Militarismo: A era que todos gostariam de rever...
Militarismo: A era que todos gostariam de rever...
Vamos colocar aqui o que era ruim do militarismo e o que melhorou com a democracia.
Já citei anteriormente que a educação nos estados pioram a cada ano, sendo que no militarismo, com ou sem "esbanjamento" de recursos (SIC duplo) tínha-mos alunos mais preparados, educados e cívicos.
Tínhamos também a obrigação do civismo (coisa que hoje está na lama para não dizer outra coisa...)
As maiores e melhores rodovias foram projetadas e construídas nesta época, pelo menos algumas estaduais. Nesta época não "pegava" ainda estradas de MG, mas depois que precisei rodar numa delas em meados de 95, descobri várias estradas escondidas em crateras, literalmente. Virava e mexia via grandes operações de recapeamento em estradas, mesmo que pífias, mas naquela época também, a quantidade do transporte de cargas e civil não era tanta.
A economia não era lá grande coisa, mas cabeças vão e vêm e, não querendo dar uma de vidente, poderia ter seguido caminho semelhante aos de hoje, bastando para isso o bom senso.
Segurança era muito boa e a policia tinha livre poder para exterminar bandidos. Depois passaram a tratar bandidos com honra e méritos nunca visto antes, ao ponto de hoje um assassino custar ao estado mais de 1500 reais para não fazer absloutamente nada, só vagabundar na prisão, encher seus freezers e assitir DVD cheirando um bom pó (tudo isso sem imposto de renda e com direito ao mesmo sistema de saúde de um trabalhador qualquer), enquanto um trabalhador tem que ralar o mês todo para ganhar um salário mínimo, sustentar a família, pagar impostos e ter muita fé em que um dia seus filhos não passem pelo mesmo que ele passa.
Já citei anteriormente que a educação nos estados pioram a cada ano, sendo que no militarismo, com ou sem "esbanjamento" de recursos (SIC duplo) tínha-mos alunos mais preparados, educados e cívicos.
Tínhamos também a obrigação do civismo (coisa que hoje está na lama para não dizer outra coisa...)
As maiores e melhores rodovias foram projetadas e construídas nesta época, pelo menos algumas estaduais. Nesta época não "pegava" ainda estradas de MG, mas depois que precisei rodar numa delas em meados de 95, descobri várias estradas escondidas em crateras, literalmente. Virava e mexia via grandes operações de recapeamento em estradas, mesmo que pífias, mas naquela época também, a quantidade do transporte de cargas e civil não era tanta.
A economia não era lá grande coisa, mas cabeças vão e vêm e, não querendo dar uma de vidente, poderia ter seguido caminho semelhante aos de hoje, bastando para isso o bom senso.
Segurança era muito boa e a policia tinha livre poder para exterminar bandidos. Depois passaram a tratar bandidos com honra e méritos nunca visto antes, ao ponto de hoje um assassino custar ao estado mais de 1500 reais para não fazer absloutamente nada, só vagabundar na prisão, encher seus freezers e assitir DVD cheirando um bom pó (tudo isso sem imposto de renda e com direito ao mesmo sistema de saúde de um trabalhador qualquer), enquanto um trabalhador tem que ralar o mês todo para ganhar um salário mínimo, sustentar a família, pagar impostos e ter muita fé em que um dia seus filhos não passem pelo mesmo que ele passa.
"Tentar provar a existencia de deus com a biblia, é a mesma coisa q tentar provar a existencia de orcs usando o livro senhor dos aneis."


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Re: Militarismo: A era que todos gostariam de rever...
Saudades dos militares? Dos generais que prendiam e arrebentavam?
Da tortura, da censura, da total falta de liberdade, dos milicos mandando e desmandando, dando
"carteiradas" e qualquer majorzinho se achando o rei da cocada preta?
De ter um almirante na CBD? O almirante dos cem times no campeonato nacional que quase levou
à falência os grande clubes do Brasil.
E claro, um general na Embratel, um brigadeiro na Embraer, e um milico em qualquer cargo
importante ou de visibilidade neste país para o qual um milico fosse a pessoa menos qualificada.
Saudade dos senadores biônicos, governadores biônicos, prefeitos biônicos e mais não sei quanto
puxa-sacos corruptos biônicos e do horário eleitoral só com aquelas fotinhos 3x4 dos candidatos
passando durantes duas horas na tv?
Saudades do povo ter que engolir isso tudo sem poder dizer nada, sem poder votar, de ter medo
até de fazer certos comentários com o vizinho?
Saudade de ter um professor dedo-duro na sua escola, como eu tive na minha? ( E eu só estava no
primário! Dedo-duro de criancinhas, era até onde ia a paranóia dos milicos. )
Saudades do AI-1, 2, 3, 4, 5? Do Dops? Do Fleury?
Saudade da dívida externa, do FMI e da inflação a 40% ao mês?
Das pessoas esperarem 5 anos para ter um telefone, mesmo pagando por um quase o preço de um
carro zero?
Carro zero, aliás, era fusca, porque não havia outro. Naquela época o consumidor tinha tanta
liberdade quanto o eleitor. Ou seja, nenhuma. A "indústria nacional" ( leia-se multinacionais
instaladas aqui ) era protegida a despeito dos interesses de todos e produtos industrializados
eram caríssimos, mesmo os que representavam importantes insumos para a economia.
Acho que ninguém tem saudades da reserva de mercado de informática, que emperrava todos os
setores da economia, do ensino e da pesquisa, nos mantendo dez anos em atraso com o resto do
mundo e obrigando o consumidor a pagar os olhos da cara por PCs obsoletos "made in Paraguai".
Reserva esta que, no final das contas, não produziu absolutamente nada, além de atraso e muito
lucro fácil para os empresários clientes da ditadura.
Aquela foi uma época de saudades mas que não deixou saudades, quando se sentia muita falta dos que partiam, ou para sempre, nos porões da ditadura, ou no exílio, para onde iam nossos melhores artisas, escritores, jornalisas, filósofos, professores, praticamente qualquer pessoa decente e com coragem o bastante para se pronunciar contra a usurpação do poder legitimamente constituído deste país.
Ainda que as estradas fossem melhores é um absurdo que alguém sequer cogite que este seja um
preço que se queira pagar por melhores estradas. Mas não eram!
As estradas não eram melhores. Os serviços públicos eram de péssima qualidade e tudo que funcionava
razoavelmente bem no Brasil - é importante que se diga - já funcionava bem ANTES dos militares.
Educação, saúde, previdência social, tudo isso que era melhor nos anos 70 era melhor também
antes do golpe de 64. Golpe este que deu início ao sucateamento destes serviços e a situação lastimável
que temos hoje.
Com a educação então, nos níveis fundamental, médio e superior, o que o regime militar fez o país vai
demorar cem anos para se recuperar. E talvez com isso perca o trem da História.
Sim, é verdade que muitas obras foram feitas. Mal feitas, na verdade, graças a uma linha de crédito
aberta e ilimitada, que o generoso irmão do norte provia para financiar os regimes dos seus testas-de-ferro fardados do sul. Mas logo o financiamento se transformou em endividamento, e em submissão
total ao FMI. Uma dívida aparentemente impagável, que aumentava a cada dia, já que o dinheiro
recebido foi pessimamente empregado, quando poderia ter sido usado para criar uma infraestrutura
de desenvolvimento para o país.
Mas não, construíram estradas ao invés de ferrovias. Algumas hoje já perdidas para as florestas.
Japão e Alemanha, países completamente arrasados pela guerra, receberam tanto dinheiro quanto
o Brasil, mas investiram, ao invés de terem milicos megalômanos desperdiçando em sonhos geo-políticos
de grandeza regional. Essa foi a diferença. E claro, também a Educação, o principal fator de bem estar,
justiça social, progresso e desenvolvimento, que foi intencionalmente desmantelado por um regime
ditadorial que via alunos e professores não como futuro e investimento, mas como inimigos e ameaças.
Olha, saudade eu tenho sim, e muita. De uma época mais tranquila, da cidade arborizada, de ser
criança e soltar pipa e jogar bola. Da música, do Maracanã lotado ( de gente na arquibancada e
de craques no gramado ), de não ter engarrafamentos, das praias limpas, da minha inocência e
de um monte de outras coisas que existiram a despeito dos militares, e não por causa deles.
Da tortura, da censura, da total falta de liberdade, dos milicos mandando e desmandando, dando
"carteiradas" e qualquer majorzinho se achando o rei da cocada preta?
De ter um almirante na CBD? O almirante dos cem times no campeonato nacional que quase levou
à falência os grande clubes do Brasil.
E claro, um general na Embratel, um brigadeiro na Embraer, e um milico em qualquer cargo
importante ou de visibilidade neste país para o qual um milico fosse a pessoa menos qualificada.
Saudade dos senadores biônicos, governadores biônicos, prefeitos biônicos e mais não sei quanto
puxa-sacos corruptos biônicos e do horário eleitoral só com aquelas fotinhos 3x4 dos candidatos
passando durantes duas horas na tv?
Saudades do povo ter que engolir isso tudo sem poder dizer nada, sem poder votar, de ter medo
até de fazer certos comentários com o vizinho?
Saudade de ter um professor dedo-duro na sua escola, como eu tive na minha? ( E eu só estava no
primário! Dedo-duro de criancinhas, era até onde ia a paranóia dos milicos. )
Saudades do AI-1, 2, 3, 4, 5? Do Dops? Do Fleury?
Saudade da dívida externa, do FMI e da inflação a 40% ao mês?
Das pessoas esperarem 5 anos para ter um telefone, mesmo pagando por um quase o preço de um
carro zero?
Carro zero, aliás, era fusca, porque não havia outro. Naquela época o consumidor tinha tanta
liberdade quanto o eleitor. Ou seja, nenhuma. A "indústria nacional" ( leia-se multinacionais
instaladas aqui ) era protegida a despeito dos interesses de todos e produtos industrializados
eram caríssimos, mesmo os que representavam importantes insumos para a economia.
Acho que ninguém tem saudades da reserva de mercado de informática, que emperrava todos os
setores da economia, do ensino e da pesquisa, nos mantendo dez anos em atraso com o resto do
mundo e obrigando o consumidor a pagar os olhos da cara por PCs obsoletos "made in Paraguai".
Reserva esta que, no final das contas, não produziu absolutamente nada, além de atraso e muito
lucro fácil para os empresários clientes da ditadura.
Aquela foi uma época de saudades mas que não deixou saudades, quando se sentia muita falta dos que partiam, ou para sempre, nos porões da ditadura, ou no exílio, para onde iam nossos melhores artisas, escritores, jornalisas, filósofos, professores, praticamente qualquer pessoa decente e com coragem o bastante para se pronunciar contra a usurpação do poder legitimamente constituído deste país.
Ainda que as estradas fossem melhores é um absurdo que alguém sequer cogite que este seja um
preço que se queira pagar por melhores estradas. Mas não eram!
As estradas não eram melhores. Os serviços públicos eram de péssima qualidade e tudo que funcionava
razoavelmente bem no Brasil - é importante que se diga - já funcionava bem ANTES dos militares.
Educação, saúde, previdência social, tudo isso que era melhor nos anos 70 era melhor também
antes do golpe de 64. Golpe este que deu início ao sucateamento destes serviços e a situação lastimável
que temos hoje.
Com a educação então, nos níveis fundamental, médio e superior, o que o regime militar fez o país vai
demorar cem anos para se recuperar. E talvez com isso perca o trem da História.
Sim, é verdade que muitas obras foram feitas. Mal feitas, na verdade, graças a uma linha de crédito
aberta e ilimitada, que o generoso irmão do norte provia para financiar os regimes dos seus testas-de-ferro fardados do sul. Mas logo o financiamento se transformou em endividamento, e em submissão
total ao FMI. Uma dívida aparentemente impagável, que aumentava a cada dia, já que o dinheiro
recebido foi pessimamente empregado, quando poderia ter sido usado para criar uma infraestrutura
de desenvolvimento para o país.
Mas não, construíram estradas ao invés de ferrovias. Algumas hoje já perdidas para as florestas.
Japão e Alemanha, países completamente arrasados pela guerra, receberam tanto dinheiro quanto
o Brasil, mas investiram, ao invés de terem milicos megalômanos desperdiçando em sonhos geo-políticos
de grandeza regional. Essa foi a diferença. E claro, também a Educação, o principal fator de bem estar,
justiça social, progresso e desenvolvimento, que foi intencionalmente desmantelado por um regime
ditadorial que via alunos e professores não como futuro e investimento, mas como inimigos e ameaças.
Olha, saudade eu tenho sim, e muita. De uma época mais tranquila, da cidade arborizada, de ser
criança e soltar pipa e jogar bola. Da música, do Maracanã lotado ( de gente na arquibancada e
de craques no gramado ), de não ter engarrafamentos, das praias limpas, da minha inocência e
de um monte de outras coisas que existiram a despeito dos militares, e não por causa deles.
- Fernando Silva
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Re: Militarismo: A era que todos gostariam de rever...
Pedro Reis escreveu:Olha, saudade eu tenho sim, e muita. De uma época mais tranquila, da cidade arborizada, de ser
criança e soltar pipa e jogar bola. Da música, do Maracanã lotado ( de gente na arquibancada e
de craques no gramado ), de não ter engarrafamentos, das praias limpas, da minha inocência e
de um monte de outras coisas que existiram a despeito dos militares, e não por causa deles.
Eu tinha consciência da censura, dos terroristas, das guerrilhas, dos exilados e de tudo o mais.
Parentes meus foram presos e exilados (ninguém morto ou torturado).
Mas, como você disse, eu era um adolescente e estava mais preocupado com minha vida e meus estudos.
Não sentia um clima opressivo à minha volta.
Ao contrário de hoje, não tinha medo de andar na rua, mesmo de madrugada.
- Lúcifer
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Re: Militarismo: A era que todos gostariam de rever...
Fernando Silva escreveu:Pedro Reis escreveu:Olha, saudade eu tenho sim, e muita. De uma época mais tranquila, da cidade arborizada, de ser
criança e soltar pipa e jogar bola. Da música, do Maracanã lotado ( de gente na arquibancada e
de craques no gramado ), de não ter engarrafamentos, das praias limpas, da minha inocência e
de um monte de outras coisas que existiram a despeito dos militares, e não por causa deles.
Eu tinha consciência da censura, dos terroristas, das guerrilhas, dos exilados e de tudo o mais.
Parentes meus foram presos e exilados (ninguém morto ou torturado).
Mas, como você disse, eu era um adolescente e estava mais preocupado com minha vida e meus estudos.
Não sentia um clima opressivo à minha volta.
Ao contrário de hoje, não tinha medo de andar na rua, mesmo de madrugada.
Concordo. Tambem me sentia mais seguro.

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Re: Militarismo: A era que todos gostariam de rever...
Não vamos esquecer que a criminalidade nada tem a ver com a democracia.
Este é um problema do mundo de hoje, que existiria com ou sem ditadura.
Por acaso havia bandidos com Ar-15 antes de 64, durante os vinte anos em
que o Brasil foi uma democracia plena? É uma falácia atribuir algumas coisas
de ruins que existem hoje ao fim do regime militar. Na verdade não só a
criminalidade mas vários outros problemas tiveram sua origem, começaram
lá no tempo em que general era presidente.
Alguém aqui viu Cidade de Deus? Aquele filme - que é verídico - mostra como
tudo isso que estamos vivendo hoje começou lá, com os militares, e naquela
época era fácil não só prever onde tudo isso iria dar como também evitar em
grande parte. Mas eles estavam mais preocupados em caçar "terroristas" e
não em bandidos. Ou melhor ainda, em promover uma sociedade mais justa
e mais humana onde o clima de insegurança a que muitos aqui se referem
normalmente não existe.
Cidade de Deus foi construída nos anos 70, e foi também nos anos 70 que permitiram
a ocupação desordenada dos morros no Rio, sem a menor infraestrutura para a população,
sem planejamento urbano para o Rio de Janeiro e a ausência total de um plano de transportes
públicos.
Quando e onde foi gestado o Comando Vermelho, pai e avô dos hoje infames Terceiro Comando,
Amigos dos Amigos, PCC e similares? Durante os anos 70, no presídio para presos políticos da
Ilha Grande. Se procurar direitinho, qualquer um pode ver claramente que muito do que acontece
hoje começou naquela época ou poderia ter sido evitado lá.
Este é um problema do mundo de hoje, que existiria com ou sem ditadura.
Por acaso havia bandidos com Ar-15 antes de 64, durante os vinte anos em
que o Brasil foi uma democracia plena? É uma falácia atribuir algumas coisas
de ruins que existem hoje ao fim do regime militar. Na verdade não só a
criminalidade mas vários outros problemas tiveram sua origem, começaram
lá no tempo em que general era presidente.
Alguém aqui viu Cidade de Deus? Aquele filme - que é verídico - mostra como
tudo isso que estamos vivendo hoje começou lá, com os militares, e naquela
época era fácil não só prever onde tudo isso iria dar como também evitar em
grande parte. Mas eles estavam mais preocupados em caçar "terroristas" e
não em bandidos. Ou melhor ainda, em promover uma sociedade mais justa
e mais humana onde o clima de insegurança a que muitos aqui se referem
normalmente não existe.
Cidade de Deus foi construída nos anos 70, e foi também nos anos 70 que permitiram
a ocupação desordenada dos morros no Rio, sem a menor infraestrutura para a população,
sem planejamento urbano para o Rio de Janeiro e a ausência total de um plano de transportes
públicos.
Quando e onde foi gestado o Comando Vermelho, pai e avô dos hoje infames Terceiro Comando,
Amigos dos Amigos, PCC e similares? Durante os anos 70, no presídio para presos políticos da
Ilha Grande. Se procurar direitinho, qualquer um pode ver claramente que muito do que acontece
hoje começou naquela época ou poderia ter sido evitado lá.
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Re: Militarismo: A era que todos gostariam de rever...
Na Monarquia, no tempo de D. Pedro II, também era muito mais seguro andar nas ruas do Rio de Janeiro
de madrugada. Aliás, o Rio de Janeiro era uma cidade não só segura como belíssima.
Será então que é por causa do fim do monarquia? Se instituirmos novamente um Imperador acaba
a violência no Brasil e o Rio volta a ser lindo?
de madrugada. Aliás, o Rio de Janeiro era uma cidade não só segura como belíssima.
Será então que é por causa do fim do monarquia? Se instituirmos novamente um Imperador acaba
a violência no Brasil e o Rio volta a ser lindo?
Re: Militarismo: A era que todos gostariam de rever...
Pedro Reis escreveu:Saudades dos militares? Dos generais que prendiam e arrebentavam?
Prendiam e arrebentavam quem? Trabalhadores? Vai me dizer que os militares saiam na rua, olhavam uma pessoa e dizia: Vamos nos divertir um pouco e bater e torturar aquele otário ali...
É isso?
Eu garanto para você que nem milhares (eu disse MILHARES) de pessoas que gostariam de ver a policia dando um sumiço no MST.
Pedro Reis escreveu:Da tortura, da censura, da total falta de liberdade, dos milicos mandando e desmandando, dando
"carteiradas" e qualquer majorzinho se achando o rei da cocada preta?
Torturava quem? Já disse, tem muito policial e delegado hoje que tortura e some com os corpos. Basta não ser do clã dele.
Falta de liberdade? De fazer o que? Cheirar cocaína em publico? Fazer sexo em clubes de funk? Se for isso, então era o céu naquela época. Meu pai ia pescar INCLUSIVE num clube militar (e ele era civil), ia em casas de samba (e que qualidade tinham as casas de samba daquela época..). Eu ia em bailinhos por aí, discotecas e tudo o mais. Tínhamos bons programas televisivos culturais como Mundo Animal, Amaral Neto, Concerto para a Juventude, etc.. Liberdade do que afinal? Do Jornalismo da Mirian Leitoa fazer seus discursos pró-Serra? De poder assistir Faustão e BBB 17896475?
Pedro Reis escreveu:De ter um almirante na CBD? O almirante dos cem times no campeonato nacional que quase levou
à falência os grande clubes do Brasil.
Engraçado, pénsei que os "grandes clubes do Brasil" estivessem sendo hoje financiados por empresas privadas...
Futebol = Circo para a massa
Pedro Reis escreveu:E claro, um general na Embratel, um brigadeiro na Embraer, e um milico em qualquer cargo
importante ou de visibilidade neste país para o qual um milico fosse a pessoa menos qualificada.
Mostre=me por favor que hoje é diferente. A não ser claro que você sugira que se privatize a Anatel, o TCU e mais não sei quantos órgãos de fiscalização. Ou que sabe fazer como sugere o Juíz Gilmar FHC Mendes e criemos um órgão de fiscalização da Anatel (Dããã).
Pedro Reis escreveu:Saudade dos senadores biônicos, governadores biônicos, prefeitos biônicos e mais não sei quanto
puxa-sacos corruptos biônicos e do horário eleitoral só com aquelas fotinhos 3x4 dos candidatos
passando durantes duas horas na tv?
Biônicos não? Vejamos o que mudou: Paulo Maluf, conhece? Me disseram que ele foi governador eleito pelo povo em SP. E depois Prefeito. E depois PRefeito. E agora deputado federal. E Delfin Neto, lembra? Se eu não me engano, foi eleito pelo voto popular também. Que coisa não? Como vê, não mudou muito não é mesmo?
Pedro Reis escreveu:Saudades do povo ter que engolir isso tudo sem poder dizer nada, sem poder votar, de ter medo
até de fazer certos comentários com o vizinho?
É...hoje os vizinhos podem comentar...Comentar o que mesmo? Cara, estudei numa escola católica no regime militar e a professora falava abertamente do regime. Está vivinha da silva.
Pedro Reis escreveu:Saudade de ter um professor dedo-duro na sua escola, como eu tive na minha? ( E eu só estava no
primário! Dedo-duro de criancinhas, era até onde ia a paranóia dos milicos. )
Pelo menos tinham professores que ensinavam com qualidade e tinham autoridade. Garanto para você que estes tem saudades daquela época. Já os de hoje, estes que estão apanhando dos alunos, nem tanto pois acham normal...
Pedro Reis escreveu:Saudades do AI-1, 2, 3, 4, 5? Do Dops? Do Fleury?
Fleury? O governador eleito de SP por voto popular? Lembro sim. Bons tempos em que bandido era tratado como bandido...Ah que saudades viu!
Pedro Reis escreveu:Saudade da dívida externa, do FMI e da inflação a 40% ao mês?
Preciso comentar isso ou foi uma piada?
Pedro Reis escreveu:Das pessoas esperarem 5 anos para ter um telefone, mesmo pagando por um quase o preço de um
carro zero?
Vendi minhas ações da Telesp e dividi com minha mãe. Deu uma grana boa.
Pedro Reis escreveu:Carro zero, aliás, era fusca, porque não havia outro. Naquela época o consumidor tinha tanta
liberdade quanto o eleitor. Ou seja, nenhuma. A "indústria nacional" ( leia-se multinacionais
instaladas aqui ) era protegida a despeito dos interesses de todos e produtos industrializados
eram caríssimos, mesmo os que representavam importantes insumos para a economia.
Engraçado, meu pai tinha um lindo Corcel e rodava muito bem. Já industriários tinham Galaxie, Dodge. A classe média alta tinha Opala, Maverick e olha, tem gente que paga uma fortuna para ter um destes hoje em dia. Claro que hoje temos carros populares como o...o...o...qual é mesmo o carro barato de hoje?
Pedro Reis escreveu:Acho que ninguém tem saudades da reserva de mercado de informática, que emperrava todos os
setores da economia, do ensino e da pesquisa, nos mantendo dez anos em atraso com o resto do
mundo e obrigando o consumidor a pagar os olhos da cara por PCs obsoletos "made in Paraguai".
Reserva de INFORMÁTICA???? Viajou na batatinha e escorregou na maionese hein?
Primeiro computador pessoal foi lançado em ...bem...pesquise um pouco vai...

Pedro Reis escreveu:Aquela foi uma época de saudades mas que não deixou saudades, quando se sentia muita falta dos que partiam, ou para sempre, nos porões da ditadura, ou no exílio, para onde iam nossos melhores artistas, escritores, jornalisas, filósofos, professores, praticamente qualquer pessoa decente e com coragem o bastante para se pronunciar contra a usurpação do poder legitimamente constituído deste país.
Cite um jornalista, um filósofo, um escritor decente hoje. Quanto à professores, pensei que eles eram delatores, daqueles do tipo que José Serra está tentando fazer voltar para delatar empresários que permitem fumantes em SEUS ESTABELECIMENTOS PRÓPRIOS. Isso não é ditadura?
Pedro Reis escreveu:Ainda que as estradas fossem melhores é um absurdo que alguém sequer cogite que este seja um
preço que se queira pagar por melhores estradas. Mas não eram!
Eram e todo mundo sabe disso. Não tente se enganar comparando com as estradas administradas pelos presidentes e governadores incompetentes, que tiveram que passar para a iniciativa privada para fazê-lo, sabe-se lá em troca de quê!
Pedro Reis escreveu:Os serviços públicos eram de péssima qualidade e tudo que funcionava
razoavelmente bem no Brasil - é importante que se diga - já funcionava bem ANTES dos militares.
Hã???
Pedro Reis escreveu:Educação, saúde, previdência social, tudo isso que era melhor nos anos 70 era melhor também
antes do golpe de 64. Golpe este que deu início ao sucateamento destes serviços e a situação lastimável
que temos hoje.
Claro claro...Onde fica mesmo as propostas dos políticos que você elegeu sobre SAUDE, EDUCAÇÃO? Repita comigo: Eu gosto de ser enganado"
Pedro Reis escreveu:Com a educação então, nos níveis fundamental, médio e superior, o que o regime militar fez o país vai
demorar cem anos para se recuperar. E talvez com isso perca o trem da História.
Sério? Não é isso que eu ouço dos professores mais velhos. Devem estar gagá...
Pedro Reis escreveu:Sim, é verdade que muitas obras foram feitas. Mal feitas, na verdade, graças a uma linha de crédito
aberta e ilimitada, que o generoso irmão do norte provia para financiar os regimes dos seus testas-de-ferro fardados do sul. Mas logo o financiamento se transformou em endividamento, e em submissão
total ao FMI. Uma dívida aparentemente impagável, que aumentava a cada dia, já que o dinheiro
recebido foi pessimamente empregado, quando poderia ter sido usado para criar uma infraestrutura
de desenvolvimento para o país.
Como das que estão sendo feitas atualmente? Você mora no Brasil?
Pedro Reis escreveu:Mas não, construíram estradas ao invés de ferrovias. Algumas hoje já perdidas para as florestas.
Meu querido: Se eu construir um jardim e ninguém cuidar, o mato toma conta viu!
Pedro Reis escreveu:Japão e Alemanha, países completamente arrasados pela guerra, receberam tanto dinheiro quanto
o Brasil,
Aff...
Pedro Reis escreveu:Olha, saudade eu tenho sim, e muita. De uma época mais tranquila, da cidade arborizada, de ser
criança e soltar pipa e jogar bola. Da música, do Maracanã lotado ( de gente na arquibancada e
de craques no gramado ), de não ter engarrafamentos, das praias limpas, da minha inocência e
de um monte de outras coisas que existiram a despeito dos militares, e não por causa deles.
Pois é. Você é milico e não sabe...
Editado pela última vez por Johnny em 10 Abr 2009, 18:31, em um total de 4 vezes.
"Tentar provar a existencia de deus com a biblia, é a mesma coisa q tentar provar a existencia de orcs usando o livro senhor dos aneis."


Re: Militarismo: A era que todos gostariam de rever...
Fernando Silva escreveu:Parentes meus foram presos e exilados (ninguém morto ou torturado).
Mas, como você disse, eu era um adolescente e estava mais preocupado com minha vida e meus estudos.
Não sentia um clima opressivo à minha volta.
Ao contrário de hoje, não tinha medo de andar na rua, mesmo de madrugada.
Fernando, sei que a pergunta pode ser inapropriada, mas poderia dizer por quê eles foram exilados? Algo como participação de protestos?
"Tentar provar a existencia de deus com a biblia, é a mesma coisa q tentar provar a existencia de orcs usando o livro senhor dos aneis."


Re: Militarismo: A era que todos gostariam de rever...
Pedro Reis escreveu:Não vamos esquecer que a criminalidade nada tem a ver com a democracia.
O que tem a ver então? Botar a policia militar pra correr atrás de donos de boates por ter um fumante que não quis apagar o cigarro?
Pedro Reis escreveu:Este é um problema do mundo de hoje, que existiria com ou sem ditadura.
Achismo. Naquela época não tinha e ponto final. Se aumenta descaradamente hoje é porquê seus lindos governantes democráticos são uma bosta de incompetentes.
Pedro Reis escreveu:Por acaso havia bandidos com Ar-15 antes de 64, durante os vinte anos em
que o Brasil foi uma democracia plena? É uma falácia atribuir algumas coisas
de ruins que existem hoje ao fim do regime militar. Na verdade não só a
criminalidade mas vários outros problemas tiveram sua origem, começaram
lá no tempo em que general era presidente.
Falácia é mostrar só um lado da moeda.
Pedro Reis escreveu:Alguém aqui viu Cidade de Deus?
Sim. Já iuviu falar nas centenas de favelas que se propagam ano a ano hoje em dia?
Pedro Reis escreveu:Aquele filme - que é verídico
O cinema brasileiro precisa de produções criativas e não uma cópia do Jornal Nacional. É inaceitável que o personagem principal do filme seja o seqüestrador que disseminou pânico no Rio de Janeiro no ano de 2000. Por que não contar a história de vida da professora que foi assassinada no desfecho do seqüestro? Por que não contar a história das pessoas de bem desse país? Por que não dá Ibope - Da Globo...
Pedro Reis escreveu:tudo isso que estamos vivendo hoje começou lá, com os militares, e naquela
época era fácil não só prever onde tudo isso iria dar como também evitar em
grande parte.
Com é fácil hoje. Basta ter vontade. Coisa que seus amados políticos honestos da Democracia não tem.
Pedro Reis escreveu:Mas eles estavam mais preocupados em caçar "terroristas" e
não em bandidos.
Hoje estão mais preocupados em botar a PM nas ruas para multar carros, ficarem parados em semáforos, prender donos de boates e mais um monte de idiotícies. Com já disse, mudou para PIOR.
Pedro Reis escreveu:Ou melhor ainda, em promover uma sociedade mais justa
e mais humana onde o clima de insegurança a que muitos aqui se referem
normalmente não existe.
E hoje existe? Conta outra rapaz!
Pedro Reis escreveu:Cidade de Deus foi construída nos anos 70, e foi também nos anos 70 que permitiram
a ocupação desordenada dos morros no Rio, sem a menor infraestrutura para a população,
sem planejamento urbano para o Rio de Janeiro e a ausência total de um plano de transportes
públicos.
Em 2000 Chico Amaral foi eleito prefeito de Campinas. Ele deixou invadir uma área industrial que causou um prejuíso sem precedentes na história de Campinas. Volto a perguntar: O que mudou rapaz?
Pedro Reis escreveu:Quando e onde foi gestado o Comando Vermelho, pai e avô dos hoje infames Terceiro Comando,
Amigos dos Amigos, PCC e similares? Durante os anos 70, no presídio para presos políticos da
Ilha Grande. Se procurar direitinho, qualquer um pode ver claramente que muito do que acontece
hoje começou naquela época ou poderia ter sido evitado lá.
E já que começou lá atrás, os democráticos não tem nada a ver com isso e vamos deixar rolar. Quem sabe a cidade se arma e se exterminam. Ah, mas acho que não vai dar pois estavam até querendo proibir as armas civis, não é?
É...mudou muito mesmo!
Mas PARA PIOR!
"Tentar provar a existencia de deus com a biblia, é a mesma coisa q tentar provar a existencia de orcs usando o livro senhor dos aneis."


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Re: Militarismo: A era que todos gostariam de rever...
Luiz Carlos Querido escreveu:Fernando Silva escreveu:Parentes meus foram presos e exilados (ninguém morto ou torturado).
Mas, como você disse, eu era um adolescente e estava mais preocupado com minha vida e meus estudos.
Não sentia um clima opressivo à minha volta.
Ao contrário de hoje, não tinha medo de andar na rua, mesmo de madrugada.
Fernando, sei que a pergunta pode ser inapropriada, mas poderia dizer por quê eles foram exilados? Algo como participação de protestos?
Um tio era da Petrobras e cismou de reclamar. Passou vários meses preso num quartel da PM. Fui visitá-lo. Ele tinha liberdade para circular pelo quartel.
Outro tio era político, foi considerado ativista de esquerda e o exilaram com a família toda para a Argélia. Ficou preso por uns meses, mas depois foi solto e viajou em liberdade. Lembro-me de que ele passou lá em casa para se despedir. Só voltou com a anistia.
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Re: Militarismo: A era que todos gostariam de rever...
Luiz Carlos Querido escreveu:Pedro Reis escreveu:Das pessoas esperarem 5 anos para ter um telefone, mesmo pagando por um quase o preço de um carro zero?
Vendi minhas ações da Telesp e dividi com minha mãe. Deu uma grana boa.
Se você não se importa de esperar 5 anos por um telefone, tudo bem.
Procure ver o lado bom das coisas...
Hoje em dia, se eu não me engano, você vai à loja da esquina e sai com o telefone funcionando na mão.
E qualquer pé-rapado compra.
Luiz Carlos Querido escreveu:Pedro Reis escreveu:Carro zero, aliás, era fusca, porque não havia outro. Naquela época o consumidor tinha tanta liberdade quanto o eleitor. Ou seja, nenhuma. A "indústria nacional" ( leia-se multinacionais instaladas aqui ) era protegida a despeito dos interesses de todos e produtos industrializados eram caríssimos, mesmo os que representavam importantes insumos para a economia.
Engraçado, meu pai tinha um lindo Corcel e rodava muito bem. Já industriários tinham Galaxie, Dodge. A classe média alta tinha Opala, Maverick e olha, tem gente que paga uma fortuna para ter um destes hoje em dia. Claro que hoje temos carros populares como o...o...o...qual é mesmo o carro barato de hoje?
Os carros não eram melhores, nós é que não tínhamos opção e éramos menos exigentes.
Só tivemos carros com ignição e injeção eletrônica muito depois do resto do mundo, e isto porque era proibido importar qualquer coisa que tivesse um microprocessador: podia "destruir" a indústria nacional.
Quanto ao preço, ou os pobres ficaram ricos ou os carros estão mais baratos. Gostaria que o preço subisse. Talvez diminuíssem os engarrafamentos.
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Re: Militarismo: A era que todos gostariam de rever...
Luiz Carlos,
A sua "argumentação é tão sem lógica que é até difícil comentar. Basicamente eu poderia apenas nomear as falácias primárias em que você incorre, porque praticamente tudo que você diz se resume a isso.
Agora entendo porque você é uma viúva da ditadura: porque não pensa direito.
Porque evidentemente qualquer pessoa com um mínimo de clareza e discernimento percebe que um regime ditatorial, imposto por um golpe de estado, à força, para derrubar um governo escolhido pela vontade popular, e durante 20 anos odiado, desprezado, e ridicularizado pelo povo que governou, e que acabou caindo de podre, incapaz de se sustentar sobre as próprias pernas, deixando o país em uma situação caótica em todos os setores, principalmente o econômico, totalmente endividado, nas mãos do FMI, com índices de inflação até então inéditos na história do Brasil, qualquer um entende que um governo como esse, um governo assassino que sequestrou, torturou e matou milhares de pessoas, não deixou saudades em ninguém a não ser naqueles que mamavam nas tetas da corrupção desenfreada dos militares e dos que gozavam do "prestígio" desprezível e desprezado de usar um uniforme naqueles dias.
Sim, trabalhadores, pais de família, estudantes, professores, intelectuais, religiosos, qualquer um que discordasse do regime. Pensar diferente era crime. Manifestar essa opinião: risco de vida. Prendiam e arrebentavam gente como o jornalista Vladimir Herzog, espancado até a morte, covardemente, nas dependências do DOI-CODI.
E por qual crime não se sabe. Talvez só o torturador covarde saiba baseado em quê ele julgou, proferiu a sentença e executou-a com requintes de barbaridade, sem dar a vítima direito de defesa. Covarde que era sabendo que protegido seria pelos seus superiores militares, como de fato foi. Talvez ele tenha pensado que não gostava das idéias do Herzog, e que como ele pudessem existir milhares ( eu disse MILHARES ) de outros que também não gostassem, então para esse deformado moral e de caráter, possivelmente um pisocopata a serviço do Estado, isso era motivo suficiente. Então decidiu
que gostaria de dar "um sumiço" naquele ser humano indefeso ali na sua frente e deu. Simplesmente deu.
E assim um jornalista um dia saiu de casa para dar um simples depoimento e nunca mais voltou.
Da mesma forma o Geraldo Vandré quase foi outro que também não voltou. E só porque fez uma música. Motivo suficiente para ter sido preso e torturado até quase ficar louco.
Basicamente é por isso que em todas as épocas e em todos os lugares os povos lutam para viver em democracias. Para poderem viver sob a segurança do império da lei,porque nas ditaduras, sejam de que viés forem, as pessoas sempre estão sujeitas aos caprichos de homenzinhos pequenos, covardes e baixos, que se sentindo impunes estão dispostos a brincar de deus, dando "sumiço" em qualquer coisa ou qualquer um que eles não gostem, assim sem lei, sem julgamento, sem discussão, como se fossem iluminados pela Verdade Absoluta e possuidores do direito divino de impor esta verdade a todos os outros e por qualquer meio, digno ou indigno, e sempre de acordo com seus próprios interesses.
Normalmente este é o tipo de gente que em uma democracia fica chorando pelos cantos, amargurado, se sentindo um peixe fora d´água por não saber conviver com o Estado de Direito, os pensamentos diferentes e as opiniões contrárias, com saudade do tempo em que ele estava sempre certo simplesmente porque todos eram proibidos de mostrar o quanto ele estava errado.
Claro que há muito policial que tortura e mata. Mas perante a Lei quem faz isto é criminoso, e não importa se é delegado ou traficante quem tortura e assassina se julgado e condenado cumpre a mesma pena.
Na ditadura não. O policial pode cometer esses crimes garantido pelo Estado, porque, aberração das aberrações, em uma ditadura militar como a que se locupletou durante 20 anos neste país, crimes hediondos como estes sequer são crimes e são cometidos com o conhecimento dos superiores e a aquiescência das autoridades. E seus autores, claro, não são punidos. Ao contário, são recompensados.
Os princípios mais fundamentais do Direito, sem os quais qualquer idéia de Justiça é impossível, como o de
que todos são iguais perante a lei e que qualquer um tem direito a um advogado e um julgamento justo, em uma ditadura simplesmente não existem.
E se até hoje você não foi capaz de se dar conta de um diferença tão básica e tão importante como essa
então realmente não há muito o que discutir.
De fato esse tipo de argumentação chega a ser sem pé nem cabeça. Para não dizer infantil.
Então porque os milicos não proibiram o samba e a pesca havia um paraíso de liberdade no país.
Os jornais, o cinema, a música, a tv, as peças teatrais tudo era submetido à censura prévia e qualquer cidadão só podia se expressar se o seu discurso fosse agradável aos militares. ( Como se eles, os milicos, tivessem este direito! Como se não fosse um absurdo e uma afronta a simples idéia de que algo assim possa ser imposto a qualquer um de nós. )
Milhares de livros estavam proibidos, as associações estudantis foram dissolvidas e impedidas de se manifestarem, seus líderes presos, perseguidos, o mesmo acontecendo com os sindicatos e associações de classes. Reitores comprometidos com o governo foram postos nas universidades para reprimir dissidências e muitos bons professores perdiam seus empregos. Trabalhadores não podiam fazer greve nem nenhum tipo de manifestação, não importando o quão precárias ou injustas fossem suas condições de trabalho. ( É claro que os patrões não achavam ruim ).
Políticos foram cassados apenas por proferirem determinados discursos em plenário.
É necessário dizer que todos estes eram tão brasileiros quanto os militares e que tinham direito às suas convicções e a expressarem seus pontos de vista tanto quanto qualquer outro brasileiro?
Talvez você, por ser vaquinha no presépio de generais, não se sentisse cerceado e apreciasse a plena liberdade que teve para balançar a cabeça afirmativamente e sempre dizer sim. Mas infelizmente o país não se resumia ao seu umbigo e havia 130 milhões de outros que não se sentiam da mesma forma.
Para ter uma idéia meu pai estava iniciando no serviço público em 64 e muita gente foi presa e perdeu o emprego só porque encontraram certos livros em seus gabinetes. Outros se deram mal devido à delação, que muitas vezes era até infundada, motivada por inveja ou cobiça, o que deixava todos inseguros, sem saber em quem se podia confiar.
Realmente era um maravilhoso clima de liberdade que se vivia no Brasil.
Mas sambar e pescar podia? Ah, então tava tudo bem...
Mas ainda assim o Luiz Carlos pergunta: "Liberdade pra quê?".
Bom, que tal liberdade para acessar qualquer conteúdo que você quiser e se expressar na internet. Liberdade para se criar e participar de um fórum como este.
Ou você acha que isso seria possível no tempo da ditadura? Acha que a internet não seria proibida ou restrita assim como é em todos os últimos regimes totalitários como China e Cuba, por exemplo?
Bom, talvez você não dê nenhum valor a isso. Talvez todas as suas mais sofisticadas aspirações intelectuais
possam ser preenchidas apenas com os programas do Amaral Neto.
Problema seu! Alguns se contentam mesmo com pouco. Nesse caso não acesse a internet, cancele o provedor, jogue o seu cable modem pela janela, faça o que você quiser, só não se ache no direito de saber o que é melhor para os outros e muito menos de achar que pode impor seus gostos, valores, pontos de vista e preferências de forma ditatorial e covarde às outras pessoas.
É como disse antes: não tem nem um arremedo de lógica!
Como o fato dos clubes hoje fazerem contratos de patrocínio, assim como em qualquer outro lugar do mundo, torna menos absurdo que os militares tenham imposto a uma entidade privada como a CBD, a intervenção de um almirante que nada entendia de futebol, e que bem no espírito de "circo para as massas" tenha usado e abusado do esporte para as demagogias do regime e com isso quase levando os clubes à falência?
O futebol no Brasil é mais que circo e ópio do povo. É uma expressão cultural, uma reinvenção do brasileiro
que imprimiu nela o seu jeito de ser e projetou para o mundo a nossa brasilidade como uma coisa positiva,
bonita, mas que também podia ser eficiente e vitoriosa. Sem dúvida o futebol fez mais para o orgulho
nacional e a consciência cívica do povo brasileiro que todos os entediantes desfiles de 7 de setembro
promovidos pelos milicos onde milhares de estudantes bocejantes marchavam de manhã a contragosto amaldiçoando o Figueiredo, o Mèdici e o Geisel.
Exatamente por isso os militares quiseram pegar uma carona no futebol. O slogan era: "Onde a ARENA vai mal mais um time no nacional." Assim o Heleno Nunes enfiou quase cem clubes no campeonato brasileiro tornando esta a competição esportiva mais deficitária do planeta e quebrou financeiramente os nossos clubes, que antes de 64 competiam em pé de igualdade em poder econômico mesmo com os grandes clubes da Europa.
Esse é um exemplo do tipo de coisas que acontecem em ditaduras. No Iraque o filho do Saddan Hussein era o presidente da Federação e dava chibatadas nos jogadores. Na Coréia do Norte é o filho do Kim Jong-iL quem convoca e escala e aqui era um almirante e seu campeonato com uma centena de times para a alegria dos políticos da ARENA.
Por isso que aqui no Brasil, no Iraque ( e um dia também será na Coréia ) ninguém tem saudade dessa porcaria.
Não duvido. Afinal essa era uma empresa lucrativa. Vendia telefone a preço de apartamento, não tinha
concorrência por decreto, oferecia os piores serviços e ainda assim podia cobrar o quanto quisesse
dos poucos felizardos que tinham condição de adquirir uma linha telefônica após esperarem dez anos
na fila.
Mas você e sua mãe ganharam algum dinheiro né? Então estava tudo ótimo.

Estou muito certo que qualquer um que tenha nascido nos anos 70 lembra muito bem que em qualquer rua
de qualquer cidade do Brasil nove de cada dez automóveis eram fuscas.
Sorte do seu pai ter um corcel mas o seu próprio comentário dá a medida exata da "enorme" variedade de
opções que tinha o consumidor no tempo da ditadura. Se fosse classe média ALTA podia, você mesmo admite, optar entre opala e maverick.
Já um industriário, um cara assim como o Antônio Ermírio de Moraes, tinha cacife suficiente para escolher
qualquer uma das 5 cores disponíves de um galaxie ou de um dodge.
Mas a maioria, da classe média pra baixo, andava mesmo era de Mercedez. E com motorista!
Motorista e trocador. De "buzão", porque mesmo o reles fusquinha era pra poucos. Se hoje carro popular só é popular no nome durante a ditadura o monopólio e a falta de concorrência fazia que mesmo o trânsito de uma grande cidade fosse tranquilo, muito diferente do inferno de hoje, quando em cidades como Rio e São Paulo já há quase um automóvel por habitante.
Você pode até não se lembrar mas os outros não esqueceram que com tudo era assim: uma única marca de tênis, de sabonete, de pasta de dente, de refrigerante, de panela, de geladeira, etc... E tudo caríssimo porque sem concorrência é o que acontece, dizem as teorias econômicas.
O argumento do governo era de que precisava-se proteger a "indústria nacional". Mas nenhuma destas marcas era nacional. Pelo contrário, foi durante a ditadura que a única fábrica automotiva brasileira que já existiu fechou suas portas: a FNM.
Pesquisar é uma boa idéia já que a sua memória seletiva parece estar falhando. Se tivesse
feito isso saberia que a desastrosa reserva de mercado foi um projeto engendrado pelos
milicos nos anos 70 e a Lei de Informática aprovada no apagar das luzes do regime militar
em 1984.
Mas por falar em pesquisa veja o que diz a Wikipédia.
Certamente, pelo que você já expressou até agora, os jornalistas, escritores e filósofos que eu admiro não seriam considerados decentes por você. ( O que pra eles é até elogio ). Nem me arrisco a perguntar mas talvez pra você, no Brasil, filósofo mesmo só exista o Olavo de Carvalho. ( Ou ainda o Golbery... )
Mas de qualquer forma isso não tem a menor importância já que a sua observação - pra variar - não faz nenhum sentido mesmo. Se tinha tanta gente boa como Chico Buarque você acha que isso se deveu ao enorme fomento à cultura dado pela ditadura militar?! :-O
Hahahahahahahahahahahahaha! Eu tenho até que rir, isso é patético! A sua argumentação não tem nenhuma lógica. Cada vez compreendo mais porque você tem saudade de uma ditadura que lhe foi imposta e porque você crê que seja mais vantajoso que uma junta militar escolha sempre entre eles o governante do país ao invés das pessoas decidirem através do voto quais são as propostas que vêm ao encontro de seus interesses. E que também através do voto tenham a oportunidade até de mudarem de idéia caso estes interesses não sejam atendidos.
É porque você não raciocina!
O tipo de "argumento" que você usa só prova a sua imensa dificuldade para o raciocínio lógico.
Deixa ver se eu consigo te ajudar a pensar. Vamos inverter a sua questão: me cite um único intelectual
DECENTE daquele período que não fosse contra o regime militar. E quando digo "decente" é tanto no sentido de estatura intelectual quanto no de caráter, em relação aos seus atributos de homem.
Conseguiu pensar em algum? Bem, que conclusão lógica você pode tirar disso?
( A menos que você considere o Olavo de Carvalho decente em qualquer um dos dois sentidos supra-citados. )
Sem dúvida havia escritores e filósofos decentes nos anos 60, 70 e 80. Pena que todos estivessem sendo
perseguidos, cerceados e exilados pela ditadura! Pena que os brasileiros não pudessem ter acesso a
grande parte do que estes escritores e filósofos decentes produziam porque eram simplesmente proibidos
pela ditadura.
E jornalista decente era justamente o que estava lutando contra a censura para cumprir o seu dever profissional de informar esse tipo de coisa aos seus leitores!
O Herzog era um jornalista decente e acabou morto de pancada em um porão do DOI-CODI. De fato era uma maravilha o regime militar.
Os seus argumentos são tipo assim: " Durante o militarismo não havia o aquecimento global. LOGO a
democracia é responsável pelo aquecimento do planeta e a volta dos generais ao poder reduziria a
concentração de CO2 na atmosfera."
( Aliás, nem sei como você deixou passar este. )
Ai meu deux, realmente é cansativo conversar com quem não raciocina. Se todos os professores fossem delatores o regime não precisaria de professores delatores. Afinal, nesse caso, eles iriam delatar quem?
Mas houve sim, uma minoria infiltrada de canalhas que se dispuseram a esse papel desprezível. Na escola
mesmo onde cursei o primário tinha um e todo mundo sabia quem era.
Mas o irônico é você não achar vil que uma pessoa faça carreira dedurando veladamente colegas de trabalho que não pensavam alinhados com o regime e ao mesmo tempo se revoltar com qualquer cidadão que, abertamente, informe o descumprimento de uma lei democraticamente aprovada e que vem ao encontro dos interesses da maioria.
Aqui os seus dois pesos explicam muita coisa. Você considera moralmente aceitável dedurar aos órgãos de
repressão qualquer dissidência ideológica e ao mesmo tempo deplorável informar às autoridades a violação
da Lei, como, por exemplo, um assalto a banco. Pelo menos nos casos em que o ladrão tenha sido você.
Talvez o problema todo seja você não compreender os conceitos de democracia e ditadura. A confusão que você faz entre estas duas coisas tão opostas.
Uma lei anti-fumo foi proposta, votada e aprovada supostamente porque atende aos anseios da maioria não fumante. Talvez não atenda AOS SEUS anseios particulares e se você fosse um general nos anos 80 resolveria isso facilmente com uma simples "carteirada", mas hoje vai ser um pouco mais complicado. Se a lei for ruim e ditatorial como você acredita, no sentido de não atender os interesses da maioria, então logo surgirão alguns políticos de olho nos votos dessa maioria dispostos a mudar a lei e a lei é alterada.
Mas, se ao contrário, a imensa maioria das pessoas não fuma e não suporta jantar em um restaurante
impregnado de fumaça nesse caso ocorre em democracias que este interesse da maioria costuma ser
respeitado, diferentemente do que você estava acostumado no tempo da ditadura.
É assim que se vive de forma civilizada em sociedade.
Qual parte disso até hoje você não conseguiu entender?
Ditadura não é isso, ditadura é diferente. É o AI-5, que o congresso não votou, que ninguém queria,
que ninguém gostava, e mesmo assim ninguém podia mudar.
Quanto ao resto que você diz a sua memória só pode estar falhando. Procure se lembrar bem de como
e por quê o regime caiu de podre. Por quê, apesar do imenso aparato policial de repressão, não foi
possível manter o regime de tão ruim, incompetente e impopular que se tornou. Será que você se
esqueceu mesmo dos comícios e passeatas com mais de um milhão de pessoas no Rio e em São Paulo,
e em várias capitais do país?
Talvez você vivesse em outro mundo naquela época mas esse nível de insatisfação popular mostra bem o que no final nem o DOPS, o DOI-CODI e o SNI conseguiam reprimir, mostra como o os militares administraram bem o país e o quanto as pessoas gostavam da ditadura nos anos 80.
Será que vc não se lembra mesmo que enormes pedaços da transamazônica, que consumiu rios de dinheiro e ajudou a endividar o país, já haviam desaparecido? Você não se lembra do estado lastimável das estradas, do abandono da ponte Rio-Niterói e das barcas, da RFFSA, do caos e da ineficiência dos transportes públicos, principalmente das empresas estatais. Muito pior do que hoje, depois da privatização, considerando que naquela época a demanda era muito menor.
Você realmente esqueceu de como o Brasil estava cem anos atrasado em telecomunicações e da porcaria que era o nosso sistema de telefonia?
Você não tem mesmo memória de como o protecionismo às multinacionais instaladas aqui durante o regime militar nos vedava o acesso a produtos de qualidade e baixo custo que depois que pudemos tê-los
melhoraram muito a nossa qualidade de vida?
Lembra de como o cinema era uma droga quando mamava nas tetas da estatal Embrafilme, às custas do nosso dinheiro, enquanto hoje comumente temos filmes de qualidade concorrendo até ao Oscar.
E foi também durante o regime ditatorial que se aprofundaram a concentração de renda e a desigualdade
social.
Será possível que você não se lembre que o sistema educacional de bom nível que os militares pegaram em
64 só foi piorando durante os vinte anos seguintes de ditadura e que nos anos 80 ninguém mais da classe
média punha seus filhos em escola pública? Idem em relação a previdência social, idem em relação ao
sistema público de saúde.
Ou a sua memória seletiva esqueceu que estas coisas já eram boas antes de 64, quando o país era uma democracia, que não melhoraram nada com os militares mas ao contrário só degeneraram progressivamente?
Esqueceu também de como os serviços públicos pioraram com os militares, de como os Detrans se converteram em um caos administrados por máfias e um cidadão não conseguia uma carteira de motorista sem pagar mesmo que estivesse disposto a fazer a prova? Das filas nos Banerjs, na Caixa, e em qualquer banco estatal onde o cidadão infeliz fosse obrigado a manter uma conta?
Não se lembra também que a criminalidade e o processo de favelização era maior nos anos 70 que foi nos
anos 60, e por sua vez já era maior nos anos 80 do que havia sido na década anterior mostrando a falência
do projeto social dos militares e indicando a tendência de agravamento dos contrastes sociais que
são a origem e a causa real de toda essa insegurança que vivemos hoje?
Foi durante o governo dos milicos que o Comando Vermelho foi gestado. Foi lá que ele se formou e durante a ditadura o tráfico de drogas e o crime organizado só cresceram. Porque devemos acreditar que esta tendência teria se revertido caso os corruptos e incompetentes militares tivessem se mantido até hoje no poder?
Naquela época teria sido viável e fácil executar um planejamento de ocupação urbana no Rio e em São Paulo, com a construção áreas habitacionais na periferia integradas a eficientes sistemas de transportes ferroviários e metroviários, impedindo o caos da favelização que ocorreu nestas cidades e a qualidade de vida sub-humana a que estão submetidas as populações carentes empurrando nossos jovens para a criminalidade.
Mas ao invés disso os militares preferiram gastar dinheiro de empréstimos com aviõzinhos de guerra e navios, e estradas pra lua, usando os recursos e o crédito a que tiveram acesso com absoluta incompetência, endividando profundamente o país, perdendo a oportunidade de desenvolver uma infraestrutura que permitisse o Brasil crescer e pagar a dívida. Essa infraestrutura foi tão mal planejada que até hoje o nosso custo produtivo ( o chamado custo Brasil ) é o maior entre todos os países emergentes, perdendo até para a Ìndia.
Eu me lembro também muito bem de como toda esta incompetência resultou no final do regime militar em uma divída externa impagável, com juros exorbitantes, e que os milicos recorriam ao FMI para pegar dinheiro apenas para poder pagar os juros, aumentando cada vez mais a dívida. E a falência do Estado era tão iminente e profunda que o governo já não arrecadava o suficiente para os seus gastos sendo obrigado a produzir irresponsavelmente papel moeda para pagar suas contas dando origem a um galopante processo inflacionário, que acabou explodindo logo em seguida em hiperinflação, no governo Sarney.
Na democracia a inflação foi controlada. Na democracia a dívida foi paga.
Infelizmente outros sérios problemas que tiveram sua origem nos governos militares, como o aprofundamento
dramático da desigualdade social e a desassistência dos menos favorecidos, que desembocaram nesse estado de
violência urbana que temos hoje, a sociedade civil ainda não foi capaz de resolver.
E não vai resolver enquanto não entender que a solução passa necessariamente por uma ação social, e não apenas por repressão. Porque os demagogos durante anos disseram aqui no Rio que era só uma questão de pôr o exército nas ruas, nas favelas. Pois bem, o exército finalmente foi para as ruas, subiu os morros e o que adiantou?
Nada! Não demorou muito e o exército foi obrigado a bater em retirada, derrotado e humilhado, evidenciando a impotência dos militares para lidar com um problema que eles mesmos gestaram. Além do mal estar que a evidente ineficácia dessas operações estava causando ao comando do exército os generais logo se deram conta que seus soldados e oficiais estavam sendo cooptados pelo tráfico, corrompendo a tropa, e acharam melhor retornar os contingentes aos quartéis antes que a desmoralização fosse ainda maior.
Mas ainda assim os imbecis apologistas da truculência continuam dizendo que é só uma questão de pôr o tanque na favela, de deixar os policiais corruptos e mal preparados matarem quem eles quiserem nas comunidades carentes sem dar satisfação a ninguém para resolver o problema. São tão néscios que ignoram que se fosse por isso o Brasil deveria ser um país mais tranquilo que a Suíça. Porque a nossa polícia é a que mais mata no mundo. Particularmente a ROTA de São Paulo é a polícia que mais mata no mundo.
No Rio de Janeiro o BOPE também não entra na favela para prender ninguém, só para matar e o Secretário de Segurança já chegou até a instituir uma infame "gratificação faroeste", onde o policial recebia um extra por cada cadáver produzido. Não é preciso dizer que nunca se matou tanto como nessa época e mesmo assim a criminalidade não ficou nem um tantinho menor por causa disso. Apesar de, possivelmente, que muitos ladrões de galinha pé-de-chinelo, e até trabalhadores e inocentes tenham morrido no lugar de bandidos perigosos.
Mas o idiota não se preocupa com isso porque o filho dele não vive em uma comunidade carente e não corre o risco de ser apressadamente confundido com um marginal por algum policial naquele mês muito a fim de complementar o orçamento. Essa gente, que muitas vezes quer se pretender cristã e religiosa, tem esse nível de respeito pela vida, pela paz e pelos direitos dos outros. Porém não é apenas moralmente reprovável, é burro porque não funciona!
Se você for em qualquer favela vai ser difícil encontrar um bandido com mais de 20 anos. A maioria é adolescente.
Onde estão os mais velhos? Reposta: morreram.
No Brasil a pena de morte já existe e é aplicada de maneira informal e indiscriminada. Cada menino de 12 anos que entra pro tráfico ocupa a vaga de um outro de 16 que foi morto e sabe disso. Sabe que ele também não dura mas isso não parece estar inibindo muito a criminalidade.
E nem com a apresentação de todos estes dados os QIs de ameba conseguem realizar as óbvias inferências
necessárias.
Luiz Carlos, os seus argumentos, todos, basicamente se resumem a uma única falácia de nome complicado mas muito fácil de entender: a falácia do Cum Hoc Ergo Propter Hoc.
Essa falácia consiste em supor que dois acontecimentos, por terem ocorrido concomitantemente, possuem uma relação de casualidade entre eles. Particularmente tudo que ocorreu após 1984 e que por acaso você não goste atribui ao Estado de Direito e às liberdades democráticas. É ridículo! Se um asteróide tivesse atingido a Terra neste meio tempo você culparia as eleições diretas para presidente da república?
Seria cômico, não? Mas incrivelmente é assim que você raciocina.
Veja o exemplo abaixo.
Ora, a criminalidade e a violênica é um problema complexo e que vem aumentando nos últimos 25 anos no mundo todo. No caso do Brasil tem muito a ver com a desigualdade social, com a falta de perspectiva e oportunidades das camadas mais pobres e com a baixíssima qualidade de vida nas comunidades carentes. Problemas estes que são reflexos do tipo de projeto implementado durante vinte anos neste país pelos governos militares.
Por falar em "mostrar só um lado da moeda" sua falácia fica ainda mais evidente quando você se esquece que em 64, quando os militares assumiram depondo um governo democrático, a criminalidade era muito menor e as cidades muito mais seguras do que quando eles tiveram que deixar o poder vinte anos depois, em 84.
Todos os índices de criminalidade eram maiores em 84 que em 64. Quando os milicos deixaram o poder estava difundido o tráfico de drogas, mas quando eles entraram em 64 deporam um governo democrático onde esse problema não existia. Também não havia sequestros, crime organizado, tráfico internacional de armas, Comando Vermelho e facções criminosas com influência nos presídios. Mas tudo isso existia quando os militares deixaram o poder duas décadas depois. A violência só fez aumentar, e em todo país, durante todo o tempo em que generais governaram isso aqui. E não só a criminalidade e a violência, ou você vai negar que a corrupção também ( inclusive a policial ) só aumentou também durante o regime militar?
Então, meu caro, se você quiser ser coerente com tudo que disse acima é obrigado a concluir que BOSTA mesmo foram os militares, e que era muito melhor na democracia que havia antes, quando nossos pais e avós podiam dormir com as janelas abertas e sem preocupações.
Veja as contradições risíveis em que você se mete com estes raciocínios simplórios e essa análise superficial das coisas.
Sim, as favelas estão aumentando e hoje são um problema muito mais difícil de resolver que quando começou em meados da década de 60. Mas você acha que nós resolveremos o problema simplesmente acabando com as eleições??!!
Se os militares foram incompetentes para lidar com isso quando era muito mais simples porque não seriam
incompetentes agora? Se os militares, que quando assumiram o poder herdado de governos eleitos encontraram os nossos grandes centros urbanos muito mais calmos e seguros e não foram capazes de mantê-los assim, porque agora seriam capazes de lidar com uma situação de segurança pública muito mais difícil e complexa?
Eu já mencionei o fiasco e a impotência do exército quando recentemente foi empregado no combate ao tráfico no Rio de Janeiro e acho que esse é um bom exemplo.
É evidente que tirar a liberdade das pessoas além de não resolver nenhum problema ainda cria e agrava muitosoutros. Razão pela qual não há nenhum exemplo de ditadura na História, seja de esquerda ou de direita, que tenha sido próspera a não ser por curtíssimos espaços de tempo e que não tenha terminado fracassada e rejeitada pela maioria absoluta do povo que foi vítima da sua tirania.
Mas quantas vezes mais esssa história precisará ser repetida para que algumas pessoas se convençam e aprendam finalmente a lição?
A sua "argumentação é tão sem lógica que é até difícil comentar. Basicamente eu poderia apenas nomear as falácias primárias em que você incorre, porque praticamente tudo que você diz se resume a isso.
Agora entendo porque você é uma viúva da ditadura: porque não pensa direito.
Porque evidentemente qualquer pessoa com um mínimo de clareza e discernimento percebe que um regime ditatorial, imposto por um golpe de estado, à força, para derrubar um governo escolhido pela vontade popular, e durante 20 anos odiado, desprezado, e ridicularizado pelo povo que governou, e que acabou caindo de podre, incapaz de se sustentar sobre as próprias pernas, deixando o país em uma situação caótica em todos os setores, principalmente o econômico, totalmente endividado, nas mãos do FMI, com índices de inflação até então inéditos na história do Brasil, qualquer um entende que um governo como esse, um governo assassino que sequestrou, torturou e matou milhares de pessoas, não deixou saudades em ninguém a não ser naqueles que mamavam nas tetas da corrupção desenfreada dos militares e dos que gozavam do "prestígio" desprezível e desprezado de usar um uniforme naqueles dias.
Prendiam e arrebentavam quem? Trabalhadores? Vai me dizer que os militares saiam na rua, olhavam uma pessoa e dizia: Vamos nos divertir um pouco e bater e torturar aquele otário ali... É isso? Eu garanto para você que nem milhares (eu disse MILHARES) de pessoas que gostariam de ver a policia dando um sumiço no MST.
Sim, trabalhadores, pais de família, estudantes, professores, intelectuais, religiosos, qualquer um que discordasse do regime. Pensar diferente era crime. Manifestar essa opinião: risco de vida. Prendiam e arrebentavam gente como o jornalista Vladimir Herzog, espancado até a morte, covardemente, nas dependências do DOI-CODI.
E por qual crime não se sabe. Talvez só o torturador covarde saiba baseado em quê ele julgou, proferiu a sentença e executou-a com requintes de barbaridade, sem dar a vítima direito de defesa. Covarde que era sabendo que protegido seria pelos seus superiores militares, como de fato foi. Talvez ele tenha pensado que não gostava das idéias do Herzog, e que como ele pudessem existir milhares ( eu disse MILHARES ) de outros que também não gostassem, então para esse deformado moral e de caráter, possivelmente um pisocopata a serviço do Estado, isso era motivo suficiente. Então decidiu
que gostaria de dar "um sumiço" naquele ser humano indefeso ali na sua frente e deu. Simplesmente deu.
E assim um jornalista um dia saiu de casa para dar um simples depoimento e nunca mais voltou.
Da mesma forma o Geraldo Vandré quase foi outro que também não voltou. E só porque fez uma música. Motivo suficiente para ter sido preso e torturado até quase ficar louco.
Basicamente é por isso que em todas as épocas e em todos os lugares os povos lutam para viver em democracias. Para poderem viver sob a segurança do império da lei,porque nas ditaduras, sejam de que viés forem, as pessoas sempre estão sujeitas aos caprichos de homenzinhos pequenos, covardes e baixos, que se sentindo impunes estão dispostos a brincar de deus, dando "sumiço" em qualquer coisa ou qualquer um que eles não gostem, assim sem lei, sem julgamento, sem discussão, como se fossem iluminados pela Verdade Absoluta e possuidores do direito divino de impor esta verdade a todos os outros e por qualquer meio, digno ou indigno, e sempre de acordo com seus próprios interesses.
Normalmente este é o tipo de gente que em uma democracia fica chorando pelos cantos, amargurado, se sentindo um peixe fora d´água por não saber conviver com o Estado de Direito, os pensamentos diferentes e as opiniões contrárias, com saudade do tempo em que ele estava sempre certo simplesmente porque todos eram proibidos de mostrar o quanto ele estava errado.
Torturava quem? Já disse, tem muito policial e delegado hoje que tortura e some com os corpos.
Basta não ser do clã dele.
Claro que há muito policial que tortura e mata. Mas perante a Lei quem faz isto é criminoso, e não importa se é delegado ou traficante quem tortura e assassina se julgado e condenado cumpre a mesma pena.
Na ditadura não. O policial pode cometer esses crimes garantido pelo Estado, porque, aberração das aberrações, em uma ditadura militar como a que se locupletou durante 20 anos neste país, crimes hediondos como estes sequer são crimes e são cometidos com o conhecimento dos superiores e a aquiescência das autoridades. E seus autores, claro, não são punidos. Ao contário, são recompensados.
Os princípios mais fundamentais do Direito, sem os quais qualquer idéia de Justiça é impossível, como o de
que todos são iguais perante a lei e que qualquer um tem direito a um advogado e um julgamento justo, em uma ditadura simplesmente não existem.
E se até hoje você não foi capaz de se dar conta de um diferença tão básica e tão importante como essa
então realmente não há muito o que discutir.
Falta de liberdade? De fazer o que? Cheirar cocaína em publico? Fazer sexo em clubes de funk? Se for isso,
então era o céu naquela época. Meu pai ia pescar INCLUSIVE num clube militar (e ele era civil), ia em casas de samba (e que qualidade tinham as casas de samba daquela época..). Eu ia em bailinhos por aí, discotecas e tudo o mais. Tínhamos bons programas televisivos culturais como Mundo Animal, Amaral Neto, Concerto para
a Juventude, etc.. Liberdade do que afinal? Do Jornalismo da Mirian Leitoa fazer seus discursos pró-Serra?
De poder assistir Faustão e BBB 17896475?
De fato esse tipo de argumentação chega a ser sem pé nem cabeça. Para não dizer infantil.
Então porque os milicos não proibiram o samba e a pesca havia um paraíso de liberdade no país.
Os jornais, o cinema, a música, a tv, as peças teatrais tudo era submetido à censura prévia e qualquer cidadão só podia se expressar se o seu discurso fosse agradável aos militares. ( Como se eles, os milicos, tivessem este direito! Como se não fosse um absurdo e uma afronta a simples idéia de que algo assim possa ser imposto a qualquer um de nós. )
Milhares de livros estavam proibidos, as associações estudantis foram dissolvidas e impedidas de se manifestarem, seus líderes presos, perseguidos, o mesmo acontecendo com os sindicatos e associações de classes. Reitores comprometidos com o governo foram postos nas universidades para reprimir dissidências e muitos bons professores perdiam seus empregos. Trabalhadores não podiam fazer greve nem nenhum tipo de manifestação, não importando o quão precárias ou injustas fossem suas condições de trabalho. ( É claro que os patrões não achavam ruim ).
Políticos foram cassados apenas por proferirem determinados discursos em plenário.
É necessário dizer que todos estes eram tão brasileiros quanto os militares e que tinham direito às suas convicções e a expressarem seus pontos de vista tanto quanto qualquer outro brasileiro?
Talvez você, por ser vaquinha no presépio de generais, não se sentisse cerceado e apreciasse a plena liberdade que teve para balançar a cabeça afirmativamente e sempre dizer sim. Mas infelizmente o país não se resumia ao seu umbigo e havia 130 milhões de outros que não se sentiam da mesma forma.
Para ter uma idéia meu pai estava iniciando no serviço público em 64 e muita gente foi presa e perdeu o emprego só porque encontraram certos livros em seus gabinetes. Outros se deram mal devido à delação, que muitas vezes era até infundada, motivada por inveja ou cobiça, o que deixava todos inseguros, sem saber em quem se podia confiar.
Realmente era um maravilhoso clima de liberdade que se vivia no Brasil.
Mas sambar e pescar podia? Ah, então tava tudo bem...
Mas ainda assim o Luiz Carlos pergunta: "Liberdade pra quê?".
Bom, que tal liberdade para acessar qualquer conteúdo que você quiser e se expressar na internet. Liberdade para se criar e participar de um fórum como este.
Ou você acha que isso seria possível no tempo da ditadura? Acha que a internet não seria proibida ou restrita assim como é em todos os últimos regimes totalitários como China e Cuba, por exemplo?
Bom, talvez você não dê nenhum valor a isso. Talvez todas as suas mais sofisticadas aspirações intelectuais
possam ser preenchidas apenas com os programas do Amaral Neto.
Problema seu! Alguns se contentam mesmo com pouco. Nesse caso não acesse a internet, cancele o provedor, jogue o seu cable modem pela janela, faça o que você quiser, só não se ache no direito de saber o que é melhor para os outros e muito menos de achar que pode impor seus gostos, valores, pontos de vista e preferências de forma ditatorial e covarde às outras pessoas.
Engraçado, pénsei que os "grandes clubes do Brasil" estivessem sendo hoje financiados por empresas privadas...
Futebol = Circo para a massa
É como disse antes: não tem nem um arremedo de lógica!
Como o fato dos clubes hoje fazerem contratos de patrocínio, assim como em qualquer outro lugar do mundo, torna menos absurdo que os militares tenham imposto a uma entidade privada como a CBD, a intervenção de um almirante que nada entendia de futebol, e que bem no espírito de "circo para as massas" tenha usado e abusado do esporte para as demagogias do regime e com isso quase levando os clubes à falência?
O futebol no Brasil é mais que circo e ópio do povo. É uma expressão cultural, uma reinvenção do brasileiro
que imprimiu nela o seu jeito de ser e projetou para o mundo a nossa brasilidade como uma coisa positiva,
bonita, mas que também podia ser eficiente e vitoriosa. Sem dúvida o futebol fez mais para o orgulho
nacional e a consciência cívica do povo brasileiro que todos os entediantes desfiles de 7 de setembro
promovidos pelos milicos onde milhares de estudantes bocejantes marchavam de manhã a contragosto amaldiçoando o Figueiredo, o Mèdici e o Geisel.
Exatamente por isso os militares quiseram pegar uma carona no futebol. O slogan era: "Onde a ARENA vai mal mais um time no nacional." Assim o Heleno Nunes enfiou quase cem clubes no campeonato brasileiro tornando esta a competição esportiva mais deficitária do planeta e quebrou financeiramente os nossos clubes, que antes de 64 competiam em pé de igualdade em poder econômico mesmo com os grandes clubes da Europa.
Esse é um exemplo do tipo de coisas que acontecem em ditaduras. No Iraque o filho do Saddan Hussein era o presidente da Federação e dava chibatadas nos jogadores. Na Coréia do Norte é o filho do Kim Jong-iL quem convoca e escala e aqui era um almirante e seu campeonato com uma centena de times para a alegria dos políticos da ARENA.
Por isso que aqui no Brasil, no Iraque ( e um dia também será na Coréia ) ninguém tem saudade dessa porcaria.
Vendi minhas ações da Telesp e dividi com minha mãe. Deu uma grana boa.
Não duvido. Afinal essa era uma empresa lucrativa. Vendia telefone a preço de apartamento, não tinha
concorrência por decreto, oferecia os piores serviços e ainda assim podia cobrar o quanto quisesse
dos poucos felizardos que tinham condição de adquirir uma linha telefônica após esperarem dez anos
na fila.
Mas você e sua mãe ganharam algum dinheiro né? Então estava tudo ótimo.
Engraçado, meu pai tinha um lindo Corcel e rodava muito bem. Já industriários tinham Galaxie, Dodge.
A classe média alta tinha Opala, Maverick e olha, tem gente que paga uma fortuna para ter um destes
hoje em dia. Claro que hoje temos carros populares como o...o...o...qual é mesmo o carro barato de hoje?

Estou muito certo que qualquer um que tenha nascido nos anos 70 lembra muito bem que em qualquer rua
de qualquer cidade do Brasil nove de cada dez automóveis eram fuscas.
Sorte do seu pai ter um corcel mas o seu próprio comentário dá a medida exata da "enorme" variedade de
opções que tinha o consumidor no tempo da ditadura. Se fosse classe média ALTA podia, você mesmo admite, optar entre opala e maverick.
Já um industriário, um cara assim como o Antônio Ermírio de Moraes, tinha cacife suficiente para escolher
qualquer uma das 5 cores disponíves de um galaxie ou de um dodge.
Mas a maioria, da classe média pra baixo, andava mesmo era de Mercedez. E com motorista!
Motorista e trocador. De "buzão", porque mesmo o reles fusquinha era pra poucos. Se hoje carro popular só é popular no nome durante a ditadura o monopólio e a falta de concorrência fazia que mesmo o trânsito de uma grande cidade fosse tranquilo, muito diferente do inferno de hoje, quando em cidades como Rio e São Paulo já há quase um automóvel por habitante.
Você pode até não se lembrar mas os outros não esqueceram que com tudo era assim: uma única marca de tênis, de sabonete, de pasta de dente, de refrigerante, de panela, de geladeira, etc... E tudo caríssimo porque sem concorrência é o que acontece, dizem as teorias econômicas.
O argumento do governo era de que precisava-se proteger a "indústria nacional". Mas nenhuma destas marcas era nacional. Pelo contrário, foi durante a ditadura que a única fábrica automotiva brasileira que já existiu fechou suas portas: a FNM.
Reserva de INFORMÁTICA???? Viajou na batatinha e escorregou na maionese hein?
Primeiro computador pessoal foi lançado em ...bem...pesquise um pouco vai...
Pesquisar é uma boa idéia já que a sua memória seletiva parece estar falhando. Se tivesse
feito isso saberia que a desastrosa reserva de mercado foi um projeto engendrado pelos
milicos nos anos 70 e a Lei de Informática aprovada no apagar das luzes do regime militar
em 1984.
Mas por falar em pesquisa veja o que diz a Wikipédia.
"A Política Nacional de Informática (PNI), Lei 7.232, foi aprovada em 29 de Outubro de 1984 pelo Congresso Nacional, com prazo de vigência previamente estabelecido em 8 anos e visando a estimular o desenvolvimento da indústria de informática no Brasil através do estabelecimento de uma reserva de mercado para as empresas de capital nacional.
Histórico
A idéia de instituir uma reserva de mercado para fabricantes nacionais de produtos de informática começou a tomar forma na primeira metade da década de 1970, durante a vigência do Regime Militar, dentro do espírito vigente de "Brasil Grande Potência". A justificativa é que, protegidas da concorrência com as multinacionaisdo setor (IBM, Burroughs, HP, Olivetti etc), os fabricantes brasileiros poderiam desenvolver uma tecnologia genuinamente nacional e estariam plenamente aptos para competir em pé de igualdade com suas concorrentes estrangeiras quando a reserva de mercado terminasse.
Os defensores da medida alegavam ainda que o protecionismo havia surtido efeito em outras circunstâncias históricas, citando como exemplos o caso do Japão e dos Estados Unidos da América. Todavia, para a implementação das medidas de execução da futura Lei de Informática, o governo federal criou um órgão, a SEI (Secretaria Especial de Informática), controlado por coronéis ligados ao Serviço Nacional de Informações, algo que despertou protestos por parte dos segmentos mais liberais da classe empresarial.
Todavia, quando de sua implantação, a Lei de Informática recebeu o apoio entusiástico de entidades ligadas ao setor, como a ABICOMP (associação dos fabricantes nacionais de computadores), a SBC (entidade representante dos professores universitários de informática) e a APPD (associação sindical "oficiosa" dos técnicos de processamento de dados). Graças a um trabalho de "lobby" das referidas entidades, muitos setores da sociedade civil acolheram com simpatia a Reserva de Mercado, embora críticos do porte de Roberto Campos tivessem ido várias vezes aos jornais para denunciar os potenciais efeitos danosos da medida protecionista.
Críticas
A reserva de mercado foi vítima de inúmeras críticas, dentro e fora do país. Os críticos brasileiros apontavam o surgimento de mais um "cartel" na economia nacional e a penalização dos consumidores, obrigados a adquirir equipamentos obsoletos, de qualidade inferior e por preços exorbitantes. No plano internacional, denunciavam-se as contínuas quebras de patentes e violações de propriedade intelectual cometidas por empresas brasileiras sob a proteção da lei, bem como a impossibilidade de concorrência justa, pois empresas estrangeiras (com raríssimas exceções) sequer podiam vender seus produtos no país."
Cite um jornalista, um filósofo, um escritor decente hoje.
Certamente, pelo que você já expressou até agora, os jornalistas, escritores e filósofos que eu admiro não seriam considerados decentes por você. ( O que pra eles é até elogio ). Nem me arrisco a perguntar mas talvez pra você, no Brasil, filósofo mesmo só exista o Olavo de Carvalho. ( Ou ainda o Golbery... )
Mas de qualquer forma isso não tem a menor importância já que a sua observação - pra variar - não faz nenhum sentido mesmo. Se tinha tanta gente boa como Chico Buarque você acha que isso se deveu ao enorme fomento à cultura dado pela ditadura militar?! :-O
Hahahahahahahahahahahahaha! Eu tenho até que rir, isso é patético! A sua argumentação não tem nenhuma lógica. Cada vez compreendo mais porque você tem saudade de uma ditadura que lhe foi imposta e porque você crê que seja mais vantajoso que uma junta militar escolha sempre entre eles o governante do país ao invés das pessoas decidirem através do voto quais são as propostas que vêm ao encontro de seus interesses. E que também através do voto tenham a oportunidade até de mudarem de idéia caso estes interesses não sejam atendidos.
É porque você não raciocina!
O tipo de "argumento" que você usa só prova a sua imensa dificuldade para o raciocínio lógico.
Deixa ver se eu consigo te ajudar a pensar. Vamos inverter a sua questão: me cite um único intelectual
DECENTE daquele período que não fosse contra o regime militar. E quando digo "decente" é tanto no sentido de estatura intelectual quanto no de caráter, em relação aos seus atributos de homem.
Conseguiu pensar em algum? Bem, que conclusão lógica você pode tirar disso?
( A menos que você considere o Olavo de Carvalho decente em qualquer um dos dois sentidos supra-citados. )
Sem dúvida havia escritores e filósofos decentes nos anos 60, 70 e 80. Pena que todos estivessem sendo
perseguidos, cerceados e exilados pela ditadura! Pena que os brasileiros não pudessem ter acesso a
grande parte do que estes escritores e filósofos decentes produziam porque eram simplesmente proibidos
pela ditadura.
E jornalista decente era justamente o que estava lutando contra a censura para cumprir o seu dever profissional de informar esse tipo de coisa aos seus leitores!
O Herzog era um jornalista decente e acabou morto de pancada em um porão do DOI-CODI. De fato era uma maravilha o regime militar.
Os seus argumentos são tipo assim: " Durante o militarismo não havia o aquecimento global. LOGO a
democracia é responsável pelo aquecimento do planeta e a volta dos generais ao poder reduziria a
concentração de CO2 na atmosfera."
( Aliás, nem sei como você deixou passar este. )
Quanto à professores, pensei que eles eram delatores,
daqueles do tipo que José Serra está tentando fazer voltar para delatar empresários que permitem fumantes em
SEUS ESTABELECIMENTOS PRÓPRIOS. Isso não é ditadura?
Ai meu deux, realmente é cansativo conversar com quem não raciocina. Se todos os professores fossem delatores o regime não precisaria de professores delatores. Afinal, nesse caso, eles iriam delatar quem?
Mas houve sim, uma minoria infiltrada de canalhas que se dispuseram a esse papel desprezível. Na escola
mesmo onde cursei o primário tinha um e todo mundo sabia quem era.
Mas o irônico é você não achar vil que uma pessoa faça carreira dedurando veladamente colegas de trabalho que não pensavam alinhados com o regime e ao mesmo tempo se revoltar com qualquer cidadão que, abertamente, informe o descumprimento de uma lei democraticamente aprovada e que vem ao encontro dos interesses da maioria.
Aqui os seus dois pesos explicam muita coisa. Você considera moralmente aceitável dedurar aos órgãos de
repressão qualquer dissidência ideológica e ao mesmo tempo deplorável informar às autoridades a violação
da Lei, como, por exemplo, um assalto a banco. Pelo menos nos casos em que o ladrão tenha sido você.
Talvez o problema todo seja você não compreender os conceitos de democracia e ditadura. A confusão que você faz entre estas duas coisas tão opostas.
Uma lei anti-fumo foi proposta, votada e aprovada supostamente porque atende aos anseios da maioria não fumante. Talvez não atenda AOS SEUS anseios particulares e se você fosse um general nos anos 80 resolveria isso facilmente com uma simples "carteirada", mas hoje vai ser um pouco mais complicado. Se a lei for ruim e ditatorial como você acredita, no sentido de não atender os interesses da maioria, então logo surgirão alguns políticos de olho nos votos dessa maioria dispostos a mudar a lei e a lei é alterada.
Mas, se ao contrário, a imensa maioria das pessoas não fuma e não suporta jantar em um restaurante
impregnado de fumaça nesse caso ocorre em democracias que este interesse da maioria costuma ser
respeitado, diferentemente do que você estava acostumado no tempo da ditadura.
É assim que se vive de forma civilizada em sociedade.
Qual parte disso até hoje você não conseguiu entender?
Ditadura não é isso, ditadura é diferente. É o AI-5, que o congresso não votou, que ninguém queria,
que ninguém gostava, e mesmo assim ninguém podia mudar.
Quanto ao resto que você diz a sua memória só pode estar falhando. Procure se lembrar bem de como
e por quê o regime caiu de podre. Por quê, apesar do imenso aparato policial de repressão, não foi
possível manter o regime de tão ruim, incompetente e impopular que se tornou. Será que você se
esqueceu mesmo dos comícios e passeatas com mais de um milhão de pessoas no Rio e em São Paulo,
e em várias capitais do país?
Talvez você vivesse em outro mundo naquela época mas esse nível de insatisfação popular mostra bem o que no final nem o DOPS, o DOI-CODI e o SNI conseguiam reprimir, mostra como o os militares administraram bem o país e o quanto as pessoas gostavam da ditadura nos anos 80.
Será que vc não se lembra mesmo que enormes pedaços da transamazônica, que consumiu rios de dinheiro e ajudou a endividar o país, já haviam desaparecido? Você não se lembra do estado lastimável das estradas, do abandono da ponte Rio-Niterói e das barcas, da RFFSA, do caos e da ineficiência dos transportes públicos, principalmente das empresas estatais. Muito pior do que hoje, depois da privatização, considerando que naquela época a demanda era muito menor.
Você realmente esqueceu de como o Brasil estava cem anos atrasado em telecomunicações e da porcaria que era o nosso sistema de telefonia?
Você não tem mesmo memória de como o protecionismo às multinacionais instaladas aqui durante o regime militar nos vedava o acesso a produtos de qualidade e baixo custo que depois que pudemos tê-los
melhoraram muito a nossa qualidade de vida?
Lembra de como o cinema era uma droga quando mamava nas tetas da estatal Embrafilme, às custas do nosso dinheiro, enquanto hoje comumente temos filmes de qualidade concorrendo até ao Oscar.
E foi também durante o regime ditatorial que se aprofundaram a concentração de renda e a desigualdade
social.
Será possível que você não se lembre que o sistema educacional de bom nível que os militares pegaram em
64 só foi piorando durante os vinte anos seguintes de ditadura e que nos anos 80 ninguém mais da classe
média punha seus filhos em escola pública? Idem em relação a previdência social, idem em relação ao
sistema público de saúde.
Ou a sua memória seletiva esqueceu que estas coisas já eram boas antes de 64, quando o país era uma democracia, que não melhoraram nada com os militares mas ao contrário só degeneraram progressivamente?
Esqueceu também de como os serviços públicos pioraram com os militares, de como os Detrans se converteram em um caos administrados por máfias e um cidadão não conseguia uma carteira de motorista sem pagar mesmo que estivesse disposto a fazer a prova? Das filas nos Banerjs, na Caixa, e em qualquer banco estatal onde o cidadão infeliz fosse obrigado a manter uma conta?
Não se lembra também que a criminalidade e o processo de favelização era maior nos anos 70 que foi nos
anos 60, e por sua vez já era maior nos anos 80 do que havia sido na década anterior mostrando a falência
do projeto social dos militares e indicando a tendência de agravamento dos contrastes sociais que
são a origem e a causa real de toda essa insegurança que vivemos hoje?
Foi durante o governo dos milicos que o Comando Vermelho foi gestado. Foi lá que ele se formou e durante a ditadura o tráfico de drogas e o crime organizado só cresceram. Porque devemos acreditar que esta tendência teria se revertido caso os corruptos e incompetentes militares tivessem se mantido até hoje no poder?
Naquela época teria sido viável e fácil executar um planejamento de ocupação urbana no Rio e em São Paulo, com a construção áreas habitacionais na periferia integradas a eficientes sistemas de transportes ferroviários e metroviários, impedindo o caos da favelização que ocorreu nestas cidades e a qualidade de vida sub-humana a que estão submetidas as populações carentes empurrando nossos jovens para a criminalidade.
Mas ao invés disso os militares preferiram gastar dinheiro de empréstimos com aviõzinhos de guerra e navios, e estradas pra lua, usando os recursos e o crédito a que tiveram acesso com absoluta incompetência, endividando profundamente o país, perdendo a oportunidade de desenvolver uma infraestrutura que permitisse o Brasil crescer e pagar a dívida. Essa infraestrutura foi tão mal planejada que até hoje o nosso custo produtivo ( o chamado custo Brasil ) é o maior entre todos os países emergentes, perdendo até para a Ìndia.
Eu me lembro também muito bem de como toda esta incompetência resultou no final do regime militar em uma divída externa impagável, com juros exorbitantes, e que os milicos recorriam ao FMI para pegar dinheiro apenas para poder pagar os juros, aumentando cada vez mais a dívida. E a falência do Estado era tão iminente e profunda que o governo já não arrecadava o suficiente para os seus gastos sendo obrigado a produzir irresponsavelmente papel moeda para pagar suas contas dando origem a um galopante processo inflacionário, que acabou explodindo logo em seguida em hiperinflação, no governo Sarney.
Na democracia a inflação foi controlada. Na democracia a dívida foi paga.
Infelizmente outros sérios problemas que tiveram sua origem nos governos militares, como o aprofundamento
dramático da desigualdade social e a desassistência dos menos favorecidos, que desembocaram nesse estado de
violência urbana que temos hoje, a sociedade civil ainda não foi capaz de resolver.
E não vai resolver enquanto não entender que a solução passa necessariamente por uma ação social, e não apenas por repressão. Porque os demagogos durante anos disseram aqui no Rio que era só uma questão de pôr o exército nas ruas, nas favelas. Pois bem, o exército finalmente foi para as ruas, subiu os morros e o que adiantou?
Nada! Não demorou muito e o exército foi obrigado a bater em retirada, derrotado e humilhado, evidenciando a impotência dos militares para lidar com um problema que eles mesmos gestaram. Além do mal estar que a evidente ineficácia dessas operações estava causando ao comando do exército os generais logo se deram conta que seus soldados e oficiais estavam sendo cooptados pelo tráfico, corrompendo a tropa, e acharam melhor retornar os contingentes aos quartéis antes que a desmoralização fosse ainda maior.
Mas ainda assim os imbecis apologistas da truculência continuam dizendo que é só uma questão de pôr o tanque na favela, de deixar os policiais corruptos e mal preparados matarem quem eles quiserem nas comunidades carentes sem dar satisfação a ninguém para resolver o problema. São tão néscios que ignoram que se fosse por isso o Brasil deveria ser um país mais tranquilo que a Suíça. Porque a nossa polícia é a que mais mata no mundo. Particularmente a ROTA de São Paulo é a polícia que mais mata no mundo.
No Rio de Janeiro o BOPE também não entra na favela para prender ninguém, só para matar e o Secretário de Segurança já chegou até a instituir uma infame "gratificação faroeste", onde o policial recebia um extra por cada cadáver produzido. Não é preciso dizer que nunca se matou tanto como nessa época e mesmo assim a criminalidade não ficou nem um tantinho menor por causa disso. Apesar de, possivelmente, que muitos ladrões de galinha pé-de-chinelo, e até trabalhadores e inocentes tenham morrido no lugar de bandidos perigosos.
Mas o idiota não se preocupa com isso porque o filho dele não vive em uma comunidade carente e não corre o risco de ser apressadamente confundido com um marginal por algum policial naquele mês muito a fim de complementar o orçamento. Essa gente, que muitas vezes quer se pretender cristã e religiosa, tem esse nível de respeito pela vida, pela paz e pelos direitos dos outros. Porém não é apenas moralmente reprovável, é burro porque não funciona!
Se você for em qualquer favela vai ser difícil encontrar um bandido com mais de 20 anos. A maioria é adolescente.
Onde estão os mais velhos? Reposta: morreram.
No Brasil a pena de morte já existe e é aplicada de maneira informal e indiscriminada. Cada menino de 12 anos que entra pro tráfico ocupa a vaga de um outro de 16 que foi morto e sabe disso. Sabe que ele também não dura mas isso não parece estar inibindo muito a criminalidade.
E nem com a apresentação de todos estes dados os QIs de ameba conseguem realizar as óbvias inferências
necessárias.
Luiz Carlos, os seus argumentos, todos, basicamente se resumem a uma única falácia de nome complicado mas muito fácil de entender: a falácia do Cum Hoc Ergo Propter Hoc.
Essa falácia consiste em supor que dois acontecimentos, por terem ocorrido concomitantemente, possuem uma relação de casualidade entre eles. Particularmente tudo que ocorreu após 1984 e que por acaso você não goste atribui ao Estado de Direito e às liberdades democráticas. É ridículo! Se um asteróide tivesse atingido a Terra neste meio tempo você culparia as eleições diretas para presidente da república?
Seria cômico, não? Mas incrivelmente é assim que você raciocina.
Veja o exemplo abaixo.
Luiz Carlos Querido escreveu:Pedro Reis escreveu:Não vamos esquecer que a criminalidade nada tem a ver com a democracia.
O que tem a ver então? Botar a policia militar pra correr atrás de donos de boates por ter um fumante que não quis apagar o cigarro?Pedro Reis escreveu:Este é um problema do mundo de hoje, que existiria com ou sem ditadura.
Achismo. Naquela época não tinha e ponto final. Se aumenta descaradamente hoje é porquê seus lindos governantes democráticos são uma bosta de incompetentes.Pedro Reis escreveu:Por acaso havia bandidos com Ar-15 antes de 64, durante os vinte anos em
que o Brasil foi uma democracia plena? É uma falácia atribuir algumas coisas
de ruins que existem hoje ao fim do regime militar. Na verdade não só a
criminalidade mas vários outros problemas tiveram sua origem, começaram
lá no tempo em que general era presidente.
Falácia é mostrar só um lado da moeda.Pedro Reis escreveu:Alguém aqui viu Cidade de Deus?
Sim. Já iuviu falar nas centenas de favelas que se propagam ano a ano hoje em dia?Pedro Reis escreveu:Aquele filme - que é verídico
O cinema brasileiro precisa de produções criativas e não uma cópia do Jornal Nacional. É inaceitável que o personagem principal do filme seja o seqüestrador que disseminou pânico no Rio de Janeiro no ano de 2000. Por que não contar a história de vida da professora que foi assassinada no desfecho do seqüestro? Por que não contar a história das pessoas de bem desse país? Por que não dá Ibope - Da Globo...Pedro Reis escreveu:tudo isso que estamos vivendo hoje começou lá, com os militares, e naquela
época era fácil não só prever onde tudo isso iria dar como também evitar em
grande parte.
Com é fácil hoje. Basta ter vontade. Coisa que seus amados políticos honestos da Democracia não tem.Pedro Reis escreveu:Mas eles estavam mais preocupados em caçar "terroristas" e
não em bandidos.
Hoje estão mais preocupados em botar a PM nas ruas para multar carros, ficarem parados em semáforos, prender donos de boates e mais um monte de idiotícies. Com já disse, mudou para PIOR.Pedro Reis escreveu:Ou melhor ainda, em promover uma sociedade mais justa
e mais humana onde o clima de insegurança a que muitos aqui se referem
normalmente não existe.
E hoje existe? Conta outra rapaz!Pedro Reis escreveu:Cidade de Deus foi construída nos anos 70, e foi também nos anos 70 que permitiram
a ocupação desordenada dos morros no Rio, sem a menor infraestrutura para a população,
sem planejamento urbano para o Rio de Janeiro e a ausência total de um plano de transportes
públicos.
Em 2000 Chico Amaral foi eleito prefeito de Campinas. Ele deixou invadir uma área industrial que causou um prejuíso sem precedentes na história de Campinas. Volto a perguntar: O que mudou rapaz?Pedro Reis escreveu:Quando e onde foi gestado o Comando Vermelho, pai e avô dos hoje infames Terceiro Comando,
Amigos dos Amigos, PCC e similares? Durante os anos 70, no presídio para presos políticos da
Ilha Grande. Se procurar direitinho, qualquer um pode ver claramente que muito do que acontece
hoje começou naquela época ou poderia ter sido evitado lá.
E já que começou lá atrás, os democráticos não tem nada a ver com isso e vamos deixar rolar. Quem sabe a cidade se arma e se exterminam. Ah, mas acho que não vai dar pois estavam até querendo proibir as armas civis, não é?
É...mudou muito mesmo!
Mas PARA PIOR!
Ora, a criminalidade e a violênica é um problema complexo e que vem aumentando nos últimos 25 anos no mundo todo. No caso do Brasil tem muito a ver com a desigualdade social, com a falta de perspectiva e oportunidades das camadas mais pobres e com a baixíssima qualidade de vida nas comunidades carentes. Problemas estes que são reflexos do tipo de projeto implementado durante vinte anos neste país pelos governos militares.
Por falar em "mostrar só um lado da moeda" sua falácia fica ainda mais evidente quando você se esquece que em 64, quando os militares assumiram depondo um governo democrático, a criminalidade era muito menor e as cidades muito mais seguras do que quando eles tiveram que deixar o poder vinte anos depois, em 84.
Todos os índices de criminalidade eram maiores em 84 que em 64. Quando os milicos deixaram o poder estava difundido o tráfico de drogas, mas quando eles entraram em 64 deporam um governo democrático onde esse problema não existia. Também não havia sequestros, crime organizado, tráfico internacional de armas, Comando Vermelho e facções criminosas com influência nos presídios. Mas tudo isso existia quando os militares deixaram o poder duas décadas depois. A violência só fez aumentar, e em todo país, durante todo o tempo em que generais governaram isso aqui. E não só a criminalidade e a violência, ou você vai negar que a corrupção também ( inclusive a policial ) só aumentou também durante o regime militar?
Então, meu caro, se você quiser ser coerente com tudo que disse acima é obrigado a concluir que BOSTA mesmo foram os militares, e que era muito melhor na democracia que havia antes, quando nossos pais e avós podiam dormir com as janelas abertas e sem preocupações.
Veja as contradições risíveis em que você se mete com estes raciocínios simplórios e essa análise superficial das coisas.
Sim, as favelas estão aumentando e hoje são um problema muito mais difícil de resolver que quando começou em meados da década de 60. Mas você acha que nós resolveremos o problema simplesmente acabando com as eleições??!!
Se os militares foram incompetentes para lidar com isso quando era muito mais simples porque não seriam
incompetentes agora? Se os militares, que quando assumiram o poder herdado de governos eleitos encontraram os nossos grandes centros urbanos muito mais calmos e seguros e não foram capazes de mantê-los assim, porque agora seriam capazes de lidar com uma situação de segurança pública muito mais difícil e complexa?
Eu já mencionei o fiasco e a impotência do exército quando recentemente foi empregado no combate ao tráfico no Rio de Janeiro e acho que esse é um bom exemplo.
É evidente que tirar a liberdade das pessoas além de não resolver nenhum problema ainda cria e agrava muitosoutros. Razão pela qual não há nenhum exemplo de ditadura na História, seja de esquerda ou de direita, que tenha sido próspera a não ser por curtíssimos espaços de tempo e que não tenha terminado fracassada e rejeitada pela maioria absoluta do povo que foi vítima da sua tirania.
Mas quantas vezes mais esssa história precisará ser repetida para que algumas pessoas se convençam e aprendam finalmente a lição?
- Fernando Silva
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Re: Militarismo: A era que todos gostariam de rever...
Pedro Reis escreveu:Porque evidentemente qualquer pessoa com um mínimo de clareza e discernimento percebe que um regime ditatorial, imposto por um golpe de estado, à força, para derrubar um governo escolhido pela vontade popular, e durante 20 anos odiado, desprezado, e ridicularizado pelo povo que governou, e que acabou caindo de podre, incapaz de se sustentar sobre as próprias pernas, deixando o país em uma situação caótica em todos os setores, principalmente o econômico, totalmente endividado, nas mãos do FMI, com índices de inflação até então inéditos na história do Brasil, qualquer um entende que um governo como esse, um governo assassino que sequestrou, torturou e matou milhares de pessoas, não deixou saudades em ninguém a não ser naqueles que mamavam nas tetas da corrupção desenfreada dos militares e dos que gozavam do "prestígio" desprezível e desprezado de usar um uniforme naqueles dias.
Não senti isto durante os 20 anos de ditadura.
A maior parte do povo não estava nem aí. E boa parte da classe média e alta era a favor, pelo menos em parte. Considerava a ditadura um mal menor.
Meu pai, por exemplo, apoiava a revolução, mas criticava as besteiras administrativas dos militares. Ele não era cego nem fanático.
Não estou dizendo que devemos ter outra ditadura e nem que ela foi uma coisa ótima e sim que os esquerdinhas criaram uma imagem dessa época que não corresponde à realidade.
E lembre-se: a ditadura brasileira, ao contrário do que aconteceu em muitos outros países, terminou porque os que estavam no poder concluíram que já era hora de saírem de cena. Eles não foram derrubados por uma contra-revolução.
Lembre-se também: se a ditadura foi ruim, não significa automaticamente que o Brasil seria hoje um paraíso se ela não tivesse acontecido. Talvez fosse uma Venezuela, uma Colômbia ou uma enorme Cuba.
Chico Buarque cantou:
Apesar de você
amanhã há de ser outro dia.
Eu pergunto a você onde vai se esconder
Da enorme euforia?
Como vai proibir
Quando o galo insistir em cantar?
Água nova brotando
E a gente se amando sem parar.
Pois o amanhã chegou e a euforia foi curta.
Re: Militarismo: A era que todos gostariam de rever...
Fernando Silva escreveu:Se você não se importa de esperar 5 anos por um telefone, tudo bem.
Procure ver o lado bom das coisas...
Hoje em dia, se eu não me engano, você vai à loja da esquina e sai com o telefone funcionando na mão.
E qualquer pé-rapado compra.
Já discutimos isso Fernandão. Questão de competência. Como os governos atuais são incompetentes para tudo, jogar tudo na administração privada, INCLUSIVE O PRÓPRIO GOVERNO, seria uma solução.
Fernando Silva escreveu:Os carros não eram melhores, nós é que não tínhamos opção e éramos menos exigentes.
Só tivemos carros com ignição e injeção eletrônica muito depois do resto do mundo, e isto porque era proibido importar qualquer coisa que tivesse um microprocessador: podia "destruir" a indústria nacional.
E foi necessário entrar um bufão tipo Collor para isso? Olha Fernando, eu consertava ignição eletrônica de Mercedez para uma oficina. Não é que não podia imortar sabe, tinha que ter os meios...
Fernando Silva escreveu:Quanto ao preço, ou os pobres ficaram ricos ou os carros estão mais baratos. Gostaria que o preço subisse. Talvez diminuíssem os engarrafamentos.

"Tentar provar a existencia de deus com a biblia, é a mesma coisa q tentar provar a existencia de orcs usando o livro senhor dos aneis."


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Re: Militarismo: A era que todos gostariam de rever...
Fernando,
De fato a hipócrita, egoísta e medrosa classe média apoiou em grande parte a ditadura enquanto
o financiamento externo estava entrando e a economia parecia estar indo bem.
Mas até a classe média abandonou o barco quando a política econômica de polichinelo dos militares
se mostrou um fracasso. Como eu disse, em meado dos anos 80 a rejeição era total, comícios com
mais de um milhão de pessoas lotaram a Presidente Vargas. Os militares saíram de cena não porque
tenham considerado sua missão cumprida. Saíram de cena porque a manutenção do poder se tornou
insustentável assim como todos os outros regimes militares também saíram de cena sem contra-revoluções, pela incapacidade de seus ditadores politicamente isolados conservarem o poder.
Embora, assim como no Brasil, eles muito quisessem ter conservado este poder, se fosse possível.
Assim como saiu de cena sem uma contra-revolução a Junta militar que governou a Argentina. Mas não sem antes fabricar uma malfadada invasão das Malvinas, que, acreditavam eles, aplacaria as insatisfações
dos argentinos com o regime, que assim como no Brasil já atingia níveis que tornavam impraticável
a manutenção dos poderes pelos militares. O Galtieri bem que queria continuar na Casa Rosada, mas
infelizmente os ingleses não receberam a ocupação das Flaklands como eles esperavam e deu no que
deu.
E se o Brasil hoje fosse uma Colômbia ou uma Cuba teria acontecido por ter sido ou uma ditadura de
direita ou uma de esquerda. Porque se não tivéssemos passado pelos percalços do totalitarismo e tivéssemos sido capazes, já naquela época, de atingirmos a maturidade democrática e a solidez das instituições que temos hoje, então certamente estaríamos alguns estágios adiantados em nosso processo de desenvolvimento.
Re: Militarismo: A era que todos gostariam de rever...
Pedro Reis: Se tudo o que eu disse não passa de uma falácia e totalmente ilógico, me diga filho de Deus (
)
- Por que a educação piora a cada ano se antes era ruim
- Por que a saúde piora a cada ano se antes era ruim
- Por que a criminalidade piora em níveis astronômicos se antes era ruim?
Excessos existem em qualquer meio. Chacina de Acari, Chacina da Candelária, Massacre na Casa de Detenção de São Paulo, Massacre de Eldorado dos Carajás, Chacina de Vigário Geral e em 7 de novembro de 1988 as mortes da CSN.
A sua tal liberdade democrática foi tão boa para o nosso país que hoje conseguimos eleger pelo voto os mesmos ditadores, surrupiadores, assassinos, corja que no passado era pelo processo biônico.
Então eu pergunto novamente: O que mudou para melhor Pedro Reis? Só se mudou para você pois a miséria continua se alastrando, copiando o milagre brasileiro, o dinheiro continua indo ralo abaixo, muito mais que no militarismo e com um agravante: Encoberto pela midia, a mesma que você enche a boca para dizer que era calada pelo sistema.
Sabe Pedro, existem empresas que, mesmo quando estão indo para o buraco, insistem nos mesmo gerentes porquê crêem que eles estão fazendo u fizeram tudo o que podiam, quando na verdade dizem o que você diz: Isso não foi causado por mim, tenmtarei remendar, se der certo, deu, senão, parto para outra.
Mas existem aquelas empresas que, mesmo num momento próximo ao fechamento, arriscam tudo contratando uma gerência com mente aberta e saem do burao e ainda se tornam mais produtivas e competitivas que antes.
Você está apenas justificando a incompetência do sistema atual, acredita que é livre e vive numa democracia, onde as pessoas escolhem com devem ser governados e que estes farão tudo o que você tanto sonhou pelo voto.
Eu vou mais longe. Eu tanto não creio mais neste sistema que arrisco dizer que as coisas só mudarão com uma revolução armada.
Quer acreditar em papai noel, acredite. Ilusão alivia a dor...

- Por que a educação piora a cada ano se antes era ruim
- Por que a saúde piora a cada ano se antes era ruim
- Por que a criminalidade piora em níveis astronômicos se antes era ruim?
Excessos existem em qualquer meio. Chacina de Acari, Chacina da Candelária, Massacre na Casa de Detenção de São Paulo, Massacre de Eldorado dos Carajás, Chacina de Vigário Geral e em 7 de novembro de 1988 as mortes da CSN.
A sua tal liberdade democrática foi tão boa para o nosso país que hoje conseguimos eleger pelo voto os mesmos ditadores, surrupiadores, assassinos, corja que no passado era pelo processo biônico.
Então eu pergunto novamente: O que mudou para melhor Pedro Reis? Só se mudou para você pois a miséria continua se alastrando, copiando o milagre brasileiro, o dinheiro continua indo ralo abaixo, muito mais que no militarismo e com um agravante: Encoberto pela midia, a mesma que você enche a boca para dizer que era calada pelo sistema.
Sabe Pedro, existem empresas que, mesmo quando estão indo para o buraco, insistem nos mesmo gerentes porquê crêem que eles estão fazendo u fizeram tudo o que podiam, quando na verdade dizem o que você diz: Isso não foi causado por mim, tenmtarei remendar, se der certo, deu, senão, parto para outra.
Mas existem aquelas empresas que, mesmo num momento próximo ao fechamento, arriscam tudo contratando uma gerência com mente aberta e saem do burao e ainda se tornam mais produtivas e competitivas que antes.
Você está apenas justificando a incompetência do sistema atual, acredita que é livre e vive numa democracia, onde as pessoas escolhem com devem ser governados e que estes farão tudo o que você tanto sonhou pelo voto.
Eu vou mais longe. Eu tanto não creio mais neste sistema que arrisco dizer que as coisas só mudarão com uma revolução armada.
Quer acreditar em papai noel, acredite. Ilusão alivia a dor...
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Re: Militarismo: A era que todos gostariam de rever...
Luiz Carlos,
A Educação vem melhorando sim. Pelo menos nos níveis fundamental e médio vem ocorrendo uma
recuperação, muita lenta, é verdade.
Mas desde o governo Fernando Henrique a Educação vem melhorando a passos de formiga. E esse
é o caminho porque os outros problemas também não irão se resolver sem educação.
A revolução que este país precisa tem que ser feita com cadernos e livros, e não com armas.
Democracia e Educação. Fora disso não há esperanças.
A Educação vem melhorando sim. Pelo menos nos níveis fundamental e médio vem ocorrendo uma
recuperação, muita lenta, é verdade.
Mas desde o governo Fernando Henrique a Educação vem melhorando a passos de formiga. E esse
é o caminho porque os outros problemas também não irão se resolver sem educação.
A revolução que este país precisa tem que ser feita com cadernos e livros, e não com armas.
Democracia e Educação. Fora disso não há esperanças.
Re: Militarismo: A era que todos gostariam de rever...
Pedro Reis escreveu:Luiz Carlos,
A Educação vem melhorando sim. Pelo menos nos níveis fundamental e médio vem ocorrendo uma
recuperação, muita lenta, é verdade.
Não, não está!
Leia isto http://media.folha.uol.com.br/cotidiano ... ensino.pdf
Pedro Reis escreveu:Mas desde o governo Fernando Henrique a Educação vem melhorando a passos de formiga. E esse é o caminho porque os outros problemas também não irão se resolver sem educação.
Já descrito acima
Pedro Reis escreveu:A revolução que este país precisa tem que ser feita com cadernos e livros, e não com armas.
Não é o que a democracia está demonstrando. Aliás, é muito pelo contrário. Elas são adeptas à conteúdos imbecilizantes e propagandas enganosas.
Leia isto:
viewtopic.php?f=1&t=18908
Pedro Reis escreveu:Democracia e Educação. Fora disso não há esperanças.
Não existe democracia aqui no Brasil. Isto é ilusão. Existe a luta pelo poder político, quam tem mais poder, pode mais.
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Re: Militarismo: A era que todos gostariam de rever...
Olha Pedro Reis. Eu até entendo o que algumas pessoas aqui pensam e dizem da era militar. Mas o que EU estou colocando aqui é que o problema não está e nunca esteve no regime e sim no país de um modo geral.
Apesar de parecer óbvio que a educação é a "chave do sucesso" de qualquer país, hoje vemos que nem tudo é uma maravilha. Quem manda e fode com tudo são os que tem poder e dinheiro.
Acredite ou não, vivemos AINDA num país de coronelismo, onde quem dá as cartas são os mesmos de sempre, a diferença é que agora, no lugar de farda, usam Armani.
Agora me responda sinceramente: Por que alguém que se beneficia da ignorância, da ingenuidade e da pobreza iria investir em educação se isso iria derrubar a sequencia hereditária de poder de seus entes?
Trabalho com um grupo de pessoas e entre elas está uma funcionária da secretaria da educação. Ela me pediu para fazer uma conta muito simples: Peqgue as verbas para educação hoje e compare com 30 anos atrás, não esquecendo de colocar a proporção de escolas e alunos que aumentaram. A redução foi de mais de 90%.
Você acha que tudo se resolve com "educação escolar" e eu afirmo que não. O problema está na mente escravizada da população. O problema está que ninguém quer lutar pelos seus direitos. Querem eleger um indivíduo que faça tudo por ele. Se fizer errado, esperam-se 4 anos e tenta-se novamente. E assim Ad Infinitum.
Mostre para mim então Pedro, em minha falácia, onde está o erro. Prove para mim que nosso problema é instrução pois, educação se aprende em casa.
Apesar de parecer óbvio que a educação é a "chave do sucesso" de qualquer país, hoje vemos que nem tudo é uma maravilha. Quem manda e fode com tudo são os que tem poder e dinheiro.
Acredite ou não, vivemos AINDA num país de coronelismo, onde quem dá as cartas são os mesmos de sempre, a diferença é que agora, no lugar de farda, usam Armani.
Agora me responda sinceramente: Por que alguém que se beneficia da ignorância, da ingenuidade e da pobreza iria investir em educação se isso iria derrubar a sequencia hereditária de poder de seus entes?
Trabalho com um grupo de pessoas e entre elas está uma funcionária da secretaria da educação. Ela me pediu para fazer uma conta muito simples: Peqgue as verbas para educação hoje e compare com 30 anos atrás, não esquecendo de colocar a proporção de escolas e alunos que aumentaram. A redução foi de mais de 90%.
Você acha que tudo se resolve com "educação escolar" e eu afirmo que não. O problema está na mente escravizada da população. O problema está que ninguém quer lutar pelos seus direitos. Querem eleger um indivíduo que faça tudo por ele. Se fizer errado, esperam-se 4 anos e tenta-se novamente. E assim Ad Infinitum.
Mostre para mim então Pedro, em minha falácia, onde está o erro. Prove para mim que nosso problema é instrução pois, educação se aprende em casa.
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Re: Militarismo: A era que todos gostariam de rever...
Luiz Carlos Querido escreveu:Olha Pedro Reis. Eu até entendo o que algumas pessoas aqui pensam e dizem da era militar. Mas o que EU estou colocando aqui é que o problema não está e nunca esteve no regime e sim no país de um modo geral.
Apesar de parecer óbvio que a educação é a "chave do sucesso" de qualquer país, hoje vemos que nem tudo é uma maravilha. Quem manda e fode com tudo são os que tem poder e dinheiro.
Acredite ou não, vivemos AINDA num país de coronelismo, onde quem dá as cartas são os mesmos de sempre, a diferença é que agora, no lugar de farda, usam Armani.
Agora me responda sinceramente: Por que alguém que se beneficia da ignorância, da ingenuidade e da pobreza iria investir em educação se isso iria derrubar a sequencia hereditária de poder de seus entes?
Trabalho com um grupo de pessoas e entre elas está uma funcionária da secretaria da educação. Ela me pediu para fazer uma conta muito simples: Peqgue as verbas para educação hoje e compare com 30 anos atrás, não esquecendo de colocar a proporção de escolas e alunos que aumentaram. A redução foi de mais de 90%.
Você acha que tudo se resolve com "educação escolar" e eu afirmo que não. O problema está na mente escravizada da população. O problema está que ninguém quer lutar pelos seus direitos. Querem eleger um indivíduo que faça tudo por ele. Se fizer errado, esperam-se 4 anos e tenta-se novamente. E assim Ad Infinitum.
As pessoas se tornaram individualistas e egocêntricas. Se você me dissesse que a solução estaria em criar sociedades de bairro e grupos de discussão setorizados ou células, eu poderia até pensar que alguma coisa poderia mudar, já que o que manda no político é o voto e ele só ganharia seu quinhão se solucionasse este e aquele problema de tal bairro, cidade, estado.
Mas aí entra o dinheiro novamente e compra os representantes destas células e fica novamente como está. Fica mais difícil mas tanto não é improvável que existem os tais vereadores que deveriam cuidar disso, certo?
Mostre para mim então Pedro, em minha falácia, onde está o erro. Prove para mim que nosso problema é instrução pois, educação se aprende em casa.
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Re: Militarismo: A era que todos gostariam de rever...
Luiz,
Na minha opinião a democracia é como o capitalismo.
Uma porcaria, não funciona e não existe de verdade em lugar nenhum.
Mesmo assim, como o capitalismo, ainda não inventaram nada melhor.
Com democracia as coisas estão longe de serem perfeitas. Sem democracia elas pioram.
Veja quantos políticos foram processados e cassados por corrupção no Brasil desde 1984,
veja quantas denúncias foram feitas pela imprensa, quantas foram investigadas e quantas
vezes alguém foi punido.
Raras vezes, alguém poderia dizer. No entanto durante o regime militar, que eu saiba,
ninguém nunca foi denunciado por corrupção, ninguém foi investigado e muito menos
cassado. Cassado só quem discordava do regime.
Na democracia já cassamos até um presidente, os anões do orçamento e o Zé Dirceu
teve que sair de cena. É muito pouco mas é muito em relação a nada.
E a democracia tem a vantagem de se aperfeiçoar com o tempo, o que jamais acontece
em regimes totalitários. Vários países europeus, que hoje vemos como modelos de
democracia, não faz tanto tempo assim tinham problemas semelhantes aos do Brasil.
Eu sou otimista. Um país como o nosso não tem como fracassar. Estamos fazendo tudo
errado há 500 anos e ainda assim o Brasil é um dos países mais importantes do mundo,
faz parte do BRIC, tem destaque no G20 e exerce liderança econômica e política no
cenário regional.
Imagina então quando isso aqui for um pouquinho mais organizado?
Cara, até petróleo aqui tem mais que na Arábia Saudita!
Mas o que nós estamos perdendo em relação aos outros do BRIC é na questão da Educação.
É preciso melhorar muito a qualidade do ensino fundamental e médio ( e depois a qualidade
do ensino superior vem naturalmente ), qualificar o profissional.
Mas nós temos uma outra grande vantagem em relação a Índia e a China, por exemplo.
Nossa população é pequena. Nosso investimento em educação pode ser muito menor que
o deles e aqui é muito mais fácil resolver as desigualdades.
O Brasil é um país que depois que embalar ninguém mais segura.
Na minha opinião a democracia é como o capitalismo.
Uma porcaria, não funciona e não existe de verdade em lugar nenhum.
Mesmo assim, como o capitalismo, ainda não inventaram nada melhor.
Com democracia as coisas estão longe de serem perfeitas. Sem democracia elas pioram.
Veja quantos políticos foram processados e cassados por corrupção no Brasil desde 1984,
veja quantas denúncias foram feitas pela imprensa, quantas foram investigadas e quantas
vezes alguém foi punido.
Raras vezes, alguém poderia dizer. No entanto durante o regime militar, que eu saiba,
ninguém nunca foi denunciado por corrupção, ninguém foi investigado e muito menos
cassado. Cassado só quem discordava do regime.
Na democracia já cassamos até um presidente, os anões do orçamento e o Zé Dirceu
teve que sair de cena. É muito pouco mas é muito em relação a nada.
E a democracia tem a vantagem de se aperfeiçoar com o tempo, o que jamais acontece
em regimes totalitários. Vários países europeus, que hoje vemos como modelos de
democracia, não faz tanto tempo assim tinham problemas semelhantes aos do Brasil.
Eu sou otimista. Um país como o nosso não tem como fracassar. Estamos fazendo tudo
errado há 500 anos e ainda assim o Brasil é um dos países mais importantes do mundo,
faz parte do BRIC, tem destaque no G20 e exerce liderança econômica e política no
cenário regional.
Imagina então quando isso aqui for um pouquinho mais organizado?
Cara, até petróleo aqui tem mais que na Arábia Saudita!
Mas o que nós estamos perdendo em relação aos outros do BRIC é na questão da Educação.
É preciso melhorar muito a qualidade do ensino fundamental e médio ( e depois a qualidade
do ensino superior vem naturalmente ), qualificar o profissional.
Mas nós temos uma outra grande vantagem em relação a Índia e a China, por exemplo.
Nossa população é pequena. Nosso investimento em educação pode ser muito menor que
o deles e aqui é muito mais fácil resolver as desigualdades.
O Brasil é um país que depois que embalar ninguém mais segura.
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Re: Militarismo: A era que todos gostariam de rever...
Pedro Reis escreveu:
Fernando,
De fato a hipócrita, egoísta e medrosa classe média apoiou em grande parte a ditadura enquanto
o financiamento externo estava entrando e a economia parecia estar indo bem.
Você está simplificando demais as coisas e ofendendo um monte de gente.
Pedro Reis escreveu:Mas até a classe média abandonou o barco quando a política econômica de polichinelo dos militares se mostrou um fracasso.
Ela não fracassou porque "era dos militares" e sim porque eles cometeram erros, exatamente como os presidentes civis que vieram depois.
Pedro Reis escreveu: Como eu disse, em meado dos anos 80 a rejeição era total, comícios com mais de um milhão de pessoas lotaram a Presidente Vargas.
Mas era mesmo total? Ou uma minoria faz mais barulho que uma maioria silenciosa?
Pedro Reis escreveu:Os militares saíram de cena não porque tenham considerado sua missão cumprida. Saíram de cena porque a manutenção do poder se tornou insustentável assim como todos os outros regimes militares também saíram de cena sem contra-revoluções, pela incapacidade de seus ditadores politicamente isolados conservarem o poder.
Os militares começaram a sair em 1974, com Geisel, e só demorou tanto porque eles estavam divididos. Havia um grupo linha-dura que se opunha a isto e sabotava o que os outros faziam.
Pedro Reis escreveu:Assim como saiu de cena sem uma contra-revolução a Junta militar que governou a Argentina.
Com a diferença de que, na Argentina, eles não queriam sair, mas a situação ficou insustentável, enquanto que no Brasil houve um planejamento de longo prazo para esta saída, embora enfrentando divergências internas.
Pedro Reis escreveu:E se o Brasil hoje fosse uma Colômbia ou uma Cuba teria acontecido por ter sido ou uma ditadura de direita ou uma de esquerda. Porque se não tivéssemos passado pelos percalços do totalitarismo e tivéssemos sido capazes, já naquela época, de atingirmos a maturidade democrática e a solidez das instituições que temos hoje, então certamente estaríamos alguns estágios adiantados em nosso processo de desenvolvimento.
Isto ninguém sabe. Eu não diria "certamente" para nada. As coisas aconteceram do jeito que aconteceram, o passado não pode ser mudado e o que poderia ter sido é apenas especulação.
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Re: Militarismo: A era que todos gostariam de rever...
Você está simplificando demais as coisas e ofendendo um monte de gente.
Como quando você diz que "os esquerdinhas criaram uma imagem que não corresponde à realidade"?
Pertenço a esta classe média mas não me ofendo quando escuto que a classe média é comodista,
e nem me sinto chamado de comodista porque seria bobo da minha parte.
E além disso é verdade. Historicamente a classe média, enquanto classe social, é comodista e
acomodada, o que não significa que todos os indivíduos que pertençam a classe média sejam
acomodados em sua vida pessoal. Mas as grandes revoluções e transformações nunca começaram
pela classe média, nunca tiveram nela o seu motor.
Geralmente é a classe sem grandes aspirações, mais interessada em manter o seu padrão de
vida, mais ligada aos valores tradicionais. Nas últimas décadas a sociedade se tornou
bem mais complexa e fluída, menos estratificada e definível, porém estes atributos
da classe média certamente eram bem mais verdadeiros nos anos 60 e 70 do que hoje.
E foi o medo e o esgoísmo que levou a classe média a se acomodar, hipocritamente, ao
golpe militar.
Hipócrita porque sabia o que acontecia. Sabia que pessoas estavam desaparecendo, que muitos
eram presos, torturados, mortos. E sabia que nem todos os perseguidos pela ditadura eram
"terroristas" mas muita gente estava perdendo emprego, direitos políticos, cargos, e até
tendo que deixar o país simplesmente porque não concordava com o governo, porque tinha
críticas ao regime.
Hipócrita porque não concordava com nada disso, mas comprada pelo "milagre econômico"
aceitava, receosa também que sem os militares os seus medíocres projetos de vida
estivessem ameaçados.
Ela não fracassou porque "era dos militares" e sim porque eles cometeram erros, exatamente
como os presidentes civis que vieram depois.
Mas eu não disse que fracassou porque era dos militares. Onde você leu isso?
No entanto regimes autoritários, sejam militares ou não, tendem a fracassar economicamente.
Estas administrações não resistem ao médio e longo prazo.
Entre as muitas razões algumas que verificamos com frequência são:
- O fato das decisões serem tomadas de cima para baixo, de forma excessivamente centralizada
e muitas vezes sob a interferência de interesses ideológicos e políticos, sem levar em conta
as reais necessidades dos principais agentes econômicos.
Por exemplo: uma estrada no meio da selva, ligando o nada ao lugar nenhum, dentro de uma
visão ideológica e de estratégia geo-política, pode se tornar prioritária mesmo diante da
necessidade de modernização de portos e da criação de uma infraestrutura ferroviária para
o escoamento eficiente e a baixo custo da produção.
E felizmente o Projeto Calha Norte do general Golbery, que tanto pavor causava a nossos vizinhos,
( o projeto, não o general ) nunca chegou realmente a sair do papel.
- Intervencionismo exagerado na economia
- Muita estatização. O Estado empresário, empreguista, mal administrador, carregando nas costas
os elefantes brancos de muitas empresas deficitárias
- Protecionismo econômico excessivo
- Burocracia enorme emperrando a atividade econômica
- Carga tributária pesada
Estes e outros probleminhas costumam vir junto no mesmo pacote dos regimes autoritários. Razão
pela qual você vai ter dificuldade de apontar algum que tenha sido maravilhosamente bem sucedido
economicamente. Seja militar ou civil, de esquerda ou de direita, ou de qualquer tipo.
Como exceção à regra eu poderia citar a Coréia do Sul, mas porque os seus governos conseguiram
evitar a maioria destas armadilhas.
Mas era mesmo total? Ou uma minoria faz mais barulho que uma maioria silenciosa?
Evidentemente com "total" estou querendo dizer maioria esmagadora.
Havia alguém no seu círculo de amizades que em 1984 ainda quisesse a manutenção do regime militar?
Você conhecia muitas pessoas no início da década de 80 que eram contrárias a realização de eleições
diretas para a presidência da república?
Bom, não sei... só se o seu círculo de amizades, na época, fosse composto pelos oficiais do
Clube Militar.
Você realmente acha que as massas impressionantes que tomaram as ruas das principais capitais do
país nos comícios pelas diretas eram apenas a manifstação de uma minoria ruidosa?
Repito: a ditadura caiu de podre com o fim do milagre econômico e uma crise no final dos 70 que
os militares atribuíam ao choque do petróleo mas que no Brasil só ia se agravando ano a ano.
Em 1982 o movimento da oposição era pelas diretas porque eles sabiam que venceriam de barbada.
Qual você acha que teria sido a chance do Maluf em 84 se tivesse disputado as eleições, se
até no Colégio Eleitoral ele levou uma surra?
E não por ser o Maluf, qualquer canditado da ARENA teria sido massacrado até mesmo no Colégio
Eleitoral. Aliás, a iniciativa inédita de pôr pela primeira vez um civil para disputar foi
uma tentativa desesperada de conservar o sistema, já que naquela altura, pra quem se lembra,
se sabia que um general não teria chance nem no voto indireto. Isso mostra que eles não
estavam tão dispostos assim a largar a rapadura.
Não sei se você esqueceu mas a rejeição era tão grande que nenhum político queria iniciar a
nova vida democrática, que já pintava como inexorável, com a imagem associada ao antigo regime.
Razão pela qual tão pouca gente quis votar no Maluf.
Ainda quando aconteceu a redemocratização e ARENA e MDB foram exitintos o MDB virou PMDB, um
partido enorme, enquanto que o outrora "maior partido do ocidente", a ARENA, se transformou
instananeamente em um partido minúsculo, o PSD, formado apenas por políticos com um passado
tão comprometido com o autoritarismo que não conseguiram ser aceitos em nenhum outro partido.
A debandada foi geral porque eles achavam que ter a imagem associada a antiga ARENA era suicídio
político naquela altura do campeonato.
Bom, só para refrescar a sua memória de como era o sentimento de ojeriza e o clima de rejeição
ao regime militar em meados dos anos 80.
Mas isso tudo não sou eu que estou dizendo, é o que está registrado na História...
Com a diferença de que, na Argentina, eles não queriam sair, mas a situação ficou insustentável,
enquanto que no Brasil houve um planejamento de longo prazo para esta saída, embora enfrentando
divergências internas.
Aqui também não queriam sair.
Você acha que o Pinochet queria sair, que o Stroessner queria sair, que o Galtieri queria sair?
Todos aqueles generalecos sulamericanos não estariam até hoje tentando se perpetuarem no poder,
da mesma forma que faz o Hugo Chavez, se pudessem?
Em quê a nossa "militocracia" é diferente e especial em relação a dos nossos vizinhos?
O fato é que ninguém larga o poder voluntariamente se puder mantê-lo. É o que a História registra.
As bombas, os atentados às bancas de jornal, foram reações extremadas justamente contra o
movimento de redemocratização. E só não aconteceu uma tragédia no Riocentro porque naquele dia
Papai do Céu estava de plantão e resolveu justiça pois a bomba que explodiu no colo do capitão
era para explodir dentro de um auditório fechado e lotado, com milhares de pessoas.
Mas o general Figueiredo não cumpriu a promessa. Não prendeu nem arrebentou o militar terrorista
que conseguiu sobreviver. Pelo contrário, ele foi protegido, escondido, e dizem até que teve a
sua identidade trocada mais tarde, embora anos depois tenha sido localizado pelo JB vivendo
muito bem em Ipanema, no Rio de Janeiro.
Estes não são episódios que contam a história de uma transição amistosa mas certamente se o clima
de conformismo fosse o mesmo dos anos 70 os militares não teriam saído. Isso é óbvio.
Todas as ditaduras militares da América do Sul acabaram como parte de um mesmo processo e um
mesmo fracasso. O processo foi praticamente simultâneo e idêntico em todos os países, sem a
necessidade de insurreições sangrentas e antes que as coisas chegassem a um ponto que estas
viessem de fato a acontecer.
Ou será que a ditadura do Pinochet, desde o início, também tinha um plano para a transição
democrática?
Isto ninguém sabe. Eu não diria "certamente" para nada. As coisas aconteceram do jeito que
aconteceram, o passado não pode ser mudado e o que poderia ter sido é apenas especulação.
Não estou especulando, estou colocando os fatos. Você não compreendeu.
Cuba e Colômbia são fracassos da democracia. Assim como o regime militar aqui foi um fracasso
do nosso projeto democrático pós Estado Novo.
Se as instituições democráticas nestes lugares tivessem amadurecido, se estruturado e tivessem
sido bem sucedidas como foram nos EUA, na Alemanha ou na França não haveria Fidel em Cuba, nem
uma guerrilha que nasceu para lutar contra um regime autoritário na Colômbia e nem ditadura
militar no Brasil.
São, obviamente, situações mutuamente excludentes.
Ou a democracia dá certo ou não dá. Quando não dá você tem o autoritarismo.
As duas coisas não podem ocorrer ao mesmo tempo.
Re: Militarismo: A era que todos gostariam de rever...
Esses vagabundos dos milicos não prestaram nem pra acabar com a raça dos petralhas. Mataram tanta gente boa e perderam a chance de exterminar lula, dirceu, dilma e toda a corja. Uns incompetentes de grife, isso sim



marta
Se deus fosse bom, amá-lo não seria mandamento.
- Fernando Silva
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Re: Militarismo: A era que todos gostariam de rever...
Pedro Reis escreveu:Você está simplificando demais as coisas e ofendendo um monte de gente.
Como quando você diz que "os esquerdinhas criaram uma imagem que não corresponde à realidade"?
Não, porque para mim "esquerdinhas" significa todo mundo que tenta reescrever a História segundo sua visão de "luta de classes", "oprimidos pelos capitalistas" e a ladainha de sempre.
Por outro lado, "classe média" engloba todo o tipo de gente.
Pedro Reis escreveu:Pertenço a esta classe média mas não me ofendo quando escuto que a classe média é comodista, e nem me sinto chamado de comodista porque seria bobo da minha parte.
Não me considero comodista. Dei muito duro na vida para conseguir um mínimo de conforto e não quero que um bando de escrotos decida que eu roubei o pouco que tenho.
Pedro Reis escreveu:Mas as grandes revoluções e transformações nunca começaram
pela classe média, nunca tiveram nela o seu motor.
Revoluções deveriam ser o último recurso, quando já não há opções previstas por lei.
O certo é a evolução, ainda que lenta.
Pedro Reis escreveu:Geralmente é a classe sem grandes aspirações, mais interessada em manter o seu padrão de vida, mais ligada aos valores tradicionais.
Isto não é defeito, a menos que esses valores sejam errados, a menos que o tal padrão de vida tenha sido conquistado injustamente.
Pedro Reis escreveu:E foi o medo e o esgoísmo que levou a classe média a se acomodar, hipocritamente, ao golpe militar.
A opção era um bando de escrotos dizendo que a propriedade é crime. A opção era largar tudo e entrar para a clandestinidade, sem saber direito o que fazer. Ou se juntar ao mencionado bando de escrotos cegos por ideologias toscas.
Você teria largado sua vida, seus estudos, sua casa, e arriscado seu futuro por uma causa confusa?
Na época, eu não achava que as coisas estivessem tão ruins que eu devesse lutar contra o sistema, mesmo porque eu era contra a alternativa defendida pelos que estavam na luta.
Pedro Reis escreveu:Hipócrita porque sabia o que acontecia. Sabia que pessoas estavam desaparecendo, que muitos eram presos, torturados, mortos. E sabia que nem todos os perseguidos pela ditadura eram "terroristas" mas muita gente estava perdendo emprego, direitos políticos, cargos, e até
tendo que deixar o país simplesmente porque não concordava com o governo, porque tinha
críticas ao regime.
Uns sabiam, outros não. E a maioria não queria arriscar até mesmo a vida lutando contra algo que não podia entender direito.
Pedro Reis escreveu: receosa também que sem os militares os seus medíocres projetos de vida estivessem ameaçados.
Não considero que meu projeto de vida seja medíocre.
Pedro Reis escreveu:No entanto regimes autoritários, sejam militares ou não, tendem a fracassar economicamente.
Estas administrações não resistem ao médio e longo prazo.
Ditaduras em geral não funcionam no longo prazo porque não são capazes de levar em conta todas as variáveis. É preciso deixar que o darwinismo do mercado aja e apenas controlar os excessos.
Os militares acertaram em algumas coisas e erraram em outras.
Pedro Reis escreveu:Havia alguém no seu círculo de amizades que em 1984 ainda quisesse a manutenção do regime militar?
Você conhecia muitas pessoas no início da década de 80 que eram contrárias a realização de eleições
diretas para a presidência da república?
Algumas poucas apenas, mas também só algumas poucas que realmente militavam pelas eleições diretas.
O resto, apenas cuidava da vida e esperava para ver no que iria dar.
Mas quase todo mundo que eu conheço era a favor do Tancredo e contra o Maluf. E tinha a ilusão de que tudo seria maravilhoso quando viesse um governo civil.
Pedro Reis escreveu:
Você realmente acha que as massas impressionantes que tomaram as ruas das principais capitais do
país nos comícios pelas diretas eram apenas a manifstação de uma minoria ruidosa?
A Marcha com Deus pela Família e pela Liberdade, pouco antes da revolução, também reuniu uma multidão impressionante.
Arnaldo Jabor, que era militante comunista na época, percebeu que tinham fracassado quando, ao passar pela orla marítima do Rio, viu todas as janelas de todos os prédios, por quilômetros e quilômetros, com velas acesas, numa silenciosa manifestação anticomunista.
Pedro Reis escreveu:Repito: a ditadura caiu de podre com o fim do milagre econômico e uma crise no final dos 70 que os militares atribuíam ao choque do petróleo mas que no Brasil só ia se agravando ano a ano.
E eu repito que Geisel, em 1994, já falava em abertura lenta e gradual.
Pedro Reis escreveu:Isso mostra que eles não estavam tão dispostos assim a largar a rapadura.
Mostra que alguns não estavam.
Pedro Reis escreveu:Mas isso tudo não sou eu que estou dizendo, é o que está registrado na História...
Que também registra que Figueiredo assumiu dizendo que iria abrir na marra (mesmo que alguns não quisessem).
Pedro Reis escreveu:Você acha que o Pinochet queria sair, que o Stroessner queria sair, que o Galtieri queria sair?
Todos aqueles generalecos sulamericanos não estariam até hoje tentando se perpetuarem no poder,
da mesma forma que faz o Hugo Chavez, se pudessem?
Em quê a nossa "militocracia" é diferente e especial em relação a dos nossos vizinhos?
Há diferenças entre nós e a Argentina, onde os militares são uma elite que não se mistura com o povo, ao contrário do Brasil, onde eles vêm do povo, mas a principal diferença é que aqui os próprios militares anunciaram que iriam sair.
Pedro Reis escreveu:As bombas, os atentados às bancas de jornal, foram reações extremadas justamente contra o movimento de redemocratização. E só não aconteceu uma tragédia no Riocentro porque naquele dia Papai do Céu estava de plantão e resolveu justiça pois a bomba que explodiu no colo do capitão era para explodir dentro de um auditório fechado e lotado, com milhares de pessoas.
Sim, mas este foi um atentado provocado pelos militares linha-dura, que eram contra a abertura que Figueiredo estava fazendo.
Pedro Reis escreveu:Mas o general Figueiredo não cumpriu a promessa. Não prendeu nem arrebentou o militar terrorista que conseguiu sobreviver. Pelo contrário, ele foi protegido, escondido, e dizem até que teve a sua identidade trocada mais tarde, embora anos depois tenha sido localizado pelo JB vivendo muito bem em Ipanema, no Rio de Janeiro.
Provavelmente porque Figueiredo estava subordinado às leis militares e não podia agir tão livremente quanto gostaria.
Pedro Reis escreveu:Ou será que a ditadura do Pinochet, desde o início, também tinha um plano para a transição democrática?
Não creio, mas estou falando do Brasil, não do Chile.