Devassa na construtora Camargo Correia revela bandidagem
Devassa na construtora Camargo Correia revela bandidagem
Operação na Camargo Corrêa inclui doações a partidos
Qua, 25 Mar, 08h52
Por Fabio Murakawa e André Guilherme Delgado
SÃO PAULO (Reuters) - Investigações da Polícia Federal na construtora Camargo Corrêa detectaram o repasse de dinheiro a partidos políticos em troca de vantagens em licitações públicas, segundo informou nesta quarta-feira a procuradora que acompanha o caso.
"A investigação indica que o grupo financiaria partidos políticos de várias regiões do país. O objetivo da quadrilha seria a obtenção de eventuais vantagens em licitações públicas, como contrapartida para as doações de campanha", disse a jornalistas a procuradora da República, Karen Louise Jeanette Kahn.
A procuradora não quis revelar quais partidos teriam recebido esses recursos. Segundo o Ministério Público, interceptações telefônicas autorizadas judicialmente indicam que pelo menos três partidos receberam doações.
De acordo com uma fonte da Polícia Federal, que pediu para não ser identificada, a investigação mostrou ainda indícios de que empresários ligados à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) teriam se utilizado do esquema montado pelos doleiros presos na operação para remeter dinheiro para fora do país.
Gravações de conversas telefônicas, realizadas com autorização judicial, flagraram diálogos de representantes dos empresários e deles próprios com doleiros investigados pela operação da PF. A fonte não quis divulgar os nomes dos empresários, que agora estariam sendo investigados por evasão de divisas.
Em nota, a Fiesp afirmou que "não se envolve, de maneira alguma, em eventuais relações entre empresas do setor que representa e partidos políticos, ou candidatos deles".
"A Fiesp não teme qualquer investigação, acompanha os fatos com o mesmo interesse da sociedade e está confiante no trabalho da Justiça", diz a entidade, lembrando que não foi citada na coletiva de imprensa que a PF concedeu sobre o caso.
Nesta quarta-feira, a Polícia Federal prendeu dez pessoas --entre elas quatro diretores e duas secretárias da Camargo Corrêa-- como parte da operação "Castelo de Areia", que investiga lavagem de dinheiro e outros crimes financeiros.
Também foram detidos três doleiros e uma pessoa suspeita de ser o operador do suposto esquema. A PF não divulgou o nome dos investigados. A operação envolveu ainda 16 mandados de busca e apreensão, 15 deles em São Paulo e um no Rio de Janeiro.
A quadrilha movimentava dinheiro "sem origem lícita aparente" por meio de empresas de fachada e operações com doleiros, segundo comunicado da Polícia Federal.
Segundo o delegado José Alberto Iegas, coordenador de combate ao crime organizado da PF, esses recursos saíam da Camargo Corrêa e eram remetidos para uma conta dos doleiros do Rio de Janeiro. De lá o dinheiro era enviado por meio de empresas de fachada para "vários paraísos fiscais".
"Cayman e Jersey entre outros", disse o delegado.
Membros da PF cumpriram mandado de busca e apreensão na sede da Camargo Corrêa, em São Paulo, em busca de documentos. Ainda como parte da investigação, policiais apreenderam 1,5 milhão de reais nos escritórios dos doleiros no Rio de Janeiro.
A PF informou que entre os principais crimes investigados estão evasão de divisas, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e fraude a licitações. Somados, esses crimes podem resultar em penas de até 27 anos de prisão. As investigações atingiram também diversos clientes dos doleiros, que podem responder por crime de evasão de divisas, com pena de até 6 anos de prisão.
PERPLEXIDADE
Em nota, o grupo Camargo Corrêa se disse "perplexo" e afirmou que até o momento não teve acesso ao teor do processo que autorizou a ação dos policiais.
"A Camargo Corrêa vem a público manifestar sua perplexidade diante dos fatos ocorridos hoje pela manhã, quando a sua sede em São Paulo foi invadida e isolada pela Polícia Federal, cumprindo mandado da Justiça", informa a empresa no comunicado.
"O grupo reafirma que confia em seus diretores e funcionários e que repudia a forma como foi constituída a ação ... trazendo incalculáveis prejuízos à imagem de suas empresas."
A empresa ressaltou ainda "que cumpre rigorosamente com todas as suas obrigações legais".
As ações da Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário despencaram 5,45 por cento na Bolsa de Valores de São Paulo, enquanto o Ibovespa fechou em alta de 0,78 por cento.
Qua, 25 Mar, 08h52
Por Fabio Murakawa e André Guilherme Delgado
SÃO PAULO (Reuters) - Investigações da Polícia Federal na construtora Camargo Corrêa detectaram o repasse de dinheiro a partidos políticos em troca de vantagens em licitações públicas, segundo informou nesta quarta-feira a procuradora que acompanha o caso.
"A investigação indica que o grupo financiaria partidos políticos de várias regiões do país. O objetivo da quadrilha seria a obtenção de eventuais vantagens em licitações públicas, como contrapartida para as doações de campanha", disse a jornalistas a procuradora da República, Karen Louise Jeanette Kahn.
A procuradora não quis revelar quais partidos teriam recebido esses recursos. Segundo o Ministério Público, interceptações telefônicas autorizadas judicialmente indicam que pelo menos três partidos receberam doações.
De acordo com uma fonte da Polícia Federal, que pediu para não ser identificada, a investigação mostrou ainda indícios de que empresários ligados à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) teriam se utilizado do esquema montado pelos doleiros presos na operação para remeter dinheiro para fora do país.
Gravações de conversas telefônicas, realizadas com autorização judicial, flagraram diálogos de representantes dos empresários e deles próprios com doleiros investigados pela operação da PF. A fonte não quis divulgar os nomes dos empresários, que agora estariam sendo investigados por evasão de divisas.
Em nota, a Fiesp afirmou que "não se envolve, de maneira alguma, em eventuais relações entre empresas do setor que representa e partidos políticos, ou candidatos deles".
"A Fiesp não teme qualquer investigação, acompanha os fatos com o mesmo interesse da sociedade e está confiante no trabalho da Justiça", diz a entidade, lembrando que não foi citada na coletiva de imprensa que a PF concedeu sobre o caso.
Nesta quarta-feira, a Polícia Federal prendeu dez pessoas --entre elas quatro diretores e duas secretárias da Camargo Corrêa-- como parte da operação "Castelo de Areia", que investiga lavagem de dinheiro e outros crimes financeiros.
Também foram detidos três doleiros e uma pessoa suspeita de ser o operador do suposto esquema. A PF não divulgou o nome dos investigados. A operação envolveu ainda 16 mandados de busca e apreensão, 15 deles em São Paulo e um no Rio de Janeiro.
A quadrilha movimentava dinheiro "sem origem lícita aparente" por meio de empresas de fachada e operações com doleiros, segundo comunicado da Polícia Federal.
Segundo o delegado José Alberto Iegas, coordenador de combate ao crime organizado da PF, esses recursos saíam da Camargo Corrêa e eram remetidos para uma conta dos doleiros do Rio de Janeiro. De lá o dinheiro era enviado por meio de empresas de fachada para "vários paraísos fiscais".
"Cayman e Jersey entre outros", disse o delegado.
Membros da PF cumpriram mandado de busca e apreensão na sede da Camargo Corrêa, em São Paulo, em busca de documentos. Ainda como parte da investigação, policiais apreenderam 1,5 milhão de reais nos escritórios dos doleiros no Rio de Janeiro.
A PF informou que entre os principais crimes investigados estão evasão de divisas, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e fraude a licitações. Somados, esses crimes podem resultar em penas de até 27 anos de prisão. As investigações atingiram também diversos clientes dos doleiros, que podem responder por crime de evasão de divisas, com pena de até 6 anos de prisão.
PERPLEXIDADE
Em nota, o grupo Camargo Corrêa se disse "perplexo" e afirmou que até o momento não teve acesso ao teor do processo que autorizou a ação dos policiais.
"A Camargo Corrêa vem a público manifestar sua perplexidade diante dos fatos ocorridos hoje pela manhã, quando a sua sede em São Paulo foi invadida e isolada pela Polícia Federal, cumprindo mandado da Justiça", informa a empresa no comunicado.
"O grupo reafirma que confia em seus diretores e funcionários e que repudia a forma como foi constituída a ação ... trazendo incalculáveis prejuízos à imagem de suas empresas."
A empresa ressaltou ainda "que cumpre rigorosamente com todas as suas obrigações legais".
As ações da Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário despencaram 5,45 por cento na Bolsa de Valores de São Paulo, enquanto o Ibovespa fechou em alta de 0,78 por cento.
"Tentar provar a existencia de deus com a biblia, é a mesma coisa q tentar provar a existencia de orcs usando o livro senhor dos aneis."


Re: Devassa na construtora Camargo Correia revela bandidagem
O que será que irá acontecer?
a- Gilmar FHC Mendes dirá que a PF está novamente metendo o nariz onde não é chamada
b- Os partidos envolvidos dirão que é retaliação do PT
c- A midia dirá que a Camargo Correia nega as acusações
d- Irão prender o novo delegado da PF sob acusação de abuso de poder e corrupção
Façam suas apostas.
a- Gilmar FHC Mendes dirá que a PF está novamente metendo o nariz onde não é chamada
b- Os partidos envolvidos dirão que é retaliação do PT
c- A midia dirá que a Camargo Correia nega as acusações
d- Irão prender o novo delegado da PF sob acusação de abuso de poder e corrupção
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- Fernando Silva
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Re: Devassa na construtora Camargo Correia revela bandidagem
Luiz Carlos Querido escreveu:c- A midia dirá que a Camargo Correia nega as acusações
Mas é verdade: ela nega.
Publicou uma nota paga na primeira página dos jornais se dizendo perplexa.
Note-se que todos os partidos receberam dinheiro, conforme a região, a obra e as conveniências da empreiteira.
Re: Devassa na construtora Camargo Correia revela bandidagem
Fernando Silva escreveu:Luiz Carlos Querido escreveu:c- A midia dirá que a Camargo Correia nega as acusações
Mas é verdade: ela nega.
Publicou uma nota paga na primeira página dos jornais se dizendo perplexa.
Note-se que todos os partidos receberam dinheiro, conforme a região, a obra e as conveniências da empreiteira.
Eu acho cômico para não dizer nesnecessário a midia dizer que alguém acusado de alguma coisa nega as acusações.
"Tentar provar a existencia de deus com a biblia, é a mesma coisa q tentar provar a existencia de orcs usando o livro senhor dos aneis."


- carlo
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- Registrado em: 31 Out 2005, 23:09
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- Localização: Governador Valadares MG
Re: Devassa na construtora Camargo Correia revela bandidagem
Não vai dar em nada. Pelo cacife das figuras e os partidos que encabeçam a lista, logo, logo, a mídia não tocará no assunto. Não vai dar para criar a enésima crise para atacar "ELE", o caramunhão que dizem socialista!

NOSSA SENHORA APARECIDA!!!!
Re: Devassa na construtora Camargo Correia revela bandidagem
Não estou compreendendo o espanto. Falcatrua em construtora que atua com obras públicas é mais velho do que cagar sentado.



marta
Se deus fosse bom, amá-lo não seria mandamento.
Re: Devassa na construtora Camargo Correia revela bandidagem
Responda rápido: Alguém aqui lembra do carro que foi encontrado com milhares de reais no porta malas? Hã? Hã?
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Re: Devassa na construtora Camargo Correia revela bandidagem
os hcs "miojo" do gilmar mendes já devem estar cozinhando.
"Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma." (Joseph Pulitzer).