Cês pensam que política é para qualquer um? num é não:
Devidamente chupinhado do site CARTA MAIOR.
Política é foda!!!!!
A volta dos que não foram
A eleição de Michel Temer e José Sarney para as presidências da Câmara e do Senado, inaugura uma nova etapa na relação entre o governo Lula e a base parlamentar. O PMDB é hoje o principal aliado de Lula, mas o caminho que seguirá nas próximas eleições presidenciais permanece uma incógnita.
Maurício Thuswohl
No futuro, quando analisados por historiadores ou cientistas políticos, os oito anos de governo Lula poderão ser facilmente divididos de acordo com as diferentes etapas da relação entre o Palácio do Planalto e sua base parlamentar. Desde a opção errada de alimentar um saco de gatos gordos, que culminou na crise do mensalão, até a formalização de uma aliança mais séria e sólida com o PMDB, a relação entre o governo e o Congresso Nacional foi determinante para indicar os caminhos trilhados pelo primeiro e para manter a governabilidade no país.
Desde segunda-feira (2), com a eleição dos peemedebistas Michel Temer e José Sarney para as presidências da Câmara e do Senado, foi inaugurada uma nova etapa na relação entre o governo Lula e a base parlamentar. Com uma importante diferença em relação aos períodos anteriores, já que, desta vez, essa relação pode determinar qual será o sucessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a partir de 2011. O PMDB é hoje o principal aliado de Lula, mas o caminho que seguirá o partido nas próximas eleições presidenciais permanece uma incógnita.
Certo mesmo é o grande poder político agora acumulado nas mãos de antigos caciques peemedebistas, os mesmos que apoiaram desde sempre o governo de Fernando Henrique Cardoso e que hoje estão integrados ao governo do PT com mais naturalidade do que muitos petistas. Na terceira passagem pela presidência do Senado, Sarney dispensa apresentações. Sua habilidade em permanecer no centro do poder vem desde a ditadura militar e ele já foi até presidente da República. Temer, eleito pela segunda vez presidente da Câmara, mesmo identificado como membro do grupo antipetista do PMDB, aferrou-se à presidência do partido e agora renasce como interlocutor privilegiado do Planalto, posição que ocupou com desenvoltura nos tempos de FHC.
Por trás desses dois senhores, outras figuras carimbadas no governo tucano. No Senado, foi Renan Calheiros o principal articulador da resistência à candidatura do petista Tião Viana - que o PMDB inicialmente havia prometido apoiar - e do conseqüente surgimento do nome de Sarney. Na Câmara, o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, suou a camisa por Temer, comandando um time de deputados peemedebistas de peso, como Eliseu Padilha, Jader Barbalho e Henrique Eduardo Alves, entre outros.
Também tiveram atuação destacada em prol da candidatura de Sarney dois grandes amigos de FHC: o ministro da Defesa, Nélson Jobim, e o ex-governador do Rio de Janeiro, Moreira Franco, atualmente vice-presidente da Caixa Econômica Federal. Na Câmara, atuou nas sombras por Temer o ex-governador Orestes Quércia, liderança-mor do PMDB de São Paulo. Com a exceção de Quércia, todos os citados, ao menos por enquanto, estão com Lula e não abrem. Estarão ao lado do PT em 2010? Nem o diabo sabe.
Sarney gosta sinceramente de Lula e odeia José Serra, mais sinceramente ainda, desde que o atual governador de São Paulo fez ir pelos ares a candidatura de Roseana Sarney à Presidência da República em 2002, no famoso episódio Lúnus. A certeza do apoio de Sarney ao candidato de Lula em 2010 teria feito com que Serra estimulasse a surpreendente virada do PSDB em favor de Viana. Mentes mais mirabolantes, no entanto, dizem que Serra torcia para que, derrotado pelo PT na disputa no Senado, Sarney acabasse aderindo à candidatura tucana em 2010.
Temer, por sua vez, mantém uma estreita ligação com Serra e, apesar do atual discurso pedindo a unidade da base governista, dificilmente deixará de apoiar o candidato tucano à sucessão de Lula. Nesse sentido, terão forte influência sobre ele as posições adotadas por Quércia e por outros peemedebistas hostis ao PT em seus estados, como o gaúcho Padilha e o baiano Geddel, que já se estranha com o governador petista Jaques Wagner.
Outro fator complicador nessa história é a própria instabilidade interna do PMDB. Exemplo disso foi o esforço do deputado licenciado Geddel para eleger Viana no Senado e o trabalho do senador Renan para minar a candidatura de Temer na Câmara. Essa fratura anuncia o provável caminho do PMDB em 2010: uma parte vai apoiar Serra e outra parte vai apoiar Dilma Rousseff ou quem quer que seja o candidato apoiado pelo Planalto, indicando, é claro, o vice na chapa governista.
Resta saber quem vai levar a maior fatia do bolo peemedebista. Se for fiel a si mesmo, o PMDB deve apoiar majoritariamente o candidato que estiver mais bem colocado nas pesquisas de opinião, fator que, por hora, beneficia Serra. O que já está definido, infelizmente, é que o candidato governista à sucessão de Lula terá que engolir como principal interlocutor um grupo político claramente de direita, ligado a interesses privados nem sempre muito claros e que se sustenta colado ao núcleo do poder federal sem se importar com as mudanças programáticas e/ou ideológicas ocorridas na Presidência da República.
José Sarney e Michel Temer representam a volta de quem, na verdade, jamais foi embora.
Maurício Thuswohl é jornalista.
Maurício, ainda bem que eu não ganho a vida como jornalista! Eu preferiria ir trabalhar na Rede Globo, ou Folha ou Estadão ou O Globo sei lá,ôrra, Ficar pensando... escreve ou diga logo o que o patrão quer, aráio! Grifão meu... Carlo!!!!!
Nem o diabo sabe, mas eles estão de volta!
- carlo
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