Luiz Carlos Querido escreveu:Darkside escreveu:Luiz Carlos Querido escreveu:Quem não crê (esqueçam religião) não tem esperanças e sucumbe.
É verdade.
Quem não tem fé não possui valores próprios, não possui pessoas queridas, não possui objetivos na vida, nem sonhos, nem aspirações, nem desejos, nem nada que possa servir de motivação para continuar vivendo. Descrentes são apenas máquinas biológicas cumprindo uma função pré-estabelecida pela natureza irracionalmente, não cometendo suicídio porque vai contra essa programação.
Dark, você prestou BEM ATENÇÃO no que eu disse? Vocês colocaram como fé religiosa. O resto eu já expliquei para o Fernando.
Bom, então vamos tentar chegar a um consenso sobre o que seria a fé a qual você se refere.
Se estamos falando sobre autoconfiança, não acho que ela se enquadre em fé. Eu creio que sou capaz de muitas coisas, isso me torna um crente em mim mesmo? São dois sentimentos completamente diferentes. Quando se fala em fé, estamos nos referindo a um sentimento que não é lógico, pelo contrário, é uma entrega a alguma idéia que ignora o que pode contradizê-la. Se me considero capaz de algo, como tocar um instrumento musical qualquer por exemplo, é porque tenho motivos lógicos pra acreditar nisso. Possuo todos os membros do corpo, coordenação motora, facilidade para aprender coisas novas, interesse por música, e por aí vai. Se eu tivesse fé que eu poderia tocar um instrumento musical, eu teria a certeza de que conseguiria só baseado em minha vontade de acreditar nisso, mesmo que eu tivesse séria limitações físicas e mentais.
Pensando agora no exemplo clássico do doente em estado gravíssimo em uma cama de hospital. As chances estão contra ele, seria fé ele pensar que vai melhorar? Só se o otimismo dele for baseado na própria fé, ou não seria o caso. Se essa pessoa tivesse a consciência de que a probabilidade de ela morrer é maior do que a de continuar viva, ela poderia continuar desejando ardentemente sua recuperação e lutando por ela só pela vontade de viver, um dos instintos mais primitivos do ser humano, e isso não seria fé. Ela também poderia pensar que não pode deixar pra trás sua família que precisa dela, que precisa realizar seus sonhos, que não pode morrer deixando alguma ponta solta em sua vida que precisa a qualquer custo ser resolvida, ou qualquer outro motivo de significado realmente relevante pra ela, e repare que não existe fé em nenhum desses casos, apenas diversos sentimentos humanos que são emocionais sim, mas também são lógicos.
Eu considero muito perigoso jogar um enorme pedaço do universo de emoções humanas em um balaio chamado "fé". A palavra "acreditar" não é sinônimo de "fé", ou somente objetos seriam de fato céticos. Até um cachorro que sabe que seu dono lhe alimenta todo dia poderia ser considerado um crente de muita fé com esse olhar generalizado e incorreto.
A fé é ignorante e irracional por definição, não é possível ter fé através de lógica alguma que seja válida.