O QUE MAQIS GOSTO DE LER NA BÍBLIA: INTERPOLAÇÕES!

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carlo
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O QUE MAQIS GOSTO DE LER NA BÍBLIA: INTERPOLAÇÕES!

Mensagem por carlo »

É evidente que há várias inserções -- interpolações -- nos Evangelhos.

Por exemplo, no 28º capítulo de Mateus é dito o efeito que os soldados da tumba de Cristo foram subornados para dizer que os discípulos de Jesus roubaram seu corpo enquanto eles, os soldados, dormiam.

Isto é claramente uma interpolação. É uma quebra na narrativa.

O 10º versículo poderia ser seguido pelo 16º. O 10º versículo diz: "Então Jesus disse a eles, 'Não tenhais medo; ide até meus companheiros para que vão até Galiléia e lá eles me verão".

O 16º verso diz: "Então os onze discípulos foram até a Galiléia numa montanha que Jesus havia citado."

A história sobre os soldados contida nos versículos 11º, 12º, 13º, 14º, 15º, são interpolações -- uma continuação -- também. O 15º versículo demostra isto.

Décimo quinto versículo: "Então eles pegaram o dinheiro e fizeram o que foram ensinados. E estes ensinamentos são conservados entre os judeus até nossos dias."

Certamente esta citação não tem nada do Evangelho original, e certamente o 15º versículo não foi escrito pelos judeus. Nenhum judeu teria escrito isto: "E este ensinamento é conservado entre os judeus até os nossos dias." Marcos, João e Lucas nunca ouviram que os soldados haviam sido subornados pelos padres; ou, se ouviram, não acharam que valesse a pena mencionar. Então, a citação da ascensão de Jesus em Marcos e Lucas foram interpolações. Mateus não falou nada sobre a ascensão.

Certamente não poderia haver milagre maior, e enquanto Marcos, que estava presente -- que viu o Senhor subir, ascender e desaparecer -- não achou que valesse a pela citar. Por outro lado, as últimas palavras de Cristo, segundo Mateus, contradizem a ascensão: "Senhor, estarei convosco para sempre, até o fim dos tempos".

Para João, que estava presente, se Cristo realmente ascendeu, não disse coisa alguma sobre o assunto. Então, sobre a ascensão, os Evangelhos não concordam. Marcos mostra a última conversa que Cristo teve com os discípulos, que seria a seguinte:

"Ide para o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura. Aquele que crer e for batizado, será salvo; mas aquele que não crer será condenado. E estes sinais deverão seguir aqueles que crêem: em meu nome deverão expulsar demônios; eles deverão falar línguas novas. Poderão pegar em serpentes, e se eles beberem qualquer líquido venenoso, não lhes farão mal; eles deverão colocar as mãos sobre os doentes e eles sararão. Então, depois que o Senhor falou para eles, ele subiu aos céus e sentou à direita de Deus."

É possível que esta descrição tenha sido escrita por alguém que testemunhou este milagre? Este milagre é descrito por Lucas assim:

E eis que ele os abençoou, afastou-se e subiu ao céu."

"Brevidade é a alma do saber."

Nos Atos é-nos ensinado que: "Quando ele tinha falado, quando eles viram, ele tinha partido, e uma nuvem o levou para longe de suas vistas." Nem Lucas, nem Mateus, nem João, nem os escritores dos Atos ouviram uma palavra da conversa atribuída a Cristo por Marcos. O fato é que a ascensão de Cristo não foi aplaudida pelos discípulos.


P.S.: Quem me deu a dica e a quem este estudo pertence foi o Ingerssol. Aí danou com os arreios pro mato. Tive que conhcer um grande orador estadunidense do século 19, para me fazer abrir a mente sempre que abro a Bíblia.
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Fernando Silva
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Re: O QUE MAQIS GOSTO DE LER NA BÍBLIA: INTERPOLAÇÕES!

Mensagem por Fernando Silva »

1. Os que dizem que Jesus subiu aos céus divergem sobre o lugar da ascensão (Betânia ou Monte das Oliveiras).

2. Os 3 primeiros evangelhos nada falam sobre castigo ou inferno. Dizem apenas que todos devem ser bons e seguir os mandamentos. João parece ter sido escrito mais tarde, já sob a influência de uma igreja institucionalizada, e insiste na importância da fé e dos rituais.
O último trecho de Marcos, onde Jesus manda para o inferno quem não o seguir, destoa do resto e parece ser uma inclusão posterior. Aliás, as versões mais antigas de Marcos terminavam no sepulcro vazio.

Este trecho foi postado pelo forista Cyrix em 22/10/2005:

Extraído de "The text of the New Testament: Its Transmission, Corruption, and Restoration", cap VII, 3 ed., Bruce M. Metzger.
Foram suprimidos alguns nomes de códices rebuscados e citações gregas

How did Mark end his gospel? Unfortunately, we do not know; the most that can be said is that four different endings are current among the manuscripts, but that probably none of them represents what Mark originally intended to stand as the close of his gospel. These four endings maybe called the short ending, the intermediate ending, the long ending, and the long ending expanded. The evidence for each of them is as follows:

(I)The last twelve verses of Mark (xvi. 9-20) are lacking in the two earliest parchment codices, B and aleph, in the Old Armenian version, the Adysh and Opiza manuscripts of the Old Georgian verson, and a number of manunscripts of the Ethiopic version. Clement of Alexandria, Origen, and Ammonius show no knowlodge of the existence of these verses; other Church Fathers state that the section is absent of Greek copies of Mark known to them ( e.g. Jerome, Epist. cxx, ad Hedbiam, 'Almost all the Greek copies do not have this concluding portion'). The original form of the Eusebian sections makes no provision for numbering sections after xvi. 8. Not a few manuscripts which contain the passage have scholia stating that older Greek copies lack it (so, for example, MSS. 1, 20, 22 & c.), and in other witnesses the passage is marked with asterisks or obeli, the conventional sigla used by scribes to indicate a spurious addition to a literary document.

(2) the intermediate ending ('But they reported briefly to Peter and those with him all that they had been told. And after Jesus himself sent out by means of them, from east to west, the sacred and imperishabel proclamation of the eternal salvation'), is present in several uncial manuscripts of the seventh, eighth, and ninth centuries (L, psi, 099, 0112), as well as in a few minuscule manuscripts (...), and several ancient version(...).

(3)The long ending, so familiar through the King James version and other translations of the Textus Receptus, is present in the vast number of witnesses (including several which also contain the intermediate ending), namely A, C, D, W , Theta, most of the Old Latin witnesses, the Vulgate, Syr_c,p; and Coptic_pt. It is probable that Justin Martyr at the middle of the second century knew this ending. in any case Tatian, his disciple, included it in his Diatessaron [uma fusão dos quatro evangelhos]

(4)The long ending in an expanded form existed, so Jerome tells us , in Greek copies current in his days, and sice the discovery of W earlier this century we now have the Greek text of this expansion

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carlo
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Re: O QUE MAQIS GOSTO DE LER NA BÍBLIA: INTERPOLAÇÕES!

Mensagem por carlo »

Pois então! Segundo estudos de Bidstrup, o homem que escreveu com o nome de Marcos, era um judeu do seu tempo, cheio de paixões e crenças em infernos, demônios, dominava precariamente o grego, provavelmente não era um homem culto tal qual o homem que escreveu com o nome de Paulo, este há ainda a possibilidade de terem sido mais de um (Paulo), pelo Grego que escrevia todos muito cultos. Creio que aquele lance do túmulo vazio, já era a intenção de criar o mito da ressurreição sem tantos "efeitos especiais".
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n.jung
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Re: O QUE MAQIS GOSTO DE LER NA BÍBLIA: INTERPOLAÇÕES!

Mensagem por n.jung »

Mais carlo!!!Mais interpolações :emoticon26:

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carlo
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Re: O QUE MAQIS GOSTO DE LER NA BÍBLIA: INTERPOLAÇÕES!

Mensagem por carlo »

n.jung escreveu:Mais carlo!!!Mais interpolações :emoticon26:


Vou postar mais umas de arrepiar os cabelos!!!!
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carlo
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Re: O QUE MAQIS GOSTO DE LER NA BÍBLIA: INTERPOLAÇÕES!

Mensagem por carlo »

Robert Ingersoll, fez tais perguntas no século 19, alguém aí quer responder?

Após a história da Ressurreição, a Ascensão tornou-se uma necessidade: precisavam se livrar do corpo.

Há muitas outras interpolações nos evangelhos e epístolas.

Pergunto novamente: o Novo Testamento é verdadeiro? Será que alguém ainda acredita que no nascimento de Cristo houve uma saudação celestial; que uma estrela guiou os magos do oriente; que Herodes matou todos os meninos de dois anos para baixo que havia em Belém?

Os evangelhos estão repletos de narrativas de milagres. Eles realmente ocorreram?

Mateus relata os pormenores de aproximadamente vinte e dois milagres, Marcos cerca de dezenove, Lucas ao redor dezoito e João por volta de sete.

De acordo com os evangelhos, Cristo curou doenças, expulsou demônios, repreendeu o mar, curou os cegos, alimentou multidões com cinco pães e dois peixes, caminhou sobre as águas, amaldiçoou uma figueira, transformou água em vinho e ressuscitou os mortos.

Mateus é o único que fala sobre a estrela e os magos – o único que menciona o assassinato dos bebês.

João é o único que diz algo sobre a ressurreição de Lázaro e Lucas é o único que narra a ressurreição do filho da viúva de Naim.

Como seria possível comprovar tais milagres?

Os judeus, entre os quais diz-se que os milagres ocorreram, não acreditavam neles. Os doentes, os paralisados, os leprosos e os cegos que foram curados não se tornaram seguidores de Cristo. Nunca mais se ouviu falar daqueles que foram ressuscitados.

Será que qualquer homem inteligente acredita na existência de demônios? Os autores dos três evangelhos certamente acreditavam. João não diz nada sobre Cristo ter expulsado demônios, mas Mateus, Marcos e Lucas dão muitos exemplos.

Será que qualquer homem de bom senso acredita que Cristo expulsava demônios? Se os discípulos o disseram, estavam enganados. Se cristo o disse, era um maluco ou um impostor.

Se as passagens sobre a expulsão de demônios são falsas, então os escritores eram ignorantes ou desonestos. Se seus escritos revelam ignorância, então não estavam inspirados. Se tinham consciência de que estavam escrevendo falsidades, então também não estavam inspirados. Se o que escreveram é uma inverdade – não importa se o sabiam ou não – certamente não havia inspiração.

Naquela época acreditava-se que a paralisia, a epilepsia, a surdez, a insanidade e muitas outras doenças eram causadas por demônios; acreditava-se que os demônios apossavam-se e viviam nos corpos de homens e mulheres. Cristo acreditava nisso, pregou isso e fingiu curar doenças expulsando os demônios dos doentes e insanos. Se hoje sabemos alguma coisa, é que doenças não são causadas pela presença de demônios. Se hoje sabemos alguma coisa, é que demônios não habitam os corpos dos homens.

Se Cristo disse e fez o que os autores dos três evangelhos relatam, então Cristo estava enganado. Se estava enganado, certamente não era Deus. Se estava enganado, certamente não estava inspirado.

Será verdade que o Demônio tentou cristo?

Será verdade que o Demônio levou Cristo ao topo do templo e tentou induzi-lo a pular ao chão?

Como tais milagre podem ser comprovados?

Os mais importantes não escreveram nada, Cristo não escreveu nada, o Demônio permaneceu em silêncio.

Como podemos ter certeza de que o Demônio tentou Cristo? Quem redigiu a narração? Não sabemos. Como o autor tomou conhecimento do fato? Não sabemos.

Alguém, a dezessete séculos atrás, disse que o Demônio tentou Deus; que o Demônio levou Deus ao topo do templo e tentou induzi-lo a pular, mas Deus foi mais esperto que o Demônio.

É apenas essa a evidência que temos.

Será que na literatura mundial há algo mais perfeitamente imbecil?

Pessoas inteligentes não acreditam mais em bruxas, magos, fantasmas ou demônios, e estão plenamente satisfeitas com a idéia de que cada palavra do Novo Testamento sobre a expulsão de demônios é totalmente falsa.

Podemos acreditar que Cristo ressuscitou os mortos?

A viúva de Naim está acompanhando cortejo de seu filho até a tumba. Cristo interrompe o funeral e ressuscita o jovem rapaz e o devolve aos braços de sua mãe.

Este jovem rapaz desaparece. Nunca mais se ouve falar dele. Ninguém parece se interessar pelo homem que retornou da morte. Lucas é o único que conta esta história. Talvez Mateus, Marcos e João nunca tenham ouvido falar dela, ou não a acreditaram, e portanto não a registraram.

João diz que Lázaro foi ressuscitado; Mateus, Marcos e Lucas não falam qualquer coisa sobre isso.

Foi um milagre ainda mais belo que o ressuscitamento do filho da viúva. Este último não tinha sido sepultado por dias, estava apenas a caminho de sua tumba, mas Lázaro estava de fato morto, já tinha começado a decompor-se.

Lázaro não suscitou o menor interesse. Ninguém perguntou a ele sobre o outro mundo. Ninguém perguntou sobre seus amigos mortos. Quando morreu pela segunda vez, ninguém disse: “Ele não está temente. Já atravessou esta estrada e sabe exatamente para onde está indo”.

Não acreditamos nos milagres de Maomé, contudo eles são tão bem comprovados quanto estes. Não acreditamos nos milagres feitos por Joseph Smith,[5] e as evidências são muito maiores, muito melhores.

Se hoje aparecesse um homem fingindo ressuscitar os mortos, fingindo expulsar demônios, o consideraríamos um maluco. O que, então, podemos dizer a respeito de Cristo? Se quisermos salvar sua reputação, seremos forçados a admitir que ele nunca fingiu ressuscitar os mortos, que ele nunca alegou expulsar demônios.

Precisaríamos, então, partir do pressuposto de que essas façanhas impossíveis e ignorantes foram inventadas pelos seus discípulos, que buscavam divinizar seu líder.

Naqueles dias de ignorância essas falsidades serviam para tornar Cristo famoso, mas agora lançam descrédito contra os autores dos evangelhos.

Será que hoje em dia podemos acreditar que água foi transformada em vinho? João relata esse milagre pueril, e diz que os outros discípulos também estavam presentes, contudo Mateus, Marcos e Lucas não dizem qualquer coisa a respeito.

Peguem o milagre do homem curado pelo tanque de Betesda. João diz que um anjo agitou a água do tanque de Betesda, e que o primeiro a entrar nele após o movimento da água seria curado de qualquer enfermidade.[6]

Será que hoje em dia alguém ainda acredita que um anjo foi até o tanque e agitou a água? Alguém acredita que o pobre coitado que entrou nela primeiro foi curado? O autor do Evangelho de João acreditava e afirmava essas absurdidades.

Se ele estava enganado quanto a isto, talvez também estivesse quanto a todos os outros milagres que documentou.

João é o único que fala sobre o tanque de Betesda. Provavelmente os outros discípulos não acreditavam na história.

Como podemos dar crédito a esses falsos milagres?

Na época em que os discípulos viveram – e muitos séculos após – o mundo era abarrotado de explicações sobrenaturais. Quase tudo que acontecia era considerado milagroso. Deus era o governador imediato do mundo inteiro. Se as pessoas fossem boas, Deus enviava tempos de plantio e colheita; mas se fossem más, enviava dilúvios, granizo, geadas e fome. Se acontecia algo muito bom, o fato era exagerado até que se transformasse num milagre.

As pessoas não tinham qualquer noção, qualquer conhecimento sobre a ordem dos eventos – sobre a inquebrável cadeia de causas e efeitos.

Milagres são um símbolo da fraude. Nenhum milagre jamais aconteceu. Nenhum homem inteligente e honesto jamais fingiu realizar milagres, e nunca o fará.

Se Cristo tivesse realizado os milagres atribuídos a ele; se tivesse curado os paralíticos e os loucos; se tivesse concedido a audição aos surdos e a visão aos cegos; se tivesse curado leprosos com uma simples palavra, se com um toque tivesse dado vida e força a um membro atrofiado; se tivesse dado pulso e movimento, calor e consciência ao frio e inerte barro; se tivesse conquistado a morte, escapando das pálidas garras da sepultura – então nenhuma palavra seria pronunciada, nenhuma mão seria levantada, salvo em seu louvor e honra. Em sua presença todas cabeças estariam descobertas e todos joelhos contra o chão.

Não é estranho que durante o julgamento de Cristo não se tenha encontrado qualquer indivíduo que testemunhasse a seu favor?

Nenhum homem deu um passo à frente e disse: “Eu era leproso e este homem me curou com um toque”.

Nenhuma mulher disse: “Eu sou a viúva de Naim e este é meu filho, o qual foi ressuscitado por este homem”.

Nenhum homem disse: “Eu era cego e este homem me deu visão”.

Tudo era silêncio.
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carlo
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Re: O QUE MAQIS GOSTO DE LER NA BÍBLIA: INTERPOLAÇÕES!

Mensagem por carlo »

Texto original do professor Chicão:

http://josefranciscoartigos.blogspot.co ... iblia.html

Problemas da Bíblia.

É impressionante o desconhecimento das pessoas religiosas sobre a formação de seus próprios livros sagrados. Em relação à Bíblia, por exemplo, se soubessem 10 % do que os especialistas sabem, diminuiriam em muito seu fanatismo.


Para que se tenha uma idéia geral do que estou falando, no século II o bispo Jerônimo já denunciava que os evangelhos estavam sendo adulterados pelos copistas, que mudavam palavras e frases inteiras das cópias mais antigas (os originais já não existiam mais). São tantas interpolações textos feitas aos textos dali em diante, que toda a Folha dos Lagos não teria espaço para citar todas. Mas vamos a alguns exemplos.


Todo o último capítulo do evangelho de Marcos, por exemplo, é uma interpolação. Trata-se de uma adição do século VI. Isso é provado por exegetas de diferentes universidades a partir do estudo filológico, que é a compreensão das palavras que existiam época de Jesus. A mudança radical no estilo do autor naquele capítulo também é outra prova da fraude.

A passagem na qual os evangelhos falam da libertação de um preso pelos romanos na Páscoa é uma adição do século III em diante. Os romanos só passaram a libertar presos na Páscoa a partir desse período. Nunca ocorreu isto antes, até porquê a região era conflituosa e a maioria dos presos eram zelotes assassinos. Se Pilatos tivesse soltado Barrabás, teria sido condenado à morte por traição pelo imperador romano.

Frases inteiras foram retiradas dos evangelhos. Como os estudiosos sabem disso ? Por conta de algumas cópias conterem essas frases e outras não. Algumas dessas cópias que tinham as frases não nos chegaram, mas autores antigos mencionam que as mesmas estavam nos evangelhos.

Em outras frases, algumas palavras foram copiadas erradamente (palavras que só eram usadas séculos depois). Isso se deve pelo fato do copista não ter entendido o que estava escrito e ter especulado sobre a palavra em questão.

Os evangelhos não estavam assinados. Ninguém sabe quem os escreveu. Os nomes só foram atribuídos aos personagens que conhecemos (Mateus, Lucas, Marcos e João), ao longo dos séculos II e III. Com certeza, só o evangelho de João é do apóstolo João, por conta do uso de alguns termos que ele usou no Apocalipse, seu outro texto. ( Eu sinceramente não acredito que o homem que escreveu "joão" escreveu apocalipse, disto tratarei mais tarde. CARLO)

Só sete das vinte e uma epístolas atribuídas a Paulo pertencem a ele. As demais não são dele. Algumas são do período dele, podendo ser de Lucas ou de Apolo (seguidor grego de Paulo), mas outras são de cristãos dos séculos II e III.

Existem 52 erros geográficos nos evangelhos sinópticos (Mateus, Lucas e Marcos). Alguns são seríssimos, como o de colocar Geraseno perto do mar (a cidade ficava no deserto, a 50 km do mar). Com certeza isso se deu porquê nenhum dos três autores conhecia a região ou simplesmente porquê essas passagens foram plantadas posteriormente.

O capítulo 8 do evangelho de João é uma interpolação descarada do período medieval. O estilo não é de João, as palavras usadas não são do século I e há erros de legislação judaica do período que ele não cometeria.

Os erros de tradução são irrecuperáveis. Nem ao menos podemos sonhar com o que Jesus teria dito de verdade. Jesus falava em hebraico e aramaico antigos. Só que os textos foram escritos originalmente em grego, mais de 30 anos depois de sua morte, por gente que quase certamente nem o conheceu.( Eu diria que não conheceram, quem disseram que existiu, pois historicamente, não consegue-se provar que tal ser existiu. CARLO).

Não é possível traduzir uma língua criada em um contexto monoteísta campesino (Hebraica) para uma língua de origem pagã politeísta urbana (Grega). Isso implica em grandes confusões teológicas, tendo em vista que uma língua existe a partir do seu contexto temporal, cultural e espacial. As questões teológicas gregas nem de longe se assemelhavam com as hebraicas. Os gregos, e por conseguinte sua língua, não tinham e não expressavam visão de céu e inferno, de messias que seria enviado, de salvação e muito menos de pecado, questões vitais no cristianismo.

Para piorar, não temos quase nada dessas cópias gregas antigas. Se não bastasse isso, os textos em grego foram traduzidos posteriormente para o latim, o que é mais um problema, pois o latim era falado em Roma e não na Grécia, onde supostamente os apóstolos escreveram os originais.

Tem mais: as bíblias que a maioria esmagadora tem em suas casas no Brasil foram traduzidas a partir de traduções de cópias Latinas medievais para o Português do século XVIII (mais um problema sério, tendo em vista os argumentos anteriores). A Bíblia, o conjunto todo, mais antiga que se conhece é uma edição do século XVI.Refiro-me aqui somente ao Novo Testamento. Se eu fosse falar do Velho, a coisa pioraria ainda mais, já que a cópia mais antiga deste é do século XI.

Logo, a bíblia que as pessoas seguem é uma confusão de idéias teológicas criadas em diferentes culturas em diferentes períodos. Jesus está fora disso tudo. Você praticamente não consegue achá-lo nos textos.
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Trancado