Fernando Silva escreveu: Muito confuso.
O que tem a ver um crente que se agarra à fé em outra vida porque tem medo de morrer com um ateu que vive sua vida consciente de que morreu, acabou?
Que medos são esses que tentamos abafar, segundo você?
Para se compreender a questão, deve-se fazer a pergunta “certa”, pois a reposta está contida na “pergunta”. Quando fazemos a pergunta errada ou condicionada, a resposta virá igual.
Reformulemos:Por que o crente se agarra a fé em outra vida?
Seria por que o pensamento percebe-se como sendo impermanente? E sendo o pensamento o responsável pela imagem que criou de sí, percebe que a imagem que está alimentando pode deixar de existir? E então como o pensamento criou esta “realidade” e “existe” nela, ele passa a “criar” um outro “mundo” para poder “continuar a existir nele? A mente viciou-se na imagem que criou “o eu”, e pensar em deixar de existir “doi”? (há muito mais coisas ai, há de se investigar muito mais fundo).
Será que a mente criou o “habito” de “dividir”, e então dividiu o medo em medos, ou esta mente passou a perceber apenas os efeitos que o medo gera, e achou que estes efeitos são medos? Pode alguem não ter mais medo???
Fernando Silva, pode ser que os efeitos do medo se apresentem para o crente no apego a um Deus, a vida após a morte, a reencarnação; já em um ateu, se apresente, no medo de perder suas posses, seus direitos, suas ideias, sua honra, seu emprego, sua estabilidade financeira, sua fama. O Medo, pode ser apenas UM, mas ele assume formas diferentes de manifestações em cada consciência, dependendo de seu condicionamentos, cultura, e tudo o mais. (isso deve ser mais investigado a fundo).não acha?
Existe medos ou o que existe é só MEDO?!
Fernando Silva escreveu:Uma criança pode estar sendo sincera quando diz que espera ganhar presentes de Papai Noel. Nem por isto vou levá-la a sério.
Além disto, com tantas religiões, por que levar uma a sério e rejeitar o resto?
Pois leve a serio não o Papai Noel, mas o que ela espera. Perceba como, quando e o por quê surgiu o desejo dela, isso é respeito, isso é procurar compreender o outro ser humano. Mas, se levar a serio o Papai Noel, ou se começar pelo Papai Noel, bom, neste caso não se importará com a criança, não é mesmo? Percebe os males que fará surgir caso ataque o Papai Noel dela “a força”? Não é mais humano e respeitoso, compreender a criança e fazer com que esta criança perceba os seus desejos e de onde eles estão surgindo e, por que?
Não leve a serio as religiões, são só efeitos, sintomas, exteriorizações, leve a serio a mente daquele que está criando tudo isso.
Fernando Silva escreveu:Não vemos necessidade de acreditar em deuses, logo, por definição, somos ateus. Não há como fugir disto.
Já assumi o rótulo de “ATEIA”, estava convicta, cheia de certezas absolutas, mas ao perceber que todo rótulo é uma “prisão”, o rótulo simplesmente “diluiu”, “evaporou-se”, e então possibilidades novas surgiram, o horizonte se ampliou.
Consegue não amanhã, não no futuro, mas “AGORA” largar este rótulo? Dizer: eu não acredito nesses Deuses, percebo a falsidade disto tudo, mas não sou ateu ou teista?? consegue??? não da boca para fora, mas lá de dentro? .......Consegue nunca mais se definir como um rótulo??? Dizer: estou “livre” , nem eu nem ninguém pode me definir!!! consegue?
Se não consegue “fugir” disto, é sinal que isso está te mantendo “PRESO” é uma corrente.
Em um momento de sua vida, antes de o primeiro condicionado tentar enfiar a ideia de religião ou algo ao contrario em sua cabeça, quando você era uma criança tenra, erá teista ou ATEU? Pois te digo, que não tinha rótulos, era livre, e isso fazia com que houvessem inúmeras possibilidades de se aprender, não é mesmo?
Fernando Silva escreveu:Já fomos religiosos e entendemos que religiosos não são, em sua maioria, idiotas. Estão apenas equivocados. Mas não pode haver tolerância com religiosos intolerantes.
Há sim religiosos equivocados e religiosos “idiotas” sim. Idiotas estão em todos os lugares, a sociedades estimula a idiotice, a midia, os livros, os pais, a religião, mas idiotas podem deixar de serem, isso é um fato. Fui uma idiota por muito tempo, acreditando em tanta idiotice, seguindo pessoas idiotas, ideias idiotas, se apegando a coisas idiotas. Mas para se livrar da idiotice deve-se perceber-se como um, para se livrar do vicio deve-se perceber-se como um viciado. Alguem equivocado, que se agarra a este equivoco, se prende, se vicia, percebe que é um equivoco, mas não quer largar: é um idiota. Um equivocado não sabe de seu equivoco e quando sabe se livra, mas alguem que sabe mas não quer se livrar é um idiota.
A palavra “idiota” pode de repente “chocar”, mas é um fato a idiotice e está em tudo, desde a dona de casa humilde, até o premio nobel. Veja, ha exemplos de idiotice em todos os lugares, a chefes de nações IDIOTAS, não há religiosos idiotas????? Uma pessoa “feliz” em sua vidinha medíocre é um idiota!! Não é as coisas quem fazem os idiotas, é os idiotas que criam as coisas e se apegam. Quando deixamos de ser idiotas, todos os apegos, tudo que viemos alimentando, nutrindo a idiotice pessoal, cai por terra.
Fernando Silva escreveu:Mas não pode haver tolerância com religiosos intolerantes.
Não haver tolerancia, não quer dizer que deva haver intolerancia. Quando há tolerancia, só há uma especie de “fechar os olhos”, “deixar rolar”. Quando há intolerancia, bom, vc sabe!!
Agora, quando não há tolerancia e vc não cai para o outro extremo “intolerancia”, o que acontece???
Fernando Silva escreveu: Você está afirmando que, para aprendermos coisas novas, temos que jogar fora o que aprendemos antes?
Vc já ouviu aquela parabola sobre o chá? Aquela que o mestre disse: como poderei colocar meu chá se sua chicara esta cheia? Lembra ela toda?
Fernando Silva escreveu:É justamente o conhecimento previamente adquirido que nos permite julgar as coisas novas dentro de uma perspectiva mais ampla, sem achar que aquilo é a única verdade do universo.
O conhecimento tem sua utilidade é um fato. Mas em certos casos ele o impedirá de perceber algo novo. Há muito, busquei algo, lia em media oito livros por mês, sobre vários assuntos, sempre buscando conhecer, mas apesar de tudo, e perceber que haviam pessoas com muito mais “conhecimentos” que eu, eu percebia que eles estavam “vazios”, perdidos, sempre ditando o que os livros, autores, cientistas falaram, eles mesmos não sabiam NADA. Os computadores tinham muito mais conhecimentos que eles, e eles viviam em agustia, pois como surge sempre algo, estavam sempre querendo estar “atualizados” e isso criava uma certa dependência e angustia. Ao perceber isso, tudo que sabia perdeu a “graça”, senti como se agora minha xícara estivesse “vazia” e então as coisas agora podiam ser vistas “puras”, sem a interferência das coisa que eu havia acumulado.
Quando uma criança vê uma flor pela primeira vez, não há conhecimento, registro nenhum daquilo que está a sua frente, a mente esta em silencio, só há atenção profunda ali, neste momento não a criança e nem flor, há só ATENÇÃO, mas a partir da hora em que o adulto diz: é uma flor, a flor é isso e aquilo, o nome dela é tal, ela blá, blá, blá.... neste momento uma “imagem” é criada na mente da criança, e quando ela entrar em contato com aquilo novamente, a mente irá se interferir e irá mostrar a imagem que foi criada, e sendo assim, ela pode não ver mais aquilo só verá agora o “conhecido”, a imagem que está condicionada em sua mente. Agora, se criamos esta imagem da flor e a perdemos, quantas imagens a mente vai e foi criando em nossas vidas? Uma imagem sua, da sua esposa, dos seus filhos, do seu mundo, das suas ideias, suas conclusões, do que disseram e etc....
Por isso, se algo se apresenta e tentarmos achar algo na memoria, iremos contaminar isso, iremos como se vestir um oculos, e esse oculos pode ser um rótulo, e se eu te mostrar algo branco e vc estiver condicionado com um oculos azul, vc verá o que eu estou mostrando?
Como pode alguem ter uma perpectiva ampla se já está cheio e preso a conclusões? Respondam essa que eu quero ver.....
Fernando Silva escreveu: É justamente ao nos tornarmos ateus, sem estarmos presos a uma "verdade" imposta, que podemos julgar as religiões de forma isenta, sem ter a mente fechada por uma fé que não admite questionamentos.”
Vcs podem não terem verdades impostas, mas não poderiam ter criados verdades, ou aceitados verdades? Não se pode julgar nada quando estamos assumindo um rótulo, vc verá tudo a partir deste rótulo, se se assemelhar ótimo, se não vcs descartam, se for da cor azul otimo, se não for as pessoas não estão dizendo a verdade. Vê amigo, os chamados “mentes fechadas” não aceitam questionamentos, a não ser os que eles já estão acostumados a responder, agora, quando questiono o ateísmo o que acontece????
Fernando Silva escreveu: Verdades objetivas podem ser descobertas a partir dos outros. Verdades objetivas não dependem de "percepção
Acha mesmo? Posso jurar que ali tem uma cadeira, mas se vc acreditar em mim sem ter a percepção, isso não é fé, ou confiança? É saber???? agora se nós dois percebemos juntos, há necessidade de eu te convencer ou vc? Há necessidade de confiar? Há necessidade de debates? Só aprendemos de fato, quando há percepção, quando isso nos toca, quando sindo realmente com todo o meu ser, o resto pode ser fé, confiança ou apenas conhecimentos acumulados.
Fernando Silva escreveu:A religião me incomodava. Comecei a me questionar e um dia me descobri ateu
Seu ateísmo é uma reação!!! foi e está sendo alimentado pelo teismo??? se algo é uma reação do oposto este não carrega um pouco daquele??? exemplos: se minha caridade é o oposto da ambição, esta caridade não carrega um poco desta ambição? Quando algo nasce por causa daquilo, ele não carrega um pouco da onde ele nasceu?
Por favor me responda, se a religião não te incomodasse, teria ou haveria necessidade de se assumir um rótulo ateu?
Gostaria de saber quais foram seus questionamentos, pois se foram questionamentos condicionados, só poderiam te levar a respostas condicionadas e sendo assim te caber um rótulo.
Percebe que se houver questionamentos condicionados espiritas, isso vai levar a pessoa a respostas condicionadas espiritas e então a pessoa....
Percebe que se houver questionamentos condicionados evangélicos, isso vai levar a pessoa a respostas condicionadas evangelicas e então a pessoa...
Acha que é diferente com os questionamentos ateistas?????
Que bom que continuamos, seria muito bom mesmo que houvessem outros questionamentos. Um abraço Fernando Silva