Sem Censura escreveu:
Obrigado por responder, Anna.
De nada. Nem sempre é possível por falta de tempo. Mas todas as respostas para suas questões podem ser facilmente adquiridas por você mesmo com alguns cliques no google.
Mas, me desculpe, desse palavrório todo confesso que não entendi muita coisa.
O palavrório é inevitável em uma questão muito técnica como foi a sua, se examinar o seu próprio questionamento o tal palavrório estava lá. Mas como ele era de seu conhecimento e domínio não foi considerado tão palavrório assim para ti ao usá-lo para formular seu post, porém garanto que a maioria dos foristas e leitores do fórum teve que recorrer a literatura técnica para descobrir o que significa os termos que vc usou.
Basicamente você falou que não dá para comparar sapiens com neandertais. Certo? Ok.
Não. Obviamente pode-se comparar qualquer criatura animal, vegetal, fungos ou bactérias, o que não se pode é assumir equivalência para atributos em níveis universais distintos, seria o mesmo que você assumir que as variações morfológicas entre Gorila e diferentes indivíduos de sapiens estão no mesmo nível de universalidade. A distância dos indivíduos de gorila e de sapiens no espaço evolutivo é igualmente óbvia, consequentemente no espaço genético, ou morfológico, e essa distância é igualmente refletida no sistema classificação que usa uma convergência de caracteres que estão em todos esses espaços distintos resumidos.
1) Considerando que há diferenças anatômicas nos crânios humanos, dá para deduzir que há também diferentes formatos de cérebro, seguindo a lógica de que o cérebro segue a forma do crânio que o protege. Isso confere?
2) Essas diferenças de formato produzem algum efeito perceptível no funcionamento desses cérebros?
Depende do grau de influência que essa diferença tenha sob a o massa encefálica, que foi exatamente o que eu lhe expliquei. E de outros fatores associados, uma vez que podem haver diferenças estruturais no cérebro que não são de ordem morfológica, mas celular, química, fisiológica, etc. Apesar de que não sou especialista em neurobiologia e como lhe disse maiores e mais profundas explicações sobre as diferenças funcionais podem ser adquiridas na internet através de buscas à sítios especializados por você mesmo. Que é a forma mais acurada de adquirir essas informações.Creio que a resposta deve ser não, já que as diferenças de tamanho entre o cérebro masculino e feminino não produzem efeitos no grau de inteligência de homens e mulheres como grupo.
Acho que ainda não está claro para você o uso do termo diferenças. No universo das ciências biológicas, que é aquele que define, caracteriza e mede as relações entre os seres vivos e mapeia sua história ao longo do tempo, diferenças não se restringem a palavra inteligência, que é vaga em seu cerne, ou capacidade intelectual, erroneamente atribuída ao QI, ou qualquer outra medida limitada equivalente.
Tanto a variação média de caracteres morfológicos, como comportamento e a forma como diferentes indivíduos animais, incluindo o homem, lidam com estímulos aos quais são expostos ao longo de suas vidas e curso evolutivo, são diferenças chamadas de variações intraespecífica (variações comuns que ocorrem dentro da espécie). Mulheres e homens, em geral lidam com esses estímulos de formas distintas, por que fisiologicamente têm que lidar com eventos diferenciados, como por exemplo os mais óbvios que são sexuais: ciclos hormonais, menstruação, dismenorréia, etc. Tudo isso tem um impacto muito grande na forma que respondem as demandas do ambiente diário e geram uma diferenciação cultural e comportamental, que é universal e compartilhada apenas por fêmeas ou machos, ainda que elas e eles executem atividades similares ou as mesmas, habitem e transitem o mesmo espaço, e ambiente. Mas, por outro lado, as diferenças entre os tamanho de lobos nos cérebros masculino e feminino produzem sim diferenças em habilidade. Como, por exemplo, o corpo caloso, que é maior nas mulheres e produz como conseqüência uma maior habilidade feminina em ser multitarefa.
O que não impediu muitos homens de sê-lo também, não sendo esta uma característica exclusiva das fêmeas. A menos que se creia em determinismo biológico. Entretanto isso é uma idéia aparentemente tola.Enfim, como praticamente tudo neste mundo é qualitativo e também quantitativo, é lícito supor que até certo ponto de variação os efeitos dessas diferenças são imperceptíveis. Porém, acima desse ponto, as diferenças começam a se fazer notar. Seria, talvez, o caso dos cérebros humano e neandertal. (O fato é que muita análise se faz justamente em cima dos volumes cerebrais dos diferentes hominídeos.)
A maioria das análises quanto ao cérebro dos mesmos fica apenas no âmbito da ESPECULAÇÃO, como foi cuidadosamente colocado e repetido em todos os nossos posts (meu e Suyndara) e também nos sítios recomendados. Isso porque não é possível ir muito adiante sem a preservação das partes moles, cérebro inclui-se nesta categoria. Resta assim apenas a medida da diferença de volumes que são as realmente factuais e não especulativas no caso dos hominídeos, e portanto o único caráter cerebral passível de inclusão em análises científicas. Além do mais as características morfológicas, mesmo na cabeça, que diferenciam provavelmente o comportamento de sapiens e neanderthais não estão limitadas apenas a tamanho e forma da caixa craniana, como estão escritas nos posts anteriores há uma gama de DIVERSAS diferenças, que também foram citadas, não apenas o tamanho da caixa, como orbitas, etc, e tb no corpo que não estão sendo levadas em consideração.
Então, creio que se poderia reformular a pergunta da seguinte maneira. Por princípio, as diferenças de forma e volume se refletem na funcionalidade do órgão em questão, desde que essas diferenças sejam de suficiente magnitude.
Veja bem, você poderia assumir que a diferença na forma e volume alterariam a funcionalidade de um órgão se mudanças dessa ordem estivessem factualmente agindo modificando as funções do órgão em questão, o que aparentemente não ocorreu nem com as duas espécies de homo citadas , e muito menos com os indivíduos de sapiens. A funcionalidade de nossos cérebros vem sendo muito bem executada desde nossa aparição na terra.
Ou seja, diferenças irrelevantes produziriam efeitos irrelevantes. Já diferenças relevantes produzem efeitos relevantes.
Seja lá o que essas tais diferenças relevantes estivessem mudando nas funções do cérebro. Veja que migramos para um mundo de pura especulação, de coisas que SE existissem, COMO afetariam a funcionalidade dos afetados.Mas a questão é: as diferenças cranianas da espécie humana são de suficiente monta para produzir efeitos perceptíveis? Quais seriam esses efeitos?
Bem eu já respondi sua pergunta anteriormente e aqui. Mas vc deve explicitar o que não entendeu dela pra que eu possa esclarecer sua dúvida. Se por diferença você quer resumir cognição, antes é preciso definir que a mesma é reúne em si atenção, percepção, memória, raciocínio, juízo, imaginação, pensamento e linguagem, portanto assumir que as variações intraespecíficas possam ser capazes de limitar diretamente todas esses atributos me parece, no mínimo, dar-lhe mais peso do que de fato tenha. Mas novamente variações mais específicas e que tipos de disfunções igualmente específicas variações tanto do crânio, quanto do próprio cérebro podem ter sob cada uma características citadas em fontes especializadas.
Já foi feito algum estudo nesse sentido?
Diversos, disponíveis na internet.