
Fechamentos e demissões continuam, mas para Lula era um Natal dos sonhos.

Vagas fechadas no país superam os 650 mil, o pior dezembro da história
BRASÍLIA E LADÁRIO (MS) - Por conta da crise, o mercado de trabalho registrou, em dezembro, o pior resultado para o mês da série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, iniciada em 1992. Conforme os números antecipados ao jornal O Globo, foram fechados mais de 650 mil postos de trabalho. Nesta quinta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia confirmado que o saldo negativo entre as contratações e demissões em dezembro teria atingido cerca de 600 mil postos de trabalho , o dobro do normalmente visto nesses períodos. Para o presidente, que chegou a dizer que haviam sido perdidas 800 mil vagas em dezembro, número corrgido depois por sua assessoria, houve uma anormalidade no mês passado.
Como mostra reportagem do Globo, a indústria exportadora foi a que mais demitiu, superando o comércio, onde desligamentos são comuns por causa do Natal. O número oficial será divulgado segunda-feira.
Acordo inédito
Esta semana, um acordo inédito foi selado entre sindicalistas e empresários para redução de jornada e de salários, com o objetivo é evitar demissões diante do agravamento da crise mundial. No entanto, um dia depois, o entendimento começou a gerar atritos . Paulo Skaf, presidente da Fiesp (federação que reúne 133 setores da indústria), rebateu as críticas feitas pelo ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que desaprova o acordão, alegando que as empresas têm sido beneficiadas pelo governo e não devem cortar vagas. Skaf pediu menos demagogia, enquanto o ministro reagiu prometendo sanções às empresas que demitirem.
Nesta quinta-feira, a Força Sindical decidiu suspender por dez dias as negociações com a Fiesp em torno de medidas para conter o desemprego. Segundo ele, a decisão foi tomada para incluir a Central Única dos Trabalhadores (CUT) nas conversações. Paulinho defende que as centrais sindicais trabalhem unidas para pressionar o governo por medidas efetivas que combatem o desemprego em meio à crise econômica internacional, com cortes de impostos, aumento do crédito e redução de juros.
Declarações de Lupi irritam Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desaprova as declarações do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, de ameaçar com punições empresas que planejam demitir . O presidente usará sua experiência como negociador da área sindical, onde começou sua carreira política, na reunião de segunda-feira com dirigentes das centrais sindicais.
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