Religião e Jornada nas Estrelas
Religião e Jornada nas Estrelas
Religião e Jornada nas Estrelas
Postado originalmente em 27/8/2003 14:37:54
Por Acauan
Na minha enorme lista de desavenças com o fundamentalismo cristão, uma é bastante pitoresca: aqueles chatos quase forçaram o cancelamento da série clássica Star Trek, nos anos sessenta.
O motivo? O de sempre, a obsessão fundamentalista em apontar o demônio em qualquer coisa com a qual não simpatizem.
No caso de Jornada nas Estrelas foi ainda mais fácil, já que as pontiagudas orelhas do primeiro oficial e oficial de ciências Spock compunham um visual perfeito, para os que vêem um Satã em cada esquina.
A caipirada carola americana não conseguiu tirar a Enterprise da programação, mas a oposição das igrejas influenciou alguns espisódios, particularmente aqueles onde os temas Deus e religião eram tratados, sempre de forma sutil e indireta, ficando claro que os roteiros foram revisados de modo a não cutucar com vara curta as onças cristãs.
Esta situação é perfeitamente visível no episódio 33 “Who Mourns for Adonais”, do segundo ano da série, exibido pela primeira vez em 1967.
Na história, a NCC 1701 USS-Enterprise se depara com um ser poderoso, que se apresenta como o deus greco-romano Apolo. A auto-proclamada divindade aprisiona a nave e exige que a tripulação o adore, oferecendo em troca uma vida paradisíaca, onde todas as necessidades deles seriam supridas pelos poderes do deus.
O capitão James T. Kirk, claro, recusa a oferta e, claro, encontra um modo de vencer Apolo e libertar a nave e a tripulação.
O ponto alto do episódio é quando um dos tripulantes considera a possibilidade de aceitarem a oferta de Apolo, já que o mesmo estava disposto a fazer de tudo para agradar a seus adoradores. Kirk responde que a oferta do deus nada mais era do que a escravidão, uma escravidão cheia de benesses, mas que mesmo assim, ainda era a escravidão.
É fácil traçar um paralelo com o Deus e o paraíso cristão, no qual a vida eterna é oferecida em troca da servidão e submissão, também eternas.
O legal é que Kirk não tenta explicar porque uma escravidão paradisíaca seria ruim, a explicação é desnecessária, ser um escravo, mesmo um escravo de Deus, é ruim e ponto final. Um espírito livre, na terra ou no céu, jamais enxergará grandeza na servidão.
No final do episódio, o que poderia ter sido uma grande frase do capitão sofre uma indesejada emenda. Diante de um Apolo vencido e inconformado pela recusa à sua generosa oferta, Kirk diz: “Crescemos. A Humanidade não precisa mais de deuses.”
Era para terminar aí, só que alguém deve ter dado um toque ao roteirista, avisando do bafafá que a crentalhada faria se ouvisse isto na TV, e então foi acrescentada a fala “um só já é o suficiente.”
Eu ignoro a emenda e fico com o soneto.
Detalhe: Em “Who Mourns for Adonais”, ao ser questionado sobre a possibilidade do ser alienígena ser o mesmo Apolo da mitologia clássica, Spock responde que, se viajantes do espaço, dotados de grandes poderes, visitassem a Terra naquela época, certamente seriam tidos como deuses.
Exatamente o tema central do livro “Eram os deuses astronautas”, que Erich Von Daniken publicaria no ano seguinte ao da exibição do episódio.
Outro interessante é o episódio 43, “Bread and Circuses”, também do segundo ano, em que Enterprise e tripulação vão parar num planeta com uma civilização idêntica à da Terra dos anos sessenta, só que, ali, o Império Romano nunca caiu e tornou-se uma sociedade semelhante à americana, com algumas diferenças, como os jogos de gladiadores transmitidos pela TV.
A história é uma auto-sátira da televisão, já que em um dos combates mortais transmitidos ao vivo, o centurião ameaça matar os lutadores se os índices de audiência cairem.
Seguindo paralelo à sátira central, colocaram no enredo umas figurinhas meio ridículas, os “adoradores do sol”, que pregavam uma nova religião que se opunha à violência institucionalizada do Império.
Claro que os tais adoradores do sol representavam os cristãos primitivos, que no mais a mais, não tinham a menor graça quando comparados com os divertidos romanos futuristas.
Como não podia deixar de ser, no final vêem as concessões às sensibilidades religiosas, quando fica claro que os tais “adoradores do sol” vencerão o Império e a tenente Ohura diz que eles não adoravam a estrela, mas o “sol de Deus”... Depois que ela diz isto, toda a tripulação da ponte faz cara de bobo e o episódio acaba. Uma pena.
Mas tem o episódio 38, “The Apple” que eu considero uma vingança dos produtores da série contra os fundamentalistas.
É quando Kirk encontra uma raça de alienígenas que adoram um deus chamado Vaal e vivem para alimenta-lo e obedece-lo. O capitão descobre que Vaal é uma máquina, que mantinha os humanos escravizados há gerações, obrigando-os a fornecer a ele os combustíveis de que precisava para continuar funcionando.
Kirk, é claro, destrói Vaal e liberta os aliens, que não tem a menor idéia do que fazer com a liberdade recém obtida.
Acho que todo mundo entendeu as outras interpretações que podem ser dadas ao deus Vaal.
No final de “The Apple” temos a cereja do sundae, numa daquelas conversas na ponte, que encerravam os episódios:
Kirk: - Há alguém a bordo desta nave, que lembre remotamente Satã?
Spock: - Não estou a par de ninguém que corresponda a esta descrição, capitão.
Kirk: - Sim, sr. Spock, eu imaginei que o senhor não estaria.
Sutil.
Postado originalmente em 27/8/2003 14:37:54
Por Acauan
Na minha enorme lista de desavenças com o fundamentalismo cristão, uma é bastante pitoresca: aqueles chatos quase forçaram o cancelamento da série clássica Star Trek, nos anos sessenta.
O motivo? O de sempre, a obsessão fundamentalista em apontar o demônio em qualquer coisa com a qual não simpatizem.
No caso de Jornada nas Estrelas foi ainda mais fácil, já que as pontiagudas orelhas do primeiro oficial e oficial de ciências Spock compunham um visual perfeito, para os que vêem um Satã em cada esquina.
A caipirada carola americana não conseguiu tirar a Enterprise da programação, mas a oposição das igrejas influenciou alguns espisódios, particularmente aqueles onde os temas Deus e religião eram tratados, sempre de forma sutil e indireta, ficando claro que os roteiros foram revisados de modo a não cutucar com vara curta as onças cristãs.
Esta situação é perfeitamente visível no episódio 33 “Who Mourns for Adonais”, do segundo ano da série, exibido pela primeira vez em 1967.
Na história, a NCC 1701 USS-Enterprise se depara com um ser poderoso, que se apresenta como o deus greco-romano Apolo. A auto-proclamada divindade aprisiona a nave e exige que a tripulação o adore, oferecendo em troca uma vida paradisíaca, onde todas as necessidades deles seriam supridas pelos poderes do deus.
O capitão James T. Kirk, claro, recusa a oferta e, claro, encontra um modo de vencer Apolo e libertar a nave e a tripulação.
O ponto alto do episódio é quando um dos tripulantes considera a possibilidade de aceitarem a oferta de Apolo, já que o mesmo estava disposto a fazer de tudo para agradar a seus adoradores. Kirk responde que a oferta do deus nada mais era do que a escravidão, uma escravidão cheia de benesses, mas que mesmo assim, ainda era a escravidão.
É fácil traçar um paralelo com o Deus e o paraíso cristão, no qual a vida eterna é oferecida em troca da servidão e submissão, também eternas.
O legal é que Kirk não tenta explicar porque uma escravidão paradisíaca seria ruim, a explicação é desnecessária, ser um escravo, mesmo um escravo de Deus, é ruim e ponto final. Um espírito livre, na terra ou no céu, jamais enxergará grandeza na servidão.
No final do episódio, o que poderia ter sido uma grande frase do capitão sofre uma indesejada emenda. Diante de um Apolo vencido e inconformado pela recusa à sua generosa oferta, Kirk diz: “Crescemos. A Humanidade não precisa mais de deuses.”
Era para terminar aí, só que alguém deve ter dado um toque ao roteirista, avisando do bafafá que a crentalhada faria se ouvisse isto na TV, e então foi acrescentada a fala “um só já é o suficiente.”
Eu ignoro a emenda e fico com o soneto.
Detalhe: Em “Who Mourns for Adonais”, ao ser questionado sobre a possibilidade do ser alienígena ser o mesmo Apolo da mitologia clássica, Spock responde que, se viajantes do espaço, dotados de grandes poderes, visitassem a Terra naquela época, certamente seriam tidos como deuses.
Exatamente o tema central do livro “Eram os deuses astronautas”, que Erich Von Daniken publicaria no ano seguinte ao da exibição do episódio.
Outro interessante é o episódio 43, “Bread and Circuses”, também do segundo ano, em que Enterprise e tripulação vão parar num planeta com uma civilização idêntica à da Terra dos anos sessenta, só que, ali, o Império Romano nunca caiu e tornou-se uma sociedade semelhante à americana, com algumas diferenças, como os jogos de gladiadores transmitidos pela TV.
A história é uma auto-sátira da televisão, já que em um dos combates mortais transmitidos ao vivo, o centurião ameaça matar os lutadores se os índices de audiência cairem.
Seguindo paralelo à sátira central, colocaram no enredo umas figurinhas meio ridículas, os “adoradores do sol”, que pregavam uma nova religião que se opunha à violência institucionalizada do Império.
Claro que os tais adoradores do sol representavam os cristãos primitivos, que no mais a mais, não tinham a menor graça quando comparados com os divertidos romanos futuristas.
Como não podia deixar de ser, no final vêem as concessões às sensibilidades religiosas, quando fica claro que os tais “adoradores do sol” vencerão o Império e a tenente Ohura diz que eles não adoravam a estrela, mas o “sol de Deus”... Depois que ela diz isto, toda a tripulação da ponte faz cara de bobo e o episódio acaba. Uma pena.
Mas tem o episódio 38, “The Apple” que eu considero uma vingança dos produtores da série contra os fundamentalistas.
É quando Kirk encontra uma raça de alienígenas que adoram um deus chamado Vaal e vivem para alimenta-lo e obedece-lo. O capitão descobre que Vaal é uma máquina, que mantinha os humanos escravizados há gerações, obrigando-os a fornecer a ele os combustíveis de que precisava para continuar funcionando.
Kirk, é claro, destrói Vaal e liberta os aliens, que não tem a menor idéia do que fazer com a liberdade recém obtida.
Acho que todo mundo entendeu as outras interpretações que podem ser dadas ao deus Vaal.
No final de “The Apple” temos a cereja do sundae, numa daquelas conversas na ponte, que encerravam os episódios:
Kirk: - Há alguém a bordo desta nave, que lembre remotamente Satã?
Spock: - Não estou a par de ninguém que corresponda a esta descrição, capitão.
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Sutil.
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Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!
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Re: Religião e Jornada nas Estrelas
Bem lembrado e muito bom texto (sem babaovismo...)
"Tentar provar a existencia de deus com a biblia, é a mesma coisa q tentar provar a existencia de orcs usando o livro senhor dos aneis."


- Apo
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Re: Religião e Jornada nas Estrelas
Kirk: - Há alguém a bordo desta nave, que lembre remotamente Satã?
Spock: - Não estou a par de ninguém que corresponda a esta descrição, capitão.
Kirk: - Sim, sr. Spock, eu imaginei que o senhor não estaria.
Sutil.
Fantástico.
Acauan ( e demais que tiveram o prazer de assistir...), não sei se lembras das expressões faciais durante estes diálogos...Nem era preciso muito texto. Mesmo em tempos onde a sutileza nas telas era sempre de bom tom, olhares capiciosos faziam o serviço muito melhor do que qualquer cutucada amenizadora.

- Mucuna
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Re: Religião e Jornada nas Estrelas
Esta idéia permanece mesmo nos novos de Jornada nas Estrelas, como a Nova Geração (apesar da crítica dos fãs originais a estas novas versões/tripulações).
Vou comentar aqui do filme "Primeiro Contato" da série Star Trek, então tem uns spoilers. Já aviso logo para quem liga para isso.
Lembro que no filme, a tripulação da nova geração volta no tempo para quando houve a primeira viagem warp feita pelo homem em meio a um cenário de conflito mundial.
Esta viagem warp foi percebida por uma nave alienígena que passava "perto" da Terra e estes decidiram que aquela civilização (nós) já havia alcançado um nível tecnológico avançado e então preparada para contato com civilizações de outros planetas.
Este primeiro contato foi o gatilho para a "era de ouro da humanidade" em sua estrutura, funcionamento, objetivos em comum, etc.
Então vemos que a raça que visitou a Terra e trouxe a humanidade para esta era de ouro eram os Vulcanos (a raça de Spock), seres puramente racionais!
A mensagem fica clara sobre o que os escritores pensam ser necessário para que a humanidade alcance melhores níveis para todos.
Vou comentar aqui do filme "Primeiro Contato" da série Star Trek, então tem uns spoilers. Já aviso logo para quem liga para isso.

Lembro que no filme, a tripulação da nova geração volta no tempo para quando houve a primeira viagem warp feita pelo homem em meio a um cenário de conflito mundial.
Esta viagem warp foi percebida por uma nave alienígena que passava "perto" da Terra e estes decidiram que aquela civilização (nós) já havia alcançado um nível tecnológico avançado e então preparada para contato com civilizações de outros planetas.
Este primeiro contato foi o gatilho para a "era de ouro da humanidade" em sua estrutura, funcionamento, objetivos em comum, etc.
Então vemos que a raça que visitou a Terra e trouxe a humanidade para esta era de ouro eram os Vulcanos (a raça de Spock), seres puramente racionais!
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It's fun to stay at the...

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- Lúcifer
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Re: Religião e Jornada nas Estrelas
Tem um episódio de STNG (infelizmente eu não me recordo do nome) em que o capitão Picard é mortalmente ferido às portas da morte.
No limbo, ele se encontra com o ser super-poderoso "Q":
Picard: - O que eu estou fazendo aqui?
Q: - Ora, você morreu.
Picard:- E o que você está fazendo aqui?
Q- Eu? Ora, eu sou deus.
Picard:- Não. O universo não é tão imperfeito assim.
Adorei essa frase do filme.
Aliás, constantemente as tripulações de ST, não importava a série, se encontravam com alguma entidade superpoderosa. Era tema constante também sempre a superação humana frente a esses seres.
Star Treck forever.
No limbo, ele se encontra com o ser super-poderoso "Q":
Picard: - O que eu estou fazendo aqui?
Q: - Ora, você morreu.
Picard:- E o que você está fazendo aqui?
Q- Eu? Ora, eu sou deus.
Picard:- Não. O universo não é tão imperfeito assim.
Adorei essa frase do filme.
Aliás, constantemente as tripulações de ST, não importava a série, se encontravam com alguma entidade superpoderosa. Era tema constante também sempre a superação humana frente a esses seres.
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- Fernando Silva
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Re: Religião e Jornada nas Estrelas
No episódio "Eden" (NG), uma raça muito avançada toma um planeta com um povo bárbaro e atrasado sob sua proteção e o transforma num paraíso, mas impõe leis rigorosas, com pena de morte por qualquer coisinha. O povo do planeta acha que essa raça é Deus. O capitão contesta um caso de pena de morte dizendo "Leis absolutas são para seres absolutos".
Num episódio de NG, os tripulantes são vistos por acidente por um povo semelhante aos vulcanos que, apesar de primitivo, já tinha tomado o caminho da lógica e abandonado os deuses. Por causa disto, eles voltam a acreditar em deuses e o capitão passa o episódio todo tentando mostrar que eles são apenas mortais mais avançados.
Na série clássica, um povo constrói uma nave e foge de um planeta cujo sol ia explodir e parte em busca de outro planeta. Várias gerações depois, eles estão convencidos de que o universo se limita à nave e que não há nada do lado de fora. O computador central controla suas vidas e pune quem "pensa errado". O capitão os ajuda a encontrar um planeta para viver e mostra que seu "deus" era apenas uma máquina.
O klingon Worf diz que "os deuses atrapalhavam mais do que ajudavam, portanto os abandonamos".
Na série "Enterprise", um povo acredita em que o universo foi criado em 9 dias, mas surge uma seita que acha que foram 10 dias. Os dois lados entram em guerra e destroem o planeta.
Em vários episódios, tanto nas séries como nos gibis, povos religiosos são sempre mostrados como fanáticos intolerantes.
Num episódio de NG, os tripulantes são vistos por acidente por um povo semelhante aos vulcanos que, apesar de primitivo, já tinha tomado o caminho da lógica e abandonado os deuses. Por causa disto, eles voltam a acreditar em deuses e o capitão passa o episódio todo tentando mostrar que eles são apenas mortais mais avançados.
Na série clássica, um povo constrói uma nave e foge de um planeta cujo sol ia explodir e parte em busca de outro planeta. Várias gerações depois, eles estão convencidos de que o universo se limita à nave e que não há nada do lado de fora. O computador central controla suas vidas e pune quem "pensa errado". O capitão os ajuda a encontrar um planeta para viver e mostra que seu "deus" era apenas uma máquina.
O klingon Worf diz que "os deuses atrapalhavam mais do que ajudavam, portanto os abandonamos".
Na série "Enterprise", um povo acredita em que o universo foi criado em 9 dias, mas surge uma seita que acha que foram 10 dias. Os dois lados entram em guerra e destroem o planeta.
Em vários episódios, tanto nas séries como nos gibis, povos religiosos são sempre mostrados como fanáticos intolerantes.
Re: Religião e Jornada nas Estrelas
Reload!
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Acauan Guajajara
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- carlo
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Re: Religião e Jornada nas Estrelas
Eu "chupinhei" este texto à época, acho que em 2006 e postei ele num site da minha cidade, deu o maior sururú lá, procurei ele nos meus arquivos não encontrei, fui no tal site não deu outra: Deletado!

NOSSA SENHORA APARECIDA!!!!
Re: Religião e Jornada nas Estrelas
É verdade, sempre nos gibis tem os povos fanáticos que anunciam o fim do mundo e o jornada nas estrelas tinham esse lado de ceticismo. Muito bem lembrado.
Deus é um só...
...mas com várias caras: uma para cada religião
O homem é um animal inteligente o bastante para criar o seu próprio criador
Ei, porque acreditar em alguem que pune todos os descendentes e também todos os animais por causa da desobediência de dois indivíduos?
- carlo
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Re: Religião e Jornada nas Estrelas
Cabula escreveu:
É verdade, sempre nos gibis tem os povos fanáticos que anunciam o fim do mundo e o jornada nas estrelas tinham esse lado de ceticismo. Muito bem lembrado.
POIS ENTONCES!!! AÍ QUE TÁ, EU PASSEI "BATIDO", NUM PERCEBÍ! DEMOREI TROCENTOS ANOS A PERCEBER... NA NET!!!! É MOLE?

NOSSA SENHORA APARECIDA!!!!
Re: Religião e Jornada nas Estrelas
Fernando Silva escreveu:...
Em vários episódios, tanto nas séries como nos gibis, povos religiosos são sempre mostrados como fanáticos intolerantes.
Ainda bem que são muito diferentes disso...

"Tentar provar a existencia de deus com a biblia, é a mesma coisa q tentar provar a existencia de orcs usando o livro senhor dos aneis."


Re: Religião e Jornada nas Estrelas
Alguém poderia me explicar por que cargas d'agua a maioria dos aliens falavam inglÊs? 

"Tentar provar a existencia de deus com a biblia, é a mesma coisa q tentar provar a existencia de orcs usando o livro senhor dos aneis."


Re: Religião e Jornada nas Estrelas
Johnny escreveu:Alguém poderia me explicar por que cargas d'agua a maioria dos aliens falavam inglÊs?
Usavam o tradutor universal.
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Re: Religião e Jornada nas Estrelas
Acauan escreveu:Johnny escreveu:Alguém poderia me explicar por que cargas d'agua a maioria dos aliens falavam inglÊs?
Usavam o tradutor universal.
Desde quando os klingons falavam pelo tradutor? E os kardacianos? O único episódio que vi usando um tadutor universal (uma vareta metálica) foi com um tal Companheiro (por favor, não pergunte o nome do episódio...)
No resto, era linguagem terráquea mesmo.
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Re: Religião e Jornada nas Estrelas
Johnny escreveu:Acauan escreveu:Johnny escreveu:Alguém poderia me explicar por que cargas d'agua a maioria dos aliens falavam inglÊs?
Usavam o tradutor universal.
Desde quando os klingons falavam pelo tradutor? E os kardacianos? O único episódio que vi usando um tadutor universal (uma vareta metálica) foi com um tal Companheiro (por favor, não pergunte o nome do episódio...)
No resto, era linguagem terráquea mesmo.
[modochato=on]
foi pq o diretor quis
[modochato=off]

Re: Religião e Jornada nas Estrelas
Johnny escreveu:Desde quando os klingons falavam pelo tradutor? E os kardacianos? O único episódio que vi usando um tadutor universal (uma vareta metálica) foi com um tal Companheiro (por favor, não pergunte o nome do episódio...)
No resto, era linguagem terráquea mesmo.
Não tem nada mais NERD que explicar detalhes técnicos e históricos da tecnologia Star Trek, mas fazer o que...
O desenvolvimento dos primeiros tradutores universais foi mostrado em Enterprise. Eram grandes e funcionavam mal, por isto a tripulação contava com uma xeno-linguista (especialista em línguas alienígenas) para servir como intérprete. Muitas vezes ela teve que analisar a sintaxe dos idiomas na hora, fazendo um grande esforço para manter um diálogo de poucas palavras.
Ao longo da série Enterprise os tradutores foram se tornando menores e mais eficientes.
Em Star Trek, série clássica, eles já são miniaturizados e perfeitamente funcionais, acoplados aos tricorders e comunicadores, sendo seu funcionamento durante a comunicação subentendido.
No caso do "Companheiro", era uma entidade alienígena que se comunicava por padrões telepáticos não verbais, daí a necessidade de procedimentos inéditos para a tradução.
Podem me chamar de Sheldon agora.
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Acauan Guajajara
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- Jack Torrance
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Re: Religião e Jornada nas Estrelas
Já vi um episódio dos "Super Amigos", onde os aliens falavam inglês (na verdade era português, pois estava dublado) e dentro da nave deles tinha uma placa escrito "Danger", em caso de perigo. 

“No BOPE tem guerreiros que matam guerrilheiros, a faca entre os dentes esfolam eles inteiros, matam, esfolam, sempre com o seu fuzil, no BOPE tem guerreiros que acreditam no Brasil.”
“Homem de preto qual é sua missão? Entrar pelas favelas e deixar corpo no chão! Homem de preto o que é que você faz? Eu faço coisas que assustam o Satanás!”
Soldados do BOPE sobre BOPE
“Homem de preto qual é sua missão? Entrar pelas favelas e deixar corpo no chão! Homem de preto o que é que você faz? Eu faço coisas que assustam o Satanás!”
Soldados do BOPE sobre BOPE
Re: Religião e Jornada nas Estrelas
Jack Torrance escreveu:Já vi um episódio dos "Super Amigos", onde os aliens falavam inglês (na verdade era português, pois estava dublado) e dentro da nave deles tinha uma placa escrito "Danger", em caso de perigo.
DANGER: Don't Ask Nobody about Gene Rodenberg

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- Fernando Silva
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Re: Religião e Jornada nas Estrelas
Johnny escreveu:Jack Torrance escreveu:Já vi um episódio dos "Super Amigos", onde os aliens falavam inglês (na verdade era português, pois estava dublado) e dentro da nave deles tinha uma placa escrito "Danger", em caso de perigo.
DANGER: Don't Ask Nobody about Gene Rodenberg
Repita comigo: Gene Roddenberry - Gene Roddenberry
Agora vá e não peque mais.
- Fernando Silva
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Re: Religião e Jornada nas Estrelas
Há um episódio da Star Trek NG (nos gibis, "It takes 3 to tango") em que eles vão a um planeta aceitar uma nova espécie como membros da Federação.
Acontece que o povo de lá tinha 3 sexos e um casal normal era formado pelos 3.
A presidente era casada apenas com um dos outros sexos e isto era visto como um sacrilégio pelos radicais religiosos que, naturalmente, tentaram matá-la com uma bomba no dia da posse.
Acontece que o povo de lá tinha 3 sexos e um casal normal era formado pelos 3.
A presidente era casada apenas com um dos outros sexos e isto era visto como um sacrilégio pelos radicais religiosos que, naturalmente, tentaram matá-la com uma bomba no dia da posse.
Re: Religião e Jornada nas Estrelas
Fernando Silva escreveu:Johnny escreveu:Jack Torrance escreveu:Já vi um episódio dos "Super Amigos", onde os aliens falavam inglês (na verdade era português, pois estava dublado) e dentro da nave deles tinha uma placa escrito "Danger", em caso de perigo.
DANGER: Don't Ask Nobody about Gene Rodenberg
Repita comigo: Gene Roddenberry - Gene Roddenberry
Agora vá e não peque mais.
Roddenberry, Rodenberg, tanto faz, é tudo judeu..



Sabia que iam cair nessa...sabia...sabia...
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Re: Religião e Jornada nas Estrelas
Existe uma expressão cunhada para situações assim que é "suspension of disbelief", suspensão de descrença, que parte do princípio de que para se divertir com certos filmes é preciso ignorar alguns absurdos, como no filme The Conqueror, de 1956, no qual o John Wayne (o John Wayne!!!) faz o papel de Gengis Khan e Susan Hayward ( a Susan Hayward!!!) faz o papel da mulher dele.
Mas voltando às séries de ficção, os roteiristas de Star Trek se esforçavam para reduzir ao mínimo a necessidade do "suspension of disbelief". Chegaram até a inventar uma explicação sobre porque todos os alienígenas eram iguaizinhos aos humanos, só mudando uma orelha aqui ou uma testa ali.
Duro de engolir, apesar dos excelentes roteiros, era as aventuras de Tony e Doug de O Tunel do Tempo. Lá sim, não importava que local ou época caíam, todo mundo falava inglês, desde o grego Ulisses até os nativos da ilha do Krakatôa.
Pior que isto não era o mais inverossímel da história, difícil era saber como os dois cientistas que devem ter passado a vida circulando entre o laboratório e a biblioteca se tornaram hábeis lutadores capazes de encher de porrada qualquer um que aparecesse em seu caminho. Todo episódio começava com eles dando sopapos em algum bando de bárbaros.
Mas voltando às séries de ficção, os roteiristas de Star Trek se esforçavam para reduzir ao mínimo a necessidade do "suspension of disbelief". Chegaram até a inventar uma explicação sobre porque todos os alienígenas eram iguaizinhos aos humanos, só mudando uma orelha aqui ou uma testa ali.
Duro de engolir, apesar dos excelentes roteiros, era as aventuras de Tony e Doug de O Tunel do Tempo. Lá sim, não importava que local ou época caíam, todo mundo falava inglês, desde o grego Ulisses até os nativos da ilha do Krakatôa.
Pior que isto não era o mais inverossímel da história, difícil era saber como os dois cientistas que devem ter passado a vida circulando entre o laboratório e a biblioteca se tornaram hábeis lutadores capazes de encher de porrada qualquer um que aparecesse em seu caminho. Todo episódio começava com eles dando sopapos em algum bando de bárbaros.
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ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
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Liberdade! Liberdade!
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Das lutas na tempestade
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- Fallen_Angel
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Re: Religião e Jornada nas Estrelas
Posso estar enganada, mas o cara que criou o Star Trek não era mórmon????
Re: Religião e Jornada nas Estrelas
Fallen_Angel escreveu:Posso estar enganada, mas o cara que criou o Star Trek não era mórmon????
Não. Este é o Glen A. Larson da versão original de Battlestar Galactica.
Nós, Índios.
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Re: Religião e Jornada nas Estrelas
Acauan escreveu:...suspension of disbelief"
Isso já foi explicado quando discutíamos exatamente sobre ficção. Se não mingano, The Sarah Connors Chronicle
Se fosse levar tudo para o lado científico, não teríamos filmes de ficção...seriam científicos...

"Tentar provar a existencia de deus com a biblia, é a mesma coisa q tentar provar a existencia de orcs usando o livro senhor dos aneis."

