A moral provisória de Jesus
- Fernando Silva
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A moral provisória de Jesus
As regras de moral estão relacionadas aos costumes de cada povo. Elas nos permitem viver em sociedade, minimizando os conflitos com nossos semelhantes e tornando nossa vida mais fácil. Não são perfeitas, não são absolutas e muito menos imutáveis. Variam com a ocasião, com o lugar, com a época. De um modo geral, aperfeiçoam-se com o tempo.
Diante disto, o que pensar da moral pregada por Jesus? Seria ela o padrão absoluto de excelência, conforme acreditam os cristãos?
Em primeiro lugar, não há como discutir o que Jesus disse. Os filósofos gregos, muito antes dele, debateram a fundo este assunto. Podemos concordar com eles ou não, mas, pelo menos, eles apresentaram suas razões, eles nos deram argumentos que podemos analisar.
Jesus, ao contrário, apenas nos impôs sua doutrina, arbitrariamente, sem maiores explicações, por meio de promessas e ameaças. Ele não era um moralista. Sua missão era anunciar a vinda próxima do Reino de Deus e seu preceito básico era o de que os homens devem se dedicar inteiramente a Deus se quiserem entrar no céu:
"Arrependei-vos, pois o Reino dos Céus está próximo" (Mateus 04:17)
" 'Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?'
Jesus respondeu: 'Ame ao Senhor seu Deus com todo o seu coração, com toda a sua alma, e com todo o seu entendimento. Esse é o maior e o primeiro mandamento.' (Mateus 22:36-38).
Ou seja, seus mandamentos, em sua maior parte, se referem ao que é preciso fazer para se alcançar a recompensa em outra vida: obediência total e amor compulsório.
Não acreditar nele era o grande pecado:
"Se alguém não os receber bem, e não escutar a palavra de vocês, ao sair dessa casa e dessa cidade, sacudam a poeira dos pés.
Eu garanto a vocês: no dia do julgamento as cidades de Sodoma e Gomorra serão tratadas com menos rigor do que essa cidade." (Mateus 10-14-15).
Quando Jesus fala em ter fé, ele fala em obedecer sem discutir.
Se aceitamos algo sem analisar, mas apenas porque é o que se exige de nós, em obediência cega, renunciamos à busca da verdade, renunciamos ao uso de nossa mente. Recorrer à razão se torna um pecado.
Embora, em poucos casos, trate das relações interpessoais, sua moral pouco se importa com a melhoria da vida terrena. Isto até que faz sentido: Jesus afirmou que partiria, mas logo voltaria para estabelecer seu reino. Voltaria, de fato, enquanto "alguns dos que o ouviam ainda estivessem vivos" (Marcos 09:01).
Sua moral era uma moral provisória, a ser seguida no pouco tempo de existência que restava ao mundo.
Isto talvez explique por que ninguém se preocupou em registrar sua biografia para que os fatos chegassem às gerações futuras. Não haveria gerações futuras. Apenas décadas depois, quando seus discípulos, desiludidos, se deram conta de que ele só voltaria em futuro incerto e não sabido, é que começaram as tentativas de se produzir uma biografia.
E, como o tempo que restava à humanidade era curto, faziam sentido mandamentos do tipo "abandonar a família, os pais, a mulher e os filhos" ou "vender tudo o que se tem e dar aos pobres" (Lucas 18:22). Ou, um absurdo para os costumes da época, "deixar o pai insepulto e seguir a Jesus".
Mas ... e o Sermão da Montanha, alguns dirão? Mais uma vez, não passa de promessas a serem cumpridas numa outra vida.
Como é possível se ter uma vida digna se a gente dá a outra face a quem nos bate, se a gente também entrega a camisa a quem nos pediu o casaco, se a gente anda duas milhas quando alguém nos manda andar uma?
Temos, é claro, a "Regra de Ouro", mas ela nada tem de original. Foi enunciada por Confúcio 500 anos antes de Cristo e já fazia parte da Lei, como o próprio Jesus afirma em Mateus 07:12.
Ou "ama teu próximo como a ti mesmo" (Mateus 22:39), que é uma cópia de Levítico 19:18.
Além disto, era uma moral sectarista, limitada às "ovelhas escolhidas de Israel", e o resto da humanidade que se danasse (Marcos 04:10-12, 13:22 e 13:27 ou João 06:37, 44 e 65 ou 17:02 e 06).
Isto fica claro neste trecho:
"Jesus enviou os Doze com estas recomendações: "Não tomem o caminho dos pagãos, e não entrem nas cidades dos samaritanos. Vão primeiro às ovelhas perdidas da casa de Israel" (Mateus 10:05-06)
Ou neste, embora, mais adiante, ele pareça se arrepender da própria grosseria:
"Jesus respondeu: 'Eu fui mandado somente para as ovelhas perdidas do povo de Israel'. Mas a mulher, aproximando-se, ajoelhou-se diante de Jesus, e começou a implorar: 'Senhor, ajuda-me'
Jesus lhe disse: 'Não está certo tirar o pão dos filhos, e jogá-lo aos cachorrinhos'" (Mateus 15: 24-26)
Para piorar, alguns dos mandamentos de Jesus são absurdos, já que exigem que eliminemos nossos sentimentos: "não olhar para as mulheres com desejo" (Mateus 05:27-28) ou "não sentir raiva do irmão" (Mateus 05:21-22). Ora, podemos controlar como reagimos a nossos sentimentos, podemos controlar nossas ações, mas não podemos anular nossos sentimentos mais íntimos sem anular nossa personalidade. Entretanto, Jesus declara que até os sentimentos são pecaminosos. Para seguir a Jesus, temos que destruir aquilo que somos, sentimos e pensamos.
Inversamente, ele nos ordena "amar a Deus" e "amar ao próximo", como se sentimentos pudessem ser ligados ou desligados voluntariamente. Sentimentos surgem a partir de valores que observamos nas pessoas. Se não os observamos, como fazer para despertar esses sentimentos sem mentir para nós mesmos? Mas Jesus não nos dá essas respostas, apenas nos ameaça com castigos eternos se não obedecermos.
Como podemos nos tornar "mansos e humildes" a não ser destruindo nossa autoestima e nossa vontade própria? Por medo do castigo?
Como é possível se contruir uma civilização se o sofrimento é uma virtude, se a prosperidade e a felicidade são condenáveis?
"Felizes de vocês se os homens os odeiam, se os expulsam, os insultam e amaldiçoam o nome de vocês, por causa do Filho do Homem. Alegrem-se nesse dia, pulem de alegria, pois será grande a recompensa de vocês no céu, porque era assim que os antepassados deles tratavam os profetas. Mas, ai de vocês, os ricos, porque já têm a sua consolação! Ai de vocês, que agora têm fartura, porque vão passar fome! Ai de vocês, que agora riem, porque vão ficar aflitos e irão chorar!" (Lucas 06:22-25)
Fica claro que estes eram mandamentos para os poucos anos que ainda restavam ao mundo, e não um guia moral para uma civilização que se estenderia por muitas gerações, indefinidamente.
Sua validade é questionável.
Inspirado em "Atheism-The case against God", por George H. Smith.
Diante disto, o que pensar da moral pregada por Jesus? Seria ela o padrão absoluto de excelência, conforme acreditam os cristãos?
Em primeiro lugar, não há como discutir o que Jesus disse. Os filósofos gregos, muito antes dele, debateram a fundo este assunto. Podemos concordar com eles ou não, mas, pelo menos, eles apresentaram suas razões, eles nos deram argumentos que podemos analisar.
Jesus, ao contrário, apenas nos impôs sua doutrina, arbitrariamente, sem maiores explicações, por meio de promessas e ameaças. Ele não era um moralista. Sua missão era anunciar a vinda próxima do Reino de Deus e seu preceito básico era o de que os homens devem se dedicar inteiramente a Deus se quiserem entrar no céu:
"Arrependei-vos, pois o Reino dos Céus está próximo" (Mateus 04:17)
" 'Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?'
Jesus respondeu: 'Ame ao Senhor seu Deus com todo o seu coração, com toda a sua alma, e com todo o seu entendimento. Esse é o maior e o primeiro mandamento.' (Mateus 22:36-38).
Ou seja, seus mandamentos, em sua maior parte, se referem ao que é preciso fazer para se alcançar a recompensa em outra vida: obediência total e amor compulsório.
Não acreditar nele era o grande pecado:
"Se alguém não os receber bem, e não escutar a palavra de vocês, ao sair dessa casa e dessa cidade, sacudam a poeira dos pés.
Eu garanto a vocês: no dia do julgamento as cidades de Sodoma e Gomorra serão tratadas com menos rigor do que essa cidade." (Mateus 10-14-15).
Quando Jesus fala em ter fé, ele fala em obedecer sem discutir.
Se aceitamos algo sem analisar, mas apenas porque é o que se exige de nós, em obediência cega, renunciamos à busca da verdade, renunciamos ao uso de nossa mente. Recorrer à razão se torna um pecado.
Embora, em poucos casos, trate das relações interpessoais, sua moral pouco se importa com a melhoria da vida terrena. Isto até que faz sentido: Jesus afirmou que partiria, mas logo voltaria para estabelecer seu reino. Voltaria, de fato, enquanto "alguns dos que o ouviam ainda estivessem vivos" (Marcos 09:01).
Sua moral era uma moral provisória, a ser seguida no pouco tempo de existência que restava ao mundo.
Isto talvez explique por que ninguém se preocupou em registrar sua biografia para que os fatos chegassem às gerações futuras. Não haveria gerações futuras. Apenas décadas depois, quando seus discípulos, desiludidos, se deram conta de que ele só voltaria em futuro incerto e não sabido, é que começaram as tentativas de se produzir uma biografia.
E, como o tempo que restava à humanidade era curto, faziam sentido mandamentos do tipo "abandonar a família, os pais, a mulher e os filhos" ou "vender tudo o que se tem e dar aos pobres" (Lucas 18:22). Ou, um absurdo para os costumes da época, "deixar o pai insepulto e seguir a Jesus".
Mas ... e o Sermão da Montanha, alguns dirão? Mais uma vez, não passa de promessas a serem cumpridas numa outra vida.
Como é possível se ter uma vida digna se a gente dá a outra face a quem nos bate, se a gente também entrega a camisa a quem nos pediu o casaco, se a gente anda duas milhas quando alguém nos manda andar uma?
Temos, é claro, a "Regra de Ouro", mas ela nada tem de original. Foi enunciada por Confúcio 500 anos antes de Cristo e já fazia parte da Lei, como o próprio Jesus afirma em Mateus 07:12.
Ou "ama teu próximo como a ti mesmo" (Mateus 22:39), que é uma cópia de Levítico 19:18.
Além disto, era uma moral sectarista, limitada às "ovelhas escolhidas de Israel", e o resto da humanidade que se danasse (Marcos 04:10-12, 13:22 e 13:27 ou João 06:37, 44 e 65 ou 17:02 e 06).
Isto fica claro neste trecho:
"Jesus enviou os Doze com estas recomendações: "Não tomem o caminho dos pagãos, e não entrem nas cidades dos samaritanos. Vão primeiro às ovelhas perdidas da casa de Israel" (Mateus 10:05-06)
Ou neste, embora, mais adiante, ele pareça se arrepender da própria grosseria:
"Jesus respondeu: 'Eu fui mandado somente para as ovelhas perdidas do povo de Israel'. Mas a mulher, aproximando-se, ajoelhou-se diante de Jesus, e começou a implorar: 'Senhor, ajuda-me'
Jesus lhe disse: 'Não está certo tirar o pão dos filhos, e jogá-lo aos cachorrinhos'" (Mateus 15: 24-26)
Para piorar, alguns dos mandamentos de Jesus são absurdos, já que exigem que eliminemos nossos sentimentos: "não olhar para as mulheres com desejo" (Mateus 05:27-28) ou "não sentir raiva do irmão" (Mateus 05:21-22). Ora, podemos controlar como reagimos a nossos sentimentos, podemos controlar nossas ações, mas não podemos anular nossos sentimentos mais íntimos sem anular nossa personalidade. Entretanto, Jesus declara que até os sentimentos são pecaminosos. Para seguir a Jesus, temos que destruir aquilo que somos, sentimos e pensamos.
Inversamente, ele nos ordena "amar a Deus" e "amar ao próximo", como se sentimentos pudessem ser ligados ou desligados voluntariamente. Sentimentos surgem a partir de valores que observamos nas pessoas. Se não os observamos, como fazer para despertar esses sentimentos sem mentir para nós mesmos? Mas Jesus não nos dá essas respostas, apenas nos ameaça com castigos eternos se não obedecermos.
Como podemos nos tornar "mansos e humildes" a não ser destruindo nossa autoestima e nossa vontade própria? Por medo do castigo?
Como é possível se contruir uma civilização se o sofrimento é uma virtude, se a prosperidade e a felicidade são condenáveis?
"Felizes de vocês se os homens os odeiam, se os expulsam, os insultam e amaldiçoam o nome de vocês, por causa do Filho do Homem. Alegrem-se nesse dia, pulem de alegria, pois será grande a recompensa de vocês no céu, porque era assim que os antepassados deles tratavam os profetas. Mas, ai de vocês, os ricos, porque já têm a sua consolação! Ai de vocês, que agora têm fartura, porque vão passar fome! Ai de vocês, que agora riem, porque vão ficar aflitos e irão chorar!" (Lucas 06:22-25)
Fica claro que estes eram mandamentos para os poucos anos que ainda restavam ao mundo, e não um guia moral para uma civilização que se estenderia por muitas gerações, indefinidamente.
Sua validade é questionável.
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Re: A moral provisória de Jesus
Pobre Jesus. Deve se revirar no caixão ( ou seja lá onde foi que ele se enterrou...).

Re: A moral provisória de Jesus
Muito bom mesmo. O que parece também é que era uma tentativa de manter os pobres contidos sem questionar a ordem social já que os que mais sofridos é que teriam o reino dos céus e os que já estão gozando a vida serão penalizados.
Deus é um só...
...mas com várias caras: uma para cada religião
O homem é um animal inteligente o bastante para criar o seu próprio criador
Ei, porque acreditar em alguem que pune todos os descendentes e também todos os animais por causa da desobediência de dois indivíduos?
- Fernando Silva
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Re: A moral provisória de Jesus
Cabula escreveu:Muito bom mesmo. O que parece também é que era uma tentativa de manter os pobres contidos sem questionar a ordem social já que os que mais sofridos é que teriam o reino dos céus e os que já estão gozando a vida serão penalizados.
Um problema com essa visão é que ela equipara o curto período de vida do ricos à eternidade.
E compara uma vida nem tão boa assim, ainda que melhor que a dos pobres por não faltar comida nem bens materiais, a uma recompensa eterna.
Comparada a uma vida eterna, a diferença entre o que aconteceu neste mundo a ricos e pobres tem importância infinitamente pequena.
- Carlos Castelo
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Re: A moral provisória de Jesus
Fernando Silva escreveu:
Jesus afirmou que partiria, mas logo voltaria para estabelecer seu reino. Voltaria, de fato, enquanto "alguns dos que o ouviam ainda estivessem vivos" (Marcos 09:01).
[/i]
Para os seus dois bajuladores, Pedro e Paulo, que acreditaram nisso infelizmente não tiveram um final feliz. Ambos após serem perseguidos pelos romanos, foram executados. Paulo por ser cidadão romano, foi morto crucificado, Pedro teve o privilégio de ser decaptado. Jesus não deu esse privilégio (de mostrar o seu retorno) a quem mais acreditava nisso!
Nós também sabemos o quanto a verdade é muitas vezes cruel, e nos perguntamos se a ilusão não é mais consoladora.
Henri Poincaré (1854-1912)
Quando se coloca o centro de gravida da vida não na vida, mas no "além"-no nada-, tira-se à vida o seu centro de gravidade.
Nietzsche - O Anticristo.
Henri Poincaré (1854-1912)
Quando se coloca o centro de gravida da vida não na vida, mas no "além"-no nada-, tira-se à vida o seu centro de gravidade.
Nietzsche - O Anticristo.
- Fernando Silva
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Re: A moral provisória de Jesus
Carlos Castelo escreveu:Fernando Silva escreveu:
Jesus afirmou que partiria, mas logo voltaria para estabelecer seu reino. Voltaria, de fato, enquanto "alguns dos que o ouviam ainda estivessem vivos" (Marcos 09:01).
Para os seus dois bajuladores, Pedro e Paulo, que acreditaram nisso infelizmente não tiveram um final feliz. Ambos após serem perseguidos pelos romanos, foram executados. Paulo por ser cidadão romano, foi morto crucificado, Pedro teve o privilégio de ser decapitado. Jesus não deu esse privilégio (de mostrar o seu retorno) a quem mais acreditava nisso!
Pedro acreditava e ficou desiludido com a demora. Foi Paulo que começou a adaptar o cristianismo para o longo prazo e convenceu os apóstolos de que não havia dia certo para a volta de Jesus.
- Carlos Castelo
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Re: A moral provisória de Jesus
Pois é muitas pessoas têm Jesus como um grande sábio, mas será que um grande sábio daria os conselhos que ele deu?
Não faça planos para o futuro.
Não guarde dinheiro.
Não enriqueça.
Venda tudo e dê aos pobres.
Não trabalhe para obter comida.
Não tenha desejos sexuais.
Faça as pessoas quererem persegui-lo.
Deixe que todos saibam que você é melhor do que o resto.
Tire dinheiro daqueles que não têm economias e dê a ricos investidores.
Se alguém rouba de você, não tente recuperar o que foi roubado.
Se alguém lhe golpear, convide-os a fazê-lo novamente.
Se você perde uma ação judicial, dê mais do que a sentença.
Se alguém lhe força a andar uma milha, ande duas.
Se alguém te pede algo, dê-lhe sem questionar.
Dizer que Jesus era um grande sábio é desmerecer os grandes homens que fizeram parte da verdadeira história e reamente o foram. Para aqueles que lêem a bíblia apenas com a fé, qualquer um desses preceitos ora citados é virtude.
Não faça planos para o futuro.
Não guarde dinheiro.
Não enriqueça.
Venda tudo e dê aos pobres.
Não trabalhe para obter comida.
Não tenha desejos sexuais.
Faça as pessoas quererem persegui-lo.
Deixe que todos saibam que você é melhor do que o resto.
Tire dinheiro daqueles que não têm economias e dê a ricos investidores.
Se alguém rouba de você, não tente recuperar o que foi roubado.
Se alguém lhe golpear, convide-os a fazê-lo novamente.
Se você perde uma ação judicial, dê mais do que a sentença.
Se alguém lhe força a andar uma milha, ande duas.
Se alguém te pede algo, dê-lhe sem questionar.
Dizer que Jesus era um grande sábio é desmerecer os grandes homens que fizeram parte da verdadeira história e reamente o foram. Para aqueles que lêem a bíblia apenas com a fé, qualquer um desses preceitos ora citados é virtude.
Nós também sabemos o quanto a verdade é muitas vezes cruel, e nos perguntamos se a ilusão não é mais consoladora.
Henri Poincaré (1854-1912)
Quando se coloca o centro de gravida da vida não na vida, mas no "além"-no nada-, tira-se à vida o seu centro de gravidade.
Nietzsche - O Anticristo.
Henri Poincaré (1854-1912)
Quando se coloca o centro de gravida da vida não na vida, mas no "além"-no nada-, tira-se à vida o seu centro de gravidade.
Nietzsche - O Anticristo.
Re: A moral provisória de Jesus
Mahatma Gandhi derrubou o Império Britânico com essa moral enfermiça da não-resistência ao "oferecer a outra face".
Jesus na verdade foi um desobediente civil... Resistiu passivamente a tudo que ele achou que era errado...
Enfrentou os costumes e regras da época, quando falava com prostitutas, com samaritanos, pobres, enfermos leprosos e cegos considerados os ofensores de Deus. Comia na casa dos publicanos, considerados traidores do povo judeu.
Uma prostituta lavou seus pés com suas lágrimas e os enxugou com seus cabelos...
Tem gente que lê e não entende...
Jesus na verdade foi um desobediente civil... Resistiu passivamente a tudo que ele achou que era errado...
Enfrentou os costumes e regras da época, quando falava com prostitutas, com samaritanos, pobres, enfermos leprosos e cegos considerados os ofensores de Deus. Comia na casa dos publicanos, considerados traidores do povo judeu.
Uma prostituta lavou seus pés com suas lágrimas e os enxugou com seus cabelos...
Tem gente que lê e não entende...
(HNT) ויאמר אלי אחד מן־הזקנים אל־תבכה הנה נצח האריה אשר הוא משבט Rev 5:5
http://www.rv.cnt.br/viewtopic.php?t=13986
http://rv.cnt.br/viewtopic.php?t=14653
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- Fernando Silva
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Re: A moral provisória de Jesus
docdeoz escreveu:Mahatma Gandhi derrubou o Império Britânico com essa moral enfermiça da não-resistência ao "oferecer a outra face".
Gandhi não oferecia a outra face, apenas resistia não cooperando, sem usar de violência, enquanto que Jesus pregava que a gente deveria pedir para apanhar mais ainda se nos batessem.
Gandhi resistia não cumprindo as ordens, Jesus manda cumprir as ordens em dobro.
docdeoz escreveu:Tem gente que lê e não entende...
Tem gente que lê e entende do jeito que lhe é mais conveniente.
- Aranha
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Re: A moral provisória de Jesus
Fernando Silva escreveu:"Felizes de vocês se os homens os odeiam, se os expulsam, os insultam e amaldiçoam o nome de vocês, por causa do Filho do Homem. Alegrem-se nesse dia, pulem de alegria, pois será grande a recompensa de vocês no céu, porque era assim que os antepassados deles tratavam os profetas. Mas, ai de vocês, os ricos, porque já têm a sua consolação! Ai de vocês, que agora têm fartura, porque vão passar fome! Ai de vocês, que agora riem, porque vão ficar aflitos e irão chorar!" (Lucas 06:22-25)
- Engraçado que aí o cristianismo entra em profunda contradição com o a Torá.
- Todos os patriarcas foram abençoados por Jeová com riquezas e mais riquezas.
- Os bons reis também, Davi e Salomão que o digam, viveram em luxo indescritível, e Jeová os mimava mais ainda porque adorava eles.
- E Jó, era riquíssimo antes de Deus sacaneá-lo por causa de uma aposta besta com o Demo, depois que Deus ganhou a aposta tornou Jó ainda mais rico.
- Sem contar as especificações de Jeová para construção do Tabernáculo e do Templo, só ouro, só cedro do líbano, só seda, tudo do bom e do melhor.
- Jeová adorava riqueza e adorava distribuí-la para sua patota, nada a ver com esse miserê de JC e sua banda.
Abraços,
"Grandes Poderes Trazem Grandes Responsabilidades"
Ben Parker
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- carlo
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Re: A moral provisória de Jesus
Fernando Silva escreveu:As regras de moral estão relacionadas aos costumes de cada povo. Elas nos permitem viver em sociedade, minimizando os conflitos com nossos semelhantes e tornando nossa vida mais fácil. Não são perfeitas, não são absolutas e muito menos imutáveis. Variam com a ocasião, com o lugar, com a época. De um modo geral, aperfeiçoam-se com o tempo.
Diante disto, o que pensar da moral pregada por Jesus? Seria ela o padrão absoluto de excelência, conforme acreditam os cristãos?
Em primeiro lugar, não há como discutir o que Jesus disse. Os filósofos gregos, muito antes dele, debateram a fundo este assunto. Podemos concordar com eles ou não, mas, pelo menos, eles apresentaram suas razões, eles nos deram argumentos que podemos analisar.
Jesus, ao contrário, apenas nos impôs sua doutrina, arbitrariamente, sem maiores explicações, por meio de promessas e ameaças. Ele não era um moralista. Sua missão era anunciar a vinda próxima do Reino de Deus e seu preceito básico era o de que os homens devem se dedicar inteiramente a Deus se quiserem entrar no céu:
"Arrependei-vos, pois o Reino dos Céus está próximo" (Mateus 04:17)
" 'Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?'
Jesus respondeu: 'Ame ao Senhor seu Deus com todo o seu coração, com toda a sua alma, e com todo o seu entendimento. Esse é o maior e o primeiro mandamento.' (Mateus 22:36-38).
Ou seja, seus mandamentos, em sua maior parte, se referem ao que é preciso fazer para se alcançar a recompensa em outra vida: obediência total e amor compulsório.
Não acreditar nele era o grande pecado:
"Se alguém não os receber bem, e não escutar a palavra de vocês, ao sair dessa casa e dessa cidade, sacudam a poeira dos pés.
Eu garanto a vocês: no dia do julgamento as cidades de Sodoma e Gomorra serão tratadas com menos rigor do que essa cidade." (Mateus 10-14-15).
Quando Jesus fala em ter fé, ele fala em obedecer sem discutir.
Se aceitamos algo sem analisar, mas apenas porque é o que se exige de nós, em obediência cega, renunciamos à busca da verdade, renunciamos ao uso de nossa mente. Recorrer à razão se torna um pecado.
Embora, em poucos casos, trate das relações interpessoais, sua moral pouco se importa com a melhoria da vida terrena. Isto até que faz sentido: Jesus afirmou que partiria, mas logo voltaria para estabelecer seu reino. Voltaria, de fato, enquanto "alguns dos que o ouviam ainda estivessem vivos" (Marcos 09:01).
Sua moral era uma moral provisória, a ser seguida no pouco tempo de existência que restava ao mundo.
Isto talvez explique por que ninguém se preocupou em registrar sua biografia para que os fatos chegassem às gerações futuras. Não haveria gerações futuras. Apenas décadas depois, quando seus discípulos, desiludidos, se deram conta de que ele só voltaria em futuro incerto e não sabido, é que começaram as tentativas de se produzir uma biografia.
E, como o tempo que restava à humanidade era curto, faziam sentido mandamentos do tipo "abandonar a família, os pais, a mulher e os filhos" ou "vender tudo o que se tem e dar aos pobres" (Lucas 18:22). Ou, um absurdo para os costumes da época, "deixar o pai insepulto e seguir a Jesus".
Mas ... e o Sermão da Montanha, alguns dirão? Mais uma vez, não passa de promessas a serem cumpridas numa outra vida.
Como é possível se ter uma vida digna se a gente dá a outra face a quem nos bate, se a gente também entrega a camisa a quem nos pediu o casaco, se a gente anda duas milhas quando alguém nos manda andar uma?
Temos, é claro, a "Regra de Ouro", mas ela nada tem de original. Foi enunciada por Confúcio 500 anos antes de Cristo e já fazia parte da Lei, como o próprio Jesus afirma em Mateus 07:12.
Ou "ama teu próximo como a ti mesmo" (Mateus 22:39), que é uma cópia de Levítico 19:18.
Além disto, era uma moral sectarista, limitada às "ovelhas escolhidas de Israel", e o resto da humanidade que se danasse (Marcos 04:10-12, 13:22 e 13:27 ou João 06:37, 44 e 65 ou 17:02 e 06).
Isto fica claro neste trecho:
"Jesus enviou os Doze com estas recomendações: "Não tomem o caminho dos pagãos, e não entrem nas cidades dos samaritanos. Vão primeiro às ovelhas perdidas da casa de Israel" (Mateus 10:05-06)
Ou neste, embora, mais adiante, ele pareça se arrepender da própria grosseria:
"Jesus respondeu: 'Eu fui mandado somente para as ovelhas perdidas do povo de Israel'. Mas a mulher, aproximando-se, ajoelhou-se diante de Jesus, e começou a implorar: 'Senhor, ajuda-me'
Jesus lhe disse: 'Não está certo tirar o pão dos filhos, e jogá-lo aos cachorrinhos'" (Mateus 15: 24-26)
Para piorar, alguns dos mandamentos de Jesus são absurdos, já que exigem que eliminemos nossos sentimentos: "não olhar para as mulheres com desejo" (Mateus 05:27-28) ou "não sentir raiva do irmão" (Mateus 05:21-22). Ora, podemos controlar como reagimos a nossos sentimentos, podemos controlar nossas ações, mas não podemos anular nossos sentimentos mais íntimos sem anular nossa personalidade. Entretanto, Jesus declara que até os sentimentos são pecaminosos. Para seguir a Jesus, temos que destruir aquilo que somos, sentimos e pensamos.
Inversamente, ele nos ordena "amar a Deus" e "amar ao próximo", como se sentimentos pudessem ser ligados ou desligados voluntariamente. Sentimentos surgem a partir de valores que observamos nas pessoas. Se não os observamos, como fazer para despertar esses sentimentos sem mentir para nós mesmos? Mas Jesus não nos dá essas respostas, apenas nos ameaça com castigos eternos se não obedecermos.
Como podemos nos tornar "mansos e humildes" a não ser destruindo nossa autoestima e nossa vontade própria? Por medo do castigo?
Como é possível se contruir uma civilização se o sofrimento é uma virtude, se a prosperidade e a felicidade são condenáveis?
"Felizes de vocês se os homens os odeiam, se os expulsam, os insultam e amaldiçoam o nome de vocês, por causa do Filho do Homem. Alegrem-se nesse dia, pulem de alegria, pois será grande a recompensa de vocês no céu, porque era assim que os antepassados deles tratavam os profetas. Mas, ai de vocês, os ricos, porque já têm a sua consolação! Ai de vocês, que agora têm fartura, porque vão passar fome! Ai de vocês, que agora riem, porque vão ficar aflitos e irão chorar!" (Lucas 06:22-25)
Fica claro que estes eram mandamentos para os poucos anos que ainda restavam ao mundo, e não um guia moral para uma civilização que se estenderia por muitas gerações, indefinidamente.
Sua validade é questionável.
Inspirado em "Atheism-The case against God", por George H. Smith.
Toda vez que eu leio um texto tão elucidaditvo como este, eu ainda fico plerpexo! Como pode, um ser apresentado por pessoas que diziam " o fulano disse isto, o fulano diste aquilo"? E que nós sabemos que tais assuntos foram discutidos centenas de anos antes. Como pode esta teoria ter pegado? Como pode mais de 3 billhões de seres humanos não questionar tais fatos? Eu sinceramente, joguei a toalha, não consigo teorizar sobre isto.

NOSSA SENHORA APARECIDA!!!!
Re: A moral provisória de Jesus
Aranha escreveu:Fernando Silva escreveu:"Felizes de vocês se os homens os odeiam, se os expulsam, os insultam e amaldiçoam o nome de vocês, por causa do Filho do Homem. Alegrem-se nesse dia, pulem de alegria, pois será grande a recompensa de vocês no céu, porque era assim que os antepassados deles tratavam os profetas. Mas, ai de vocês, os ricos, porque já têm a sua consolação! Ai de vocês, que agora têm fartura, porque vão passar fome! Ai de vocês, que agora riem, porque vão ficar aflitos e irão chorar!" (Lucas 06:22-25)
- Engraçado que aí o cristianismo entra em profunda contradição com o a Torá.
- Todos os patriarcas foram abençoados por Jeová com riquezas e mais riquezas.
- Os bons reis também, Davi e Salomão que o digam, viveram em luxo indescritível, e Jeová os mimava mais ainda porque adorava eles.
- E Jó, era riquíssimo antes de Deus sacaneá-lo por causa de uma aposta besta com o Demo, depois que Deus ganhou a aposta tornou Jó ainda mais rico.
- Sem contar as especificações de Jeová para construção do Tabernáculo e do Templo, só ouro, só cedro do líbano, só seda, tudo do bom e do melhor.
- Jeová adorava riqueza e adorava distribuí-la para sua patota, nada a ver com esse miserê de JC e sua banda.
Abraços,
Exatamente por isso parece que Jesus falava somente para os pobres e de como eles eram felizes por ser assim
Deus é um só...
...mas com várias caras: uma para cada religião
O homem é um animal inteligente o bastante para criar o seu próprio criador
Ei, porque acreditar em alguem que pune todos os descendentes e também todos os animais por causa da desobediência de dois indivíduos?
- Carlos Castelo
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Re: A moral provisória de Jesus
Em suma Yavé, o fodão, no velho testamento punia seus desafetos ou recompensava seus bajuladores aquí mesma na terra. No novo testamento o cenário muda com a invensão do além, lá todos são recompensados ou punidos, tudo vai depender do seu comportamento aquí.
Nós também sabemos o quanto a verdade é muitas vezes cruel, e nos perguntamos se a ilusão não é mais consoladora.
Henri Poincaré (1854-1912)
Quando se coloca o centro de gravida da vida não na vida, mas no "além"-no nada-, tira-se à vida o seu centro de gravidade.
Nietzsche - O Anticristo.
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Re: A moral provisória de Jesus
Carlos Castelo escreveu:Em suma Yavé, o fodão, no velho testamento punia seus desafetos ou recompensava seus bajuladores aquí mesma na terra. No novo testamento o cenário muda com a invensão do além, lá todos são recompensados ou punidos, tudo vai depender do seu comportamento aquí.
No AT, o sofrimento terminava com a morte. No NT, o sofrimento é eterno.
Re: A moral provisória de Jesus
Fernando Silva escreveu:Carlos Castelo escreveu:Em suma Yavé, o fodão, no velho testamento punia seus desafetos ou recompensava seus bajuladores aquí mesma na terra. No novo testamento o cenário muda com a invensão do além, lá todos são recompensados ou punidos, tudo vai depender do seu comportamento aquí.
No AT, o sofrimento terminava com a morte. No NT, o sofrimento é eterno.
É verdade, tanto que no AT as pessoas se esforçavam em ter muitos filhos para lhes dar continuidade à geração e em algumas partes da bíblia as punições para os pecados dos pais eram extendidas aos filhos. Ora, os pais já morreram mas o pecado era tão grave que até as próximas gerações pagavam. Tá aí, morreu acabou. Os filhos que paguem.
Deus é um só...
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Ei, porque acreditar em alguem que pune todos os descendentes e também todos os animais por causa da desobediência de dois indivíduos?
- Carlos Castelo
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Re: A moral provisória de Jesus
Fernando Silva escreveu:Carlos Castelo escreveu:Em suma Yavé, o fodão, no velho testamento punia seus desafetos ou recompensava seus bajuladores aquí mesma na terra. No novo testamento o cenário muda com a invensão do além, lá todos são recompensados ou punidos, tudo vai depender do seu comportamento aquí.
No AT, o sofrimento terminava com a morte. No NT, o sofrimento é eterno.
Isso mesmo!
Nós também sabemos o quanto a verdade é muitas vezes cruel, e nos perguntamos se a ilusão não é mais consoladora.
Henri Poincaré (1854-1912)
Quando se coloca o centro de gravida da vida não na vida, mas no "além"-no nada-, tira-se à vida o seu centro de gravidade.
Nietzsche - O Anticristo.
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Quando se coloca o centro de gravida da vida não na vida, mas no "além"-no nada-, tira-se à vida o seu centro de gravidade.
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Re: A moral provisória de Jesus
Cristãos gostam disso...
Costumam dizer coisas absurdas como "Só se chega a deus com um coração contrito".
Ora, para alcançar a graça de deus é preciso se destituir de tudo que te faça "humano", é preciso ter um coração estraçalhado pela dor, dilacerado mesmo.
Qual a graça desse masoquismo todo?
Por isso eles gostam de falar que deus coloca seus filhos a "provação", que os molda como um ouro no fogo...
Juro que esse deus aparecesse para mim eu me tornaria uma malteísta de fato! Impossível adorar alguém tão sádico e cruel!
[]s
Costumam dizer coisas absurdas como "Só se chega a deus com um coração contrito".
Ora, para alcançar a graça de deus é preciso se destituir de tudo que te faça "humano", é preciso ter um coração estraçalhado pela dor, dilacerado mesmo.
Qual a graça desse masoquismo todo?

Por isso eles gostam de falar que deus coloca seus filhos a "provação", que os molda como um ouro no fogo...
Juro que esse deus aparecesse para mim eu me tornaria uma malteísta de fato! Impossível adorar alguém tão sádico e cruel!
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"Deus empurra para a morte tudo o que lhe resiste. Em primeiro lugar a razão, depois a inteligência e o espírito crítico" (Onfray)
"Your God is dead and no one cares" (Sartre)
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Re: A moral provisória de Jesus
Carlos Castelo escreveu:Fernando Silva escreveu:Carlos Castelo escreveu:Em suma Yavé, o fodão, no velho testamento punia seus desafetos ou recompensava seus bajuladores aquí mesma na terra. No novo testamento o cenário muda com a invensão do além, lá todos são recompensados ou punidos, tudo vai depender do seu comportamento aquí.
No AT, o sofrimento terminava com a morte. No NT, o sofrimento é eterno.
Isso mesmo!
O pior é que um dos argumentos mais comuns dos crentes é dizer que Deus não é mais tão cruel assim quando são perguntados sobre as barbaridades do velho testamento, o que vale agora é a bondade de Jesus de mandar queimar no inferno pra sempre quem não acredita nele.
"Temos uma coisa muito mais extraordinária: não só se consegue que uma mesa se mova magnetizando-a, como também que fale. Interrogada, ela responde."
Alan Kardec, Obras Póstumas Pág. 237
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Re: A moral provisória de Jesus
Esse tópico parece uma boiada em estouro.
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Re: A moral provisória de Jesus
Fernando Silva escreveu:Carlos Castelo escreveu:Em suma Yavé, o fodão, no velho testamento punia seus desafetos ou recompensava seus bajuladores aquí mesma na terra. No novo testamento o cenário muda com a invensão do além, lá todos são recompensados ou punidos, tudo vai depender do seu comportamento aquí.
No AT, o sofrimento terminava com a morte. No NT, o sofrimento é eterno.
Evangelizar mentes nada mais é do que isto: se ficar o que bicho pega, se correr o bicho come.

Pelo menos é nisso que eles acreditam e é isto que eles têm por objetivo "contra" nós.
Hay que tener!

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Re: A moral provisória de Jesus
Suyndara escreveu:Cristãos gostam disso...
Costumam dizer coisas absurdas como "Só se chega a deus com um coração contrito".
Ora, para alcançar a graça de deus é preciso se destituir de tudo que te faça "humano", é preciso ter um coração estraçalhado pela dor, dilacerado mesmo.
Qual a graça desse masoquismo todo?![]()
Por isso eles gostam de falar que deus coloca seus filhos a "provação", que os molda como um ouro no fogo...
Juro que esse deus aparecesse para mim eu me tornaria uma malteísta de fato! Impossível adorar alguém tão sádico e cruel!
[]s
Estes dias disseste que não havia vida na dor. Para esta turma, a vida só tem sentido através da dor. E quem não gosta de dor, não é merecedor de respeito, muito pelo contrário: merece ser castigado, queira ou não!
Não é doente demais isto?
E falam em amor e paz...ARGH!

Re: A moral provisória de Jesus
Completamente doente
Quando fui fazer meu doutorado, morei numa república com mais outras 4 estudantes, uma delas havia abandonado o curso (os pais não sabiam) e estava fazendo um "acompanhamento" em uma Igreja.
Quando a conheci achei que ela era estranha e louca por ter abonando um curso, faltando apenas um semestre pra terminar, para se dedicar a deus...Deus não pode esperar um mísero semestre?
Mas um dia cheguei em casa e ela havia tido um surto, pegou um monte de imagens de Cristo crucificado e jogou tinta vermelha, um monte...enfeitou o quarto inteiro de "sangue" e dor
E ficou lá, sentada na cama olhando a cena sanguinária e chorando sem parar.
Não tive dúvidas, liguei para os pais dela e dedurei.
Ela deve me odiar até hoje, mas sinceramente, até fanatismo tem limite, ela estava completamente obcecada com a idéia de sentir dor, ficava dias sem comer e só chorava...
Eu tenho medo de fanatismo
Ainda mais os que promovem coisas sem lógico como "idolatrar a dor e o sofrimento"

Quando fui fazer meu doutorado, morei numa república com mais outras 4 estudantes, uma delas havia abandonado o curso (os pais não sabiam) e estava fazendo um "acompanhamento" em uma Igreja.
Quando a conheci achei que ela era estranha e louca por ter abonando um curso, faltando apenas um semestre pra terminar, para se dedicar a deus...Deus não pode esperar um mísero semestre?

Mas um dia cheguei em casa e ela havia tido um surto, pegou um monte de imagens de Cristo crucificado e jogou tinta vermelha, um monte...enfeitou o quarto inteiro de "sangue" e dor

E ficou lá, sentada na cama olhando a cena sanguinária e chorando sem parar.
Não tive dúvidas, liguei para os pais dela e dedurei.
Ela deve me odiar até hoje, mas sinceramente, até fanatismo tem limite, ela estava completamente obcecada com a idéia de sentir dor, ficava dias sem comer e só chorava...
Eu tenho medo de fanatismo

Ainda mais os que promovem coisas sem lógico como "idolatrar a dor e o sofrimento"

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Re: A moral provisória de Jesus
Suyndara escreveu:Completamente doente![]()
Quando fui fazer meu doutorado, morei numa república com mais outras 4 estudantes, uma delas havia abandonado o curso (os pais não sabiam) e estava fazendo um "acompanhamento" em uma Igreja.
Quando a conheci achei que ela era estranha e louca por ter abonando um curso, faltando apenas um semestre pra terminar, para se dedicar a deus...Deus não pode esperar um mísero semestre?![]()
Mas um dia cheguei em casa e ela havia tido um surto, pegou um monte de imagens de Cristo crucificado e jogou tinta vermelha, um monte...enfeitou o quarto inteiro de "sangue" e dor![]()
E ficou lá, sentada na cama olhando a cena sanguinária e chorando sem parar.
Não tive dúvidas, liguei para os pais dela e dedurei.
Ela deve me odiar até hoje, mas sinceramente, até fanatismo tem limite, ela estava completamente obcecada com a idéia de sentir dor, ficava dias sem comer e só chorava...
Eu tenho medo de fanatismo![]()
Ainda mais os que promovem coisas sem lógico como "idolatrar a dor e o sofrimento"
Fez bem. A menina tava doente.

- Fernando Silva
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Re: A moral provisória de Jesus
Tarcísio escreveu:Esse tópico parece uma boiada em estouro.
E isto significa exatamente o quê?
Que você ficou incomodado com o que foi dito aqui?
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Re: A moral provisória de Jesus
Darkside escreveu:Carlos Castelo escreveu:Fernando Silva escreveu:Carlos Castelo escreveu:Em suma Yavé, o fodão, no velho testamento punia seus desafetos ou recompensava seus bajuladores aquí mesma na terra. No novo testamento o cenário muda com a invensão do além, lá todos são recompensados ou punidos, tudo vai depender do seu comportamento aquí.
No AT, o sofrimento terminava com a morte. No NT, o sofrimento é eterno.
Isso mesmo!
O pior é que um dos argumentos mais comuns dos crentes é dizer que Deus não é mais tão cruel assim quando são perguntados sobre as barbaridades do velho testamento, o que vale agora é a bondade de Jesus de mandar queimar no inferno pra sempre quem não acredita nele.
Analisando a bíblia sangrenta existem dois deuses, no AT ele aparece cruel, vingativo e ciumento com aqueles que ousam desafiá-lo.
No NT ele aparece "mascarado", é misericordioso, bom e tolerante. Observando o que tem por trás dessa máscara ele é poior do que o do VT, visto que, o pobre miserável cristão é perseguido até após a morte.
Nós também sabemos o quanto a verdade é muitas vezes cruel, e nos perguntamos se a ilusão não é mais consoladora.
Henri Poincaré (1854-1912)
Quando se coloca o centro de gravida da vida não na vida, mas no "além"-no nada-, tira-se à vida o seu centro de gravidade.
Nietzsche - O Anticristo.
Henri Poincaré (1854-1912)
Quando se coloca o centro de gravida da vida não na vida, mas no "além"-no nada-, tira-se à vida o seu centro de gravidade.
Nietzsche - O Anticristo.