Paises com fetiches deste naipe, costumam se sentir constrangidos quando ficam pra trás, então vão às compras com fôlego juvenil. Mesmo que seja para fazer leilão entre propostas bélicas do imperialista mor ou de seu antipatizado concorrente francês, o importante é se gabar de estar colocando peças em jogo. Só não vê quem não quer que proteger pré-sal ou Amazônia é apenas conversa de comadre.
Cresce orçamento militar no Unasul
Publicada em 09/09/2009 às 00h01m
Janaína Figueiredo
BUENOS AIRES - O orçamento militar dos países da União Sul-Americana de Nações (Unasul) continua aumentando. Números divulgados por centros de estudos sul-americanos e europeus variam, mas todos apontam tendência de forte crescimento. Segundo o jornal francês "Le Monde", entre 2003 e 2008, o orçamento militar da região subiu 91%. Já o Instituto de Estudos para a Paz de Estocolmo mostrou que, em 2008, o investimento em armas desses países chegou a US$ 34 bilhões. Para a Rede de Segurança e Defesa da América Latina (Redsal), a despesa foi ainda superior: US$ 48 bilhões.
O Centro de Estudos Nova Maioria, do analista argentino Rosendo Fraga, divulga todos os anos um balanço militar latino-americano e, segundo o documento, em 2008 o gasto militar dos governos do continente alcançou US$ 51 bilhões - crescimento de 30% em relação ao ano anterior. Segundo Fraga, os governos que mais aumentaram seus orçamentos militares ano passado foram os dos presidentes da Venezuela, Hugo Chávez (29,06%), e da Colômbia, Álvaro Uribe (37,07%). Para Fraga, "do ponto de vista político e ideológico, Chávez está criando um novo modelo, no qual as Forças Armadas passam a tomar parte de um projeto político-estatal, que também inclui milícias armadas".
Em meio à crise diplomática desencadeada pelo acordo que permitirá aos EUA utilizar sete bases militares em território colombiano, Chávez desembarcou nesta terça-feira em Moscou para selar entendimento com o governo russo, que prevê a compra de três submarinos, vários veículos blindados, tanques T-72 e dez helicópteros militares por parte do líder bolivariano.
Após visitar o Irã, sábado passado, e trocar declarações de respaldo mútuo "às nações revolucionárias e anti-imperialistas", o venezuelano foi recebido por seu colega russo, Dmitri Medvédev, um aliado. Em agosto, em plena crise com a Colômbia, Chávez antecipou a decisão de realizar novas aquisições de armamento russo (entre 2005 e 2007, os acordos militares entre os dois países chegaram a US$ 4 bilhões).
O governo do boliviano Evo Morales decidiu adiar um acordo com o governo russo, que ofereceu um crédito de US$ 100 milhões à Bolívia para reequipar suas Forças Armadas.
http://oglobo.globo.com/pais/mat/2009/0 ... 530620.asp