Preconceito sem motivo.

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Polêmico
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Preconceito sem motivo.

Mensagem por Polêmico »

Olá para todos os participantes, eu participei deste fórum faz muito tempo, na época em que eu ainda era religioso, e atormentava bastante os participantes daqui dizendo coisas sem sentido.

Hoje, agnóstico, resolvi dar uma passada aqui para ver como estava e fico feliz de ver que o espaço ainda existe e prosperou. :emoticon16:

Bem o que eu queria levantar com este tópico é sobre algo que aconteceu com um amigo meu, ele estava tendo um relacionamento de alguma semanas com uma garota da religião católica, e a mesma acabou por dar uma bota nele (um pé na bunda) e não explicou os motivos. Depois, descobrimos que era porque ele não era da mesma religião dela.

E puxa vida, eu que nem sou assim podemos dizer um ateu, mas não posso dizer que qualquer coisa por aí exista considerando que não possuo qualquer evidência para oferecer, fico surpreso de pensar em quanto preconceito a religião pode criar. Se não fosse o fato de eu mesmo já ter passado por isto, quando uma garota com quem eu namorei, queria que eu me tornasse evangélico, e como eu me recusei ela não quis que a relação prosperasse mais.

Assim, não consigo entender o que faz uma pessoa entender que a outra por causa da fé que possui ou da falta da mesma é algo ruim ou não digo, conheço um pastor que trai a mulher depois do culto com as "irmãs" kkkkkk e vejo que existem pessoas que tem preconceito para relacionamentos e até para amizade com ateus , agnósticos ou até mesmo gente que tem outra religião diferente da dele, e fico pensando o que é que faz uma pessoa julgar que pela fé do outro ou falta da mesma possa determinar o quão bom ele é como pessoa.

Eu resolvi escrever este tópico para manifestar um pensamento, de que com certeza se existisse algum céu ou algo do tipo que essas linguagens metáforicas falam, com certeza haveria lugar para muitos ateus ou mesmo pessoas que não professam qualquer tipo de fé, indiferente se acreditam ou não em algo, pois, o que podemos perceber é que existe muita hipocrisia por alguns que levantam uma bandeira de religião ao ponto de chegar ao preconceito.

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Fernando Silva
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Re: Preconceito sem motivo.

Mensagem por Fernando Silva »

Se existir um céu e um deus justo, é provável que haja lá mais ateus sinceros que crentes hipócritas.
Polêmico escreveu:Olá para todos os participantes, eu participei deste fórum faz muito tempo, na época em que eu ainda era religioso, e atormentava bastante os participantes daqui dizendo coisas sem sentido.

Aqui você encontrou a salvação :emoticon16:

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marta
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Re: Preconceito sem motivo.

Mensagem por marta »

Bom retorno Polemico.
Quer saber? Eu acho que a moça está cheia de razão. Casais com religiões diferentes só prosperam quando um não se sente tentado a invadir a preferência do outro. Como nós sabemos direitinho como funciona, a encheção de saco é iminente e as discussões também. Vão casar em qual igreja? Vão batizar o filho em qual religião. Qual a seita que o filho vai seguir. Esses pequenos detalhes de nóis dois vão minando, pouco a pouco, até o amor aterno. Ela está evitando um problema maior lá na frente. Parabéns à sensatez da moça
:emoticon105: :emoticon105: :emoticon105:
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Apo
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Re: Preconceito sem motivo.

Mensagem por Apo »

O filho não precisa seguir religião alguma por imposição. Cada um na sua, e o amor fica intocado por estas idolatrias que falam em paz e tolerância, mas não sabem do que isto se trata.

Boa volta, polêmico. Parabéns por privilegiar o amor e o respeito e não o fundamentalismo religioso.
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marta
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Re: Preconceito sem motivo.

Mensagem por marta »

Apo escreveu:O filho não precisa seguir religião alguma por imposição. Cada um na sua, e o amor fica intocado por estas idolatrias que falam em paz e tolerância, mas não sabem do que isto se trata.

Boa volta, polêmico. Parabéns por privilegiar o amor e o respeito e não o fundamentalismo religioso.


Como, "o filho não precisa seguir religião alguma por imposição", Apo??? O que os religiosos mais fazem é obrigarem as crianças a seguirem suas religiões. Só o adulto pode optar. Meu sobrinho mesmo, odeia as aulas de catecismo, mas tem que fazer. Minha irmã quer que ele faça a primeira comunhão. Será que se um ateu tiver um filho com um evangélico ou católico, este vai permitir que se crie a criança livre de deus?? Duvido um pouco.
Outra coisa que se tem observado é que quando as pessoas mudam de religião depois do casamento, o casamento acaba. Tá cheio de exemplos de mulheres que se tornaram evangélicas e os maridos não seguraram a onda. Por isso eu acho fundamental o casal seguir a mesma doutrina ou deixar tudo isso muito claro antes de casar.
:emoticon105: :emoticon105: :emoticon105:
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Apo
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Re: Preconceito sem motivo.

Mensagem por Apo »

marta escreveu:
Apo escreveu:O filho não precisa seguir religião alguma por imposição. Cada um na sua, e o amor fica intocado por estas idolatrias que falam em paz e tolerância, mas não sabem do que isto se trata.

Boa volta, polêmico. Parabéns por privilegiar o amor e o respeito e não o fundamentalismo religioso.


Como, "o filho não precisa seguir religião alguma por imposição", Apo??? O que os religiosos mais fazem é obrigarem as crianças a seguirem suas religiões. Só o adulto pode optar. Meu sobrinho mesmo, odeia as aulas de catecismo, mas tem que fazer. Minha irmã quer que ele faça a primeira comunhão. Será que se um ateu tiver um filho com um evangélico ou católico, este vai permitir que se crie a criança livre de deus?? Duvido um pouco.
Outra coisa que se tem observado é que quando as pessoas mudam de religião depois do casamento, o casamento acaba. Tá cheio de exemplos de mulheres que se tornaram evangélicas e os maridos não seguraram a onda. Por isso eu acho fundamental o casal seguir a mesma doutrina ou deixar tudo isso muito claro antes de casar.


Bem, eu disse que não precisa e que eles deveriam deixar a criança à parte desta escolha. Eu sei que eles se odeiam e se matam por religião. Religião é a coisa mais mesquinha e egoísta na face da Terra.
Eu fiz o seguinte: como para mim, tanto faz ou tanto fez, fui lá num domingo e batizei minha filha. Naquela época eu apenas cumpri o que a maioria faz, sem nada de viagens mirabolantes. Como não teve festança nem churrasquinho por causa do batizado, convidei uns parentes muito próximos ( como meus pais e minha madrinha, sendo esta última católica praticamente) e os padrinhos para aparecerem na igreja.
Só os padrinhos foram. Meus pais ficaram dormindo e minha madrinha nem deu as caras ( deve ser porque sabia que eu não estava levando a sério..)

E olha, Marta...deixar coisas claras antes de casar...você sabe que as palavras se perdem no vento, não é? :emoticon1:
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Lúcifer
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Re: Preconceito sem motivo.

Mensagem por Lúcifer »

Fala Polemico. Boa volta.
A respeito de seu texto, devo dizer que sofri preconceito tanto fora quanto dentro da religião.

Quando eu era kardecista, eu estava me envolvendo com uma garota da Assembleia de Deus. Desde o inicio do relacionamento, eu havia dito pra ela que não iria incomodar na fé dela, que o mais importante pra mim era a felicidade dela. Nem a familia dela estava assim tão contra. Prova de minha tolerância é que eu já cheguei a frequentar alguns cultos com a familia dela (o inferno aquilo). Pô, nem cabeludo eu era ainda. No fim, foi a propria "sociedade da igreja" que encheu o saco, ameaçando ela de expulsar do coral se nós continuássemos juntos ou se eu não "aceitasse a Jesus". Pra mim aquilo foi a gota d'agua. Me criticarem é uma coisa, mas ameaçar uma irmã da propria igreja foi o cúmulo da hipocrisia. Como não queria prejudicar ela e não queria abandonar a minha fé, desejei boa sorte pra ela e nunca mais a vi.

Agora o preconceito dentro, foi quando eu frequentava a Internacional da Graça de Deus. Nessa época eu já era cabeludo, mas a igreja onde eu frequentava não pegava no pé por causa disso. Nunca fui de terno e gravata nos cultos. Claro, também nunca fui como maloqueiro. Nunca fui discriminado por causa disso. Bom. Depois de um tempo lá, comecei a me envolver com uma irmã lá que tinha saído da Universsal, mas que tinha ainda amigos de lá.
Embora nós nos déssemos bem, ela não queria que os amigos dela a vissem com um irmão "cabeludo". Especialmente namorando um. Me enchi o saco com aquilo e mandei ela passear.

Ou seja, embora a Marta tenha uma certa razão em relação a casais e religião, devo dizer que o preconceito não é somente de religião com religião, mas de pessoa pra pessoa tambem. Pra falar a verdade, tudo não passa da mais pura hipocrisia. E nesse ponto a Apo está certa.
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Anna
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Re: Preconceito sem motivo.

Mensagem por Anna »

A Marta tem muita razão sim, uma das partes va ter que ceder,e em geral quem cede é o ateu, pra evitar conflitos graves. Isso também vai depender do julgamento da pessoa atéia, agnóstica, em função de suas opiniões. Os 3 homens com os quais queriam ter filhos, e logicamente tocamos em assuntos como esses quando o assunto filho passou a ser-me colocado com certa freqüencia, como um não tinha religião alguma, mas acreditava em Deus, porém não mais do que no dinheiro, e os outros dois eram descrentes concordavamos mas com isso, mas eu vi o quão dificil seria se eu me relacionasse com uma pessoa que tivesse crença, como alguns namorados que tive durante a faculdade e antes do mestrado. Um namorado católico biólogo, que nem era beato ou praticante, era apenas católico de boca, uma vez ficou muito puto e magoado comigo pq eu disse a ele que uma virgem Maria óbviamente nunca existiu e se Jesus existiu ele nasceu de coito como qualquer vertebrado, na cabeça dele, como da maioria do católicos reais, os milagres de Deus não são explicáveis pela nossa ciência, e milagres são possíveis. Óbviamente depois desse dia o término da relação não tardou. Pra uma pessoa religiosa milagres existem mesmo, existem exceções do tamanho de um caminhão que violentam qualquer razão ou lei da física, química e biologia, não adianta. Isso vai ficar mais evidente e difícil com a chegada de filhos. É fato. E o descrente tem o direito d não se pronunciar como geralmente fazemos pra evitar conflitos, barracos, destemperos e situações desagradáveis na família. :emoticon18:
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Apo
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Re: Preconceito sem motivo.

Mensagem por Apo »

Sei lá. As pessoas dão importância demais à religião, com tantas coisas para se discutir e decidir quando um filho entra na nossa vida ( planejado, não planejado ou adotado ).
Quem tem filhos sabe bem do que estou falando.
Acho que o parceiro com quem a gente se afina a priori já nos conhece e nós a ele o suficiciente para não entrarmos numa empreitada chamada prole se as coisas não estiverem mediamente afinadas ( algumas delas são tácitas e se mostram pela convivência, nem precisas contratos prévio). Quem se compromete com alguém que tenha ideologias e prioridades que não casam com as do candidato a progenitor está cometendo um engano fatal em todos os outros aspectos, que dirá quanto a filhos!

Nunca precisei falar sobre religião com nenhum que tenha demonstrado querer filhos comigo. Antes disto, muitas outras questões foram colocadas em pauta ( ao natural ou por necessidade de alguma das partes).
Filhos precisam de tempo, cuidados, manifestações, demandam energia, anos em claro, trabalho conjunto, sintonia no estilo de educar e passar valores. Filhos são diferentes e portanto, a despeito das cargas dos pais, ainda há que se preparar para as surpresas e individualidades nem ao menos sonhadas pelo casal ( vivendo junto ou separado).
Filhos são seres humanos que só vem a nós 1 única vez naquela forma e conteúdo, e o mundo se lhes apresentará e será por eles percebido através do direito que a eles deve ser concedido por nós, de fato e de direito.
Filhos, humanos livres - e não telecontrolados -, têm direito à nossa companhia no medo e na dúvida, e algumas certezas jamais poderemos dar-lhes. Não nos cabe tudo sobre a construção deles. O que nos cabe é viajar juntos, dançar com eles até onde as individualidades permitam a ambos.

Virão, uma após a outra, centenas de fases e cada filho é um em suas fases e crescimento próprio. Sequer com os cuidados com educação, saúde e emocionalidade serão idênticos!

Posto isto ( e eu ficaria aqui por décadas explanando sobre o assunto), eu pergunto:
- O que diabos os pais têm que se preocupar ou querer definir sobre religião ou crença dos filhos???
Totalmente irracional e nada amoroso querer colocar arreios numa criança que terá milhões de outras coisas para assimilar e amadurecer neste mundo tão cheio de labirintos!
Está na hora das pessoas crescerem antes de serem pais e mães.
Tem gente que educa pela fé, cura pela fé e tiraniza pela fé.
Por isto o ser humano continua doente e perdido.
Camisas de força não educam, apenas controlam. Mas controlam? E controlar para quê?

O que eu quero dizer, em suma e na prática é o seguinte: fui batizada na ICAR e isto em nada mudou a minha vida positivamente. Igualmente meu marido. Quando nossa filha tinha 9 meses resolvemos batizá-la no catolicismo ( mais para que ela tivesse padrinhos - coisa que pode significar ou não alguma coisa na vida...). Fomos lá, cumprimos o ritual e pronto. Não fiz primeira comunhão, nem meu marido e nem nossa filha.
NADA do que fizemos ou deixamos de fazer quanto a estes fatos alterou nossas vidas ou fez alguma diferença no restante do contexto de tudo o que se vive e continuará vivendo nesta relação de vida com ela.
A personalidade dela é a que é por milhares de outros fatores e este é o menos relevante deles. Aliás, NUNCA teve relevância alguma.
A prova dísto é que, para a ICAR eu ainda sou casada com meu primeiro marido, ele com a primeira mulher,e minha filha, assim como os filhos advindos dos casamentos posteriores de nossos ex-cônjuges nem deveriam existir por uma premissa dogmática moral.
Editado pela última vez por Apo em 24 Mar 2009, 15:23, em um total de 4 vezes.
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Anna
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Re: Preconceito sem motivo.

Mensagem por Anna »

Lúcifer escreveu:Fala Polemico. Boa volta.
A respeito de seu texto, devo dizer que sofri preconceito tanto fora quanto dentro da religião.

Quando eu era kardecista, eu estava me envolvendo com uma garota da Assembleia de Deus. Desde o inicio do relacionamento, eu havia dito pra ela que não iria incomodar na fé dela, que o mais importante pra mim era a felicidade dela. Nem a familia dela estava assim tão contra. Prova de minha tolerância é que eu já cheguei a frequentar alguns cultos com a familia dela (o inferno aquilo). Pô, nem cabeludo eu era ainda. No fim, foi a propria "sociedade da igreja" que encheu o saco, ameaçando ela de expulsar do coral se nós continuássemos juntos ou se eu não "aceitasse a Jesus". Pra mim aquilo foi a gota d'agua. Me criticarem é uma coisa, mas ameaçar uma irmã da propria igreja foi o cúmulo da hipocrisia. Como não queria prejudicar ela e não queria abandonar a minha fé, desejei boa sorte pra ela e nunca mais a vi.

Agora o preconceito dentro, foi quando eu frequentava a Internacional da Graça de Deus. Nessa época eu já era cabeludo, mas a igreja onde eu frequentava não pegava no pé por causa disso. Nunca fui de terno e gravata nos cultos. Claro, também nunca fui como maloqueiro. Nunca fui discriminado por causa disso. Bom. Depois de um tempo lá, comecei a me envolver com uma irmã lá que tinha saído da Universsal, mas que tinha ainda amigos de lá.
Embora nós nos déssemos bem, ela não queria que os amigos dela a vissem com um irmão "cabeludo". Especialmente namorando um. Me enchi o saco com aquilo e mandei ela passear.

Ou seja, embora a Marta tenha uma certa razão em relação a casais e religião, devo dizer que o preconceito não é somente de religião com religião, mas de pessoa pra pessoa tambem. Pra falar a verdade, tudo não passa da mais pura hipocrisia. E nesse ponto a Apo está certa.


Tolerância é meio estuprada. Tolerar a crença do seu par não implica em compartilhar ou se furtar a deixar claro que não compartilha dela. Ter crenças diferentes mas similres em sua espinha dorsal, Deus criou o universo, nos temos alma, quando morremos vamos praa algum lugar, os maus vão a M e os bons vão ser recompensados, etc, etc, é mais simples. Quando um dos lados não compartilha nada dessa espinha dorsal é dificil pra burro!

Eu não frequentaria um culto de igreja católica, evangélica, ou nem iria a culto afrobrasileira que mata bicho e bebe sangue, e recebe espírito pra me aconselhar por tolerância a um par meu. já basta casamento de amigo e familiar que sou obrigada a ir e aturar aquele senta levanta. Tão pouco exigiria de alguém que frequente o RV, CC, e as minhas comunidades céticas sabendo que a pessoa detesta o assunto ou instelectualismo. Como eu posso ser feliz sabendo que a pessoa que amo está infeliz pra me agradar? O desconforto e sacrifício de um companheiro me trás desconforto e dor, o mesmo espero de um companheiro.

Eu acho muito complicado a conviv6ecia com uma pessoa religiosa que tenha isso com um alicerce sólido, que termina em seus conceitos básicos. Amigos meus que são esotéricos ou espiritas, o são mais de boca, ou já não concordam tanto com os preceitos de suas religiões e mantém a crença bem mais como um conjunto de fundamentos, muito mais pessoais, e cheios de emendas próprias que nos aproximam mais do que nos afasta na forma de ver e entender o mundo. Porém, casar implica em bem mais do que ter uma amizade com alguém, termina em prole, e implica em levar filho pra tomar passe, batizar, ensinar um monte de coisas qeu vão diametralmente contra sua filosofia básica de vida, e os preceitos de educação, formação e bases filosóficas que você pretende erigir naquela pequena pessoa. É individual, o pequeno terá suas próprias idéias, entendimentos e atitudes, mas as construirá desde os primeiros anos com base naquilo que vc der a ela como assoalho desde o primeiro momento.
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marta
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Re: Preconceito sem motivo.

Mensagem por marta »

eu jamais aceitaria criar um filho religioso, fosse quem fosse o pai.
:emoticon105: :emoticon105: :emoticon105:
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Re: Preconceito sem motivo.

Mensagem por Apo »

marta escreveu:eu jamais aceitaria criar um filho religioso, fosse quem fosse o pai.


Pensando nestes termos extremos, o pai ia dançar. Mas ele recorreria à justiça se fizesse questão de impor alguns direitos sobre o filho. Ia depender da mente do Juiz.
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Lúcifer
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Re: Preconceito sem motivo.

Mensagem por Lúcifer »

Mas aí é que está Anna. Eu estava até disposto a frequentar cultos evangélicos por causa dela. Eu não queria prejudicar ela pois a igreja que ela frequentava era ainda mais conservadora. O que a paixão não faz com a gente. :emoticon33: :emoticon33:

Mas quando eu fui REALMENTE evangélico pela Internacional da Graça, sofrer discriminação da "namoradinha" por causa de uma coisa que NEM MESMO A IGREJA OU O PASTOR IA CONTRA, isso pra mim foi a gota d'água. A partir desse dia, eu começei a prestar mais atenção nos irmãos. Em suas atitudes. Foi aí que despertei inteiramente e vi o quanto aqueles "servos humildes de deus" eram um bando de hipócritas FDPs. Eles não somente discriminam quem está "fora" da fé, como também discriminam quem não está seguindo os seus padrões "certinhos" de moda ou trejeitos.

Concordo com voce e a Marta. E Apo, sinceramente, um casal que não compartilha, pelo menos 80% de seus pensamentos, estão fadados mesmo a ter uma frustração amorosa. E nem estou citando filhos. Estou falando do relacionamento antes deles.
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Anna
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Re: Preconceito sem motivo.

Mensagem por Anna »

Apo escreveu:Sei lá. As pessoas dão importância demais à religião, com tantas coisas para se discutir e decidir quando um filho entra na nossa vida ( planejado, não planejado ou adotado ).
Quem tem filhos sabe bem do que estou falando.
Acho que o parceiro com quem a gente se afina a priori já nos conhece e nós a ele o suficiciente para não entrarmos numa empreitada chamada prole se as coisas não estiverem mediamente afinadas ( algumas delas são tácitas e se mostram pela convivência, nem precisas contratos prévio). Quem se compromete com alguém que tenha ideologias e prioridades que não casam com as do candidato a progenitor está cometendo um engano fatal em todos os outros aspectos, que dirá quanto a filhos!

Nunca precisei falar sobre religião com nenhum que tenha demonstrado querer filhos comigo. Antes disto, muitas outras questões foram colocadas em pauta ( ao natural ou por necessidade de alguma das partes).
Filhos precisam de tempo, cuidados, manifestações, demandam energia, anos em claro, trabalho conjunto, sintonia no estilo de educar e passar valores. Filhos são diferentes e portanto, a despeito das cargas dos pais, ainda há que se preparar para as surpresas e individualidades nem ao menos sonhadas pelo casal ( vivendo junto ou separado).
Filhos são seres humanos que só vem a nós 1 única vez naquela forma e conteúdo, e o mundo se lhes apresentará e será por eles percebido através do direito que a eles deve ser concedido por nós, de fato e de direito.
Filhos, humanos livres - e não telecontrolados -, têm direito à nossa companhia no medo e na dúvida, e algumas certezas jamais poderemos dar-lhes. Não nos cabe tudo sobre a construção deles. O que nos cabe é viajar juntos, dançar com eles até onde as individualidades permitam a ambos.

Virão, uma após a outra, centenas de fases e cada filho é um em suas fases e crescimento próprio. Sequer com os cuidados com educação, saúde e emocionalidade serão idênticos!

Posto isto ( e eu ficaria aqui por décadas explanando sobre o assunto), eu pergunto:
- O que diabos os pais têm que se preocupar ou querer definir sobre religião ou crença dos filhos???
Totalmente irracional e nada amoroso querer colocar arreios numa criança que terá milhões de outras coisas para assimilar e amadurecer neste mundo tão cheio de labirintos!
Está na hora das pessoas crescerem antes de serem pais e mães.
Tem gente que educa pela fé, cura pela fé e tiraniza pela fé.
Por isto o ser humano continua doente e perdido.
Camisas de força não educam, apenas controlam. Mas controlam? E controlar para quê?

O que eu quero dizer, em suma e na prática é o seguinte: fui batizada na ICAR e isto em nada mudou a minha vida positivamente. Igualmente meu marido. Quando nossa filha tinha 9 meses resolvemos batizá-la no catolicismo ( mais para que ela tivesse padrinhos - coisa que pode significar ou não alguma coisa na vida...). Fomos lá, cumprimos o ritual e pronto. Não fiz primeira comunhão, nem meu marido e nem nossa filha.
NADA do que fizemos ou deixamos de fazer quanto a estes fatos alterou nossas vidas ou fez alguma diferença no restante do contexto de tudo o que se vive e continuará vivendo nesta relação de vida com ela.
A personalidade dela é a que é por milhares de outros fatores e este é o menos relevante deles. Aliás, NUNCA teve relevância alguma.
A prova dísto é que, para a ICAR eu ainda sou casada com meu primeiro marido, ele com a primeira mulher,e minha filha, assim como os filhos advindos dos casamentos posteriores de nossos ex-cônjuges nem deveriam existir por uma premissa dogmática moral.


Olha, quanto as pessoas eu não sei, eu sei que eu, assim como toda a minha família e amigos, dou a religião a importância que ela tem, e dizer que é pouca seria cegueira ou no mínimo, negar a realidade. Nossa sociedade erigiu no Cristianismo e é Cristã, nossa filosofia, bem como nossa ciência. Tem influência direta no mundo, e indiretamente na minha vida já que vivo em sociedade e sob leis de um mundo religioso. Logo, se eu não der importância que tem, principalmente como educadora, estaria me negando a dar importância a uma manada de elefantes na minha sala, em determinado ponto o acumulo de excretas, barulho e falta de espaço serão tantos que um colapso será inevitável.

Bem, para mim é algo bem óbvio há 6 anos eu faço parte ativamente de um movimento de combate ao obscurantismo seja virtualmente em Várias Unidades (Biociência, RV, STR, ULEINPA), ou diretamente nas instituições e grupos diretos nos quais, participo de um fórum que tem o título “Religião é Veneno”, e como missão a defesa da razão, logo, é mais que lógico que eu concordo com isso, e ache uma importante VERDADE. Sou educadora, e me coloco quem diversas instâncias e momentos publicamente contra preceitos religiosos na defesa científica enquanto profissional, e na defesa de meus direitos como cidadã de um estado laico. Consequentemente, é lógico que julgue o exposto de suma importância filosófica, social, científica, educativa, cultural, etc, etc, etc. Seria, pelo menos, contraditório de minha parte que eu não o tivesse como um tema em pauta a ser discutido na educação de um filho MEU.

Se julgo que religião é um veneno eu vou querer colocar veneno na cabeça do meu filho? Óbviamente não. Se defendo a razão vou querer absurdos irracionais sendo plantados na cabecinha do meu filho? Um ser fresco, fértil e onde aquilo que for dado poderá crescer MUITO e criar raízes fortes? Claro que não. Não vou oferecer educação que não coadune com o cerne daquilo que acredito, penso, etc, etc, etc, lógico. Essa sou eu, sempre em todos os momentos da minha vida, em todas as situações, imagina com um filho! Se defendo gente que nem conheço, animais, imagina minha cria. Eu tenho certeza que educação, em seu sentido mais amplo, como diziam os sábios: vem de berço. Se para Joana, Joaquim ou Helena não tem a menor importância, não sou eu que vou tentar convencer que seja, cada um acredita no que quer acreditar, é direito individual. Mas eu, Ana, sei que é importante e que eu discordo dele, e eu durmo com a minha consciência, minhas reponsabilidades são minhas eu sei delas e não me furto.
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Re: Preconceito sem motivo.

Mensagem por Apo »

Lúcifer escreveu: E Apo, sinceramente, um casal que não compartilha, pelo menos 80% de seus pensamentos, estão fadados mesmo a ter uma frustração amorosa. E nem estou citando filhos. Estou falando do relacionamento antes deles.



Foi o que eu quis dizer, babe. :emoticon45:

Imagina ainda botar filhos no meio de índices tão irrisórios de sinergia... :emoticon8:
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Anna
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Re: Preconceito sem motivo.

Mensagem por Anna »

marta escreveu:eu jamais aceitaria criar um filho religioso, fosse quem fosse o pai.



Por isso que é óbvio que tem que discutir bastante sobre a educação que será dada aos filhos. É direito conhecer o mundo com honestidade e ter escolha. É a parte mais importante e a herança eterna dada aos filhos. Filhos são criados para o mundo, para a vida, para a sociedade, e para o planeta e não para os pais, o pai nao é dono. Quando um homem diz a uma mulher, ou o contrário, que deseja um filho com ela, deseja compartilhar não apenas herdeiros mas parte dela, sangue e “espírito”. Um filho SEMPRE é esperança, planejado ou não. Um filho SEMPRE é o futuro (tenhamos ou não entendimento disso), e mais que tudo um filho é SEMPRE responsabilidade. Vários ateus preferem se relacionar com descrentes exatamente por essas dificuldades, não é raro, é MUITO frequente. Conheço vários casos.
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Re: Preconceito sem motivo.

Mensagem por Anna »

Lúcifer escreveu:Mas aí é que está Anna. Eu estava até disposto a frequentar cultos evangélicos por causa dela. Eu não queria prejudicar ela pois a igreja que ela frequentava era ainda mais conservadora. O que a paixão não faz com a gente. :emoticon33: :emoticon33:

Mas quando eu fui REALMENTE evangélico pela Internacional da Graça, sofrer discriminação da "namoradinha" por causa de uma coisa que NEM MESMO A IGREJA OU O PASTOR IA CONTRA, isso pra mim foi a gota d'água. A partir desse dia, eu começei a prestar mais atenção nos irmãos. Em suas atitudes. Foi aí que despertei inteiramente e vi o quanto aqueles "servos humildes de deus" eram um bando de hipócritas FDPs. Eles não somente discriminam quem está "fora" da fé, como também discriminam quem não está seguindo os seus padrões "certinhos" de moda ou trejeitos.

Concordo com voce e a Marta. E Apo, sinceramente, um casal que não compartilha, pelo menos 80% de seus pensamentos, estão fadados mesmo a ter uma frustração amorosa. E nem estou citando filhos. Estou falando do relacionamento antes deles.


:emoticon22: :emoticon22:
Vc devia virar santo! Mas evangélicos são muito excludentes mesmo, já sabemos não é? Devia namorar umbandistas, ou budista.
Quanto ao seu ultimo parágrafo, muito casais usam a regra máxima, nunca toque nos assuntos divergentes, religiao e crenças é um deles, dai para aqueles que tem crenças distintas um se omite e não dá pitaco.
Cérebro é uma coisa maravilhosa. Todos deveriam ter um.

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Apo
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Re: Preconceito sem motivo.

Mensagem por Apo »

Sinceramente, Anna. Entendo que este país ( e a complexa a história da humanidade) transpiram misticismo.
Mas aprendo a selecionar no menu quanto a influências na minha vida.

Tirando o sino da Igreja que bate 3 vezes por dia ( assim como o vizinho que está aprendendo a tocar sax e incomoda um pouco...), vou eliminando todos os rastros tiranos que a sociedade tenta deixar na minha vida, no meu cotidiano e na minhas escolhas.
Se a escola onde eu colocar a minha filha demonstrar qualquer intuito de misturar as coisas na educação dela, tiro-a da escola, certamente. Isto já aconteceu.
Se a filha da vizinha evangélica convidá-la para brincar de boneca e rolar um papo jesus cabeça, acabou a brincadeira. Isto já aconteceu.
Se uma pessoa da IURD num aniversário de criança, vier com uma conversa estranha de que as crianças estão gritando demais porque o demônio está está entre elas, eu queimo na hora. Isto aconteceu e eu não sabia o que fazer, porque nem consegui acreditar.
Se a mãe da amiguinha espírita, vier conversar sobre a agitação das meninas durante o sono, e quiser receitar "água de anjinho", declino da receita. Aconteceu também.
Minha filha embarcou em intercâmbio pra Inglaterra e havia algum problema com o avião na hora do embarque. Queríamos ir ao balcão da companhia aérea para saber o que estava havendo, e uma das mães da turma, disse: ah...vamos entregar pra Deus que eles vão chegar bem, né?
Eu respondi que se fosse entregar prá deus, a coisa podia ficar complicada.
Ela fez cara feia, como se eu fosse um ET medonho. Fazer o quê? Dane-se ela.

Como na minha família cristã todo mundo se manteve pianinho desde que ela nasceu, assim como na família do meu marido, deve ser porque nunca puxamos assuntos desta natureza ( como costumam fazer os praticantes chatos de plantão) e nem nos deixamos levar por eventos místicos da sociedade. É o suficiente, para pessoas razoavelmente interessadas em conviver conosco, entenderem nossa posição.
Nossos amigos não trazem estas questões para nossos churrascos, nem aniversários, nem festas e nem nos finais de semana de praia. Se um deles tem o filho na catequese, a gente sabe que ele faz catequese, eles sabem que a nossa filha não fez e fica tudo por isto mesmo. Cada um na sua agenda.

Meus contatos não me mandam spam adocicados porque tem mais o que fazer na vida e no meu orkut consta que sou atéia.

Minha filha foi numa missa e provou a óstia para ver que gosto tinha, eu fiquei sentada no banco e meu marido também. Achei bem inteligente da parte dela. Fez o que quis pelos motivos dela. Eu nunca provei óstia alguma. Mas ela me disse que é muito sem graça, então prefiro comer um biscoito.

Há formas de fazer as coisas. E parece que se estabeleceu que aceitar a crença cega dos outros é a única forma de demonstrar respeito. Não acho. Acho que as escolhas neste tocante devem ter o mesmo peso e a mesma medida. Não interfiro na vida de ninguém, e deixo claro que este aspecto é por demais delicado para influir nas decisões das pessoas na vida prática. Logo, não insiram fichas nesta fenda, que a máquina pode travar.

Bem, para mim tudo isto é bem simples, embora pareça estressante, aprendi a ligar o foda-se e tem funcionado muito bem.
Editado pela última vez por Apo em 24 Mar 2009, 23:46, em um total de 1 vez.
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marta
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Re: Preconceito sem motivo.

Mensagem por marta »

Anna escreveu:
marta escreveu:eu jamais aceitaria criar um filho religioso, fosse quem fosse o pai.



Por isso que é óbvio que tem que discutir bastante sobre a educação que será dada aos filhos. É direito conhecer o mundo com honestidade e ter escolha. É a parte mais importante e a herança eterna dada aos filhos. Filhos são criados para o mundo, para a vida, para a sociedade, e para o planeta e não para os pais, o pai nao é dono. Quando um homem diz a uma mulher, ou o contrário, que deseja um filho com ela, deseja compartilhar não apenas herdeiros mas parte dela, sangue e “espírito”. Um filho SEMPRE é esperança, planejado ou não. Um filho SEMPRE é o futuro (tenhamos ou não entendimento disso), e mais que tudo um filho é SEMPRE responsabilidade. Vários ateus preferem se relacionar com descrentes exatamente por essas dificuldades, não é raro, é MUITO frequente. Conheço vários casos.

:emoticon45: :emoticon45: :emoticon45:
:emoticon105: :emoticon105: :emoticon105:
marta
Se deus fosse bom, amá-lo não seria mandamento.

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marta
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Re: Preconceito sem motivo.

Mensagem por marta »

Apo escreveu:Sinceramente, Anna. Entendo que este país ( e a complexa a história da humanidade).
Mas aprendo a selecionar no menu quanto a influências na minha vida.

Tirando o sino da Igreja que bate 3 vezes por dia ( assim como o vizinho que está aprendendo a tocar sax e incomoda um pouco...), vou eliminando todos os rastros que a sociedade tenta deixar na vida vida, no meu cotidiano e na minhas escolhas.
Se a escola onde eu colocar a minha filha demonstrar qualquer intuito de misturar as coisas na educação dela, tiro-a da escola, certamente. Isto já aconteceu.
Se a filha da vizinha evangélica convidá-la para brincar de boneca e rolar um papo jesus cabeça, acabou a brincadeira. Isto já aconteceu.
Se uma pessoa da IURD num aniversário de criança, vier com uma conversa estranha de que as crianças estão gritando demais porque o demônio está está entre elas, eu queimo na hora. Isto aconteceu e eu não sabia o que fazer, porque nem consegui acreditar.
Se a mãe da amiguinha espírita, vier conversar sobre a agitação das meninas durante o sono, e quiser receitar "água de anjinho", declino da receita. Aconteceu também.
Minha filha embarcou em intercâmbio pra Inglaterra e havia algum problema com o avião na hora do embarque. Queríamos ir ao balcão da companhia aérea para saber o que estava havendo e uma das mães da turma, disse: ah...vamos entegrar pra Deus que eles vão chegar bem, né?
Eu respondi que se fosse entregar prá deus, a coisa podia ficar complicada.
Ela fez cara feia, como se eu fosse um ET medonho. Fazer o quê? Dane-se ela.

Como na minha família cristã todo mundo se manteve pianinho desde que ela nasceu, assim como na família do meu marido, deve ser porque nunca puxamos assuntos desta natureza ( como costumam fazer os praticamentes) e nem nos deixamos levar por eventos místicos da sociedade. É o suficiente para pessoas razoavelmente interessadas em conviver conosco .
Nossos amigos não trazem estas questões para nossos churrascos, nem aniversários, nem festas e nem nos finais de semana de praia. Se um deles tem o filho na catequese, a gente sabe que ele faz catequese, eles sabem que a nossa filha não fez e fica tudo por isto mesmo. Cada um na sua agenda.
Meus contatos não me mandam spam adocicados porque tem mais o que fazer na vida e no meu orkut consta que sou atéia.
Minha filha foi numa missa e provou a óstia para ver que gosto tinha, eu fiquei sentada no banco e meu marido também. Achei bem inteligente da parte dela. Fez o que quis pelos motivos dela. Eu nunca provei óstia alguma. Mas ele me disse que é muito sem graça, então prefiro comer um biscoito.

Há formas de fazer as coisas. E parece que se estabeleceu que aceitar a crença cega dos outros é a única forma de demonstrar respeito. Não acho. Acho que as escolhas neste tocante devem ter o mesmo peso e a mesma medida. Não interfiro na vida de ninguém, e deixo claro que este aspecto é por demais delicado para influir nas decisões das pessoas na vida prática. Logo, não insira fichas nesta fenda, que a máquina pode travar.

Bem, para mim tudo isto é bem simples, embora pareça estressante, aprendi a ligar o foda-se e tem funcionado muito bem.


Eta gaúcha arretada, rente!!! Num falo!!!
É isso aí. Alguém tem que avrir mão e não tocar no assunto. O problema dos crentes é que eles querem convencer os outros de qualquer jeito. Por isso é que eu amo meu judeu. Judeu nãi fica enchendo o saco dos outros para se converter. São muito na deles.
Se essa moça terminou o caso por causa de religião, ela o fez no momento certo. Pior seria se ela concordasse em levar o caso até deixar pra encher o saco do infeliz depois do casamento.
:emoticon105: :emoticon105: :emoticon105:
marta
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Re: Preconceito sem motivo.

Mensagem por Apo »

Gente, eu tava dormindo quando escrevi este post! O monte de palavra truncada e frase sem sentido! Arre égua! :emoticon19: :emoticon19: :emoticon19:

Vou dar uma consertada...
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Apo
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Re: Preconceito sem motivo.

Mensagem por Apo »

Consertei! :emoticon1:
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Suyndara
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Re: Preconceito sem motivo.

Mensagem por Suyndara »

Eu já fiz isso :emoticon26:

Descobri que o cara era messiânico, tentei não me importar com o fato, já que ele não pegava no meu pé, mas um dia rolou uma discussão pq ele queria me "convencer" que vacinas matam e que deus é que imuniza...

Não dá pé, sempre se intrometem!

Pra mim, casar com um ateu fez toda a diferença, especialmente no que tange à criação do meu filho :emoticon4:
"Deus empurra para a morte tudo o que lhe resiste. Em primeiro lugar a razão, depois a inteligência e o espírito crítico" (Onfray)

"Your God is dead and no one cares" (Sartre)

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Re: Preconceito sem motivo.

Mensagem por Acauan »

Polêmico escreveu:Olá para todos os participantes, eu participei deste fórum faz muito tempo, na época em que eu ainda era religioso, e atormentava bastante os participantes daqui dizendo coisas sem sentido.

Hoje, agnóstico, resolvi dar uma passada aqui para ver como estava e fico feliz de ver que o espaço ainda existe e prosperou. :emoticon16:


Bem vindo Polêmico,

Você está se expressando muito melhor do que naqueles tempos. É muito legal constatar seu progresso.
Nós, Índios.

Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!

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Benetton
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Re: Preconceito sem motivo.

Mensagem por Benetton »



Sou casado com uma Evangélica criada na "Assembléia", uma das mais reacionárias denominações evangélicas.

Ela sabia desde o início que Eu era Espírita.

No começo do namoro, ela fazia algumas perguntas, olhava-me de modo desconfiado e aos poucos, ia se acostumando com a idéia. Depois passou até a me contar alguns casos pitorescos de alguns evangélicos da sua família. Começamos a rir de tudo e, de vez em quando, ela me perguntava algo sobre a D.E, mais por curiosidade e uma discreta vontade de aprender um pouco.

A família dela sabia que Eu era Espírita. Não se opuseram.

No dia do casamento, meus pais, católicos, encontraram com os pais dela. Havia muitos Católicos, Evangélicos e Espíritas, na Cerimônia feita por um Pastor no Salão do Clube de Espanha, no bairro de Humaitá, no Rio de Janeiro.

Hoje, passados 10 anos de casamento, vou à Igreja dela aos domingos e ela frequenta minha Casa Espírita, nas segundas. Nosso filho está frequentando uma escolinha dominical de evangelização, da Igreja dela. Nem me importo. Se ele quiser ser evangélico quando for adulto, será escolha dele, embora ele faça perguntas que são respondidas por mim mas que não se coadunam com o que ele aprende na Escolinha.

Caberá a ele, mais tarde, julgar o que seguir o que não seguir ou não seguir coisa nenhuma. Não vou obrigá-lo a seguir minha religião. Minha esposa também pensa assim e não irá tentar convencê-lo a ficar numa religião na qual ele não se sinta bem.

Talvez as Famílias de religiões diferentes tenham outras histórias pra contar. Na minha, não houve nenhum tipo de conflito. E reparem que os evangélicos são bem preconcentuosos com os Espíritas.

Certa vez, minha esposa disse que ... "Kardecista tudo bem, mas se fosse Ubandista, aí nem pensar"

Em outra ocasião, a tia da minha esposa disse a ela que estava fazendo uma corrente de oração para tentar me livrar das garras do inimigo ...

Dei boas risadas e nem quis saber do resto.

Bem, dentre mortos e feridos, salvaram-se todos. E o saldo até que tem sido positivo, apesas das diferenças.




Editado pela última vez por Benetton em 26 Mar 2009, 10:43, em um total de 1 vez.

" Duvidar de tudo ou acreditar em tudo são duas soluções igualmente cômodas : Ambas nos dispensam do trabalho de pensar. "

Jules Henri Poincare - Físico e Matemático Francês.

_________________

"Sempre que possivel, converse com um saco de cimento. Nessa vida só devemos acreditar no que é concreto."

Autor Desconhecido.


Trancado