Segundo Lula, "o cara" agora é um escritor do Brasil. Ou seja, de bandido comunista a ícone da cultura nacional.
Talvez o próximo passo seja arranjar uma boquinha para "o cara" no circo governamental.
Lula pede a Itália que "respeite" asilo a Battisti
Plantão | Publicada em 15/01/2009 às 22h35m
- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu às autoridades italianas que "respeitem" a decisão do Brasil de conceder asilo ao ex-ativista de esquerda italiano Cesare Battisti.
"A decisão brasileira é questão brasileira, soberana do Estado brasileiro. E tomamos decisão de que essa pessoa (Battisti) seja asilado no Brasil", disse o presidente nesta quinta-feira, na sede do Sexto Distrito Naval, na localidade de Ladário, no Mato Grosso do Sul, onde ele participou de uma cerimônia com o colega boliviano Evo Morales.
Segundo Lula, o Brasil é um país "generoso" e que respeita o entendimento do ministro da Justiça (Tarso Genro) de que "ele fique no Brasil".
Se a soberania de cada país for respeitada, as relações (com a Itália) não serão afetadas e "ficarão cada vez melhores", acrescentou o presidente.
Quando perguntado se não temia uma reação contrária não só da Itália, mas do G-8, ele respondeu: "Nem do G-8, do G-9 ou do G-10. Acho que os italianos podem até não concordar com a decisão do Brasil, mas devem respeitá-la."
Lula disse que Battisti é acusado de um crime que ocorreu em 1978. "Ou seja, há mais de 30 anos. E o cidadão que o acusou não existe mais para confirmar o que falou."
Extradição
O governo italiano prometeu recorrer ao Supremo Tribunal Federal brasileiro para conseguir a extradição do ex-ativista.
Em entrevista à rádio italiana Anch'io, o ministro da Justiça da Itália, Angelino Alfano, disse que espera que o governo brasileiro reveja a decisão de conceder a Battisti o status de refugiado.
"Não nos acomodaremos e iremos usar de todos os meios judiciais. Faremos tudo o que for possível", disse o ministro. "Pretendemos propor um recurso junto ao Supremo Tribunal Federal do Brasil."
Mas a retaliação italiana pode não ficar apenas no campo judicial. A decisão brasileira também provocou uma forte reação política.
A Itália vai ser a sede neste ano do encontro do grupo de países mais industrializados do mundo, o G8, e usa a possível participação brasileira como arma de barganha.
"Vamos ainda fazer valer o fato político de que os países como o Brasil, que pretendem contribuir para a democracia mundial com a participação no G8, não podem pensar que a violação do que foi decidido pela Justiça de outros países irá aplainar seu caminho (para participar da reunião)", disse Alfano. "As democracias mundiais devem colaborar também com isso."
Battisti é ex-integrante de um grupo de extrema-esquerda e foi condenado à prisão perpétua na Itália por quatro assassinatos. Em 2007, ele foi capturado no Rio de Janeiro. Hoje, está detido em um presídio no Distrito Federal e aguarda libertação após a decisão do Ministério da Justiça.
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2009/ ... 133552.asp
No Brasil, democracia e soberania são sinônimos de aval para a bandidagem mundial através de atos de canetaço presidencial.