pessoa de fé escreveu:Márcio escreveu: Penso que a mente aberta seria apenas no sentido de se aceitar receber informações de toda forma, inclusive aquelas que contrariam nossas crenças pessoais, para depois passá-las pelo filtro da nossa razão.
Uma mente aberta, é a que não está limitada a suas experiencias, não está a seguir ninguém, nem mesmo seus ideais. Uma mente aberta, não está apegada a nenhuma tradição, nem autoridades de especie alguma. Ela nao se preocupa em aceitar e nem rejeitar, ela percebe em silencio e deixa que este silencio crie sua ação.
Uma mente aberta não esta limitada a seus probleminhas triviais, ou criando problemas que acha enormes. Uma mente aberta esta atenta o tempo todo, percebendo cada nuanças, cada pensamento que surge, cada movimento no relacionamento com as pessoas, a natureza, a sociedade. Uma mente aberta está sempre aprendendo, com tudo e com todos. Uma mente aberta não se limita ao emocional e nem ao racional, todas as ferramentas lhe são possíveis.
Apenas aceitar informações que contrariam ou não para poder passar pelo seu filtro, isso não é uma mente aberta, isso é procurar aperfeiçoar ou adquirir um novo conhecimento e que muitas vezes deve fazer sentido junto ao que já está acumulado. Há muitas pessoas agindo assim, mas somente no intuito de reforçar o que já sabem. Isso é tipico da cultura do ensino escolar, que é sempre uma aquisição, ai nos ensinam “como aprender”, e então passamos a seguir uma “forma de raciocinar padronizada”.
O raciocínio como conhecemos é um constante medir, comparar com o que já conhecemos, como o que nos fizeram acreditar. Já viu como os intelectuais, nossos lideres políticos, sociólogos, ou lideres religiosos raciocinam sobre a violência?
Se a a mente for mediocre, condicionada, limitada, o raciocínio seguira o mesmo padrão. Para as outras mentes que estão no mesmo padrão, será um raciocínio perfeito, mas a mente medíocre reconhece a mediocridade? Assim que ele reconhece, a mediocridade começa a dissolver-se.
A sociedade estimula a medicridade, a politica, a midia, as religiões organizadas, todas estimulam a mediocridade. Uma mente livre da mediocridade está na sociedade, mas não faz parte dela. Suas ações são idênticas para uma visão medíocre, mas só uma outra mente livre reconhece uma mente livre. Uma mente livre da mediocridade, se apresentará confusa, estranha, enigmática, mas somente pra a mente medíocre que não consegue entender que esta pessoa não segue um padrão identificável.Márcio escreveu: Uma mente simples está mais aberta às percepções porque é uma mente vazia, mas não podemos desejar que ela permaneça assim, vazia para sempre. Naturalmente ela vai se construindo com as percepções conceituadas que se vão acumulando. Ninguém vai ser um bebê durante a vida toda, porque a natureza não nos fez assim tão herméticos. Nossa mente tem a capacidade de se ir mudando com o tempo, aperfeiçoando, ainda que muitos não se dêem conta disso
Mente vazia, ou mente que não se apega? Percebe a diferença? Como uma janela aberta onde as nuvens passam, a realidade é percebida, mas nunca fixa, presa.
Ninguém consegue ficar com a mente vazia, uma mente assim é uma mente morta, histério.
Vc pode meditar e consegui este resultado, mas isso se consegue com algumas drogas tb. Isso é mente aberta, ou uma mente morta, hipnotizada? Uma mente aberta, não é aquela que evita e mantem-se vazia, é uma mente que percebe, sente, olha, e deixa que se vá. Uma mente aberta não evita o apego (isso é medo), ela simplesmente só não se apega, sem esforço algum.
Há uma semelhança e uma diferença entre uma mente aberta (um sabio) e a de um bebê, a do bebê está vazia e cheia de possibilidades, sua atenção é no intuito de acumular e é natural até ai. A do sabio esta perceptiva, atenta, mas não no intuito de acumular, as coisas passam e se vão. Esta é a utilidade de uma xicara, o seu vazio se for preenchido sempre, ou se manter-se vazia e intacta perderá a utilidade, mas se receber e esvaziar-se será mantida sua utilidade para sempre, sempre aprendendo.
Mas não fazemos isso, todo nosso intuito de “aprender” é apenas a de reforçar aquilo que já está na xicará, e então nos gabamos de tanto conhecimento, mas há algo novo ai, ou o que era novo a mente moldou para que se encaixasse na xicara? Os rotulos é o café que a xicara insiste em manter, reforçar, evoluir, mas a mantem sempre limitada.
Há uma percepção que não depende da memoria, uma percepção instantânea, onde a mente não precisa buscar na memoria e comparar. Uma inteligencia que não esta limitada ao intelectuo. Uma percepção que transforma e não só faz acumular.
Uma mente que está sempre se “aperfeiçoando” é uma mente limitada, medíocre, o aperfeiçoar desta mente é o aperfeiçoar do “ego”, mas há este negocio de aperfeiçoar o ego? O ego, sua natureza é um buraco negro que “suga” tudo, sempre inquieto, sempre preocupado, sempre desejando, ancioso.Márcio escreveu: Que seja, trocar um rótulo por outro, desde que esse outro permita uma maior liberdade de pensamento, um voar além das restrições impostas sem base racional que as sustentem....
Uma gaiola estreita, para uma gaiola um pouco mais ampla ? Sair de um quarto para outro não é mudança, não é transformação. Digo, quebre o quarto, saia da casa e ganhe o mundo, e se estiver atento, saia do mundo, e fique livre de tudo.Márcio escreveu: Não me sinto superior a ninguém por ser ateu e ter um pensamento cético, apenas sinto que sou mais livre, que posso duvidar dos dogmas religiosos sem medo de ser punido por um deus. Só isso. Na verdade eu tenho mais medo das pessoas fanáticas, essas são concretas.
Se não se sente superior isso é louvável. Mas apenas dizer, não demonstra. Há de se estar atento qual é o seu relacionamento com as pessoas, como é sua abordagem com ideias diferentes e tudo o mais.
É através da percepção dos seus relacionamentos que irá se autoconhecer.
Há de se estar sensível não só a parte fanatica da religião, mas ao que acontece no mundo como um todo, sendo crentes ou não, os erros e conflitos estão ai, e se cavarmos mesmo, todos partem de uma mesma raiz.
Concreto é os conflitos gerados pela politica, pelos religiosos, pela mídia, pelas profissões erradas, pela educação na familia ou na escola. Concreto é que novas gerações estão entrando no padrão, herdando o padrão, e o risco e possibilidades de erros são enormes.
Todo o problema humano deve ser encarado como um TODO e não separadamente, tudo está interligado, não há problema separado, há na verdade um problema central, uma doença que gera todos os sintomas.
Não tenho a pretensão de ensinar a ninguém, não estou ensinando, só estou apontando.
Você é uma daquelas seguidoras do OSHO ou um maluco destes que prega o esvaziamento do EGO e um monte de drogadição?
Sua conversa é um labirinto sem fim. Não que não tenhamos já visto e revisto estes papos década de 60 lisérgicos ( e sem praticidade alguma)...Mas não levam a nada, talvez a uma receita de PROZAC ou um tricíclico qualquer. Cuidado. Pode não ter volta...