
Hernâni Guimarães Andrade
“O dedo serve para apontar a Lua;
o sábio olha para a Lua;
o ignorante olha para o dedo”.
Um mestre Zen
O fenómeno das mesas girantes é um caso particular dos fenómenos denominados psicocinéticos. Trata-se da comunicação com supostos desencarnados (espíritos), através de pancadas desferidas no solo por um ou dois pés de uma mesa ou de uma cadeira.
Convenciona-se um código, geralmente um alfabeto cujas letras são numeradas segundo a ordem natural. Conforme o número de batidelas, pode seleccionar-se a letra correspondente, e assim, obter a mensagem letra por letra. As pessoas sen-tam-se ao redor da mesa e colocam as mãos espalmadas sobre o tampo. Passado algum tempo a mesa começa a dar sinais de movimento. Quando entre os circunstantes há um bom agente psicocinético, os movimentos tornam-se quase incontroláveis, a mesa ergue-se no ar, corcoveia e gira sob as mãos dos que fazem a sessão. Desse modo, pode convencionar-se uma forma de código. Por exemplo, combina-se: uma pancada equivale a sim; duas pancadas significam não. Daí, através de perguntas, fica-se a saber qual o agente incorpóreo que controla os movimentos da mesa. Dispondo-se de um círculo ou de um quadro formado pelas letras do alfabeto, pode estabelecer-se um diálogo com a mesa, uma vez que se convencione que ela dê uma pancada quando for apontada uma letra determinada, dentre as que formam uma palavra, soletrando-a. Há inúmeras outras maneiras de comunicação por este método.
Inicialmente, após o episódio das irmãs Fox, de Hydesville, a 31 de Março de 1848, em muitas outras casas também começaram a ocorrer os fenómenos das batidelas. A partir daí, iniciaram-se as tentativas de comunicação com os agentes invisíveis, passando-se mais tarde ao emprego das mesas girantes. A novidade espalhou-se pelo estado de Nova Iorque e dali para quase toda a América do Norte. Dentro de mais algum tempo, a Europa seria tomada pela «febre das mesas girantes». A coisa tornou-se uma moda. Em 1852, eram comuns os convites para reuniões elegantes, na Inglaterra, onde, após o chá, os convivas se divertiam consultando as mesas girantes.
Esse tipo de comunicação com o Invisível não era absolutamente inédito. O grande génio, teólogo e doutor da Igreja, nascido em Cartago (160-230 A.D.), Quintus Septimius Florens Tertu-llianus, é tido como o primeiro a empregar as comunicações com o mundo dos espíritos, através da mesa girante.
O historiador latino, do século IV, nascido em Atióquia (330/400 A.D.), Ammianus Marcellinus, menciona em seus escritos uma modalidade de comunicação através de uma mesa sobre a qual havia gravado um alfabeto. Um anel dependurado por um fio era conduzido suspenso sobre o alfa-beto. Nas suas oscilações, as le-tras de uma determinada palavra iam sendo apontadas uma a uma. Este curioso instrumento chamava-se «mensa divinatoriae». (Fodor, N. Enciclopaedia of Psychic Science, New York: University Books, 1974, p. 374).
Como pode ver-se, tratava-se de um aperfeiçoamento do método. Mais tarde iriam aparecer, também na Europa, as variantes do sistema das mesas girantes. Surgiriam as sessões com o «copinho deslizante» dentro de um círculo formado pelas letras do alfabeto. Os circunstantes colocavam a ponta do dedo indicador na borda do fundo do copo emborcado sobre a mesa. Dentro de algum tempo, mais ou menos longo, o copo começava a mover-se e ia apontando as letras, uma a uma, soletrando, assim, as palavras, mas, há muitos milénios, já se empregava um método parecido de comunicação com o Invisível: trata-se das «pranchetas» muito usadas na antiga China. O processo era semelhante. Em vez do copo, usava-se uma pequena tábua dotada de três pés que continha um indicador. O aparelho move-se dentro de um círculo formado por letras do alfabeto, incluindo também os algarismos de 0 a 9 e as palavras sim e não. A prancheta foi reinventada em 1853, na França, e tomou o nome de «ouija». Na realidade, o ouija é uma mesa de pequenas proporções.
Além desses aparelhos rudimentares, outros foram imaginados e empregados, visando a comunicação com as misteriosas inteligências invisíveis que, através desse processo, vêm, há muitos e muitos anos, tentando comunicar-se com o mundo dos viventes. Não poderíamos deixar de mencionar a «corbeille», ou «carrapeta», uma cestinha de vime usada para servir o vinho em garrafa. Fixa-se um lápis na extremidade da cestinha, cuja ponta pode apoiar-se e deslizar sobre uma ardósia. Os circunstantes colocam o dedo indicador sobre a borda da «carrapata», a qual, após algum tempo, movimentar-se-á escrevendo palavras e frases inteiras. Foi este o método que Allan Kardec usou em várias de suas experiências.
O «ouija» foi aperfeiçoado, constando de uma tábua plana de madeira, com o formato aproximado de um coração. Na extremidade mais estreita há um dispositivo para fixar-se um lápis. Duas roldanas móveis servem de apoio à parte posterior mais larga. Desse modo obtém-se um apoio triangular que pode deslizar facilmente para qualquer lado. Apoia-se este aparelho sobre uma folha de papel e, sobre a tábua, coloca-se a mão espanada, ou a ponta dos dedos. Podem participar uma, duas ou mais pessoas. O «ouija» deslocar-se-á escrevendo palavras sobre o papel, como no caso já citado da «corbeille» ou «cestinha de bico», como é também chamada.
Victor Hugo e as mesas girantes
Na extensa e variada história das mesas girantes, deve assinalar-se como um capítulo excitante o relacionamento de Victor Hugo com os espíritos de Shakespeare, Moliére, Galileu e outros. Entre os espíritos comunicantes havia um misterioso personagem que se negava a dar sua identidade, e assinava apenas o pseudónimo de Sombra do Sepulcro.
As comunicações em grande parte eram feitas em versos, que primavam pela elevada qualidade e profundidade de conceitos. Victor Hugo, por sua vez, costumava formular-lhes questões também em versos. Para ter-se uma ideia desses impressionantes diálogos entre gigantes da arte e da inteligência, vamos tomar alguns trechos da excelente obra de Zeus Wantuil, "As Mesas Girantes e o Espiritismo", (FEB, Rio, 1959):
«...Hugo, que declarara aos seres invisíveis não saber improvisar versos, elaborou com tempo, duas perguntas versificadas para serem dirigidos a Moliére. Foi, então, lida esta primeira:
Les rois et vous lá-haut, changez vous d’enveloppe?
Louis quatorze au ciel n’est-il pas ton valet?
François premier est-il le fou de Triboulet?
Et Crésus le laquais d’Ésope?
Não é Moliére quem responde: é a entidade misteriosa que se subscreve «Sombra do Sepulcro»:
Le ciel ne punit pas par de telles grimaces
Et ne travesti par en fou François premier;
L’enfer n’est pas um bal de grotesques paillasses,
Dont le noir châtiment serait le costumier.
O diálogo prossegue com Victor Hugo insistindo em obter a resposta do próprio Moliére. Mas sempre sofrendo a interferência da «Sombra do Sepulcro» que, respondendo em lugar de Moliére, acaba por irritar Victor Hugo, provocando sua retirada brusca da sala onde decorria a sessão.
Nesta ocasião Victor Hugo achava-se exilado, residindo em Matíne-Terrace e sua casa tornou-se ponto de reunião de alguns homens ilustres. Pelo que se conta a respeito desses memoráveis episódios, a residência de Victor Hugo era também frequentada por entidades desencarnadas: a casa em que Victor Hugo residia em Marine-Terrace era visitada por fantasmas. Os habitantes da ilha diziam que, fora outros três, ali se vira errar um espectro, e que esse espectro aparecia ainda algumas vezes, passeando pela praia situada nas proximidades. O porte feminino e as vestes esbranquiçadas fizeram que lhe dessem o nome de Dama Branca. Pois este espírito (pelo menos fez-se anunciar com aquele apelido) frequentou, desde 23 de Março de 1854 a mesa de Marine-Terrace, conforme relata o «Journal de L’Exil». (Wantuil, Z. Opus cit. p. 158).
Convém destacar que as respostas da mesa nem sempre concordavam com o modo de pensar de Victor Hugo e dos componentes do grupo: «(... ) Júlio Bois revela, mesmo, que as últimas páginas dos cadernos ditados pela mesa estão cheias de uma luta singular, duelo gigantesco entre o novo Jacob, que é Hugo, e a Sombra do Sepulcro, o anjo-espírito. E desta vez, diz o escritor de «Le Monde Invisible», Jacob é vencido, mas não sem protestar... Hugo deixou o seu lugar, quase irritado, quase deslumbrado...». Ele perdera a partida; mas a derrota do poeta não implica uma admiração ilimitada. Antes de sair, de subir ao seu quarto para o repouso do sono, ele inscreve, em resposta, na margem do caderno:
A Sombra do Sepulcro: Vós sois enorme, mas só Deus é imenso, (Wantuil, Z. - Opus cit. pp. 165 e 166).
No seu «Traité de Métapsychique», Charles Richet faz extensa alusão às sessões ocorridas na residência de exílio de Victor Hugo. É interessante transcrever um trecho em prosa da autoria da Sombra do Sepulcro, tão grandioso quanto seus versos. Victor Hugo houvera recriminado a Sombra do Sepulcro por usar na sua linguagem expressões corriqueiras. Esta, um tanto irritada, respondeu-lhe: Imprudente! Tu dizes: a Sombra do Sepulcro fala a linguagem humana, ela se serve das imagens bíblicas, das palavras, das metáforas, das mentiras, para dizer a verdade... A Sombra do Sepulcro não é um mascarado, eu sou uma realidade. Se eu desço para falar-vos em vosso jargão onde o sublime consiste em tão escassa tempestade, é que vós sois limitados. A palavra é a cadeia do espírito; e imagem é a golilha do pensamento; vosso ideal é a coleira da alma; vosso sublime é um fundo de masmorra; vosso céu é o tecto de uma caverna; vosso idioma é um ruído encadernado em um dicionário. Minha língua, para mim, é a imensidão, é o Oceano, é o Furacão. Minha biblioteca contém milhares de estrelas, milhões de planetas, milhões de constelações... Se tu queres que eu te fale em minha linguagem, sobe ao Sinai, e me ouvirás nos relâmpagos; sobe ao Calvário, e me verás nos raios; desce à sepultura e tu me sentirás na clemência». (Richet, Ch. Traité de Métapsychique, 2ª Ed., Paris: Félix Alcan, 1923, p. 90).
A resposta da Sombra do Sepulcro, como se vê, é impressionante a mereceu de Charles Richet o seguinte comentário: «Se, como a hipótese é verosímil, é o inconsciente de Charles Hugo» — filho de Victor Hugo e suposto médium — «quem ditou esta prosa e esses versos, o inconsciente de Charles Hugo alcançou o génio do mestre». (Opus cit. p. 90).
O quê ou quem move a mesa?
A resposta parece óbvia, mas nem todos os metapsiquistas e parapsicólogos pensavam e pensam da mesma forma, acerca da causa do fenómeno. Há um grande número que acha que tais fenómenos são coisa de vivos e não de espíritos. Atribuem tais fenómenos às aptidões do inconsciente. Então evocam a criptomnésia (memória oculta). O «médium» ou leu ou viu, ou ouviu alhures uma determinada história ou livro ou composição relacionados com a comunicação fornecido pela mesa e, inconscientemente, devolve tudo elaborado, transformado, por exemplo, em prosa ou verso, observando fielmente o mesmo estilo do autor (sendo este já falecido). Vai mais longe, pois pode dizer-se o «espírito» do falecido vate ou escritor. Há fenómenos equivalentes, como, por exemplo, a escrita automática, uma vez que esta veio substituir, mais tarde, os processos mecânicos da mesa girante, da prancheta, da cestinha de bico, etc. É a psicografia, tão abundante hoje em dia.
As mesas girantes também desenhavam figuras. A Dama Branca sugeriu que se adaptasse um lápis a um dos pés da mesinha, a fim de que os espíritos pudessem desenhar.
Mediante esse expediente a Dama Branca traçou seu próprio retrato. (Wantuil, Z. Opus cit. p. 159). Mas existem casos em que o médium produz quadros atribuídos a pintores célebres. A explicação mais aceite é a mesma: talento do inconsciente. Se a obra produzida é muito fiel ao estilo do pintor, temos a possibilidade da criptomnésia. O médium viu em algum álbum, ou num quadro, ainda que de relance rapidíssimo, as figuras desenhadas pelo falecido artista. Aquilo ficou esquecido para o seu consciente, mas jaz escondido, e com toda a nitidez, nos refolhos da memória inconsciente. Em dada situação a coisa vem à tona, por exemplo durante um transe, e o médium põe-se a desenhar, reproduzindo o estilo do pintor, inclusive a sua assinatura (que também é um desenho).
Mas, objectará alguém, e se ficar bem demonstrado que o médium nunca viu, ouviu, leu ou tomou conhecimento daquilo que «inconscientemente» ele está reproduzindo? Aí não há a mínima dificuldade, pois existe a criptestesia (percepção extra-sensorial). Por meio da criptestesia o inconsciente percebe tudo o que possa existir neste mundo, no tempo e no espaço, e quiçá em outros orbes. Vê, cheira, escuta e sente tudo, independentemente dos sentidos físicos.
E se tais explicações exigirem muito esforço e malabarismo para se adequarem a um facto paranormal de comunicação ou produção artística, ainda se tem à mão a «fraude» e os «talentos do inconsciente». Os génios, os artistas, os intelectuais, etc, não são todos eles seres humanos que, por qualquer razão normal, exteriorizaram os seus dons? Não se têm visto pessoas hipnotizadas demonstrarem faculdades extraordinárias, quando devidamente sugestionadas durante o transe?
Além disso, o inconsciente possui a função PK (psicocinesia) que lhe permite actuar sobre os objectos materiais movimentando-os. Daí as «mesas girantes» accionadas pelos inconscientes dos circunstantes. Daí as batidas de Hydesville e outras manifestações tidas como provocadas por «espíritos», até que a descoberta do inconsciente omnisciente e omnipotente veio «lançar a luz» sobre tão obscu-ros enigmas...
Entendamos que não se está a tratar, aqui, das fraudes e das manifestações que, bem estudadas e analisadas, revelam sua improcedência e mediocridade. Estamos falando do paranormal legítimo. Neste caso parece-nos que a explicação exclusivamente pelas faculdades e potencialidades do inconsciente não deve satisfazer a todos. Assim, acreditamos que um grande número optaria por outra explicação que, sem excluir a aceitação das funções paranormais, inclua a possibilidade da sobrevivência e comunicabilidade do espírito. Por que não?
A interpretação de Kardec
Foi em 1854 que Allan Kardec ouviu, pela primeira vez, falar das mesas girantes. Um magnetizador, o sr. Fortier, velho conhecido de Kardec, foi quem o informou a esse respeito.
«Já sabe da singular propriedade que se acaba de descobrir no magnetismo? Parece que já não são somente as pessoas que podem magnetizar-se, mas também as mesas, conseguindo-se que elas girem e caminhem à vontade». (Kardec, A., Obras Póstumas, Rio: FEB, 1964. p. 237).
Allan Kardec ponderou que tal facto lhe parecia inteiramente possível, visto o fluido magnético poder actuar também sobre os corpos inertes e fazê-los mover-se. Mas Kardec, passado algum tempo, encontrou-se novamente com o sr. Fortier, e este disse: «Temos uma coisa muito mais extraordinária: não só se consegue que uma mesa se mova magnetizando-a, como também que fale. Interrogada ela responde.» (Opus cit. p. 237)
Neste ponto Kardec mostrou-se céptico, dizendo-lhe que só acreditaria se visse o fenómeno. Para ele era um absurdo atribuir-se inteligência a uma coisa puramente material.
No começo de 1855, encontrou-se com o seu amigo sr. Carlotti que lhe falou longamente acerca das mesas girantes, acrescentando uma interpretação para o fenómeno: «a intervenção dos espíritos». Mesmo assim Kardec manteve-se incrédulo.
Em Maio de 1855, Kardec teve a oportunidade de, pela primeira vez, presenciar o fenómeno das mesas girantes. Assistiu, então, a alguns ensaios de escrita directa numa ardósia, com o auxílio de uma cesta. Imediatamente percebeu que por detrás daquele fenómeno situava-se algo muito importante, e resolveu estudá-lo a fundo.
Posteriormente, Kardec relacionou-se com a família Baudin, que residia então à rua Rochechouart, tendo sido convidado para assistir às sessões semanais que se realizavam em sua casa. Eis como ele se referiu a essas sessões:
«(... ) Os médiuns eram as duas senhoritas Baudin, que escreviam numa ardósia com o auxílio de uma cesta, chamada carrapeta e que se encontrava descrita em «O Livro dos Médiuns». Esse processo, que exige o concurso de duas pessoas, exclui toda a possibilidade de intromissão das ideias do médium. Aí tive o ensejo de ver comunicações contínuas e respostas a perguntas formuladas, algumas vezes até a perguntas mentais, que acusavam, de modo evidente, a intervenção de uma inteligência estranha». (Opus cit. p. 240).
Segundo Kardec, os assuntos tratados eram frívolos: «Os assistentes ocupavam-se, principalmente, de coisas respeitantes à vida material, ao futuro, numa palavra, de coisas que nada tinham de realmente sério; a curiosidade e o divertimento eram os motivos capitais de todos. Dava o nome de Zéfiro o espírito que costumava manifestar-se, nome perfeitamente acorde com o seu carácter e com a reunião» (Opus cit. p.240).
Foi nessas reuniões que Kardec começou os seus estudos sérios de espiritismo, «menos, ainda, por meio de revelações, do que de observações. Ele aplicou rigorosamente o método científico positivo em suas investigações e declarou taxativamente: «Compreendi, antes de tudo, a gravidade da exploração que ia empreender; percebi, naqueles fenómenos, a chave do problema tão obscuro e tão controvertido do passado e do futuro da Humanidade, a solução que eu procurara em toda a minha vida. Era, em suma, toda uma revolução nas ideias e nas crenças; fazia-se mister, portanto, andar com a maior circunspecção e não levianamente; ser positivista e não idealista, para não me deixar iludir». (Opus cit. p. 241).
Logo Allan Kardec percebeu que os espíritos nada mais eram do que as almas do homens, não possuindo nem a plena sabedoria, nem a ciência integral: «Conduzi-me pois com os espíritos, como houvera feito com homens. Para mim, eles foram, do menor ao maior, meios de me informar e não reveladores predestinados» — diz Kardec. (Opus cit. p. 241).
Finalmente, em 1857, após minuciosa pesquisa, ele deu a lume a sua primeira obra sobre o que houvera investigado: «Foi assim que mais de 10 médiuns prestaram concurso a esse trabalho. Da comparação e da fusão de todas as respostas, coordenadas, classificadas e muitas vezes remodeladas no silêncio da meditação, foi que elaborei a primeira edição de «O Livro dos Espíritos» entregue à publicidade em 18 de Abril de 1857». (Kardec, A. - Opus cit. p. 243).
Conclusão
A interpretação de Allan Kardec inclui, pois, a possibilidade da comunicação dos espíritos. Sendo os homens seres possuidores de um espírito encarnado, ou alma, a interpretação de Kardec inclui, também, a hipótese das manifestações do inconsciente. Ela é, portanto, mais abrangente, explicando todos os factos que abordamos, de maneira económica e sem exigir excessivas concessões a hipóteses «ad hoc», carentes de evidências observacionais e experimentais, em quantidade suficiente para apoiá-las. Voltaremos a tratar de certos fenómenos equivalentes aos das mesas girantes. Tais fenómenos tornaram-se possíveis após o advento da electrónica.
Fonte: “Revista de Espiritismo” nº 35 - Abril-Maio-Junho 1997
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