Bem, o caso em questão NÃO SE TRATA DE DOGMAS RELIGIOSOS, mas de um EVENTO observado.
Pedro Reis escreveu:Esse é o problema, Botânico.
Um evento observado, e o que qualquer pessoa sã observa é uma fraude grosseira.
Lá vamos nós de novo. E pelo jeito somos os dois que gostamos de escrever muito. Ao menos você a Anna lê. Já eu, ela lê no máximo até a metade, mas eu estou pouco me lixando.
Mas tratando do assunto:
Vai me explicando: como é que os sete repórteres, mandados lá para desmascarar tudo e arrasar com o Chico & Cia Bela NÃO PERCEBERAM QUE ERA UMA FRAUDE TÃO GROSSEIRA? Logo eles, que estavam lá, vendo tudo ao vivo e cores, tirando fotos e examinando tudo?
Pedro Reis escreveu:Diria até risível, patética, mas os espíritas, usando os óculos da fé dogmática, conseguem enxergar em uma pessoa vestindo um lençol branco e fazendo "uuuuuhhhh... uuuuuhhhh..." a prova irrefutável da existência de fantasmas e almas do outro mundo.
Dá pra você me responder com honestidade ao menos uma vez: essa foto é a ÚNICA coisa que você viu e sabe deste episódio?
Pedro Reis escreveu:O que você escreveu até certo ponto me surpreende porque confirma tudo que eu disse sobre a irracionalidade seletiva. Você não explicou nenhum dos questionamentos claros e objetivos que eu fiz, tudo que você escreveu na verdade se desvia de uma maneira muito conveniente das questões simples que eu coloquei.
Já andei dizendo antes por aqui, a respeito deste mesmo assunto, que uma das formas mais usadas de prova de teoremas é a redução ao absurdo. Consiste, pra quem não sabe, em supor, por hipótese, que o que se quer provar como falso seja verdadeiro, e então observar se as necessárias consequências da verdade da hipótese se verificam. Em caso afirmativo nada se pode concluir, mas se não ocorrem, consequentemente, por absurdo, a afirmação é falsa.
Vai umas sugestões:
1) Não picote o parágrafo. Está com algum problema técnico no seu teclado?
2) Seja direto e claro. Não sei porque tantas vírgulas e tantos apostos. Tudo bem que sou muito burro, mas tantas explicações só atrapalham ainda mais a minha cabeça curta.
Deixe-me ver se era isso o que você queria dizer:
Reduzir ao absurdo consiste em supor que o que se quer provar como falso é verdadeiro. Se o que é previsto pela hipótese acontece, não se conclui nada; se não acontece, a afirmação é falsa.
Vejamos se traduzo para o caso da materialização em questão:
Os repórteres foram ver a sessão para provar que ela era falsa, mas ela era verdadeira. Então a materialização aconteceu, mas aí não se conclui nada. Só ficou provada que era falsa porque 44 anos depois veio um cético que viu uma única foto e concluiu que era um truque muito tosco. Não fosse a mente brilhante deste cético, jamais se saberia a verdade.
Parabéns, ô meu! Isso sim é que é absurdo e dos mais reduzidos...
Pedro Reis escreveu:E quais são as hipóteses da DE?
Algumas delas:
- Em algum lugar, dimensão, universo existem as almas dos que já viveram
- Estas almas podem voltar para ocupar os corpos de outros seres viventes
- Espíritos não encarnados podem se comunicar com os encarnados. Ou seja, conosco, gente de carne e osso.
- Espíritos, quando querem, podem virar gente de carne e osso e interagir com o mundo físico
- Espíritos desejam que os encarnados (nós, gente de carne e osso) saibam de tudo isso.
Essas hipóteses (?) são da DE ou são do São Pedro? O que veio primeiro? A observação dos fatos ou as supostas hipóteses acima?
Pedro Reis escreveu:Eu já demonstrei extensivamente em outros tópicos e portanto não vou me repetir aqui que uma consequência necessária destas hipóteses é que hoje não deveriam mais existir céticos do espiritismo no mundo. Porque seria tão simples para fantasmas capazes de se comunicarem com os vivos,( e até de se materializarem ), provar a sua existência, por tantas maneiras fáceis, óbvias e inquestionáveis, que é uma contradição que até hoje tal coisa não tenha sido feita.
E eu não preciso demonstrar muito de que o São Pedro parece ser um completo desconhecedor da natureza humana e não faz a menor idéia do que está falando. Coitado! Gastou tanto dedo no teclado nos outros tópicos pra nada.
Veja se te manca, ô meu! Com tudo que a Ciência já demonstrou a respeito de Universo, origem deste e da vida, processos e mecanismos evolutivos, não deveriam mais existir criacionistas nos dias de hoje! Mas eles existem! Até caras que obtiveram títulos de doutor entram nessa. Lembra-me num dos programas do National Geographic que um GEÓLOGO, que antes acreditava no que a Ciência dizia, passando lá pelo Rio Colorado, tentava mostrar que aquilo tinha a ver como o Dilúvio Bíblico e provava a veracidade da Bíblia...
É mole, ô meu?
Se as "hipóteses" da DE que você inventou acima fossem válidas, então me explique por que é que os colegas de William Crookes NÃO QUISERAM ver os fenômenos de materialização que ele via e registrava? É o que eu venho chamando há tempos aqui de INFELIZ DESCOINCIDÊNCIA: quando há um médium dos bons atuando, NENHUM CÉTICO quer saber dele. Só depois que o médium se aposenta ou bate com as dez, aí sim os céticos aparecem para dizer que "tudo era fraude muito tosca". E você ainda acha que os espíritos querem que "saibamos de tudo isso".
É duro lidar com gente que não sabe nada do riscado!
Pedro Reis escreveu:A não ser que, por algum motivo, assim como os ETs dos OVNIs, não quisessem que soubéssemos da sua existência. Mas o absurdo do Espiritismo é afirmar que eles querem e querem muito. Os espíritos, pelo menos desde Kardec, estariam muito empenhados nisso, mas apesar de possuírem todos os meios, ao invés de se materializarem em uma sessão da Assembléia Geral da ONU e proferirem um discurso transmitido ao vivo para os líderes mundiais, preferem provar que são bem reais aparecendo escondidos embaixo de um lençol em um "muquifu" qualquer para meia dúzia de repórteres de uma revista sensacionalista.
Mas que cara mais ignorante do assunto! São Pedro, é o seguinte: você sabe como se faziam fotos antigamente? Olha, eu sou muito bom nisso, tanto que colegas meus até pediam para que eu fizesse fotos e cópias para os trabalhos científicos deles. Hoje, com as fotos digitais, aquele processo antiquado está fora de moda. Mas os meus alunos que fazem a disciplina de fotomicrografia ainda sentem prazer e fazer do jeito antigo. Depois que acabar os papéis e reagentes fotográficos, fim de papo. Mas sobre os espíritos aí na ONU, só para você ter um vislumbre da coisa, vou lhe fazer essa pergunta:
_ Já tentou fazer a cópia fotográfica de um negativo trabalhando em plena luz do Sol?
Pedro Reis escreveu:E claro, como você mesmo citou, para dar ainda mais credibilidade ao evento, escolhem como intermediária uma senhora que costuma levar certas vantagens financeiras nestas intermediações.
Mas antes se certificam que ninguém esteja filmando, apenas fotografias são permitidas, e o
fenômeno fundamental, o mais importante, que seria a materialização em si, este ninguém
nunca vê e muito menos registra. São tão tímidos e recatados que só se materializam ou evaporam com a luz apagada ou atrás do biombo.
Mais uma vez você me dá provas que nem sabe do que aconteceu por lá. Aos repórteres foi permitido tudo em matéria de registro. Se não usaram o infravermelho foi porque não quiseram, se não filmaram, também foi porque não quiseram. Na série de reportagens feita para denunciar fraude, disseram que não foi permitido usar infravermelho pois "dissolveria o ectoplasma". Besteira! Que sabe da coisa nunca ia dizer isso. Pelo contrário, ele até seria muito bem vindo.
Não foi feito filme ou vídeo (na época este existia, mas não estava disponível. Só para ter uma ideia, as novelas eram feitas e transmitidas ao vivo), mas foi feita uma sequência de fotos da formação do espírito materializado.
E aqui vem aquilo da natureza humana de que lhe falei.
Os repórteres recorreram a um perito, Carlos Éboli, para examinar as fotos e verificar nelas indícios de fraude. Ele apontou vários. E inclusive disse que claramente uma das fotos mostrava que se tratava de um lenço preso ao ouvido esquerdo e à boca da médium.
Jorge Rizzini levou as mesmas fotos a outro perito, de São Paulo, e este não viu os mesmos indícios de fraude que o outro vira. Quanto ao lenço, observando a sequência de fotos mostrada na revista, dizia que uma pergunta se impõe: _ Que tipo de pano é este que vai crescendo, se estufando e assumindo a forma humana como se vê na sequência das fotos?
O perito carioca disse que as roupas apresentavam sinais de dobras e vincos, indicando terem sido desdobradas e vestidas há pouco. Só que o perito paulista não viu isso. E até fez um teste: vestiu um manequim com um filó de dez metros por 60 cm e o cobriu com um véu recém passado a ferro. O véu caia sobre o manequim, sem dobras ou vincos. Aí ele pegou o mesmo véu, dobrou e passou-o a ferro sucessivamente, de forma a produzir um pacote mais compacto. Jogado sobre o manequim, aí sim as dobras e vincos apareciam nitidamente. Só que nada disso era visto nas fotos da fantasma.
Isso é um outro detalhe importante, São Pedro: os céticos inventaram uma nova modalidade de método científico. Por essa invenção cética, as hipóteses são sempre aceitas sem questionamento. Nunca são feitos experimentos para testar a validade delas. Assim fez o carioca: supôs pelo que viu, mas não testou para verificar se o que dizia estava correto. Já o perito paulista fez o experimento. Só que para os céticos, vale o que fez o perito carioca. Talvez esse novo método científico da comunidade cética seja uma herança aristotélica: a matéria é corruta; os sábios não põem a mão nela.
Pedro Reis escreveu:Meu amigo Botânico, para me desmentir, o que me daria imenso prazer, você teria um único vídeo a nos indicar documentando a materialização de um fantasma? Um vídeo que não tivesse sido feito de longe, no escuro, que não fosse aquela coisa que mal dá pra ver direito, um registro que tivesse pelo menos a qualidade e a nitidez do vídeo da festinha de aniversário da sua filhinha de dois anos?
Seria pedir muito?
Não tenho tal vídeo, nem uma filhinha de dois anos (aliás, nem sou casado, nem tenho filho algum e meus irmãos, que têm esposa e filhos dizem que estou fazendo muito bem). Agora quanto às suas exigências, quero lembrá-lo de que a materialização não acontece sob luz forte.
Pedro Reis escreveu:Não?! Não tem? Não existe esse vídeo em lugar nenhum?
E você não acha muito estranho que depois de 150 anos de esforços combinados de espíritos e espíritas, no intuito de provar a DE ao mundo, tal peça ainda não tenha sido produzida?
São 150 anos de Espiritismo e mais de 30 do advento das filmadoras portáteis, e nesse meio tempo 837 milhões de casamentos e 352 milhões de festas de debutantes já foram registrados com perfeita qualidade de imagem mas até hoje ninguém conseguiu um único filme decente de um ectoplasma transmutando em gente.
E isso considerando que tanto os ectoplasmas quanto os espíritas adorariam fornecer essa prova.
Mas então o que os impede, afinal?
Pois diante de contradições colossais como esta você vem falar no "experimental mediúnico"!
Experimental de quê? Pra quê experimento, se eu quiser provar a você que existo vou aí na sua casa, toca a campainha e me apresento. E se eu fosse um espírito capaz de adquirir um corpo físico faria o mesmo. Ou iria para a televisão, para o Programa do Jô, daria entrevistas, aparecia e desaparecia na frente das câmeras, ao vivo, e quantas vezes me pedissem.
Começando do começo:
Em 1850, Robert Hare, brilhante cientista e inventor do maçarico a oxigênio/acetileno, ficou muito chateado de ver pessoas eminentes da sociedade aderindo àquele embuste chamado New Spiritualism (Espiritismo na versão anglo-saxônica). Resolveu arregaçar as mangas e investigar aquilo. Ele ia expor toda a fraudulência que descobrisse. E a imprensa da época aclamou o homem. Breve toda a verdade sobre aquele embuste seria exposta, pois Hare era o homem certo para a coisa. Pois bem, ele começou a investigar os médiuns próximos e... quebrou a cara: não era nada do que ele pensava que fosse. Os fenômenos existiam. Ele cuidou de todo jeito de impedir as fraudes, mas a coisa continuava acontecendo. No fim, redigiu um memorial dos seus experimentos e o submeteu aos sábios carcomidos de Harvard. O que fizeram eles? O jogaram no lixo e lamentaram a adesão de Hare àquele gigantesco embuste.
Para não ter de repetir as histórias de Crookes, Varley, Richet, Bozzano & Cia Bela, deixe lhe dizer que durante 80 anos (1850-1930), com vários cientistas pesquisando outros tantos médiuns, tendo feito eles milhares de experimentos, o resultado sempre foi o mesmo: o que não queriam ver nada diziam que tudo não passava de balela e aos olhos do público e comunidade científica, estes sempre tinham razão.
E você vem ainda cobrar boa vontade dos espíritos e espíritas? Tê veja ô meu!
Pedro Reis escreveu:Mas certamente o que eu NÃO FARIA, tendo todas estas possibilidades, seria me materializar dentro de uma jaula com uma médium picareta que cobra cachê, no exato momento em que ninguém - exceto a médium picareta - estivesse vendo e ainda por cima com um lençol na cabeça feito fantasia de fantasma de baile de carnaval, porque tudo isso seria ridículo e só serviria para desmoralizar os espiritos e
o espiritismo.
Na verdade todas as considerações que você fez em favor da autenticidade do fenômeno capturado na foto são claros indicativos de fraude. Porque são justamente os artifícios que se fazem necessários para produzir o engodo. Que se engodo não fosse, não necessitaria de nada disso. Se um espírito se transmuta em ectoplasma e o ectoplasma em matéria porque isto nunca acontece às vistas de todo mundo?
Evidentemente esta é uma pergunta que uma pessoa racional no mínimo tem que fazer e esperar uma resposta. Afinal, pra quê uma jaula, para quê prender o médium ali dentro e o espírito parecer que saiu dali de dentro, e, detalhe importantíssimo, sem ninguém ter visto como o espírito surgiu? Ora, estes são justamente os artifícios que os ilusionistas necessitam para entreterem o público com seus truques.
E, diga-se de passagem, muito mais espetaculares que essas encenações mediúnicas, truques estes que você também não saberia dizer como são feitos.
Mas mesmo assim ninguém duvida que seja truque.
Como eu disse, só gostaria que me dissessem COMO o truque foi feito, dentro das condições apresentadas, da fiscalização feita, etc e tal. Já que ninguém duvida que seja truque, que me descrevam o truque...
Bem, eu já disse que viram o espírito surgir, foi fotografado sucessivamente o surgimento, etc e tal. Quanto à jaula, etc e tal, eram precauções que os MÉDICOS que investigaram o fenômeno quiseram tomar, já que o escuro é necessário para que a coisa aconteça.
Pedro Reis escreveu:Se alguém pudesse realmente materializar coelhos eu estou bem certo que eles não precisariam sair de dentro de cartolas. Ainda que eu não faça a menor idéia de como eles espremem estes bichos lá dentro isto nem de longe seria argumento capaz de me convencer que coelhos estão realmente surgindo do nada dentro de cartolas.
"Ah,mas o mágico admite que é truque", você diria. A questão não é essa porque se eu tirasse um porquinho da índia de dentro do meu chapéu na sua frente, e jurasse por tudo que eu materializei o animal ali dentro, então você, muito razoavelmente diria:
"Então tá, faz agora sem o chapéu."
Mas estranhamente você não tem a mesma postura, o mesmo bom senso, a mesma mínima racionalidade, quando um suposto médium, que como você mesmo disse cobra pelo showzinho, "materializa" um espírito dentro de uma gaiola, sempre quando a luz está apagada, ou quando há um pano tampando, ou quando as únicas testemunhas não são confiáveis, e o fantasma ainda aparece debaixo de um lençol pra ninguém poder ver que quem está ali não é realmente o falecido (ah, desculpe, não é lençol como no desenho animado. É renda francesa. Isso muda tudo, né) sendo que fazem isso há 150 anos e ninguém teve a idéia ainda de filmar o fenômeno no exato momento em que ocorre, e ainda considerando o fato esquisitíssimo que quanto mais a tecnologia se mostra capaz de resgistrar estes fenônemos mais os fantasmas se escondem da tecnologia.
Quer dizer, com todos estes ingredientes no mínimo suspeitos, ainda assim você acha que repórteres não terem visto alguém entrar na gaiola é a prova de que aquela pessoa pateticamente escondida debaixo de um lençol é de fato uma alma do outro mundo.
Ah, mas o porquinho da índia que eu materializo você só acredita se ver acontecer fora do chapéu.
E o fantasma não precisa?
São esses dois pesos e duas medidas que eu chamei de irracionalidade seletiva. Porque se os seguidores de todos os credos usassem os mesmos critérios e o mesmo bom senso que utilizam no dia a dia em questões práticas que não envolvam fé espiritual para avaliar suas crenças e seus dogmas religiosos eu não tenho certeza se restaria ainda alguma religião sobre a face da Terra.
Olha, São Pedro, é muito desgastante ter explicar os fenômenos mediúnicos para quem não sabe nada do riscado e pensa que sabe muito. A sua idéia acima parece resumir tudo a truque ilusionista, certo? Pois bem, os ilusionistas têm os seus limites. A partir de certo momento, o truque já não pode mais ser feito sem ser descoberto. Num capítulo da série Columbo, um mágico fazia o truque da guilhotina: colocava uma cabeça de repolho e a lâmina descia e partia o repolho. Depois ele se colocava na dita-cuja, acionava o mecanismo e a lâmina descia e atravessava o pescoço dele, sem decapitá-lo. Não se mostrava ali como o truque era feito, mas só de olhar eu já saquei qual era.
Voltando ao caso do seu porquinho da índia, muito que bem, disse você que materializou o bichinho dentro do seu chapéu. Ótimo, então eu examinaria o seu chapéu, certificando-me que não havia porquinho nenhum ali, e EU o colocaria em sua cabeça e mandaria repetir o evento. Você conseguira? Se conseguisse, então eu partiria para outra verificação e assim sucessivamente até me convencer de que não seria possível os porquinhos (agora sim deveria haver muitos deles) aparecerem dentro do seu chapéu a não ser por materialização (na verdade o nome certo aqui é aporte - materialização é outra coisa). Foi isso que fizeram os pesquisadores de materialização: primeiro viam a coisa, depois iam cercando as possibilidades de fraude até se convencerem de que o fenômeno era autêntico.
Já o cético não precisa de nada disso: sua palavra basta.
Pedro Reis escreveu:VEja, por exemplo, o que você diz, o tipo de argumento que você usa, o que você contrapõe a todas estas incoerências e inúmeros indícios de fraude:Então segundo você o embuste foi pouco elaborado? Então poderia me dizer como ele foi feito?
Aqui você apela para a falácia ad ignorantum julgando que se alguém não souber como um truque é feito então isso é prova que não poderia ser truque. Acho difícil que em questões de assuntos acadêmicos da sua área o seu raciocínio se mostrasse tão pouco sofisticado. Irracionalidade seletiva.
No entanto eu posso te dizer sim como o truque foi feito. Havia um fundo falso na gaiola e o dublê de fantasma entrou por ali. Fundo falso é o truque mais velho do mundo e a gaiola era um artifício para permitir a fraude dando a impressão que a dificultava. E aliás, eu já li um pouquinho sobre mágica e posso te dizer que esse é um expediente clássico, geralmente os elementos que os ilusionistas utilizam para mostrar que não há truque na verdade estão ali para ajudar a realizar o truque.
Vai ter de se esforçar mais para me descrever o truque:
1) Os repórteres EXAMINARAM a jaula e verificaram que NÃO HAVIA FUNDO FALSO NENHUM. A cadeira dentro da jaula estava chumbada ao chão com cimento. Só havia espaço para a cadeira e a médium.
2) Os repórteres examinaram também o teto, paredes, chão, armários e revistaram todos os presentes (até rasgaram os bolsos do Chico, como já disse). E até aí não vai censura: quanto mais rigoroso o exame, melhor.
3) O consultório do Waldo só tinha UMA porta de entrada, um vitrô e um exaustor. A porta foi trancada e a chave ficou em poder de um dos repórteres. O ambiente ficou iluminado por uma luz vermelha fraca, mas suficiente para ver tudo por dentro assim que os olhos se acostumassem com a escuridão.
4) Eram poucas pessoas, de forma que a falta de alguém no meio do pessoal logo seria notada (as aparições duraram 30 e 40 minutos - muito tempo, não acha?)
5) Conforme disse, havia roupas volumosas que os espíritos vestiam. Não seria nada fácil escondê-las. Onde estavam elas? Lembre-se de que havia dois caras vigiando o prédio por fora...
Pedro Reis escreveu:Mas quando eu digo que aquela foto é uma encenação tosca isso independe de saber como aquela figura se passando por uma freira falecida foi parar dentro do recinto. Esse tipo de fraude é tosca por todos os absurdos que eu já citei.
- É tosco porque é ridículo que um espírito use roupas e as roupas normalmente seguirem a moda da época.
Não entendi a colocação. De que moda da época está falando? Da época atual ou da época em que o espírito vivia? Em num caso ou no outro, qual é o problema? Onde está o ridículo?
Pedro Reis escreveu:- É tosco porque ninguém nunca vê o espírito se materializando. E pior ainda, ninguém FILMA! Tudo que se tem são estas fotografias tiradas depois que o fantasma se materializou convenientemente atrás de alguma cortina, ou com a luz apagada...
Neste caso específico há uma SEQUÊNCIA DE FOTOS mostrando a formação da materialização.
Pedro Reis escreveu:- É tosco porque ninguém vê o o espírito se desmaterializando também. E pior, ninguém FILMA! Ninguém teve a idéia de levar uma filmadora para registrar o fenômeno da freira se dissolvendo em pleno ar.
Aí foi problema dos repórteres, mas de que adianta nós espíritas fazermos esse filme? Sendo um cético, você já sabe o que dizer a respeito, certo?
Pedro Reis escreveu:- É tosco porque a forma como foi feito é em si mesma uma evidência de fraude. Já que, como eu disse, é bastante evidente que se alguém fosse fazer surgir uma pessoa do nada não seria necessário prender o médium em uma jaula para provar que não é truque. Os presentes não exigiriam nenhum outro tipo de prova se pudessem ter visto ( E REGISTRADO ) um vulto virar uma nuvenzinha de fumaça, a nuvenzinha virar ectoplasma, e o ectoplasma se trasnformar em alguém de carne e osso, vestido e roupa de baixo.
Mas não, ninguém nunca registra isso. É tosco porque toda essa encenação de prender o médium em uma gaiola só pode ser explicada se for um truque, já que não teria nenhum sentido se o fenômeno pudesse ser testemunhado de fato.
A ocultação do médium é necessário por motivos de concentração e interferência na formação do ectoplasma sob iluminação. Contudo, tudo o que você disse já foi visto e registrado em diversos outros casos... Mas sacomé: é tudo fraude, certo?
Pedro Reis escreveu:- É tosco porque em casos como estes, de fantasmas de personalidades conhecidas, a materialização sempre está escondendo o rosto, o que é providencial se a fisionomia do vigarista não apresentar nenhuma semelhança com a do falecido.
Ih! Mais por fora que asa de pinico.
E nos casos em que os espíritos mostraram sua cara e foram reconhecidos por familiares e inclusive tiveram as fotos deles e com as dos falecidos confrontadas? Como é que o truque tosco foi feito agora?
Pedro Reis escreveu:- Enfim, é tosco, porque qualquer pessoa que não esteja ansiosa para enganar a si mesma vai imediatamente levantar estas e outras questões simples e óbvias e rir dessa foto ridícula.
E por que você acha que tais questões simples não teriam ocorrido aos pesquisadores, especialmente àqueles que queriam provar que tudo era fraude do princípio ao fim?
Pedro Reis escreveu:E a maior demonstração do quanto é tosco é que os próprios fantasmas já desistiram de participar dessas palhaçadas e desde que as câmeras de vídeo baratas se difundiram não há mais registro de almas penadas se prestando a pagar este mico.
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Bem, se SEMPRE pessoas com o seu raciocínio serão SEMPRE as que prevalecerão sobre as que pesquisaram seriamente, mas cujo resultado de pesquisa contraria os dogmas científicos estabelecidos, por que os espíritos ainda deveriam aparecer assim?
Na verdade ainda aparecem, mas desde há muito se mancaram que têm coisas mais úteis a fazer do que repetir experimentos sempre refutados na base de simples suposições.
É isso.