior educacao nao estao acessiveis), o que produziria um forte incentivo para que elas optassem com maior frequencia por coisas relacionadas a sexo, sempre que essa opcao fosse disponivel, o que e normalmente a regra.


E é isto que eu disse. Como ponderei que mesmo havendo apelo e biologia semelhantes, a disponibilização e as escolhas é que parecem fazer diferença.
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Re: Estudo liga programas de TV à gravidez na adolescência

Mensagem por user f.k.a. Cabeção »

Apo escreveu:Não me fiz entender....Quando coloquei "probabilidade" entre aspas, não me referi apenas à biologia ou chance estatística, cabeção...mas aos hábitos, amadurecimento...o que acaba determinando algumas escolhas ou acasos.


Esta bastante claro que a gravidez nao e um fenomeno completamente aleatorio, e que depende de decisoes individuais. Ninguem questionou isso.

O que esta sendo discutido sao dados sobre determinados grupos de individuos. O fato de uma menina atender aos criterios que definem um grupo de individuos onde a incidencia de gravidez durante a adolescencia e alta nao quer dizer que para aquela menina especifica a chance de que ela engravide enquanto adolescente e alta, a menos que nao dispunhamos de nenhuma outra informacao a priori sobre o seu comportamento exceto o fato dela pertencer a tal grupo de risco.

Se nos conhecemos a menina, sabemos que ela e madura, tem bons habitos, e responsavel, nos temos informacao extra que nos diz algo a mais acerca dessa probabilidade, nesse caso diminuindo-a ou eliminando-a.

Agora se selecionamos aleatoriamente a menina numa lista de nomes de pessoas que integram esse grupo, sem qualquer tipo de vies especifico, a probabilidade dela engravidar na adolescencia sera aproximadamente a mesma que a incidencia estatistica de gravidez precoce calculada para o seu grupo de risco, desde que a amostra seja suficientemente grande. E isso que nos ensina a lei dos grandes numeros.


Apo escreveu:Além do mais, pode-se engravidar bem antes de outra pessoa que fez mais sexo do que nós fizemos.



Sim. Tambem podemos acertar um rato em fuga a quatro metros de distancia com um picador de gelo.

Mas sao eventos raros.

Isso se a unica informacao que temos e a quantidade de sexo praticada. Pois se sabemos algo acerca das precaucoes adotadas e da fertilidade dos casais envolvidos, essas probabilidades podem ser bastante diferentes.


Apo escreveu:Educação é informação e formação, expectativas e planos a médio e longo prazo. Tem a ver, sim.

Tem a ver com o que? Com ter dinheiro?

Efetivamente. Na medida que educacao exige uma certa disponibilidade de tempo e recursos. O que nao quer dizer que sejam a mesma coisa.


Apo escreveu:Então...quem tem dinheiro pode se dispor. Quem não tem, não pode e acaba inevitavelmente em bailinho funk e no carro do ficante. Não tem como pensar no próximo intercâmbio ou nas próximas peças de teatro com os amigos mais intelectualizados. Ou tem?



Eu nao tenho certeza sobre essa invitabilidade. Que eu saiba nao custa muito caro emprestar um livro na biblioteca, apenas a maioria das pessoas, pobres e nao pobres, nao tem esse costume por serem de um modo geral incultas.

Muitas pessoas pobres de outros paises que nao podem bancar viagens para a Disney nem noitadas classe A tem habitos que nao incluem assistir sacanagem na TV ou foder em carros na saida dos bailes funks durante a adolescencia.


Apo escreveu:Não escapa se você observar o que costuma acontecer nas classes. No geral e na maioria, nascem mais pobres do que ricos. Meninas de classe baixa engravidam mais. É assim e não o contrário.



A afirmacao "nascem mais pobres do que ricos" e inadequada. O correto seria a afirmacao "pobres tem mais filhos que ricos". Pobres ou ricos nao nascem, pois essas nao sao condicoes naturais das pessoas. Pessoas que estao pobres (e que podem ou nao permanecer nessa condicao) tendem a ter maior numero de filhos que pessoas que estao ricas.

A questao de se filhos de pobres serao pobres ou incultos ja e muito mais complicada. A maioria das pesquisas serias sobre mobilidade social mostram que a mobilidade inter e intra-geracional sao muito maiores do que se costuma supor. E que ela esta ligada a fatores muito menos obvios a principio. Imigrantes e decendentes mostram niveis de mobilidade muito maiores, mesmo nao tendo muitos familiares e amigos a quem recorrer nos paises de acolho. Imigrantes normalmente compoe um grupo fortemente enviesado em privilegio de valores tais como a perseveranca e o empreendedorismo, afinal, sao necessarias boas doses de ambos para deixar seus paises e conhecidos e embarcar num futuro incerto num lugar estranho. Isso talvez explique sua rapida prosperidade, jogando por terra teorias de inercia social nas camadas dos miseraveis.

Da mesma forma, muito ouve falar dos 10% ou dos 1% mais ricos da sociedade, que concentram a maior parte da riqueza, e dos 50% ou 10% mais pobres, que nada possuem quase. Pouco se fala porem do fato de que de decada para decada, esses nao sao mais os mesmos individuos de antes, pelo menos em grande parte.

Alem disso, no Brasil, temos que a tendencia das ultimas decadas tem sido o crescimento da classe media e a diminuicao da proporcao de pobres, ainda que isso tenha se dado de forma mais lenta do que era esperado, tendo em vista outros paises que se encontravam na mesma situacao ou pior ha 40 anos.

Ou seja, ainda que ser pobre represente uma clara desvantagem para adquirir cultura e lazer, tanto quanto para se treinar afim de atingir maior prosperidade, essa dificuldade nao tem sido impeditiva numa grande parte dos casos, tanto para um quanto para o outro.

E que o fato de ser pobre e ter muitos filhos durante a adolescencia esta muito mais ligado ao fato de ser pobre e tambem ser inculto e sem ambicoes maiores, do que simplesmente ser pobre. Entre pobres pode-se discutivelmente alegar existir maior incidencia de pessoas sem perspectivas e mais propensas a nao esforcarem-se para deixar de ser ignorantes, mas isso nao pode nunca ser considerado uma regra geral. Estatisticas superficiais escondem esse tipo de fato e erram a respeito dos verdadeiros fatores diretamente correlacionados aos dados coletados.


Mas nada disso tem muito a ver com o que eu tinha dito. Eu simplesmente questionei a pertinencia de dizer que ter a chance de ir para a Disneylandia representa um forte apelo a pratica de sexo desprotegido entre adolecentes mais abastados. Foi isso que eu pude compreender da sua seguinte afirmacao, mas agora relendo-a vejo que o significado pode ser o contrario.


    Quanto à questão de que pessoas menos "educadas" têm menos acesso à outras opções de diversão...não sei. Ir prá Disney ou na balada classe A? Tem apelo sexual também no dia-a-dia.

Apo escreveu:Sim é o que estou dizendo. Mas há uma diferença entre apelo e escolha do que fazer com ele. Não?

Com certeza.

Alem disso existe o fenomeno de previa selecao. Tendo em vista a natureza mais promiscua do baile funk, temos que a priori, mulheres que optam por frequenta-los estao com maior predisposicao a sexo casual que aquelas que vao para a boite cara da moda com as amigas para exibirem seus novos vestidos, e que estao muito mais preocupadas com a imagem que poderiam fazer de si ao transarem com algum estranho.


Apo escreveu:Não é nada disto. Estou falando que excursões de adolescentes para Bariloche, Porto Seguro ou Disney também são ambientes e ocasiões em que eles se vêem mais livres e com amigos do sexo oposto.

Tendo em vista que mesmo adolescentes mais abastados nao partem em excursoes do tipo mais do que uma vez por ano, essas ocasioes acabam sendo comparativamente escassas.

Seguramente, o numero de meninas adolecentes que voltam gravidas de excursoes para a Disney por ano nao deve ser algo representativo, e eu chutaria que deve mesmo ser zero.


Apo escreveu:Se estamos falando de apelos , é evidente que os adolescentes de classes mais baixas ( mesmo, conforme eu disse, havendo apelo em todas as classes ), estão mais à mercê de falta de informação, de circintâncias ou de valores que privilegiem ter filhos cedo , infelizmente...


Pontos que ja foram discutidos num segmento acima.

Apo escreveu:E agora eu que não entendi o que reprodução tem a ver com sexo satisfatório...


Nao e tao complicado assim.

A vasta maioria das adolescentes que "se reproduzem" foi porque fizeram sexo, e a vasta maioria das que se reproduziram apos fazerem sexo o fizeram porque esperavam que fosse satisfatorio, e nao porque tencionavam engravidar.

Como acidentes ocorrem, sobretudo com quem nao providencia corretamente as medidas cautelares visando eliminar ou diminuir significativamente os riscos, temos que praticamente todas essas meninas engravidaram ao fazer sexo recreativo (que pode ou nao ter sido satisfatorio, algo mais subjetivo).


Apo escreveu:E é isto que eu disse. Como ponderei que mesmo havendo apelo e biologia semelhantes, a disponibilização e as escolhas é que parecem fazer diferença.



"Disponibilizacao de escolhas" e um termo que me parece sempre suspeito. Voce pode me esclarecer o que realmente voce quis dizer com isso? Assim nao ficara parecendo que voce esta afirmando que pobres tem muitos filhos na adolescencia porque nao tiveram a sua disposicao a escolha de viajar para a Disney no lugar de assistir novelas de sacanagem e fazer sexo sem preservativos na saida do baile funk.
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Lúcifer
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Re: Estudo liga programas de TV à gravidez na adolescência

Mensagem por Lúcifer »

Luiz Carlos Querido escreveu:
Lúcifer escreveu:Primeiro é a falta de tv que é culpada pelo aumento de gestantes.
Agora dizem que a tv é a culpada pelo engravidamento de aborrecentes.

Bah! Qual vai ser a desculpra pra próxima vez?? A internet??

Calma Lúcifer. Ambas caminham juntas sim. Basta analisar com calma e parcimômia...


Obs: "to te devendo de novo né?"


Se esquenta não, Querido.
Quando li o texto, eu estava no serviço com uma baita dor de cabeça. Só me estourou a primeira coisa que veio na cabeça.

Aproveitando, adoro o jeito do cabeção colocar as suas idéias.
Acredito que, o que ele quis dizer com a "educação", não é necessariamente pessoas ter mais dinheiro que tem mais educação. Pessoas pobres não ter educação.

A educação vem de berço, da família. Se os pais, mesmo os das classes mais baixas, saber educar os filhos, eles serão mais "ricos" que os bastardinhos endinheirados que pensam que podem fazer qualquer coisa só por causa do dinheiro.

Não é preciso ter uma boa situação financeira para se ter educação, informação e conhecimento. Basta ter a vontade de querer aprender.

E Apo, o que se vê mais, por exemplo, no Rio de Janeiro hoje, são jovens de classe média e média-alta visitando os bailes de batidão (me recuso a falar funk, o funk é totalmente diferente daquela merda). E esses jovens transam embalados pelo ambiente sensual do local. Pobres ou ricos, estão lá para se estimularem fisicamente.

E alguns jovens, sim (que eu conheço muito bem alguns deles), procuram formas mais educativas e culturais de diversão, e eles não são nem um pouco riquinhos. Procurar eventos educacionais e culturais tem de monte por aí, mas é mais fácil procurar esses lugares de baixo calão
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Re: Estudo liga programas de TV à gravidez na adolescência

Mensagem por Apo »

user f.k.a. Cabeção escreveu:
Apo escreveu:Não me fiz entender....Quando coloquei "probabilidade" entre aspas, não me referi apenas à biologia ou chance estatística, cabeção...mas aos hábitos, amadurecimento...o que acaba determinando algumas escolhas ou acasos.


Esta bastante claro que a gravidez nao e um fenomeno completamente aleatorio, e que depende de decisoes individuais. Ninguem questionou isso.


Sim, e tais decisões podem variar de grupo para grupo, havendo tendências facilmente observáveis e demonstráveis em cada grupo. Tanto em semelhança, quanto em discordâncias. Passando ou não pela TV como sujeito provocador, jamais determinante exclusivo. Talvez nem determinante relevante.

O que esta sendo discutido sao dados sobre determinados grupos de individuos.


Sim.

O fato de uma menina atender aos criterios que definem um grupo de individuos onde a incidencia de gravidez durante a adolescencia e alta nao quer dizer que para aquela menina especifica a chance de que ela engravide enquanto adolescente e alta, a menos que nao dispunhamos de nenhuma outra informacao a priori sobre o seu comportamento exceto o fato dela pertencer a tal grupo de risco.


Sim, mas não se deve mesmo levar em conta apenas um indivíduo isoladamente, e sim um grupo-amostra que seja de fato representativo do universo em questão.

Se nos conhecemos a menina, sabemos que ela e madura, tem bons habitos, e responsavel, nos temos informacao extra que nos diz algo a mais acerca dessa probabilidade, nesse caso diminuindo-a ou eliminando-a.


Sim, em tese e no esperado dentro do que imaginamos. Mas o que é conhecer, saber que é madura e tem bons hábitos? Mesmo assim, há evidências favoráveis a determinados tipo de comportamento ou não, concordo.

Agora se selecionamos aleatoriamente a menina numa lista de nomes de pessoas que integram esse grupo, sem qualquer tipo de vies especifico, a probabilidade dela engravidar na adolescencia sera aproximadamente a mesma que a incidencia estatistica de gravidez precoce calculada para o seu grupo de risco, desde que a amostra seja suficientemente grande. E isso que nos ensina a lei dos grandes numeros.

E quem falou em randomizar ou escolher um nome qualquer? Estamos falando sobre uma pesquisa que concluiu de forma rasa e enviesada que "Adolescentes que assistem muitos programas de TV com conteúdo sexual - sejam cenas ou diálogos - têm probabilidade duas vezes maior de engravidar nos três anos seguintes do que os jovens que assistem poucos desses programas". Estabeleu até um prazo!

E eu apenas discordo deste tipo de análise, porque o veículo TV foi tratado de forma decisiva aqui. E não é a TV o mais relevante na questão. Gostaria de saber que outros meios foram averiguados e suas reais chances de influenciar no aumento da gestação em adolescentes. Senão, se divulga algo nada científico, apenas parcial e passível de falsas interpretações.
Ou seja: tire a TV do quarto de seus filhos. Com isto, menos adolescentes se transformarão em pais e mães. Nem sei em que quadrante ideológico isto se encaixa...

Apo escreveu:Além do mais, pode-se engravidar bem antes de outra pessoa que fez mais sexo do que nós fizemos.



Sim. Tambem podemos acertar um rato em fuga a quatro metros de distancia com um picador de gelo.

Mas sao eventos raros.


Continuo achando irrelevante.


Apo escreveu:Educação é informação e formação, expectativas e planos a médio e longo prazo. Tem a ver, sim.
Tem a ver com o que? Com ter dinheiro?

Efetivamente. Na medida que educacao exige uma certa disponibilidade de tempo e recursos. O que nao quer dizer que sejam a mesma coisa.


Geralmente demonstram-se através da forma. Informação pode ser apenas jogar dados ou repetir clichês moralistas e pode ser uma troca frutificante, por motivos mais que óbvios. E isto mostra muito mais a força da educação e da informação recebida através de meios variados do que apenas do veículo TV ( mas este pode se incluir, entre tantos, obviamente).

Apo escreveu:Então...quem tem dinheiro pode se dispor. Quem não tem, não pode e acaba inevitavelmente em bailinho funk e no carro do ficante. Não tem como pensar no próximo intercâmbio ou nas próximas peças de teatro com os amigos mais intelectualizados. Ou tem?



Eu nao tenho certeza sobre essa invitabilidade. Que eu saiba nao custa muito caro emprestar um livro na biblioteca, apenas a maioria das pessoas, pobres e nao pobres, nao tem esse costume por serem de um modo geral incultas.


Basta ver os números de audiência dos programas de TV populares e os apelos e valores que eles transmitem porque este povo gosta de ver tais coisas ( pois eles dizem que diz respeito à vida deles, portanto ...é bom. Além de liberar adrenalinas).

Veja, a questão financeira aqui surgiu como adendo ao assunto. O que eu discordo é de chegar a uma conclusão destas por causa da TV e do que ela mostra. Seria mais pelo que ela e outros veículos ( e as próprias instuições) deixam de mostrar. Ou da forma superficial que mostram. Talvez até de duplicidade e incoerência das mesagens. É todo um conjunto de coisas e não se chega à uma gravidez 3 meses depois de ver alguma sacanagem na TV. Esta pesquisa é ridícula.

Muitas pessoas pobres de outros paises que nao podem bancar viagens para a Disney nem noitadas classe A tem habitos que nao incluem assistir sacanagem na TV ou foder em carros na saida dos bailes funks durante a adolescencia.


Mais um motivo para não culpar a TV por isto e divulgar uma droga de pesquisa destas.
Mas no Brasil, a TV aberta é um lixo e faz parte do contexto apelativo. Mas não só ela e nem causa mais gravidez.

Apo escreveu:Não escapa se você observar o que costuma acontecer nas classes. No geral e na maioria, nascem mais pobres do que ricos. Meninas de classe baixa engravidam mais. É assim e não o contrário.



A afirmacao "nascem mais pobres do que ricos" e inadequada. O correto seria a afirmacao "pobres tem mais filhos que ricos". Pobres ou ricos nao nascem, pois essas nao sao condicoes naturais das pessoas. Pessoas que estao pobres (e que podem ou nao permanecer nessa condicao) tendem a ter maior numero de filhos que pessoas que estao ricas.


Eu disse: "meninas de classe baixa engravidam mais". Como a classe baixa costuma ser a base da pirâmide, mais bebês nascem pobres, já que herdam tais condições de seus pais.

A questao de se filhos de pobres serao pobres ou incultos ja e muito mais complicada. A maioria das pesquisas serias sobre mobilidade social mostram que a mobilidade inter e intra-geracional sao muito maiores do que se costuma supor. E que ela esta ligada a fatores muito menos obvios a principio. Imigrantes e decendentes mostram niveis de mobilidade muito maiores, mesmo nao tendo muitos familiares e amigos a quem recorrer nos paises de acolho. Imigrantes normalmente compoe um grupo fortemente enviesado em privilegio de valores tais como a perseveranca e o empreendedorismo, afinal, sao necessarias boas doses de ambos para deixar seus paises e conhecidos e embarcar num futuro incerto num lugar estranho. Isso talvez explique sua rapida prosperidade, jogando por terra teorias de inercia social nas camadas dos miseraveis.


Concordo em parte.
Mesmo assim, a TV não gera mais gestações em filhos de pobres e nem de ricos. É disto que discordo e o restante é assunto para outro tópico.

Da mesma forma, muito ouve falar dos 10% ou dos 1% mais ricos da sociedade, que concentram a maior parte da riqueza, e dos 50% ou 10% mais pobres, que nada possuem quase. Pouco se fala porem do fato de que de decada para decada, esses nao sao mais os mesmos individuos de antes, pelo menos em grande parte.


É. Outro tópico.

Alem disso, no Brasil, temos que a tendencia das ultimas decadas tem sido o crescimento da classe media e a diminuicao da proporcao de pobres, ainda que isso tenha se dado de forma mais lenta do que era esperado, tendo em vista outros paises que se encontravam na mesma situacao ou pior ha 40 anos.


E você deve saber que isto tudo é papo furado vermelho, ou pseudo-vermelho, a tal elite no poder.

Ou seja, ainda que ser pobre represente uma clara desvantagem para adquirir cultura e lazer, tanto quanto para se treinar afim de atingir maior prosperidade, essa dificuldade nao tem sido impeditiva numa grande parte dos casos, tanto para um quanto para o outro.


E a TV? Causa ou não mais gravidez da adolescência?

E que o fato de ser pobre e ter muitos filhos durante a adolescencia esta muito mais ligado ao fato de ser pobre e tambem ser inculto e sem ambicoes maiores, do que simplesmente ser pobre.


De novo, as coisas estão ligadas e não tem jeito. Salvo raras exceções.

Entre pobres pode-se discutivelmente alegar existir maior incidencia de pessoas sem perspectivas e mais propensas a nao esforcarem-se para deixar de ser ignorantes, mas isso nao pode nunca ser considerado uma regra geral. Estatisticas superficiais escondem esse tipo de fato e erram a respeito dos verdadeiros fatores diretamente correlacionados aos dados coletados.


E pesquisas vermelhas ou populistas tendem a mostrar os pobres como os donos da sabedoria e de saber em quem devem votar na hora de conseguir favoritismos. Inclusive bolsa-fome e outros que tais.


Mas nada disso tem muito a ver com o que eu tinha dito. Eu simplesmente questionei a pertinencia de dizer que ter a chance de ir para a Disneylandia representa um forte apelo a pratica de sexo desprotegido entre adolecentes mais abastados. Foi isso que eu pude compreender da sua seguinte afirmacao, mas agora relendo-a vejo que o significado pode ser o contrario.

Não é isto e nem o contrário. Eu apenas citei a Disney como exemplo de saída do ambiente viciado e restrito da favela. Esqueça o Mickey.


Apo escreveu:Sim é o que estou dizendo. Mas há uma diferença entre apelo e escolha do que fazer com ele. Não?

Com certeza.

Alem disso existe o fenomeno de previa selecao. Tendo em vista a natureza mais promiscua do baile funk, temos que a priori, mulheres que optam por frequenta-los estao com maior predisposicao a sexo casual que aquelas que vao para a boite cara da moda com as amigas para exibirem seus novos vestidos, e que estao muito mais preocupadas com a imagem que poderiam fazer de si ao transarem com algum estranho.


Acho que desfocamos o leque aqui. Falemos de adolescentes, conforme consta na pesquisa.
Mas vale a prévia seleção, sim. Por isto, SE a ou o adolescente muda de canal quando vê promiscuidade, isto significaria o contrário: que excesso de apelo causa repulsa ou pensamentos críticos ao sexo promíscuo, e não o que diz a pesquisa. Por isto eu disse: disponibilidade para engravidar é subjetivo, pois não há como avaliar que reações causa a exposição de sexo por sexo em uma mente adolescente.
Pode engatilhar inclusive o seguinte pesnsamento: como pode ser tão excitante e causar tantos problemas? Não quero isto por agora. Ou seja, é raso fazer ligações entre uma coisa e outra.

Apo escreveu:Não é nada disto. Estou falando que excursões de adolescentes para Bariloche, Porto Seguro ou Disney também são ambientes e ocasiões em que eles se vêem mais livres e com amigos do sexo oposto.

Tendo em vista que mesmo adolescentes mais abastados nao partem em excursoes do tipo mais do que uma vez por ano, essas ocasioes acabam sendo comparativamente escassas.


Partem, sim. A partida inclui planos e fantasias. Inclusive inícios e términos de relacionamentos, imitações do irmão mais velho que foi no ano anterior, observação do filminho da turma do ano passado. Os adolescentes de classe média e classe média alta estão experimentando tais "saídas" cada vez mais cedo e mais frequentemente. Não só aqui, na Europa e nos EUA também. Há uma máquina comercial especialmente montada para atender esta demanda. Antigamente, agências de turismo atendiam todos os públicos. Agora, multiplicam-se as especializadas em levar adolescentes ao 4 cantos do mundo.

Mas isto é outro assunto.

Seguramente, o numero de meninas adolecentes que voltam gravidas de excursoes para a Disney por ano nao deve ser algo representativo, e eu chutaria que deve mesmo ser zero.


Não aposte suas fichas nisto. Não aposte mesmo.


Apo escreveu:E agora eu que não entendi o que reprodução tem a ver com sexo satisfatório...


Nao e tao complicado assim.

A vasta maioria das adolescentes que "se reproduzem" foi porque fizeram sexo, e a vasta maioria das que se reproduziram apos fazerem sexo o fizeram porque esperavam que fosse satisfatorio, e nao porque tencionavam engravidar.


Não. TODAS que se engravidaram foi porque fizeram sexo. E fizeram sexo por vários motivos. Não porque seria "satisfatório". Obviamente que para engravidar deve ter sido um número desprezível.

Como acidentes ocorrem, sobretudo com quem nao providencia corretamente as medidas cautelares visando eliminar ou diminuir significativamente os riscos, temos que praticamente todas essas meninas engravidaram ao fazer sexo recreativo (que pode ou nao ter sido satisfatorio, algo mais subjetivo).


É. Subjetivo como eu disse. Pode ser apelo do namorado, da mídia, do excesso de hormônios, do impulso inconsequente, das fofocas entre amigas, da festinha regada a som excitante, de alguma substância energizante e sei lá mais quantas possibilidades. A maioria nem gosta depois que analisa o que, com quem e como fez. Mesmo que não admita.

Algumas acordam grávidas.

Apo escreveu:E é isto que eu disse. Como ponderei que mesmo havendo apelo e biologia semelhantes, a disponibilização e as escolhas é que parecem fazer diferença.



"Disponibilizacao de escolhas" e um termo que me parece sempre suspeito. Voce pode me esclarecer o que realmente voce quis dizer com isso? Assim nao ficara parecendo que voce esta afirmando que pobres tem muitos filhos na adolescencia porque nao tiveram a sua disposicao a escolha de viajar para a Disney no lugar de assistir novelas de sacanagem e fazer sexo sem preservativos na saida do baile funk.


Não há nada de suspeito aqui. Nem sequer me ative a um julgamento moralista. É apenas a realidade do que se apresenta para elas e eles ( cada um no seu contexto psicológico, moral, familiar, social, comunitário, enfim...).


Ps: esgoto-me destes posts gigantescos. Não me dirija a palavra nos próximos 3 dias. Se for responder a este post, corte em 4.

:emoticon1:
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Trancado