Para o Encosto Tchutchuco da Silva

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Apo
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Re: Para o Encosto Tchutchuco da Silva

Mensagem por Apo »

CD Paz a dois


Ui! Que meigo...

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Apo
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Re: Para o Encosto Tchutchuco da Silva

Mensagem por Apo »

Darkside escreveu:
Apo escreveu:Igualmente machistas. Não curto mesmo.


Sério mesmo, me diz o que tem de machista em considerar que alguém deve ser trabalhador, honrado, forte, bravo e defender sua família?


Não é esta a parte que é machista. Este é apenas um lado ( que é comum a todo cidadão de bem ). O que incomoda é a forma grosseira de falar, palavras se referindo às mulheres como se animais fossem ( ex, potranca, ancas ...). Não há apreço algum por bons modos à mesa e parece sempre que ainda estamos no tempo da Casa das 7 Mulheres. Não vejo nada de bom em cultuar isto.

O eminho aí é um perdido na vida.
A tradição do sudeste é geral no mundo todo. A nossa é só culto à grossura mesmo. Se parar para ver aqueles Galpão Crioulo e Fogo de Chão não sobra meia pataca de conversa que não seja atraso puro.


A comparação foi uma brincadeira. Mas tu acha mesmo que programas de tv conseguem representar o que é a tradição de um povo?


Aqui no RS são tradicionais estes programas e tem muita audiência no interior e entre os mais aficcionados na capital. Esta coisa de CTG é muita grossura pro meu gosto.
As mulheres são bregas e submissas ( prendas = mulher prendada nas lidas domésticas) e os homens se tratam como animais.
Eu fui vizinha do Borgetinho durante muito anos. Ele é daquele jeito mesmo.

O pessoal de Pelotas, assim como de algumas cidades do interior, tinham aquela tradição de fazer festa e desfile com homem vestido de mulher. E era tão estranha a coisa que terminei um noivado por conta daquilo.
Até acho que não era...mas achar tão bom se vestir de mulher e sair pela noite mostrando as pernas e peitos me incomodava, incomodava.. :emoticon22:


Disso aí eu não sabia. :emoticon22:


Pois é, pois é... :emoticon12:
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Darkside
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Re: Para o Encosto Tchutchuco da Silva

Mensagem por Darkside »

Apo escreveu:
Darkside escreveu:Sério mesmo, me diz o que tem de machista em considerar que alguém deve ser trabalhador, honrado, forte, bravo e defender sua família?


Não é esta a parte que é machista. Este é apenas um lado ( que é comum a todo cidadão de bem ). O que incomoda é a forma grosseira de falar, palavras se referindo às mulheres como se animais fossem ( ex, potranca, ancas ...). Não há apreço algum por bons modos à mesa e parece sempre que ainda estamos no tempo da Casa das 7 Mulheres. Não vejo nada de bom em cultuar isto.


Não acho que seja comum a todo "cidadão de bem", quantas pessoas são assim hoje em dia? "Cidadão de bem" assim anda bastante raro.

Meus tios do interior são educados à mesa e carinhosos com as mulheres (principalmente só com as suas já que elas são ciumentas :emoticon22: ), isso não impede eles de cultivarem as tradições. Quem chama mulher de potranca é funkeiro, e as "potrancas" gostam de serem tratadas assim.

Esse mito do machismo gaúcho não tem cabimento, aqui não existe mais machismo que em lugar algum.

A comparação foi uma brincadeira. Mas tu acha mesmo que programas de tv conseguem representar o que é a tradição de um povo?


Aqui no RS são tradicionais estes programas e tem muita audiência no interior e entre os mais aficcionados na capital. Esta coisa de CTG é muita grossura pro meu gosto.
As mulheres são bregas e submissas ( prendas = mulher prendada nas lidas domésticas) e os homens se tratam como animais.
Eu fui vizinha do Borgetinho durante muito anos. Ele é daquele jeito mesmo.


Bom, eu não vejo assim, mas em CTG as coisas são diferentes. É tipo uma representação, um comportamento onde não existe em outro lugar a não ser ali mesmo.

PS: Borgetinho eterno, maior gaitero do mundo.

Pois é, pois é... :emoticon12:


Conheci uma bela moça de Pelotas esses tempos, mas acho que manterei distância de lá. :emoticon36:
"Temos uma coisa muito mais extraordinária: não só se consegue que uma mesa se mova magnetizando-a, como também que fale. Interrogada, ela responde."

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Johnny
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Re: Para o Encosto Tchutchuco da Silva

Mensagem por Johnny »

Darkside escreveu:Campinas eu não sei, mas a real é que pelotense sempre foi motivo de piada aqui no RS mesmo. Mas como o Encosto já disse, foi com o casseta e planeta que a fama se espalhou e se misturou injustamente com o resto do RS. =/

Sei não. Ouço estas piadinhas de pelotenses, campinairos entre outros desde criança/adolescente. Quando ia para Itapira o pessoal tirava o maior sarro...


Acho que todo homem tem seu lado mulher...

..o meu é sapatão.

Quano aos comentários do Encosto, bem, a piada não foi explícita para mim, sabe... :emoticon12:
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Lúcifer
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Re: Para o Encosto Tchutchuco da Silva

Mensagem por Lúcifer »

Luiz Carlos Querido escreveu:
Benetton escreveu:De onde será que veio esta "lenda" ( seria lenda mesmo? ) de que os gaúchos gostam de dar ré no quiabo?

Estava me perguntando isso estes dias, já que algumas cidades e estados tem esta fama de fazerem piadas.

Alguém saberia? Campinas, Pelotas, Santos Dumont e etc? Procurei mas não achei pois não sei qual termo de pesquisa usar...


Que eu saiba, os moradores mais ricos dessas regiões, acredito que no século 19, gostavam de mandar os seus filhos para europa, para estudarem para serem advogados ou outra coisa.
O pior é que depois de alguns anos lá, eles pegavam os trejeitos do local, mais especificamente da França.
E quando retornavam para o Brasil......bem...digamos que a fama que eles pegaram não foi muito boa não. :emoticon12: :emoticon12:
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Apo
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Re: Para o Encosto Tchutchuco da Silva

Mensagem por Apo »

Darkside escreveu:
Apo escreveu:
Darkside escreveu:Sério mesmo, me diz o que tem de machista em considerar que alguém deve ser trabalhador, honrado, forte, bravo e defender sua família?


Não é esta a parte que é machista. Este é apenas um lado ( que é comum a todo cidadão de bem ). O que incomoda é a forma grosseira de falar, palavras se referindo às mulheres como se animais fossem ( ex, potranca, ancas ...). Não há apreço algum por bons modos à mesa e parece sempre que ainda estamos no tempo da Casa das 7 Mulheres. Não vejo nada de bom em cultuar isto.


Não acho que seja comum a todo "cidadão de bem", quantas pessoas são assim hoje em dia? "Cidadão de bem" assim anda bastante raro.


Dark, "cidadão de bem" é um rótulo apenas. Usei-o porque falastes em ser trabalhador, honrado e defender a família. A maioria das pessoas é assim, e não apenas os homens ( como costuma ser a tal defesa ds valores gaúchos, mas apenas em relação aos homens, o que acho ridículo). Ser um homem honrado e trabalhador não significa ser machão, forte (? A força reside em saber montar um cavalo e enfiar-lhe esporas?) ou bravo (? outra virtude relativa, que remonta ao tempo da revolução - meio irrelevante no tempos atuais, em que vivemos é com medo e tentando mais é nos defender. Antes, bravura era ter coragem para atacar e morrer pela pátria ou outra bandeira qualquer. A gente quer mais é paz).

Meus tios do interior são educados à mesa e carinhosos com as mulheres (principalmente só com as suas já que elas são ciumentas :emoticon22: ), isso não impede eles de cultivarem as tradições. Quem chama mulher de potranca é funkeiro, e as "potrancas" gostam de serem tratadas assim.


Não estamos falando das mesmas tradições, então. Se pegar música gauchesca tradicionalista, as prendas são potrancas, sim. E tem ancas, não quadris ou cintura. Veja os programas que falei, pois é daquilo que eu e meu sogro falamos.
Este "potranca" de funk é machista e vulgar, o que é duplamente insuportável. Problema delas se elas gostam. As mulheres da tal cultura gauchesca nem tinham muito palpite a dar sobre a forma como os homens as tratavam. Prá começar que as chamavam de "patroa", "senhora", como se fosse para manter uma certa relação de hierarquia fora da cama. Talvez um resquício de um matriarcado quando os homens iam à guerra...Mas quando em casa, quem mandava eram eles. Elas apenas ajudavam a "administrar" o lar. Daí o termo "donas de casa".

Esse mito do machismo gaúcho não tem cabimento, aqui não existe mais machismo que em lugar algum.


Existe, sim. Pode estar bem disfarçado pelas modernidades, mas existe. Os mais velhos ainda acham que quem manda é o homem.
Só para citar um exemplo, um casal de amigos meus ( ambos criados em fazendas aqui no interior e agora com fazenda em Mato Grosso também), tratam a filha mulher diferentemente do filho homem - ambos adolescentes. A menina não pode dirigir antes dos 18 ( tem 17). O menino pode pegar a moto e o jipe do pai ( ele tem 15). Ele vai herdar todos os bens da família, a menos que ela entre na Justiça, porque é assim tradicionalmente em ambas famílias. A menina terá que construir seu próprio patrimônio ( se casar com um cara de uma família tradicional, melhor). Se perguntar a eles por que é assim, eles apenas respondem que é o que manda a tradição. Isto tudo eles morando em Porto Alegre, tendo grana e viajando pelo mundo ( o menino pode viajar com a turma da escola para fora do estado e do país, a menina só se for com os pais junto).

A comparação foi uma brincadeira. Mas tu acha mesmo que programas de tv conseguem representar o que é a tradição de um povo?


Aqui no RS são tradicionais estes programas e tem muita audiência no interior e entre os mais aficcionados na capital. Esta coisa de CTG é muita grossura pro meu gosto.
As mulheres são bregas e submissas ( prendas = mulher prendada nas lidas domésticas) e os homens se tratam como animais.
Eu fui vizinha do Borgetinho durante muito anos. Ele é daquele jeito mesmo.


Bom, eu não vejo assim, mas em CTG as coisas são diferentes. É tipo uma representação, um comportamento onde não existe em outro lugar a não ser ali mesmo.


Não sei, não. Para alguns pode ser. Mas duvido que aquela turma que toma mate de segunda a segunda e ouve Nico Fagundes, saia do CTG e vá ao show do Iron Maiden.

PS: Borgetinho eterno, maior gaitero do mundo.


Viu que ele tocou os hinos no jogo do Brasil ontem? :emoticon4:

Pois é, pois é... :emoticon12:


Conheci uma bela moça de Pelotas esses tempos, mas acho que manterei distância de lá. :emoticon36:


Por quê? As moças de Pelotas são prendadas. Se for moça mesmo...vale a pena. :emoticon19:
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Apo
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Re: Para o Encosto Tchutchuco da Silva

Mensagem por Apo »

Lúcifer escreveu:
Luiz Carlos Querido escreveu:
Benetton escreveu:De onde será que veio esta "lenda" ( seria lenda mesmo? ) de que os gaúchos gostam de dar ré no quiabo?

Estava me perguntando isso estes dias, já que algumas cidades e estados tem esta fama de fazerem piadas.

Alguém saberia? Campinas, Pelotas, Santos Dumont e etc? Procurei mas não achei pois não sei qual termo de pesquisa usar...


Que eu saiba, os moradores mais ricos dessas regiões, acredito que no século 19, gostavam de mandar os seus filhos para europa, para estudarem para serem advogados ou outra coisa.
O pior é que depois de alguns anos lá, eles pegavam os trejeitos do local, mais especificamente da França.
E quando retornavam para o Brasil......bem...digamos que a fama que eles pegaram não foi muito boa não. :emoticon12: :emoticon12:



Pior que tem isto mesmo. Os rapazes ficavam educados e eram vistos como delicados. :emoticon12:
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Johnny
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Re: Para o Encosto Tchutchuco da Silva

Mensagem por Johnny »

Apo escreveu:Pior que tem isto mesmo. Os rapazes ficavam educados e eram vistos como delicados. :emoticon12:

Educados uma ova. Isso é uma BICHOOOONA mesmo!
"Tentar provar a existencia de deus com a biblia, é a mesma coisa q tentar provar a existencia de orcs usando o livro senhor dos aneis."

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Apo
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Re: Para o Encosto Tchutchuco da Silva

Mensagem por Apo »

Luiz Carlos Querido escreveu:
Apo escreveu:Pior que tem isto mesmo. Os rapazes ficavam educados e eram vistos como delicados. :emoticon12:

Educados uma ova. Isso é uma BICHOOOONA mesmo!


Almofadinhas. :emoticon25:
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Sem Censura
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Re: Para o Encosto Tchutchuco da Silva

Mensagem por Sem Censura »

Rapaz*, só sei de uma coisa: enquanto as mulheres forem governadas pelo estrogênio e os homens pela testosterona o machismo nunca acabará. Porque a testosterona gosta do estrogênio e o estrogênio gosta da testosterona. Aí, mano...




No dia em que as mulheres passarem a preferir os homens baixos em vez dos altos, os de voz fina aos de voz grossa, pintos pequenos a pintos grandes, homens sem músculos a homens sarados, rapazes pacíficos e sem grandes ambições a homens trabalhadores e agressivos, motoristas cautelosos a pilotos audazes, pelados a peludos, intelectuais a atletas, etc, bem... aí sim, o machismo acaba! :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:




*gíria amazonense

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Apo
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Re: Para o Encosto Tchutchuco da Silva

Mensagem por Apo »

Sem Censura escreveu:Rapaz*,



*gíria amazonense



Não, não é... :emoticon16:
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Darkside
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Re: Para o Encosto Tchutchuco da Silva

Mensagem por Darkside »

Apo escreveu:Dark, "cidadão de bem" é um rótulo apenas. Usei-o porque falastes em ser trabalhador, honrado e defender a família.


Eu considero um cidadão de bem qualquer pessoa que não seja um infrator da lei ou que não pratique algo que prejudique outras pessoas. Alguém pode ser um cidadão de bem pelo que deixa de fazer, enquanto essas outras qualidades são atitudes.

Apo escreveu:A maioria das pessoas é assim, e não apenas os homens ( como costuma ser a tal defesa ds valores gaúchos, mas apenas em relação aos homens, o que acho ridículo).


Parece que você está confundindo o machismo propriamente dito com tradições. Você sabe que a mulher gaúcha é criada pra ser bem educada, mas ao mesmo tempo honrada e forte, apesar de não se tratar tanto de força física.

Tradições não buscam justiça ou igualdade, elas meramente refletem o pensamento passado de geração em geração de algum povo, que crê na serventia e nos valores que as tradições transmitem. No caso das gaúchas, a mulher e o homem possuem papéis diferentes e definidos na sociedade, mas nenhum deles sendo mais importante que o outro, a não ser que alguém deseje o contrário. O homem das tradições gaúchas sabe muito bem o quanto precisa da mulher, e não apenas como reprodutora ou dona de casa. :emoticon4:

Se alguém cultivar os valores e eliminar o machismo terá uma boa filosofia de vida, sendo que esse machismo é típico de povos do interior e não uma exclusividade gaúcha.

Apo escreveu:Ser um homem honrado e trabalhador não significa ser machão, forte (? A força reside em saber montar um cavalo e enfiar-lhe esporas?) ou bravo (? outra virtude relativa, que remonta ao tempo da revolução - meio irrelevante no tempos atuais, em que vivemos é com medo e tentando mais é nos defender. Antes, bravura era ter coragem para atacar e morrer pela pátria ou outra bandeira qualquer. A gente quer mais é paz).


Uma coisa não tem a ver com as outras, mas você deu significados completamente diferentes de como eu entendo essas virtudes...

Ser forte tem óbvias e incontáveis vantagens do que ser fraco. Ajudar outras pessoas, fazer serviços pesados, conseguir carregar e levantar coisas, se defender... por que não seria uma virtude? Ser forte não é sinônimo de ser briguento.

Querer guerra e revolução é coisa de comunista. Ser bravo é ter coragem na vida, coisa que todos precisamos em muitos de nossos momentos mais importantes, na hora de tomar decisões, assumir responsabilidades, etc. Também é um valor cultivado pela mulher gaúcha, assim como tantos outros.

Apo escreveu:
Darkside escreveu:Meus tios do interior são educados à mesa e carinhosos com as mulheres (principalmente só com as suas já que elas são ciumentas :emoticon22: ), isso não impede eles de cultivarem as tradições. Quem chama mulher de potranca é funkeiro, e as "potrancas" gostam de serem tratadas assim.


Não estamos falando das mesmas tradições, então. Se pegar música gauchesca tradicionalista, as prendas são potrancas, sim. E tem ancas, não quadris ou cintura. Veja os programas que falei, pois é daquilo que eu e meu sogro falamos.
Este "potranca" de funk é machista e vulgar, o que é duplamente insuportável. Problema delas se elas gostam. As mulheres da tal cultura gauchesca nem tinham muito palpite a dar sobre a forma como os homens as tratavam. Prá começar que as chamavam de "patroa", "senhora", como se fosse para manter uma certa relação de hierarquia fora da cama. Talvez um resquício de um matriarcado quando os homens iam à guerra...Mas quando em casa, quem mandava eram eles. Elas apenas ajudavam a "administrar" o lar. Daí o termo "donas de casa".


Pois é, parece que não. :emoticon36:

Que tipo de "música" você anda ouvindo? Te desafio a postar aqui uma única música dos Fagundes, ou qualquer outro artista conceituado no meio musical tradicionalista pelas belas composições, onde eles se refiram a uma mulher como "potranca". Pelo contrário, chamam elas sempre de "morena", "moça", e fazem vários poemas pra elas. Aqueles programas são gravados em Porto Alegre pra gente da capital mesmo ver e achar o povo do interior atrasado, pra dar graças a Deus por morar no meio de um monte de prédio alto. :emoticon26:

Troque "cultura gauchesca" por "antigamente" em sua última afirmação que ela faz sentido igual, isso porque as coisas naquelas épocas eram assim em qualquer lugar.

Apo escreveu:
Darkside escreveu:Esse mito do machismo gaúcho não tem cabimento, aqui não existe mais machismo que em lugar algum.


Existe, sim. Pode estar bem disfarçado pelas modernidades, mas existe. Os mais velhos ainda acham que quem manda é o homem.
Só para citar um exemplo, um casal de amigos meus ( ambos criados em fazendas aqui no interior e agora com fazenda em Mato Grosso também), tratam a filha mulher diferentemente do filho homem - ambos adolescentes. A menina não pode dirigir antes dos 18 ( tem 17). O menino pode pegar a moto e o jipe do pai ( ele tem 15). Ele vai herdar todos os bens da família, a menos que ela entre na Justiça, porque é assim tradicionalmente em ambas famílias. A menina terá que construir seu próprio patrimônio ( se casar com um cara de uma família tradicional, melhor). Se perguntar a eles por que é assim, eles apenas respondem que é o que manda a tradição. Isto tudo eles morando em Porto Alegre, tendo grana e viajando pelo mundo ( o menino pode viajar com a turma da escola para fora do estado e do país, a menina só se for com os pais junto).


Eu me expressei mal aqui...

O que eu quis dizer é que não existe mais machismo na cultura gaúcha do que em qualquer outra cultura antiga. Não é algo peculiar, próprio apenas do RS, é só conhecer gente do interior de qualquer outro estado de cultura forte como alguns do nordeste pra ver. Você conhece essa história de seu casal de amigos, e eu conheço dezenas de gurias que vem de onde Judas perdeu as botas pra estudar, de cidadezinhas de menos de 15 mil habitantes, com as mesmas opiniões que tu tem sobre o machismo, só que sabendo do valor das tradições gaúchas. Eu creio que uma cultura pode evoluir sem deixar de ser o que é, tendo suas qualidades exaltadas e seus defeitos esquecidos, perpetuando bons valores.

Que mulher sabendo que pode ter direitos iguais ao homem iria querer ser uma empregada por vocação do gênero? A filha do seu casal de amigos provavelmente vai ter todas as chances na vida de ter a sua independência e fazer o que quiser, inclusive criar filhas de um jeito bem mais liberal, e mesmo assim ela poderia ensinar as tradições gaúchas a ela.

Apo escreveu:
Darkside escreveu:Bom, eu não vejo assim, mas em CTG as coisas são diferentes. É tipo uma representação, um comportamento onde não existe em outro lugar a não ser ali mesmo.


Não sei, não. Para alguns pode ser. Mas duvido que aquela turma que toma mate de segunda a segunda e ouve Nico Fagundes, saia do CTG e vá ao show do Iron Maiden.


Conheço vários típicos playboys e maloqueiros que frequentam CTGs todo final de semana com os pais, curtem música tradicionalista e tudo mais.

Tem jeito não Apo, cultivar as tradições não é virar um crente. :emoticon26:

Apo escreveu:
Darkside escreveu:PS: Borgetinho eterno, maior gaitero do mundo.


Viu que ele tocou os hinos no jogo do Brasil ontem? :emoticon4:


Perdi. :emoticon63:

Já tenho o Hino do Grêmio tocado por ele aqui, o do Brasil deve ter ficado excelente, catarei na net.

Apo escreveu:Por quê? As moças de Pelotas são prendadas. Se for moça mesmo...vale a pena.


Pode crer que eu nunca chamaria de bela moça alguém que eu não tivesse certeza que é mulher de nascença. :emoticon12:
"Temos uma coisa muito mais extraordinária: não só se consegue que uma mesa se mova magnetizando-a, como também que fale. Interrogada, ela responde."

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Anna
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Re: Para o Encosto Tchutchuco da Silva

Mensagem por Anna »

Égua! O tópico da viadagem rendeu! :emoticon22:
Cérebro é uma coisa maravilhosa. Todos deveriam ter um.

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Re: Para o Encosto Tchutchuco da Silva

Mensagem por Anna »

Apo escreveu:MAS QUE BARBARIDADE!!!

Bah, mas a tal de Anna quer acabá de vez com o chifrudo, Tchê!!!

:emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:


Quem desdenha quer comprar...

Coitados dos nossos guris!!! Amo todos!


Eu quero comprar mesmo! Por mim eu já teria comprado mas a distância impede. :emoticon22:
Cérebro é uma coisa maravilhosa. Todos deveriam ter um.

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Re: Para o Encosto Tchutchuco da Silva

Mensagem por Anna »

O ENCOSTO escreveu:Nem tudo esta perdido.
Ao menos eu posso usar essas piadas para sacanear os pelotenses.


Tchutchuquinho, meu chifrudo mais sexy da internet, I lóvi iu!
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Re: Para o Encosto Tchutchuco da Silva

Mensagem por Anna »

Luiz Carlos Querido escreveu:
Benetton escreveu:De onde será que veio esta "lenda" ( seria lenda mesmo? ) de que os gaúchos gostam de dar ré no quiabo?

Estava me perguntando isso estes dias, já que algumas cidades e estados tem esta fama de fazerem piadas.

Alguém saberia? Campinas, Pelotas, Santos Dumont e etc? Procurei mas não achei pois não sei qual termo de pesquisa usar...


Mas não sabia esta do Encosto não, tadinho!

Darth Gayder

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Ex Jonny, o Incoustchinhu é gaúcho e não gay! Oras!!! :emoticon2:
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Re: Para o Encosto Tchutchuco da Silva

Mensagem por Anna »

Darkside escreveu:- FilhosDaPuta.

Abraços,

:emoticon25: :emoticon25:
:emoticon22: :emoticon22: :emoticon22:
Cérebro é uma coisa maravilhosa. Todos deveriam ter um.

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Re: Para o Encosto Tchutchuco da Silva

Mensagem por Anna »

Benetton escreveu:
Apo escreveu:
Benetton escreveu:Será que o Encosto é um gaucho autêntico ( está inserido na “lendária” regra ) ou é um gaúcho pirata ( exceção à regra? ). Aqueles chifres ainda são um mistéééério ... :emoticon12:


Posso garantir que ele é dentro dos conformes do que se espera da espécie. :emoticon45:

Tem um ditado que diz : "As aparências enganam..." Huuuuummmm ... sei não! :emoticon12:


Mas quanta inveja do Tchutchuco! :emoticon2:
Só pq ele tem 1,90 m, e é um gostosão de marca maior aprovadio pelo controle de qualidade feminino altamente exigente do fórum!
Cérebro é uma coisa maravilhosa. Todos deveriam ter um.

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Re: Para o Encosto Tchutchuco da Silva

Mensagem por Apo »

Anna escreveu:
Apo escreveu:MAS QUE BARBARIDADE!!!

Bah, mas a tal de Anna quer acabá de vez com o chifrudo, Tchê!!!

:emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:


Quem desdenha quer comprar...

Coitados dos nossos guris!!! Amo todos!


Eu quero comprar mesmo! Por mim eu já teria comprado mas a distância impede. :emoticon22:

Deixa os "meus" guris aqui!!!! Nada de levar embora!!! Lugar de índio macanudo é no SUL! :emoticon22: :emoticon22: :emoticon22:

:emoticon19: :emoticon19: :emoticon19:
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Re: Para o Encosto Tchutchuco da Silva

Mensagem por Apo »

Anna escreveu:Égua! O tópico da viadagem rendeu! :emoticon22:


Diga : " Árre, égua!..." e legítimo gauchês! :emoticon45:
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Re: Para o Encosto Tchutchuco da Silva

Mensagem por Apo »

Darkside escreveu:
Apo escreveu:Dark, "cidadão de bem" é um rótulo apenas. Usei-o porque falastes em ser trabalhador, honrado e defender a família.


Eu considero um cidadão de bem qualquer pessoa que não seja um infrator da lei ou que não pratique algo que prejudique outras pessoas. Alguém pode ser um cidadão de bem pelo que deixa de fazer, enquanto essas outras qualidades são atitudes.

Então...aquela descrição de virtudes se enquadra em outros pressupostos e não necessariamente no da tal cultura gauchesca ( não de eu estou falando , pelo menos...a tradicionalista mesmo ).

Apo escreveu:A maioria das pessoas é assim, e não apenas os homens ( como costuma ser a tal defesa ds valores gaúchos, mas apenas em relação aos homens, o que acho ridículo).


Parece que você está confundindo o machismo propriamente dito com tradições. Você sabe que a mulher gaúcha é criada pra ser bem educada, mas ao mesmo tempo honrada e forte, apesar de não se tratar tanto de força física.


Não é beeem assim...Ela é criada para ser obediente ao marido, cuidar dos afazeres da casa e auxiliar o cabeça de casal ( o homem ). Isto é machismo e conservadorismo. Honrada sim, machistamente honrada, ou denigre a imagem da família tradicional ( como sempre aconteceu com as moças nas cidades do interior).

Tradições não buscam justiça ou igualdade, elas meramente refletem o pensamento passado de geração em geração de algum povo, que crê na serventia e nos valores que as tradições transmitem.


Justamente. No nosso caso, a tradição é machista e conservadora. Serventia a favor do homem.

No caso das gaúchas, a mulher e o homem possuem papéis diferentes e definidos na sociedade, mas nenhum deles sendo mais importante que o outro, a não ser que alguém deseje o contrário. O homem das tradições gaúchas sabe muito bem o quanto precisa da mulher, e não apenas como reprodutora ou dona de casa. :emoticon4:

Sinto muito, mas vou discordar. O ponto forte da mulher gaúcha na tradição ( especialmente no interior e na lida de campo ) é ser reprodutora e dona de casa. Evidente que os dois tinham importância, desde que a mulher e as filhas seguissem regras notadamente machistas. Neste quadro, homens sempre precisaram de mulheres e nem poderia ser diferente.
Claro que estou falando de tradição, a que é mais antiga e que passou de geração em geração durante séculos. Da década de 70 ou 80 para cá é que novas idéias chegaram ao interior, enquanto na capital os ares de 60 já se faziam sentir.


Se alguém cultivar os valores e eliminar o machismo terá uma boa filosofia de vida, sendo que esse machismo é típico de povos do interior e não uma exclusividade gaúcha.

Sim. Mas o padrão tradicional cantado em prosa e verso é machista assim mesmo.
Eu nunca disse que era exclusividade gaúcha. Eu disse que a tradição gaúcha o é.

Apo escreveu:Ser um homem honrado e trabalhador não significa ser machão, forte (? A força reside em saber montar um cavalo e enfiar-lhe esporas?) ou bravo (? outra virtude relativa, que remonta ao tempo da revolução - meio irrelevante no tempos atuais, em que vivemos é com medo e tentando mais é nos defender. Antes, bravura era ter coragem para atacar e morrer pela pátria ou outra bandeira qualquer. A gente quer mais é paz).


Uma coisa não tem a ver com as outras, mas você deu significados completamente diferentes de como eu entendo essas virtudes...


Então vejamos.

Ser forte tem óbvias e incontáveis vantagens do que ser fraco.

Sim, isto aqui é regra geral. Eu não disse que não era. Usar a força física como justificativa para subjugar é que é errado. Inclusive moralmente e no modo se referir ao outro.

Ajudar outras pessoas, fazer serviços pesados, conseguir carregar e levantar coisas, se defender... por que não seria uma virtude?


Concordo 100%. Também gosto de carregar e levantar coisas, fazer força, erguer e pintar paredes. Assim como me defender. Mas neste tipo de sociedade me caberia fazer a comida e lavar fraldas.

Ser forte não é sinônimo de ser briguento.

Querer guerra e revolução é coisa de comunista.

O que isto tem a ver? Nossa história sempre demonstrou apreço por revoluções e guerras. Montar cavalos e enfiá-los goela abaixo de quem é contra os tais valores tradicionais. Defesa ou não, não há porque manter tal desejo de enfrentamento nos dias de hoje. Até porque se pouco serviria contra os bandidos atuais.

Ser bravo é ter coragem na vida, coisa que todos precisamos em muitos de nossos momentos mais importantes, na hora de tomar decisões, assumir responsabilidades, etc. Também é um valor cultivado pela mulher gaúcha, assim como tantos outros.


Não precisa ser da forma que nossa tradição tanto enaltece. Pode-se ter outra postura. Isto é coisa de índio montado em cavalo e mandando avançar sobre o inimigo. Não é a toa que gaucho tem fama de "nervoso". Dizem que é pelo excesso de hormônio da carne vermelha.

Apo escreveu:
Darkside escreveu:Meus tios do interior são educados à mesa e carinhosos com as mulheres (principalmente só com as suas já que elas são ciumentas :emoticon22: ), isso não impede eles de cultivarem as tradições. Quem chama mulher de potranca é funkeiro, e as "potrancas" gostam de serem tratadas assim.


Não estamos falando das mesmas tradições, então. Se pegar música gauchesca tradicionalista, as prendas são potrancas, sim. E tem ancas, não quadris ou cintura. Veja os programas que falei, pois é daquilo que eu e meu sogro falamos.
Este "potranca" de funk é machista e vulgar, o que é duplamente insuportável. Problema delas se elas gostam. As mulheres da tal cultura gauchesca nem tinham muito palpite a dar sobre a forma como os homens as tratavam. Prá começar que as chamavam de "patroa", "senhora", como se fosse para manter uma certa relação de hierarquia fora da cama. Talvez um resquício de um matriarcado quando os homens iam à guerra...Mas quando em casa, quem mandava eram eles. Elas apenas ajudavam a "administrar" o lar. Daí o termo "donas de casa".


Pois é, parece que não. :emoticon36:


:emoticon12: Eu estou falando desta. Se for a mais amena, então é tradicionalismo moderno urbano. Um churrasquinho com a familia, uma musiquinha de CTG, uma pilcha guardada no armário, mate no brick aos domingos... :emoticon22: De qualquer forma não faz o meu gosto, mas é light! :emoticon45:

Que tipo de "música" você anda ouvindo? Te desafio a postar aqui uma única música dos Fagundes, ou qualquer outro artista conceituado no meio musical tradicionalista pelas belas composições, onde eles se refiram a uma mulher como "potranca". Pelo contrário, chamam elas sempre de "morena", "moça", e fazem vários poemas pra elas. Aqueles programas são gravados em Porto Alegre pra gente da capital mesmo ver e achar o povo do interior atrasado, pra dar graças a Deus por morar no meio de um monte de prédio alto. :emoticon26:

Como fujo deste tipo de música como o diabo foge da cruz :emoticon33: , falo pelo tempo que convivi com um pessoal de Bagé ( a família da minha mãe é toda de Bagé), Uruguaiana, São Gabriel, Santa Maria...São machistas, sim. Talvez não os da nova geração. Mas a tradição é tida como bela, coisa que eu não acho. Só por ser tradição, não quer dizer que seja agradável.
Estas bandas que falam de "moça" e "morena" são de uma linha mais recente ( década de 70, 80...) e seguem uma linha romântica. Estou falando de outra coisa. Vou pesquisar e depois posto aqui.
Os programas de Porto Alegre são gravados muitas vezes nas emissoras do interior e mostram as culturas locais, com convidados locais e bandas locais. Logo...

Troque "cultura gauchesca" por "antigamente" em sua última afirmação que ela faz sentido igual, isso porque as coisas naquelas épocas eram assim em qualquer lugar.

Sim, mas estou falando da tradição gauchesca mesmo! A de antigamente e que você admitiu que é transmitida de geração a geração. Não estou falando de outra neste caso.

Apo escreveu:
Darkside escreveu:Esse mito do machismo gaúcho não tem cabimento, aqui não existe mais machismo que em lugar algum.


No tradicionalismo, existe. E o mito não é mito, é real nos valores tradicionais.

Existe, sim. Pode estar bem disfarçado pelas modernidades, mas existe. Os mais velhos ainda acham que quem manda é o homem.
Só para citar um exemplo, um casal de amigos meus ( ambos criados em fazendas aqui no interior e agora com fazenda em Mato Grosso também), tratam a filha mulher diferentemente do filho homem - ambos adolescentes. A menina não pode dirigir antes dos 18 ( tem 17). O menino pode pegar a moto e o jipe do pai ( ele tem 15). Ele vai herdar todos os bens da família, a menos que ela entre na Justiça, porque é assim tradicionalmente em ambas famílias. A menina terá que construir seu próprio patrimônio ( se casar com um cara de uma família tradicional, melhor). Se perguntar a eles por que é assim, eles apenas respondem que é o que manda a tradição. Isto tudo eles morando em Porto Alegre, tendo grana e viajando pelo mundo ( o menino pode viajar com a turma da escola para fora do estado e do país, a menina só se for com os pais junto).


Eu me expressei mal aqui...

O que eu quis dizer é que não existe mais machismo na cultura gaúcha do que em qualquer outra cultura antiga. Não é algo peculiar, próprio apenas do RS, é só conhecer gente do interior de qualquer outro estado de cultura forte como alguns do nordeste pra ver. Você conhece essa história de seu casal de amigos, e eu conheço dezenas de gurias que vem de onde Judas perdeu as botas pra estudar, de cidadezinhas de menos de 15 mil habitantes, com as mesmas opiniões que tu tem sobre o machismo, só que sabendo do valor das tradições gaúchas. Eu creio que uma cultura pode evoluir sem deixar de ser o que é, tendo suas qualidades exaltadas e seus defeitos esquecidos, perpetuando bons valores.


Aí é que está. Ou evolui deixando os defeitos ou os perpetua. No meu tempo de faculdade também vinham meninas do interior sozinhas morar em Porto Alegre. Isto não é novidade.
Nem estou negando que tem machismo e atraso no resto do país.
O que eu queria dizer desde o começo é que a velha e boa tradição gaúcha era toda voltada para os valores de uma honra masculinos e guerreiros. É machista e o lugar de mulher era em casa cuidando das "lides caseiras". Ou isto, ou ir para a roça com os filhos a reboque. Os homens viviam na rua ou no campo ( muitos tinham 2 famílias com vários filhos e ninguém se atrevia a achar ruim porque era sinal de macheza).
O contato com animais e gado os fazia ter modos e linguajar grosseiro, coisa que eles achavam bonito. Conheci vários caras do interior e me divertia falando como eles. Se tratavam assim: " Mas chÊ animal!!!" E a conversa derivava deste estilo peculiar de ser... :emoticon13:

Que mulher sabendo que pode ter direitos iguais ao homem iria querer ser uma empregada por vocação do gênero?


Tradicionalmente não há direito, apenas tradição.

A filha do seu casal de amigos provavelmente vai ter todas as chances na vida de ter a sua independência e fazer o que quiser, inclusive criar filhas de um jeito bem mais liberal, e mesmo assim ela poderia ensinar as tradições gaúchas a ela.


Hoje em dia pode. Mas tradicionalmente é assim que funciona para alguns ainda. Se ensinar tradições gaúchas de veradade, terá que deixar claro que é coisa de antigamente e que ela acha que os tempos são outros. Você já viu vestido de prenda decotado ou de ombros de fora? Nem a 40 graus!

Apo escreveu:
Darkside escreveu:Bom, eu não vejo assim, mas em CTG as coisas são diferentes. É tipo uma representação, um comportamento onde não existe em outro lugar a não ser ali mesmo.


Não sei, não. Para alguns pode ser. Mas duvido que aquela turma que toma mate de segunda a segunda e ouve Nico Fagundes, saia do CTG e vá ao show do Iron Maiden.


Conheço vários típicos playboys e maloqueiros que frequentam CTGs todo final de semana com os pais, curtem música tradicionalista e tudo mais.

Tem jeito não Apo, cultivar as tradições não é virar um crente. :emoticon26:


É como eu disse: se cultivar é achar bonito e produtivo aqueles valores tradicionais da sociedade conservadora gaúcha de mais de 50 anos atrás, será muito estranho pregar valores liberais e modernos.
Quando meu sogro fala de culto à grossura, é culto mesmo: trasmitir e se sentir feliz inserido naquilo.
Se for só pra brincar de vez em quando, tudo bem se gostar.

E quanto a playboys e maloqueiros...tem gente que vai a tudo que é lugar, não porque cultua, apenas porque tendo festa, tá valendo. Não é disto que estou falando. Não estou me referindo só ao lugar onde se vai esporadicamente, mas às características da tradição e a quem a cultua mesmo.

Apo escreveu:
Darkside escreveu:PS: Borgetinho eterno, maior gaitero do mundo.


Viu que ele tocou os hinos no jogo do Brasil ontem? :emoticon4:


Perdi. :emoticon63:

Já tenho o Hino do Grêmio tocado por ele aqui, o do Brasil deve ter ficado excelente, catarei na net.


:emoticon33: Excelente? Prá quem gosta, ficou. :emoticon1: Diferente, digamos.

Apo escreveu:Por quê? As moças de Pelotas são prendadas. Se for moça mesmo...vale a pena.


Pode crer que eu nunca chamaria de bela moça alguém que eu não tivesse certeza que é mulher de nascença. :emoticon12:


Eu estava brincando...tenho certeza de teus critérios :emoticon45:

E outra coisa sobre o tradicionalismo: quem gosta, gosta e ponto final. Não se discute. :emoticon4:
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Re: Para o Encosto Tchutchuco da Silva

Mensagem por Apo »

Baita Macho


Amarrei o cavalo no tronco
Entrei no baile chutando o capacho
E já senti no olhar das velhas e suspiro das moças
Mas que baita macho

Mas que baita macho
Mas que baita macho

E fui dançar com a mulher mais linda
Nos apertamos de cima prá baixo
Ela parou no meio da sala e me puxou no pala
Mas que baita macho

Mas que baita macho
Mas que baita macho

Tirei a gaita da mão do gaiteiro
Toquei um xote de atolar nos baixos
Os mais valentes se desmunhecaram e então cantaram
Mas que baita macho

Mas que baita macho
Mas que baita macho

Larguei a gaita e peguei minha prenda
E o salão que veio a baixo
O mulherio se escabelou, todo salão cantou
Mas que baita macho

Mas que baita macho
Mas que baita macho

Peguei a mão da minha morena
Ela de mão no meu barbicacho
E lá na estrada a gente escutava o povo que cantava
Mas que baita macho

Mas que baita macho
Mas que baita macho


:emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:

:emoticon45:
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Re: Para o Encosto Tchutchuco da Silva

Mensagem por King In Crimson »

Apo escreveu:tradição machista gauchesca como "culto à grossura".


Uhmmmm... :emoticon12:

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Apo
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Re: Para o Encosto Tchutchuco da Silva

Mensagem por Apo »

King In Crimson escreveu:
Apo escreveu:tradição machista gauchesca como "culto à grossura".


Uhmmmm... :emoticon12:


Grossura intelectual ok

:emoticon4:
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Darkside
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Re: Para o Encosto Tchutchuco da Silva

Mensagem por Darkside »

Apo escreveu:E outra coisa sobre o tradicionalismo: quem gosta, gosta e ponto final. Não se discute. :emoticon4:


Podia ter avisado isso antes. :emoticon19:

Não, mas sério, estamos analisando o tradicionalismo sob prismas diferentes, nenhum de nós está totalmente certo ou errado...

Seu ponto de vista eu já entendi, só quero deixar claro o meu pra não haver nenhum mal entendido. Eu defini bem o que penso aqui:

Eu creio que uma cultura pode evoluir sem deixar de ser o que é, tendo suas qualidades exaltadas e seus defeitos esquecidos, perpetuando bons valores.


Não me importo de ser considerado "gaúcho da capital" por alguém, acho que bons valores devem sim ser passados de geração em geração, sem que resquícios da ignorância de tempos passados se perpetuem junto. Eu simplesmente vejo esses valores como algo útil e coisas como roupas, músicas e etc como algo bonito. :emoticon4:
"Temos uma coisa muito mais extraordinária: não só se consegue que uma mesa se mova magnetizando-a, como também que fale. Interrogada, ela responde."

Alan Kardec, Obras Póstumas Pág. 237

Trancado