Jornalistas contra a aritmética - Olavo de Carvalho
Jornalistas contra a aritmética - Olavo de Carvalho
Não há mentira completa. Até o mais ingênuo e instintivo dos mentirosos, ao compor suas invencionices, usa retalhos da realidade, mudando apenas as proporções e relações. Quanto mais não fará uso desse procedimento o fingidor tarimbado, técnico, profissional, como aqueles que superlotam as redações de jornais, canais de TV e agências de notícias. Mais ainda – é claro – os militantes e ongueiros a serviço de causas soi disant idealistas e humanitárias que legitimam a mentira como instrumento normal e meritório de luta política.
Na maior parte dos casos, os elementos de comparação que permitiriam restituir aos fatos sua verdadeira medida são totalmente suprimidos, tornando impossível o exercício do juízo crítico e limitando a reação do leitor, na melhor das hipóteses, a uma dúvida genérica e abstrata, que, como todas as dúvidas, não destrói a mentira de todo mas deixa uma porta aberta para que ela passe como verdade.
Um exemplo característico são as notícias sobre a tortura nas prisões de Guantánamo e Abu-Ghraib. Como em geral nada se noticia na “grande mídia” sobre as crueldades físicas monstruosas praticadas diariamente contra meros prisioneiros de consciência nos cárceres da China, da Coréia do Norte, de Cuba e dos países islâmicos, a impressão que resta na mente do público é que o afogamento simulado de terroristas é um caso máximo de crime hediondo. Mesmo quando não são totalmente ignorados, os fatos principais recuam para um fundo mais ou menos inconsciente, tornando-se nebulosos e irrelevantes em comparação com as picuinhas às quais se deseja dar ares de tragédia mundial. Só o que resta a fazer, nesses casos, é usar a internet e toda outra forma de mídia alternativa para realçar aquilo que a classe jornalística, empenhada em transformar o mundo em vez de retratá-lo, preferiu amortecer.
Às vezes, porém, o profissional da mentira se trai, deixando à mostra os dados comparativos, apenas oferecidos sem ordem nem conexão, de tal modo que o público passe sobre eles sem perceber que dizem o contrário do que parecem dizer. Isso acontece sobretudo em notícias que envolvem números. Com freqüência, aí o texto já traz em si seu próprio desmentido, bastando que o leitor se lembre de fazer as contas.
Colho no Globo Online o exemplo mais lindo da semana (v. http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2009/ ... 949622.asp, http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,M ... LANDA.html e http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,M ... 02,00.html).
Não digo que o Globo seja o único autor da façanha. Teve a colaboração de agências internacionais, de organizações militantes e de toda a indústria mundial dos bons sentimentos. Naquelas três notas, publicadas com o destaque esperado em tais circunstâncias, somos informados de que uma comissão de alto nível, presidida por um juiz da Suprema Corte da Irlanda, investigando exaustivamente os fatos, concluiu ser a Igreja Católica daquele país a culpada de nada menos de doze mil – sim, doze mil – casos de abusos cometidos contra crianças em instituições religiosas. A denúncia saiu num relatório de 2600 páginas. Legitimando com pressa obscena a veracidade das acusações em vez de assumir a defesa da acusada, que oficialmente ele representa, o cardeal-arcebispo da Irlanda, Sean Brady, já saiu pedindo desculpas e jurando que o relatório "documenta um catálogo vergonhoso de crueldade, abandono, abusos físicos, sexuais e emocionais". Depois dessa admissão de culpa, parece nada mais haver a discutir.
Nada, exceto os números. O Globo fornece os seguintes:
1) A comissão disse ter obtido os dados entrevistando 1.090 homens e mulheres, já em idade avançada, que na infância teriam sofrido aqueles horrores.
2) Os casos ocorreram em aproximadamente 250 instituições católicas, do começo dos anos 30 até o final da década de 90.
Se o leitor tiver a prudência de fazer os cálculos, concluirá imediatamente, da primeira informação, que cada vítima denunciou, além do seu próprio caso, outros onze, cujas vítimas não foram interrogadas, nem citadas nominalmente, e dos quais ninguém mais relatou coisíssima nenhuma. Do total de doze mil crimes, temos portanto onze mil crimes sem vítimas, conhecidos só por alusões de terceiros. Mesmo supondo-se que as 1.090 testemunhas dissessem a verdade quanto à sua própria experiência, teríamos no máximo um total de exatamente 1.090 crimes comprovados, ampliados para doze mil por extrapolação imaginativa, para mero efeito publicitário. O cardeal Sean Brady poderia ter ao menos alegado isso em defesa da sua Igreja, mas, alma cristianíssima, decerto não quis incorrer em semelhante extremismo de direita.
Da segunda informação, decorre, pela aritmética elementar, que 1.090 casos ocorridos em 250 instituições correspondem a 4,36 casos por instituição. Distribuídos ao longo de sete décadas, são 0,06 casos por ano para cada instituição, isto é, um caso a cada dezesseis anos aproximadamente. Mesmo que todos esses casos fossem de pura pedofilia, nada aí se parece nem de longe com o “abuso sexual endêmico” denunciado pelo Globo. Porém a maior parte dos episódios relatados não tem nada a ver com abusos sexuais, limitando-se a castigos corporais que, mesmo na hipótese de severidade extrema, não constituem motivo de grave escândalo quando se sabe – e o próprio Globo o reconhece – que grande parte das crianças recolhidas àquelas instituições era constituída de delinqüentes. Se você comprime bandidos menores de idade num internato e a cada dezesseis anos um deles aparece surrado ou estuprado, a coisa é evidentemente deplorável, mas não há nela nada que se compare ao que aconteceu no Sudão, onde, no curso de um só ano, vinte crianças, não criminosas, mas inocentes, refugiadas de guerra, afirmaram ter sofrido abuso sexual nas mãos de funcionários da santíssima ONU, contra a qual o Globo jamais disse uma só palavra.
Só o ódio cego à Igreja Católica explica que o sentido geral dado a uma notícia seja o contrário daquilo que afirmam os próprios dados numéricos nela publicados.
Por isso, saiba o prezado leitor que só leio a “grande mídia” por obrigação profissional de analisá-la, como se analisam fezes num laboratório, e que jamais o faria se estivesse em busca de informação.
http://www.olavodecarvalho.org/semana/090605dc.html
Na maior parte dos casos, os elementos de comparação que permitiriam restituir aos fatos sua verdadeira medida são totalmente suprimidos, tornando impossível o exercício do juízo crítico e limitando a reação do leitor, na melhor das hipóteses, a uma dúvida genérica e abstrata, que, como todas as dúvidas, não destrói a mentira de todo mas deixa uma porta aberta para que ela passe como verdade.
Um exemplo característico são as notícias sobre a tortura nas prisões de Guantánamo e Abu-Ghraib. Como em geral nada se noticia na “grande mídia” sobre as crueldades físicas monstruosas praticadas diariamente contra meros prisioneiros de consciência nos cárceres da China, da Coréia do Norte, de Cuba e dos países islâmicos, a impressão que resta na mente do público é que o afogamento simulado de terroristas é um caso máximo de crime hediondo. Mesmo quando não são totalmente ignorados, os fatos principais recuam para um fundo mais ou menos inconsciente, tornando-se nebulosos e irrelevantes em comparação com as picuinhas às quais se deseja dar ares de tragédia mundial. Só o que resta a fazer, nesses casos, é usar a internet e toda outra forma de mídia alternativa para realçar aquilo que a classe jornalística, empenhada em transformar o mundo em vez de retratá-lo, preferiu amortecer.
Às vezes, porém, o profissional da mentira se trai, deixando à mostra os dados comparativos, apenas oferecidos sem ordem nem conexão, de tal modo que o público passe sobre eles sem perceber que dizem o contrário do que parecem dizer. Isso acontece sobretudo em notícias que envolvem números. Com freqüência, aí o texto já traz em si seu próprio desmentido, bastando que o leitor se lembre de fazer as contas.
Colho no Globo Online o exemplo mais lindo da semana (v. http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2009/ ... 949622.asp, http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,M ... LANDA.html e http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,M ... 02,00.html).
Não digo que o Globo seja o único autor da façanha. Teve a colaboração de agências internacionais, de organizações militantes e de toda a indústria mundial dos bons sentimentos. Naquelas três notas, publicadas com o destaque esperado em tais circunstâncias, somos informados de que uma comissão de alto nível, presidida por um juiz da Suprema Corte da Irlanda, investigando exaustivamente os fatos, concluiu ser a Igreja Católica daquele país a culpada de nada menos de doze mil – sim, doze mil – casos de abusos cometidos contra crianças em instituições religiosas. A denúncia saiu num relatório de 2600 páginas. Legitimando com pressa obscena a veracidade das acusações em vez de assumir a defesa da acusada, que oficialmente ele representa, o cardeal-arcebispo da Irlanda, Sean Brady, já saiu pedindo desculpas e jurando que o relatório "documenta um catálogo vergonhoso de crueldade, abandono, abusos físicos, sexuais e emocionais". Depois dessa admissão de culpa, parece nada mais haver a discutir.
Nada, exceto os números. O Globo fornece os seguintes:
1) A comissão disse ter obtido os dados entrevistando 1.090 homens e mulheres, já em idade avançada, que na infância teriam sofrido aqueles horrores.
2) Os casos ocorreram em aproximadamente 250 instituições católicas, do começo dos anos 30 até o final da década de 90.
Se o leitor tiver a prudência de fazer os cálculos, concluirá imediatamente, da primeira informação, que cada vítima denunciou, além do seu próprio caso, outros onze, cujas vítimas não foram interrogadas, nem citadas nominalmente, e dos quais ninguém mais relatou coisíssima nenhuma. Do total de doze mil crimes, temos portanto onze mil crimes sem vítimas, conhecidos só por alusões de terceiros. Mesmo supondo-se que as 1.090 testemunhas dissessem a verdade quanto à sua própria experiência, teríamos no máximo um total de exatamente 1.090 crimes comprovados, ampliados para doze mil por extrapolação imaginativa, para mero efeito publicitário. O cardeal Sean Brady poderia ter ao menos alegado isso em defesa da sua Igreja, mas, alma cristianíssima, decerto não quis incorrer em semelhante extremismo de direita.
Da segunda informação, decorre, pela aritmética elementar, que 1.090 casos ocorridos em 250 instituições correspondem a 4,36 casos por instituição. Distribuídos ao longo de sete décadas, são 0,06 casos por ano para cada instituição, isto é, um caso a cada dezesseis anos aproximadamente. Mesmo que todos esses casos fossem de pura pedofilia, nada aí se parece nem de longe com o “abuso sexual endêmico” denunciado pelo Globo. Porém a maior parte dos episódios relatados não tem nada a ver com abusos sexuais, limitando-se a castigos corporais que, mesmo na hipótese de severidade extrema, não constituem motivo de grave escândalo quando se sabe – e o próprio Globo o reconhece – que grande parte das crianças recolhidas àquelas instituições era constituída de delinqüentes. Se você comprime bandidos menores de idade num internato e a cada dezesseis anos um deles aparece surrado ou estuprado, a coisa é evidentemente deplorável, mas não há nela nada que se compare ao que aconteceu no Sudão, onde, no curso de um só ano, vinte crianças, não criminosas, mas inocentes, refugiadas de guerra, afirmaram ter sofrido abuso sexual nas mãos de funcionários da santíssima ONU, contra a qual o Globo jamais disse uma só palavra.
Só o ódio cego à Igreja Católica explica que o sentido geral dado a uma notícia seja o contrário daquilo que afirmam os próprios dados numéricos nela publicados.
Por isso, saiba o prezado leitor que só leio a “grande mídia” por obrigação profissional de analisá-la, como se analisam fezes num laboratório, e que jamais o faria se estivesse em busca de informação.
http://www.olavodecarvalho.org/semana/090605dc.html
Re: Jornalistas contra a aritmética - Olavo de Carvalho
O choroso Olavão esqueceu-se de uma série de coisas importantes:
1) No relatório foram OMITIDOS os nomes das vítimas e dos criminosos, estes últimos por exigência da própria Igreja.
2) Péssimo negócio, pois aí é a tal Igreja que deve então assumir a culpa e ao tal santíssimo sacerdote nada mais restou do que sair beijando a mão de todo mundo...
3) O problema do Olavão qual é? São os números ou a responsabilidade efetiva dos envolvidos? Os neonazistas acham que 6 milhões de judeus mortos é exagero, mas que 2 milhões é aceitável... Se o resultado da investigação é um relatório nebuloso, sem os nomes dos bois, etc e tal, que mais ele queria?
4) Pelo jeito que as crianças levassem a culpa... (eram delinquentes e daí o motivo das agressões).
1) No relatório foram OMITIDOS os nomes das vítimas e dos criminosos, estes últimos por exigência da própria Igreja.
2) Péssimo negócio, pois aí é a tal Igreja que deve então assumir a culpa e ao tal santíssimo sacerdote nada mais restou do que sair beijando a mão de todo mundo...
3) O problema do Olavão qual é? São os números ou a responsabilidade efetiva dos envolvidos? Os neonazistas acham que 6 milhões de judeus mortos é exagero, mas que 2 milhões é aceitável... Se o resultado da investigação é um relatório nebuloso, sem os nomes dos bois, etc e tal, que mais ele queria?
4) Pelo jeito que as crianças levassem a culpa... (eram delinquentes e daí o motivo das agressões).
Re: Jornalistas contra a aritmética - Olavo de Carvalho
Da segunda informação, decorre, pela aritmética elementar, que 1.090 casos ocorridos em 250 instituições correspondem a 4,36 casos por instituição. Distribuídos ao longo de sete décadas, são 0,06 casos por ano para cada instituição, isto é, um caso a cada dezesseis anos aproximadamente. Mesmo que todos esses casos fossem de pura pedofilia, nada aí se parece nem de longe com o “abuso sexual endêmico” denunciado pelo Globo
É, de fato, uma bobaginha mesmo. Não sei porque a padraiada proibiu a dibulgação dos nomes das vítimas e dos agressores, uma vez que o caso foi tão sem importância assim, e só estão fazendo acordos com pessoas que concordem em não processar a igreja. O Olavo de Caralho tem toda razão de defender a seita, mesmo porque nunca se ouviu falar desses casos dentro da ICAR



marta
Se deus fosse bom, amá-lo não seria mandamento.
Re: Jornalistas contra a aritmética - Olavo de Carvalho
marta escreveu:Da segunda informação, decorre, pela aritmética elementar, que 1.090 casos ocorridos em 250 instituições correspondem a 4,36 casos por instituição. Distribuídos ao longo de sete décadas, são 0,06 casos por ano para cada instituição, isto é, um caso a cada dezesseis anos aproximadamente. Mesmo que todos esses casos fossem de pura pedofilia, nada aí se parece nem de longe com o “abuso sexual endêmico” denunciado pelo Globo
É, de fato, uma bobaginha mesmo. Não sei porque a padraiada proibiu a dibulgação dos nomes das vítimas e dos agressores, uma vez que o caso foi tão sem importância assim, e só estão fazendo acordos com pessoas que concordem em não processar a igreja. O Olavo de Caralho tem toda razão de defender a seita, mesmo porque nunca se ouviu falar desses casos dentro da ICAR
É comum, por preconceito, ler no discurso alheio o extremo oposto do que nos é certo. Contigo parece ter sido o caso. Recomendo que releia, assumindo um posicionamento menos intolerante e provavelmente entenderá o cerne do texto.
Re: Jornalistas contra a aritmética - Olavo de Carvalho
Tarcísio escreveu:marta escreveu:Da segunda informação, decorre, pela aritmética elementar, que 1.090 casos ocorridos em 250 instituições correspondem a 4,36 casos por instituição. Distribuídos ao longo de sete décadas, são 0,06 casos por ano para cada instituição, isto é, um caso a cada dezesseis anos aproximadamente. Mesmo que todos esses casos fossem de pura pedofilia, nada aí se parece nem de longe com o “abuso sexual endêmico” denunciado pelo Globo
É, de fato, uma bobaginha mesmo. Não sei porque a padraiada proibiu a dibulgação dos nomes das vítimas e dos agressores, uma vez que o caso foi tão sem importância assim, e só estão fazendo acordos com pessoas que concordem em não processar a igreja. O Olavo de Caralho tem toda razão de defender a seita, mesmo porque nunca se ouviu falar desses casos dentro da ICAR
É comum, por preconceito, ler no discurso alheio o extremo oposto do que nos é certo. Contigo parece ter sido o caso. Recomendo que releia, assumindo um posicionamento menos intolerante e provavelmente entenderá o cerne do texto.
Eu acho que entendi toda a ginástica matemática que o Olavo de Caralho tentou fazer para minimizar os abusos e estupros da Irlanda. Só que a mim não convenceu.
E mais: falar em PRECONCEITO com a ICAR, nesses casos soa como piada. Quando o assunto é abusos de crianças e pedofilia, não há como ter PRECONCEITO com a ICAR e sim um grande somatório de CONCEITOS



marta
Se deus fosse bom, amá-lo não seria mandamento.
Re: Jornalistas contra a aritmética - Olavo de Carvalho
marta escreveu:Tarcísio escreveu:marta escreveu:Da segunda informação, decorre, pela aritmética elementar, que 1.090 casos ocorridos em 250 instituições correspondem a 4,36 casos por instituição. Distribuídos ao longo de sete décadas, são 0,06 casos por ano para cada instituição, isto é, um caso a cada dezesseis anos aproximadamente. Mesmo que todos esses casos fossem de pura pedofilia, nada aí se parece nem de longe com o “abuso sexual endêmico” denunciado pelo Globo
É, de fato, uma bobaginha mesmo. Não sei porque a padraiada proibiu a dibulgação dos nomes das vítimas e dos agressores, uma vez que o caso foi tão sem importância assim, e só estão fazendo acordos com pessoas que concordem em não processar a igreja. O Olavo de Caralho tem toda razão de defender a seita, mesmo porque nunca se ouviu falar desses casos dentro da ICAR
É comum, por preconceito, ler no discurso alheio o extremo oposto do que nos é certo. Contigo parece ter sido o caso. Recomendo que releia, assumindo um posicionamento menos intolerante e provavelmente entenderá o cerne do texto.
Eu acho que entendi toda a ginástica matemática que o Olavo de Caralho tentou fazer para minimizar os abusos e estupros da Irlanda. Só que a mim não convenceu.
E mais: falar em PRECONCEITO com a ICAR, nesses casos soa como piada. Quando o assunto é abusos de crianças e pedofilia, não há como ter PRECONCEITO com a ICAR e sim um grande somatório de CONCEITOS
A finalidade não parece ser minimizar estupros, até porque ele é sabedor que estupro e ICAR no mesmo título torna indiferente qualquer apelo ao sentimento da opinião pública, que sempre será o pior possível independente se 1 ou 1000(você parece entender bem isso quando fala de preconceito). O que ele quis levantar é como aqui ocorre o mesmo erro de cálculo, a mesma coincidência que ocorre em pesquisas sobre aborto, drogas, violência homofóbica e por ai vai. Falta de sinceridade intelectual dos pesquisadores, multiplicações estatísticas insanas, testemunhos induzidos, dados colhidos à vulso e pra somar a tudo isso o imediato acolhimento pela mídia e alguma autoridade eclesiástica.