FHC defende descriminalização do uso da maconha

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Fedidovisk
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Re: FHC defende descriminalização do uso da maconha

Mensagem por Fedidovisk »

Meu desejo é que o filho de uns aqui nasça com fortes tendências homossexuais...

:emoticon12: :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:

Para que saiam do pedestal de arrogância e vaidade.

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Apáte
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Re: FHC defende descriminalização do uso da maconha

Mensagem por Apáte »

Fedidovisk escreveu:Meu desejo é que o filho de uns aqui nasça com fortes tendências homossexuais...

:emoticon12: :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:

Para que saiam do pedestal de arrogância e vaidade.

Como este rancor não é recíproco, meu desejo é que seu filho seja filho do Ricardão, pro bem de todos.
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King In Crimson
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Re: FHC defende descriminalização do uso da maconha

Mensagem por King In Crimson »

Não entendo como a maconha ainda é proibida no mundo de hoje.

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Apo
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Re: FHC defende descriminalização do uso da maconha

Mensagem por Apo »

Não acredito como acreditam que o ser humano muda de comportamento com proibições.
Pelo menos os brasileiros não mudam.

Os índices positivos em consequência da Lei Seca já voltaram a seus patamares tradicionais. Voltamos a vender álcool, voltaram a beber e dirigir e voltaram os números de acidentes, feridos e mortos.

É assim.
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bruno.laze
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Re: FHC defende descriminalização do uso da maconha

Mensagem por bruno.laze »

Eu fumo maconha desde os 15 anos e tenho 20. Fumo muito menos hoje em dia do que fumava, até porque não tenho tempo com trabalho e estudos. Considero fumar maconha perda de tempo , mas se alguém souber como ganhar tempo, me fale porque tempo nunca é de menos.

deveria ser pelo menos permitido plantar para consumo próprio em casa, só iria fazer mal para o fumante, não ia ter dinheiro envolvido (exceto insumos como as sementes), e o maconheiro iria fumar algo puro, diferentemente do que se compra por aí (na minha cidade eles colocam até merla e outros quimicos)

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Sorrelfa
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Re: FHC defende descriminalização do uso da maconha

Mensagem por Sorrelfa »

Uso defende descriminalização da maconha do FHC.
Editado pela última vez por Sorrelfa em 12 Fev 2009, 15:48, em um total de 2 vezes.
Vendo a justificável insistência de todos, humildemente sou forçado à admitir que sou um cara incrível !

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Apo
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Re: FHC defende descriminalização do uso da maconha

Mensagem por Apo »

Sorrelfa escreveu:Uso defende descriminalização da maconha do FHC.


Maconha defende uso da descriminalização do FCH.
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Sorrelfa
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Re: FHC defende descriminalização do uso da maconha

Mensagem por Sorrelfa »

Corrigido:

Uso defende descriminalização da maconha do FHC.
Uso da maconha defende descriminalização do FHC.
Maconha do FHC defende uso da descriminalização.
Descriminalização do FHC defende uso da maconha.
Maconha defende FHC do Uso da descriminalização.
Uso do FHC defende maconha da descriminalização.
Do FHC: "uso maconha", da descriminalização defende.
Vendo a justificável insistência de todos, humildemente sou forçado à admitir que sou um cara incrível !

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Discernimento
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Re: FHC defende descriminalização do uso da maconha

Mensagem por Discernimento »

Há muito tempo e sei que esse negócio de neoliberalismo era uma conspiração rasta-teuto-hebraica-com-um-pé-na-cozinha.

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Discernimento
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Re: FHC defende descriminalização do uso da maconha

Mensagem por Discernimento »

Discernimento escreveu:Há muito tempo e sei que esse negócio de neoliberalismo era uma conspiração rasta-teuto-hebraica-com-um-pé-na-cozinha.

Daí o motivo das parangas de cincão bicadas.

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Lúcifer
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Re: FHC defende descriminalização do uso da maconha

Mensagem por Lúcifer »

Maconha não faz mal. Cachaça faz.
http://www.youtube.com/watch?v=kgPTSOWB ... re=related
:emoticon12: :emoticon12:
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Johnny
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Re: FHC defende descriminalização do uso da maconha

Mensagem por Johnny »

Noticia interessante:
O comércio ilícito de drogas atravessa uma fase ruim e isso pode estar prejudicando as vendas do comércio na fronteira entre Capitan Bado (Paraguai) e Coronel Sapucaia (Brasil), em Mato Grosso do Sul, segundo análise do site Capitan Bado, que aponta a maconha como “produto” que influência a economia das cidades.

A oferta fez o preço do quilo da droga cair para R$ 2,00 na região “e mesmo assim não tem comprador”, destaca o veículo. O trabalho rigoroso de vigilância e repressão, que vem culminando com volumosas apreensões nas rodovias brasileiras tem desestimulado o tráfico.
Fonte: http://www.growroom.net/board/index.php ... e=threaded

Provavelmente FHC deve ter alguma fazendinha de canabis no paragua...

Brincadeiras à parte, temos vários problemas relacionados à drogas e consumidores.

Eu, na minha burra opinião, acho que SÓMENTE a maconha, não leva à outras drogas. Mas vamos analisar algumas ações preventivas que eu acho estarem erradas...

Primeiro: Campanhas do tipo "Drogas, um caminho que não tem volta" é mentirosa ou pelo menos, não é totalmente verdadeira ou honesta. A campanha deveria ser preventiva e com amplo espaço na midia e o que ocorre é EXATAMENTE O CONTRÁRIO. Eu me pergunto por quê mas não encontrei uma resposta coerente.

Nas escolas, tanto públicas como privadas ocorre a mesma coisa. Fazem vista grossa, torcem o nariz para os "maconheiro", para os cheiradores de pó, mas ação mesmo por parte do governo e até mesmo por quem e de interesse eu não vejo.

Tenho alguns exemplos interessantes que presenciei.

Minha cunhada namorava um rapaz (que eu inclusive gostava muito dele pois tinha um gênio parecido com o meu...) e depois de alguns anos descobri que fumavam maconha. Cheguei até a experimentar mas achei a coisa tão idiota e desprazerosa que nem sequer tive tempo de pensar em usar. Chegou a desviar dinheiro da empresa para comprar drogas assim como outras funcionarias. Depois de um tempo eles se separaram e decobrimos que eles também consumiam cocaína. Foi internada, voltou a consumir depois, namorou um outro cara e teve um filho. Hoje ela está bem. Outros dois conhecidos consomem maconha ocasionalmente mas só maconha, um deles inclusive nem fuma cigarros.

Uma coisa é certa: Em qualquer esquina se encontra drogas, seja ela maconha ou outra. Esta minha cunhada mesmo comprava maconha numa tabacaria, onde se vende claro por indicação. Adiantaria descriminalizar? Depende. Acho que reduziria muito o lucro dos traficantes pois as "da lata" custam mais caro e consumidores como os que citei comprariam as liberadas. Já outros fariam o que fazem com cigarros do paraguai.

Ainda assim vem a coisa pior que está sendo deixada de lado. As drogas pesadas. Cocaína e crack são muito perigosas, causam disturbios mentais sérios e um custo imenso para a saúde pública, muito diferente da maconha. No entanto, onde estão as campanhas? Fazem uma uma vez por ano e só!

Ah, mas isso faz parte da educação familiar. Balela! Tem familia (com a minha) que nem sequer sabia ou sabe que o filho consome drogas.

Acho que o FHC quis tapar o sol com a peneira achando que o problema do narcotráfico é a maconha. COmo sempre, este homem inteligentíssimo não conhece o país que mora...
"Tentar provar a existencia de deus com a biblia, é a mesma coisa q tentar provar a existencia de orcs usando o livro senhor dos aneis."

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Johnny
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Cocaína está a preço de banana

Mensagem por Johnny »

Matheus Álvares Ribeiro
Da Editoria de Cidades

Curiosidade, muita oferta
e baixo custo. São estes os ingredientes considerados pelo psiquiatra e professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás (UFG), Paulo Gontijo, como motivos para o aumento do consumo de drogas no Brasil. Para ele, a exposição do jovem à droga, principalmente as legais, geram curiosidade e favorecem o uso.

Especialista em dependência química pela Escola de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e secretário regional da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas, o médico também alerta para o risco de drogas legais, como álcool e nicotina, cujo efeito nocivo, apesar de mais lento, é mais destrutivo.

Diário da Manhã – Por que as drogas causam tanto fascínio?
Paulo Gontijo – Tal fascínio, principalmente no adolescente e no jovem, é porque, nessa fase etária, o indivíduo está sempre procurando novidades e desafios. Desde muito pequeno, ele ouve tanto se falar em drogas, que acaba tendo curiosidade para experimentar. Tudo que é novidade, misterioso é fascinante; começa por aí. Na adolescência, o indivíduo quer experimentar a vida, quer desafiar. O ideal seria que ele fosse devidamente orientado pelos pais e educadores, fosse devidamente monitorado para que venha no futuro saber o que fazer quando experimentar algum tipo de droga. Saber o mal que irá lhe causar mesmo que ele se sinta bem com o uso. É aí que precisa haver orientação dos pais, orientação sadia, verdadeira, realista sobre a droga.

DM – Pode-se falar que hoje vivemos uma epidemia de drogas?
Gontijo – Epidemia, pandemia, crescimento assustador do consumo. A droga está invadindo o mundo, sabe por quê? O indivíduo está cada vez mais em busca do poder de compra. O poder de repressão ao tráfico está enfrentando dificuldade crescente devido ao baixo preço da droga, o que facilita a sua aquisição. Há 15 ou 20 anos, a droga tinha um preço muito alto. Um grama de cocaína custava R$ 200 a R$ 250. Hoje o grama de cocaína está a preço de banana. Para comprar um baseado, tinha que ter dinheiro. Hoje é vendido quase de graça pelos traficantes. A fascinação pela novidade, a curiosidade, o preço baixo, a lei antidrogas que praticamente deixa o traficante impune, estimularam o crescimento do consumo. Por causa disso, a sociedade está praticamente mergulhada na droga.

DM – Para ter o aumento da oferta teve de haver maior procura. O que estimulou essa procura?
Gontijo – Tem a ver com a fascinação, a curiosidade e a necessidade de experimentar coisas novas. Além disso, é preciso saber da nossa realidade. O mundo todo está em pânico. A humanidade toda está estressada, só ouvindo notícias ruins. Ela precisa desafogar, ter lazer, prazer, paz, diversão. Os direitos humanos, a liberdade à informação pagam o seu tributo na contramão. Vemos a todo instante, na mídia, afirmar-se que uso do álcool e do cigarro (as duas piores drogas do mundo) é que trazem alegria de viver, o prazer e a felicidade que se procura. Ninguém é capaz de pensar que vai ter satisfação de bater um papo, relaxar nos fins de tarde, sem tomar uma cerveja. Muitos acreditam ainda que ser livre e maduro é bater um papo bebendo e fumando.

DM – No que o incentivo ao consumo de bebida alcoólica interfere no aumento do uso de drogas?
Gontijo – O álcool é a pior droga do mundo. A nicotina é a segunda pior. A bebida alcoólica é associada ao prazer da vida. Para bater papo, ser alegre, tem de beber. É aí que começa a responsabilidade da sociedade na indução ao consumo de drogas. Está aí o fenômeno da disparada no uso de drogas, porque o álcool é porta de entrada. Ele deprime a atividade cerebral do indivíduo, aniquila com o automonitoramento. O indivíduo perde a noção do que faz.

DM – Mas em que isso interfere no consumo de outras drogas?
Gontijo – Qualquer droga que deprime o sistema nervoso central estimula o uso de outra cujo efeito é estimular a atividade cerebral. A primeira distorção cognitiva que o álcool promove é a perda da percepção. O indivíduo não percebe que faz coisas erradas, que está fora do padrão de convivência para o que foi treinado. Ele começa a fazer besteira, provocar para a briga, mas para ele está tudo bem.

DM – O senhor mencionou o álcool como uma das piores drogas, mas nem todos que bebem usam drogas mais pesadas. Existe um fator que determina o uso de uma droga mais forte, como o crack, a cocaína?
Gontijo – Para nós que pesquisamos, não existe droga mais pesada. Qualquer droga pode ser leve ou pesada dependendo do padrão de consumo. O álcool é a pior droga do mundo, porque afeta o cérebro em oito sistemas. O efeito de lesão cerebral dele é mais lento, mas, sob o efeito do álcool, o indivíduo está em capacidade funcional igual ou pior de perceber a vida do que sob efeito de qualquer outra droga.

DM – Mas não necessariamente um consumidor de álcool é dependente...
Gontijo – 70% da população brasileira usa o álcool. Destes, 11% são dependentes. Mas não podemos levar em consideração só a dependência do álcool. Há outro diagnóstico, recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é o uso abusivo, ou nocivo. É um outro diagnóstico pior que a dependência, porque o portador do uso abusivo tem o cérebro incompatível com a presença do álcool. O sistema nervoso central entra em colapso quando entra em contato com o álcool. Então, ele começa a fazer besteira logo de cara. O comportamento é aberrante, agressivo, anti-social. É este indivíduo que perturba a ordem pública nos finais de semana.

DM – O dependente não causa este tipo de problemas?
Gontijo – Na dependência, o indivíduo se deteriora no seu funcionamento social. Ele definha socialmente, começa a não dar conta de trabalhar, perde o papel dentro da família. Ele fica por conta da bebida. O portador do uso abusivo consome eventualmente. A diferença é que, quando o álcool entra, ele enlouquece, detona o ambiente. Ele causa mais prejuízo social do que dependente.

DM – Apesar dos efeitos do álcool, as drogas ilegais são mais intensas. O efeito é mais curto e mais intenso?
Gontijo – Pela quantidade que o indivíduo usa no tempo, nós temos que considerar o efeito que a droga causa no cérebro do indivíduo. A nicotina é a pior das drogas estimulantes.

DM – Mas por que a nicotina se ela é livre e a cocaína não?
Gontijo – Porque a cocaína pode matar mais rápido. Ela faz com que o músculo cardíaco perca o seu tônus, sua elasticidade e, portanto, a não ter boa contração. Isso leva à parada cardíaca. A fissura pela cocaína pode demorar dias e até semanas. No entanto, a fissura pela nicotina, bate de hora em hora. O usuário fica angustiado, não pode ficar sem o cigarro. A fissura pela heroína e pela anfetamina é semelhante à da cocaína.

DM – Quais são os tipos de drogas?
Gontijo – Há as drogas depressoras, que inibem a atividade cerebral. São o álcool, os barbitúricos e os opiáceos, que compõem o grupo dos anestésicos. Eles causam apagamento de consciência, de níveis mais leves aos mais profundos. Há os estimulantes, que aceleram o cérebro. Temos quatro tipos de drogas neste grupo. Cocaína, nicotina, heroína e anfetaminas. Por último, há as desorganizadoras da atividade cerebral, grupo onde se encontra a maconha, o LSD, o ecstasy e outras drogas sintéticas. Estas drogas de fabricação artificial são mais perigosas e o seu uso tem aumentado muito. São as “drogas do embalo”. Usadas nas boates, nos grandes encontros de jovens etc.

DM – Por que perigosas?
Gontijo – Tem a ver com a estrutura cerebral do indivíduo ou a transtornos psiquiátricos. Entre 70% e 79% dos usuários de droga, são possuidores de algum tipo de transtorno psiquiátrico que o leva a se sentir bem quando experimenta a droga pela primeira vez. Por isto, ele volta a usar em busca daquele prazer que sentiu. No final acaba ficando dependente da droga, pelo uso repetido. No início, ele usa e sente-se melhor. Ele pode não estar sentindo nada, mas, quando usa a droga, ele se sente melhor. Essa diferença do normal para o melhor é que é o grande problema, porque leva à reincidência. Toda vez que ele usar, vai caminhar para a dependência.

DM – Mas o que isso tem a ver com as drogas desorganizadoras?
Gontijo – Imagine o indivíduo que tem transtorno psiquiátrico e usa maconha. Nossa grande preocupação com a maconha é porque ela desorganiza o cérebro. Se o usuário já tem um defeito cerebral, quando usa a maconha, a desorganização aumenta. Qualquer droga desorganizadora determina o aparecimento de comportamento psicótico. Se o indivíduo tem transtorno psiquiátrico que pode levar a quadro psicótico no futuro, quando ele usa maconha, o problema aparece precocemente.

DM – O senhor considera o uso de drogas como uma válvula de escape?
Gontijo – Eu não posso dizer que considero isso, mas um indivíduo que tem o transtorno psiquiátrico, que descobre alívio na bebida alcoólica, voltará a usar sempre que sentir necessidade de alivio. Só que esse alívio é faca de dois gumes. À medida que ele usa, lesa o cérebro. Aquele fenômeno emocional que o angustiava e foi aliviado pela droga, fica cada vez maior e aumenta cada vez mais rápido. Ele acaba sofrendo mais. A escalada do indivíduo na droga segue três passos. Primeiramente, ele usa a droga para aliviar e sentir prazer. Quando fica dependente, não consegue ficar normal sem a droga; então usa para se sentir normal. Com o avanço da dependência, que fica cada vez mais grave, ele já não sente prazer com o uso a droga e nem se sente normal. Ele passa a usar a droga para sair do sofrimento.

DM – Qual a conseqüência da dependência avançada?
Gontijo – O usuário não tem mais sensação de prazer em nada. É o fenômeno da adonia, ausência total de prazer. Isso acontece porque o sistema nervoso não libera mais dopaminérgicos, que são neurotransmissores responsáveis pelas ondas de prazer ou do bem-estar da pessoa. Sem essa sensação, ele começa a ter comportamento aberrante. Substituição do prazer por atividade sexual aberrante, perversidade para aliviar a sensação de angústia. É aí que surgem os crimes hediondos, provocados pela degeneração cerebral, pelo uso prolongado de drogas.

DM – O aumento do consumo de drogas pode estar associado a uma freqüência maior de transtorno psiquiátrico?
Gontijo – Não. Transtorno psiquiátrico sempre teve. O que está aumentando o consumo de drogas é falta de controle das autoridades responsáveis pela saúde da população. Também está relacionado à facilidade no acesso à droga. Hoje a droga está muito barata; tem ponto de entrega de droga aí em todo lugar. Antigamente, as pessoas tinham medo de buscar a droga; hoje não precisa de ter medo que a droga bate na mão dele por ninharia.

DM – A droga é uma questão de saúde pública ou de segurança pública?
Gontijo – Nós médicos abordamos a questão saúde pública com relação às drogas. Nós tratamos do dependente e do doente que usa a droga. A função de autoridade, de combate ao tráfico não é função do profissional de saúde. É problema de polícia, de segurança pública. Essa é uma outra área, e nós, da saúde, deixamos para que eles façam.
DM – A dependência química é uma doença no ponto de vista psiquiátrico?
Gontijo – É uma doença e grave. A dependência química está relacionada a um transtorno psiquiátrico. Hoje a dependência química é considerada como uma comorbidade psiquiátrica, ou seja, o indivíduo tem o transtorno psiquiátrico e adquire uma outra doença que age juntamente à primeira. Se observarmos o porcentual de usuários sem transtorno psiquiátrico, não-dependentes e nem usuários problemáticos da droga, indica que aquele que usa a droga e fica dependente químico já tinha um transtorno. Aquele que não tinha transtorno nenhum usa e não fica dependente; deixa logo de usar.

DM – A dependência química tem cura?
Gontijo – Não tem cura clínica, mas ela tem uma cura social eficaz. Da mesma forma que o diabetes, o paciente que se cuidar pode alongar a vida, ter mais do que o não-diabético. O dependente químico que trata adequadamente tem cura daquela dependência, desde que continue o tratamento. Tem de ser consciente de que tem a doença e decidir-se tratar antes que ela o mate. Aquilo que não foi detonado pela lesão cerebral, continua funcionando. Há vários exemplos de ex-dependentes, que, há anos, continuam a vida.

DM – O senhor fala que a dependência química geralmente está associada a um problema psiquiátrico. Que problema é esse?
Gontijo – Vários. Existem transtornos de ansiedade, transtornos de humor, transtornos depressivos, transtornos psicóticos como a esquizofrenia, transtornos de personalidade (que não são doenças, mas defeitos de personalidade). Tais transtornos, por si só, já prejudicam a vida do indivíduo. A associação com a droga torna o problema até 10 vezes pior.

DM – A saída para as drogas é uma saída social ou médica?
Gontijo – As duas, porque a droga detona justamente o funcionamento social do indivíduo; no núcleo social, que é a família, o trabalho. Tudo isso é prejudicado pela droga. O usuário se detona na família, a família se detona. A maioria dos usuários tem o sistema familiar disfuncional, rompido, pais separados, complicados. Não é só pelo uso da droga; é porque um dos dois, ou quem sabe os dois, são portadores de um transtorno psiquiátrico. Isso tem conseqüências muito grandes na estruturação biopsicossocial do filho daquela família. Ele se torna presa fácil para as drogas.

DM – O que os pais podem fazer para impedir que os filhos entrem por esse caminho?
Gontijo – Principalmente monitorar a vida do filho, saber o que ele está fazendo. Os pais que não monitoram o filho, o deixam à vontade, passeando pela madrugada, sem ter idade para isso; correm grande risco de ele cair nas drogas.

DM – Quais são as principais causas de morte dos usuários?
Gontijo – O usuário não tem limites para enfrentar os riscos. Qualquer um morre mais depressa quando joga a vida em risco. Como o usuário de drogas não tem automonitoramento, ele não é responsável pelos atos, não tem consciência do que acontece imediatamente. Ele está muito mais sujeito às violências, aos assassinatos, às brigas, aos acidentes de trânsito. Ele joga, arrisca a vida com muito mais velocidade e mais facilidade do que qualquer outro. Por isso, se joga à morte muito mais depressa.

fonte: http://www.dm.com.br/impresso/7716/cida ... _de_banana
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Mucuna
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Re: FHC defende descriminalização do uso da maconha

Mensagem por Mucuna »

Olha, quando resolveram proibir a maconha, o último motivo foi a saúde do indivíduo. É só pesquisar a história e os personagens envolvidos.

Essa história dela ser porta de entrada também é furada. Há mais de uma pesquisa publicada mostrando isso.
O que ocorre é que o cara que fuma já é colocado com um status de marginalidade e fica exposto a um meio que incentiva ele a pegar outras coisas.

Se tiver cabeça fraca, ele tomba, ainda mais já sendo colocado como marginal.

Se os EUA tivessem imposto a proibição do alcool a outros países, muitos diriam que a cerveja leva ao consumo de cocaína, que é uma "porta de entrada". O que aconteceria é que o traficante iria querer te empurrar um pózinho junto com sua cervejinha.

E acho difícil alguém preferir comprar algo ilegal e de baixa qualidade podendo comprar algo de qualidade e legal por pouquinho a mais.

O Luiz Carlos Querido tocou num ponto interessante: as campanhas (des)informativas.

Essa de colocar todas as substâncias em um único pacotão chamado "drogas" é uma das coisas mais inúteis que tem, para não dizer prejudicial.

Maconha, cocaína e LSD, por exemplo, tem efeitos completamente diferentes e atuam no seu organismo de forma completamente diferente também.

Sempre ouvi as historinhas dizendo que maconha ("drogas", todas elas) levavam a pessoa a se tornar um zumbi violento e assassino e depois à morte, tudo em troca de um prazer momentâneo que te vicia instantaneamentem, que é coisa de vagabundo.

Pois é, eu fui crescendo e conhecendo pessoas que fumavam. Fiquei em choque quando fiquei sabendo que meus novos amigos que já estava tendo boa consideração, fumavam maconha. Como podia?

Acabei vendo eles sob o efeito. Violentos era a última coisa que eles pareciam ser. Na verdade eram até engraçados e calmos. O irmão de um deles era mais velho e vi que ele também fumava. Ele não fazia isso perto do irmão mais novo e amigos pois ele era maior de idade e nós, menores. De qualquer forma, ele parecia ter uma vida bem regulada socialmente e profissionalmente.

Enfim, após algum tempo de observação, resolvi experimentar. Foi uma boa experiência e vi que as informações que tinham me passado sobre o assunto não eram verdadeiras. Aí que está o perigo: A adolescência é a fase em que somos mais vulneráveis e se vermos que se "eles" estavam enganados ou mentindo sobre a maconha, poderiam estar fazendo para várias outras coisas. Cai em descredibilidade.

Observei também que havia grupos de pessoas que fumavam que ficavam totalmente amotivados, zumbis, não violentos, mas lerdos. Vi que a diferença é que aquelas pessoas fumavam várias vezes ao dia e todo dia. Muitos poucos do que tinham esse comportamento conseguiram ser bem sucedidos no estudo e profissão, na minha observação empírica, usando os parâmetros discutiveis que a sociedade em massa impõem.

Cheguei a conclusão que a indicação e avisos sobre o uso da cannabis poderiam ser parecidos com o do alcool: Assim como não se bebe todo dia o dia inteiro, não se fuma todo dia o dia inteiro. Só isso poderia ter ajudado muitas pessoas.

Em casa sempre falou-se abertamente sobre alcool, as consequencias reais de seu abuso, que não se bebe todo dia, que não é sábio misturar, que se você tomar um porre uma vez é até bom para vc ver como que a bebida faz vc se sentir mal depois, etc e tal.

Imagina se falassem que o destino de todos que consomem alcool é a mendicância e demência alcoolica? É desinformar, criar um medo irreal e os que resolvessem experimentar uma cerveja iriam poder achar que todos estão errados e que não há consequência nenhuma.

Há muito a se amadurecer nesse debate, além de ser necessário romper tabus.
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Darkside
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Re: FHC defende descriminalização do uso da maconha

Mensagem por Darkside »

Paulo Gontijo – Tal fascínio, principalmente no adolescente e no jovem, é porque, nessa fase etária, o indivíduo está sempre procurando novidades e desafios. Desde muito pequeno, ele ouve tanto se falar em drogas, que acaba tendo curiosidade para experimentar. Tudo que é novidade, misterioso é fascinante; começa por aí.



Sempre fui orientado a nem experimentar essa merda, e confirmei que não devia quando vi meus amigos drogados pela primeira vez.


Gontijo – Tem a ver com a fascinação, a curiosidade e a necessidade de experimentar coisas novas.



Mas que doente. As drogas ficam cada vez mais populares com o próprio consumo, já que elas viciam. Não é que os jovens vão buscar por iniciativa própria a droga na boca para experimentar, quase sempre "amigos" que passam adiante o vício a quem não tem, e o novo drogado acaba aceitando pelos mais diversos motivos, a maioria sociais.


Gontijo – O álcool é a pior droga do mundo. A nicotina é a segunda pior.



Parei.

Eu faria um pequeno desafio pra esse sujeito, pra cada copo de cerveja e cigarro que eu consumisse, ele teria que fumar uma pedra de crack, quem terminar o desafio vivo vence.
"Temos uma coisa muito mais extraordinária: não só se consegue que uma mesa se mova magnetizando-a, como também que fale. Interrogada, ela responde."

Alan Kardec, Obras Póstumas Pág. 237

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Johnny
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Re: FHC defende descriminalização do uso da maconha

Mensagem por Johnny »

Darkside escreveu:Eu faria um pequeno desafio pra esse sujeito, pra cada copo de cerveja e cigarro que eu consumisse, ele teria que fumar uma pedra de crack, quem terminar o desafio vivo vence.

Nem precisa tanto. Num shopping, eu fumo cigarros caminhando entre os tanseuntes e ele maconha...

Ah, esqueci, cigarro é bem pior...

O engraçado é que ninguém aqui abriu o bico para criticar FHC neste quesito. Ou compactuam com isso ou então tem medo de expor o amado, adorado, másculo, inimitável...

E então senhor FHC? Vai permitir fumar maconha em lugares públicos? Restaurantes?
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Darkside
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Re: FHC defende descriminalização do uso da maconha

Mensagem por Darkside »

Luiz Carlos Querido escreveu:
Darkside escreveu:Eu faria um pequeno desafio pra esse sujeito, pra cada copo de cerveja e cigarro que eu consumisse, ele teria que fumar uma pedra de crack, quem terminar o desafio vivo vence.

Nem precisa tanto. Num shopping, eu fumo cigarros caminhando entre os tanseuntes e ele maconha...

Ah, esqueci, cigarro é bem pior...

O engraçado é que ninguém aqui abriu o bico para criticar FHC neste quesito. Ou compactuam com isso ou então tem medo de expor o amado, adorado, másculo, inimitável...

E então senhor FHC? Vai permitir fumar maconha em lugares públicos? Restaurantes?


:emoticon12:

Tentar defender políticos brasileiros é realmente um desafio.
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Mucuna
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Re: FHC defende descriminalização do uso da maconha

Mensagem por Mucuna »

Darkside escreveu:
Gontijo – O álcool é a pior droga do mundo. A nicotina é a segunda pior.



Parei.

Eu faria um pequeno desafio pra esse sujeito, pra cada copo de cerveja e cigarro que eu consumisse, ele teria que fumar uma pedra de crack, quem terminar o desafio vivo vence.



Ora, é só colocar a explicação dele toda para entender pq q na opinião dele essas são as piores.

Gontijo – O álcool é a pior droga do mundo. A nicotina é a segunda pior. A bebida alcoólica é associada ao prazer da vida. Para bater papo, ser alegre, tem de beber. É aí que começa a responsabilidade da sociedade na indução ao consumo de drogas. Está aí o fenômeno da disparada no uso de drogas, porque o álcool é porta de entrada. Ele deprime a atividade cerebral do indivíduo, aniquila com o automonitoramento. O indivíduo perde a noção do que faz.


Pode-se até não concordar, mas estes são os argumentos do sujeito.

Ele mesmo diz que tem drogas que levam ao óbito mais rápido.
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Darkside
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Re: FHC defende descriminalização do uso da maconha

Mensagem por Darkside »

Mucuna escreveu:
Darkside escreveu:
Gontijo – O álcool é a pior droga do mundo. A nicotina é a segunda pior.



Parei.

Eu faria um pequeno desafio pra esse sujeito, pra cada copo de cerveja e cigarro que eu consumisse, ele teria que fumar uma pedra de crack, quem terminar o desafio vivo vence.



Ora, é só colocar a explicação dele toda para entender pq q na opinião dele essas são as piores.

Gontijo – O álcool é a pior droga do mundo. A nicotina é a segunda pior. A bebida alcoólica é associada ao prazer da vida. Para bater papo, ser alegre, tem de beber. É aí que começa a responsabilidade da sociedade na indução ao consumo de drogas. Está aí o fenômeno da disparada no uso de drogas, porque o álcool é porta de entrada. Ele deprime a atividade cerebral do indivíduo, aniquila com o automonitoramento. O indivíduo perde a noção do que faz.


Pode-se até não concordar, mas estes são os argumentos do sujeito.

Ele mesmo diz que tem drogas que levam ao óbito mais rápido.


Tudo bem, mas eu considero impossível chegar a conclusão de que o alcool e o cigarro são as piores drogas do mundo mesmo com apenas as informações apresentadas por ele.

Eu não sei estimar o quanto de alcool que já consumi, ou quantos cigarros, apesar de não ser viciado em nenhum e poder viver tranquilamente sem eles, e ambos nunca me impediram de viver minha vida normalmente, nem debilitaram meu organismo (tirando alguns porres).

Se você fumar uma pedra de crack, você já está viciado, e isso é comprovado.
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Mucuna
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Re: FHC defende descriminalização do uso da maconha

Mensagem por Mucuna »

Darkside escreveu:
Mucuna escreveu:
Darkside escreveu:
Gontijo – O álcool é a pior droga do mundo. A nicotina é a segunda pior.



Parei.

Eu faria um pequeno desafio pra esse sujeito, pra cada copo de cerveja e cigarro que eu consumisse, ele teria que fumar uma pedra de crack, quem terminar o desafio vivo vence.



Ora, é só colocar a explicação dele toda para entender pq q na opinião dele essas são as piores.

Gontijo – O álcool é a pior droga do mundo. A nicotina é a segunda pior. A bebida alcoólica é associada ao prazer da vida. Para bater papo, ser alegre, tem de beber. É aí que começa a responsabilidade da sociedade na indução ao consumo de drogas. Está aí o fenômeno da disparada no uso de drogas, porque o álcool é porta de entrada. Ele deprime a atividade cerebral do indivíduo, aniquila com o automonitoramento. O indivíduo perde a noção do que faz.


Pode-se até não concordar, mas estes são os argumentos do sujeito.

Ele mesmo diz que tem drogas que levam ao óbito mais rápido.


Tudo bem, mas eu considero impossível chegar a conclusão de que o alcool e o cigarro são as piores drogas do mundo mesmo com apenas as informações apresentadas por ele.

Eu não sei estimar o quanto de alcool que já consumi, ou quantos cigarros, apesar de não ser viciado em nenhum e poder viver tranquilamente sem eles, e ambos nunca me impediram de viver minha vida normalmente, nem debilitaram meu organismo (tirando alguns porres).

Se você fumar uma pedra de crack, você já está viciado, e isso é comprovado.


O fato é que cada substância vai agir de uma forma diferente no indivíduo e na sociedade. Colocar um programa de prevenção/educação bem específico e estudado para alcool, bem específico e estudado para nicotina e um geralzão e superficial para todas as outras substâncias é que não dá certo, pois acaba caindo em descredibilidade, moralismos. Perde-se a oportunidade de realmente prevenir e educar baseado em fatos.

Uma curiosidade num caso meu. Eu era (sou?) viciado em nicotina. Fumava não muito comparado a outros fumantes, cerca de 10 cigarros por dia. Quando eu decidi parar, foi bem dificil em alguns momentos, devido a fissura e outros efeitos fisiologicos, como enjôo, dores de cabeça, mal estar, caimbras, insonia, etc. Até que eu resolvi "tratar" estes sintômas desagradaveis com cannabis, a qual eu consumia esporadicamente (mais ou menos uma vez por mes, de 15 em 15 dias no máximo).

A coisa se tornou bem mais fácil a partir disso. Controlava minha ansiedade, dava um jeito na dor de cabeça e mal estar, além da insônia. Deixo claro que nunca fumei um baseado sozinho. Um, dois ou três "tapas" no máximo era o meu consumo de cannabis quando eu o fazia. Um cigarro de maconha duraria MUITO comigo. Duraria, pq nunca fumei sozinho, sempre foi algo social. Unica época que consumi sozinho foi parando de fumar cigarro.

Enfim, este "tratamento", controverso para muitos, me fez deu apoio para largar o cigarro. Não o "receito" para ninguém, evidentemente, mas talvez o fizesse para algum tabagista também usuário.

Quando parei de usar cannabis, foi muito, mas muito mais fácil q o tabaco, sendo q eu senti realmente diferença na qualidade de vida após largar o tabaco. Ficou, para mim pelo menos, que o tabaco é pior para a saúde que a cannabis.
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Herf
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Re: FHC defende descriminalização do uso da maconha

Mensagem por Herf »

Mucuna escreveu:Essa história dela ser porta de entrada também é furada. Há mais de uma pesquisa publicada mostrando isso.
O que ocorre é que o cara que fuma já é colocado com um status de marginalidade e fica exposto a um meio que incentiva ele a pegar outras coisas.

Se tiver cabeça fraca, ele tomba, ainda mais já sendo colocado como marginal.

Bem observado.

Outro detalhe que cabe observar é que pelo fato de ser proibida, ocorre que justamente os que possuem uma tendência maior ao uso de drogas acabam vendo vantagem em arriscar-se a serem pegos e usarem a substância proibida. Os que a usariam com moderação e que não seriam levados a drogas mais pesadas nem sequer a usam estando ela proibida, dessa forma acabam não entrando na estatística, o que leva a conclusões erradas acerca da maconha "levar a drogas mais pesadas".

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Re: FHC defende descriminalização do uso da maconha

Mensagem por Herf »

Herf escreveu:
Mucuna escreveu:Essa história dela ser porta de entrada também é furada. Há mais de uma pesquisa publicada mostrando isso.
O que ocorre é que o cara que fuma já é colocado com um status de marginalidade e fica exposto a um meio que incentiva ele a pegar outras coisas.

Se tiver cabeça fraca, ele tomba, ainda mais já sendo colocado como marginal.

Bem observado.

Outro detalhe que cabe observar é que pelo fato de ser proibida, ocorre que justamente os que possuem uma tendência maior ao uso de drogas acabam vendo vantagem em arriscar-se a serem pegos e usarem a substância proibida. Os que a usariam com moderação e que não seriam levados a drogas mais pesadas nem sequer a usam estando ela proibida, dessa forma acabam não entrando na estatística, o que leva a conclusões erradas acerca da maconha "levar a drogas mais pesadas".

Só para o caso de não ter ficado claro: se o álcool fosse proibido, a quantidade de alcoólatras por usuário de álcool seria, sem dúvida, muito maior, o que levaria alguém a achar que o álcool é muito mais perigoso do que relamente é.
Editado pela última vez por Herf em 17 Fev 2009, 00:02, em um total de 1 vez.

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Darkside
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Re: FHC defende descriminalização do uso da maconha

Mensagem por Darkside »

Mucuna escreveu:O fato é que cada substância vai agir de uma forma diferente no indivíduo e na sociedade. Colocar um programa de prevenção/educação bem específico e estudado para alcool, bem específico e estudado para nicotina e um geralzão e superficial para todas as outras substâncias é que não dá certo, pois acaba caindo em descredibilidade, moralismos. Perde-se a oportunidade de realmente prevenir e educar baseado em fatos.


Concordo com você sobre o efeito das drogas na vida das pessoas. Só duvido da eficiência dos programas anti-drogas do governo, seja quais forem. Do que adianta o governo colocar propagandas na tv contra as drogas, financiadas compulsoriamente pela sociedade, se elas são oferecidas para as crianças na porta das escolas? Quem deve educar as pessoas sobre as consequencias das drogas são os pais, e também quem sabe os professores.

Creio que a política contra as drogas de um governo deve ser a mais simples possível, a repressão implacável contra os traficantes. Vender drogas ilegais deve ser considerado um dos piores crimes de qualquer sociedade e os praticantes deste crime devem receber punição exemplar, situação muito diferente da brasileira.

Mucuna escreveu:Uma curiosidade num caso meu. Eu era (sou?) viciado em nicotina. Fumava não muito comparado a outros fumantes, cerca de 10 cigarros por dia. Quando eu decidi parar, foi bem dificil em alguns momentos, devido a fissura e outros efeitos fisiologicos, como enjôo, dores de cabeça, mal estar, caimbras, insonia, etc. Até que eu resolvi "tratar" estes sintômas desagradaveis com cannabis, a qual eu consumia esporadicamente (mais ou menos uma vez por mes, de 15 em 15 dias no máximo).

A coisa se tornou bem mais fácil a partir disso. Controlava minha ansiedade, dava um jeito na dor de cabeça e mal estar, além da insônia. Deixo claro que nunca fumei um baseado sozinho. Um, dois ou três "tapas" no máximo era o meu consumo de cannabis quando eu o fazia. Um cigarro de maconha duraria MUITO comigo. Duraria, pq nunca fumei sozinho, sempre foi algo social. Unica época que consumi sozinho foi parando de fumar cigarro.

Enfim, este "tratamento", controverso para muitos, me fez deu apoio para largar o cigarro. Não o "receito" para ninguém, evidentemente, mas talvez o fizesse para algum tabagista também usuário.

Quando parei de usar cannabis, foi muito, mas muito mais fácil q o tabaco, sendo q eu senti realmente diferença na qualidade de vida após largar o tabaco. Ficou, para mim pelo menos, que o tabaco é pior para a saúde que a cannabis.



Interessante.

Pra mim, a impressão que ficou foi justamente a contrária, o que eu vi foi a maconha tornar os meus amigos totalmente viciados.

Quando eu tinha lá pelos meus 12, 13 anos, eu e meus amigos curtiamos nos reunir na rua pra andar de skate (apesar de que eu nunca aprendi a andar naquela coisa perigosa), eles tinham mais ou menos a mesma idade que eu, alguns pouca coisa mais velhos. Tinhamos construido uma rampa enorme de madeira nós mesmos, os skatistas passavam horas subindo e descendo naquela rampa, e ao redor ficava quem estava ali só pela companhia e pra observar tipo eu.

Aí um dia um deles apareceu com maconha. Logo ele e mais alguns passaram a se reunir pra fumar sem falar pra ninguém, e começaram a ficar meio sumidos. Depois de alguns dias todo mundo descobriu, e o que aconteceu? Todo mundo resolveu experimentar, menos eu e um outro amigo meu que parou de andar com nós quando a erva ficou popular demais. Em questão de dias ninguém mais queria saber de skate, passaram a se reunir só pra fumar maconha sentados no meio-fio. Eu ficava por ali perdido, vendo meus amigos agindo de um jeito que eles não eram e cuidando os skates e as bicicletas pra ninguém roubar enquanto eles estavam chapados. A situação ficou muito diferente quando eles passaram a cheirar loló e usar lança perfume, até cocaina as vezes aparecia. Nesse ponto eu achei melhor me afastar deles, mas não sem antes de ver eles vendendo roupas caras pra marginais em troca de drogas dez vezes mais baratas do que o seu valor e ter que aguentar eles vindo me chamar de madrugada aqui em casa pra pedir dinheiro, pra comprar cachorro-quente eles diziam.

Minha intenção não é escrever uma novela melodramática, mas foi ver de perto o que as drogas fizeram com vários jovens que formaram minha opinião sobre o assunto. Muitos de nós fumávamos e bebíamos antes das drogas, e ninguém chegou a largar estudos e se enfiar em um buraco por causa de cigarro e bebida como aconteceu depois com outras drogas. Me pergunto quantas milhares de histórias iguais as drogas já reproduziram pelo mundo afora.
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Mucuna
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Re: FHC defende descriminalização do uso da maconha

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Herf escreveu:
Herf escreveu:
Mucuna escreveu:Essa história dela ser porta de entrada também é furada. Há mais de uma pesquisa publicada mostrando isso.
O que ocorre é que o cara que fuma já é colocado com um status de marginalidade e fica exposto a um meio que incentiva ele a pegar outras coisas.

Se tiver cabeça fraca, ele tomba, ainda mais já sendo colocado como marginal.

Bem observado.

Outro detalhe que cabe observar é que pelo fato de ser proibida, ocorre que justamente os que possuem uma tendência maior ao uso de drogas acabam vendo vantagem em arriscar-se a serem pegos e usarem a substância proibida. Os que a usariam com moderação e que não seriam levados a drogas mais pesadas nem sequer a usam estando ela proibida, dessa forma acabam não entrando na estatística, o que leva a conclusões erradas acerca da maconha "levar a drogas mais pesadas".

Só para o caso de não ter ficado claro: se o álcool fosse proibido, a proporção de alcoólatras por usuário de álcool seria, sem dúvida, muito maior, o que levaria alguém a achar que o álcool é muito mais perigoso do que relamente é.


Dentre outros motivos, discutir abertamente sobre os efeios do alcool seria tabu e "coisa de drogado".

Sabe-se lá que tipo de "cerveja" o "alcolatra" (no caso, todos que bebessem cerveja e outros derivados do alcool) consumiria, como ela seria produzida e o que teria misturado nela. E o traficante iria querer te empurrar um pózinho junto com a cervejinha do usuário, e esta seria considerada porta de entrada para outras drogas.
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Re: FHC defende descriminalização do uso da maconha

Mensagem por Apo »

Eu acho tão débeis estes pareceres, tipo:

- Quem fuma maconha, abre a porta para provar outras drogas mais pesadas...

- Quando a droga está liberada ou legalizada, os jovens têm mais curiosidade a acabm provando...


BLABLABLÁ!!!

Isto me parece aqueles discursos de gente velha antiga, moralista e desinformada, que generalizava tudo e já dispunha de todo o arsenal de causas e consequências caso o "jovem" ( sempre o "jovem" Humpf!) experimetasse qualquer tentação do diabo, rumo aos vícios e à perdição! Ai-ai-ai..ai-ai...ai-ai!!!

Mas que porcaria é esta de uma coisa abrir a porta para todas as outras? Tem quem bebe uma coisa e não bebe outra, tem quem fuma e não cheira, tem que cheira e não injeta e tem quem beija na boca e não transa no primeiro encontro, cacete!

E a segunda asneira: não era a proibição a inventora da subversão da ordem? Não seria o proibido o mais atraente? Agora mudou a lei da atração do..."jovem"?

Nunca provei lixo algum de droga ilegal, mesmo sendo bem legal o consumo no meu tempo de "jovem"! Mesmo estando rodeada de tentações do demo, só tomei uns 3 porres ( que eu achei mesmo um porre!) e fumei meia dúzia de cigarros imbecis na falta do que fazer. Outro porre!
Nada abriu porta alguma para coisa mais ...pesadas.

Será porque era legal ou legal e eu nem sabia disto?

Que nojo destes "pareceres". Vão catar coquinho!
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Trancado