Queremos dividir o Brasil?

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Jack Torrance
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Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Jack Torrance »

Apo escreveu:
Ayyavazhi escreveu:
Jack Torrance escreveu:A igualdade, nesse caso, é dar oportunidade pra quem não tem condições. Até que, pelo senso comum, concordaria que as cotas prejudicaria o ensino superior e o mercado de trabalho, mas, até agora, só vi resultados positivos, já que cotistas estão no mesmo nível ou até melhor que os não cotistas (à exceção de algumas áreas da exata). Sem contar a boa experiência americana. Esse é o principal argumento contra as cotas.


Jack e demais,

Eu não consigo entender esse argumento. Vamos analisar os fatos:

Todo (ou quase todo) serviço público, no Brasil, é péssimo. Se você quer uma boa escola, coloque seu filho em uma caríssima escola particular. Se você procura um serviço de saúde decente, gaste milhares de reais em clínicas particulares. E por aí vai. Quem não tem recursos, vai amargar em filas do SUS, vai estudar em escolas vagabundas, nunca vai ter a oportunidade de fazer um cursinho ou coisa parecida.

Então, no Brasil, não existem brancos pobres? As escolas públicas estão lotadas de negros? Os brancos que nunca frequentaram uma boa escola e nunca poderão pagar um cursinho pré-vestibular, terão direito a cotas? Eu estudei a vida inteira em escola pública e havia muito aluno de olho azul que mal podia comprar um picolé, na hora do recreio. Eles terão cotas?

Sério, eu não entendo.

Que a discriminação existe e deve ser combatida, isso não se discute. O racismo ainda é uma realidade, no Brasil e no mundo, e esse câncer precisa ser extirpado. Daí a dizer que negros precisam de cotas para concorrerem em igualdade com brancos, eu não entendo. A não ser que todos os brancos tenham recursos para educar bem seus filhos. Caso contrário, esse argumento é injustificado e é, em sim, outra forma de discriminação com todos os pobres e miseráveis brasileiros que não nasceram com pele escura. O que estou dizendo, e me parece muito simples, é que o ensino público é ruim para quem é pobre, não para quem é negro. Não importa a cor da pele, sem dinheiro, todos sofremos os mesmos males. TODOS os pobres, azuis e amarelos, vão concorrer em vestibulares e concursos públicos em desigualdade de condições com quem teve oportunidade e acesso a boas escolas. Já usei este argumento em um debate antigo e fui solenemente ignorado. Gostaria muito de ouvir a opinião dos colegas sobre isso.



Perfeito. Também sempre vejo este e outros argumentos sendo solenemente ignorados.
O máximo que dizem é que então tá, cotas para pobres também! E cotas para índios, e cotas para deficientes. E as cotas para os que foram abandonados pelos pais? E para os que foram proibidos de brincar como precisavam para trabalhar no passado? E os que apanharam de pais bêbados? E os que viram a mãe ir trabalhar na zona? E os que não tinham casa e moravam de favor com parentes como bichos amontoados? E os filhos de presos políticos da época de repressão militar? E os órfãos? E os arrimos de família? E os descendentes de judeu que eram vistos de cara torta nas escolas católicas?
Não são vítimas da História?

Eu cansei deste assunto. É muita safadeza pra conseguir votos! A injustiça campeia e a qualidade do que teremos é óbvia: deixar muitos estudantes esforçados ( de todas as cores e credos e procedências sociais) desestimulados.

É isto.


Tinha até um militante dos viados querem cotas pra gays.

O problema será se essas coisas sairem do controle, como propunha o estatuto da igualdade racial.
“No BOPE tem guerreiros que matam guerrilheiros, a faca entre os dentes esfolam eles inteiros, matam, esfolam, sempre com o seu fuzil, no BOPE tem guerreiros que acreditam no Brasil.”

“Homem de preto qual é sua missão? Entrar pelas favelas e deixar corpo no chão! Homem de preto o que é que você faz? Eu faço coisas que assustam o Satanás!”

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Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Apo »

Jack Torrance escreveu:
Apo escreveu:Isto me lembra uma conversa entre professores de escolas particulares que tinham alunos bolsistas. Eles diziam que, infelizmente, a maioria deles não demonstrava apreço algum pelo benefício e continuava se sentindo "estranho" ao ambiente. Alguns professores citaram casos de alunos que ainda se gabavam de não pagar, portanto não se sentiam culpados de não estudar muito também. Como se apenas filhos que têm pais que pagam mereçam algum retorno. Mas o pior é que o retorno nem é para os pais ou professores, mas para as suas próprias vidas. Chances assim não se desperdiçam.

Algumas escolas particulares costumam cortar as bolsas de alunos que não obtêm determinado resultado satisfatório repetidamente. Cedem a vaga para quem queira estudar.

Acho que pais com filhos assim deveriam é ser mais cobrados. Mas cobrar como, quando conversa e exemplo não resolvem? Embora eu não acredite que todo pai e mãe sejam culpados pela irresponsabilidade renitente dos filhos. Ou são em parte, sei lá.


Também acho que deveriam ser cobrados, como em alguns cursinho onde bolsistas têm certas obrigações.

Deveriam obrigar alunos que recebem o bolsa-família a terem boas notas também.

Veja que tudo surte reações de quem não quer realmente reverter a História.
Alunos se sentem excluídos quando são bolsistas porque o são. Outros acham que ter determinadas obrigações já é tratá-los diferente e isto gera mais preconceito. Se exigissem ainda ( !) boas notas de alunos que precisam da bolsa escola, seria tomado como um castigo (?!) impossível de cumprir, visto que alunos sem condições em casa desde séculos não podem, de uma hora pra outra, tirar boas notas!
Quando é que isto termina? É uma contabilidade sem fim!
Não é assim que se faz. Passa a régua e começa de uma vez a fazer a coisa certa.
Agora: alguém acha mesmo que politico ta preocupado em trabalhar em soluções verdadeiras que tirem seus eleitores imediatos da ignorância? E acha mesmo que todo eleitor está disposto a fazer alguma força e investimento no futuro abdicando um pouco de benefícios imediatos e egoístas? Duvido e por isto as coisas se perpetuam como são.
Editado pela última vez por Apo em 15 Set 2009, 18:02, em um total de 1 vez.
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Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Apo »

É, eu esqueci das cotas pra gays, pra terceira idade, pra quem sofre de gases, pra ex-exilados, pra dependente de drogas, pra católicos...
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Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Jack Torrance »

Apo escreveu:- Dos 30% de vagas ROUBADOS de quem estuda e se esforça (tanto nas escolas públicas quanto particulares, rico ou pobre, negro, branco, verde, amarelo ou vermelho), aqui no RS, APENAS 6% dos interessados em entrar na universidade se auto-declararam negros. Ou seja, passando ou não estes 6% de interessados, as vagas vão ficar VAZIAS!


Como assim essas vagas ficaram vazias? Das vagas reservadas pra cotas, se não forem preenchidas por cotistas, ficam vazias?

- No sistema de cotas da federal aqui, os PRIMEIROS COLOCADOS NEGROS costumam obter argumentos cerca de 30% mais baixos do que os ÚLTIMOS COLOCADOS NÃO-NEGROS. Isto mostra que o problema está na base e que estamos propiciando a entrada de gente que não sabe escrever, ler, calcular e nem pensar nos bancos acadêmicos. Deveria ser exigida deles as mesmas nostas que obtêm aqueles de quem eles roubam vagas. Mas eles sabem que passam com notas menores...pra que se esforçar?


Não sei como é nas outras universidades, também não tenho conhecimento, no geral, sobre o desempenho de cotistas comparados aos não cotistas no vestibular, mas no desempenho acadêmico, eles, no geral, são tão bons ou melhores do que os não cotistas. Tanto em notas, quanto na evasão escolar.

- NEGROS ESCRAVIZARAM NEGROS. BRANCOS ESCRAVIZARAM BRANCOS. O SER HUMANO É USURPADOR. LOGO...TODOS QUEREMOS COTAS, POIS SOMOS TODOS TRAUMATIZADOS E A VIDA É DIFÍCIL!


No Brasil os discriminados são os negros.

- Se o argumento de que eles vão bem na faculdade contraria o senso de que eles vão mal na escola ( por isto não podem concorrer em mesmas condições, pobrezinhos...) , é porque alguma mágica ocorre na faculdade que não ocorreu durante o ensino fundamental e médio. Que mágica será esta? Talvez uma mentira na divulgação de resultados. Quem tira notas boas na hora de pegar pesado é porque poderia tê-las tirado bem antes. Estranho, não?


De acordo com Claudete Cardoso, uma das explicações para o melhor desempenho é que os cotistas valorizam mais o fato de passar no vestibular e entrar na universidade, o que para eles pode representar uma possibilidade de mobilidade social.

“Até porque [geralmente] eles não conseguem entrar na universidade, então vêm as cotas, eles têm uma chance maior e tem sido atribuído esse melhor desempenho deles a um maior esforço para preservar a vaga, para chegar ao fim do curso”, disse a pesquisadora, em entrevista à Agência Brasil.


É só a opinião da mulher. Não sei se tem alguma coisa de "empírico" nisso.

- Este papo de " os que foram ficando pra trás", " os excluídos pela História", " os escravizados no passado"
é realmente um nojo!


Também acho um nojo, mas acho que alguma coisa deve ser feita. Não estou falando de cotas, mas de alguma coisa que realmente faça a diferença.
“No BOPE tem guerreiros que matam guerrilheiros, a faca entre os dentes esfolam eles inteiros, matam, esfolam, sempre com o seu fuzil, no BOPE tem guerreiros que acreditam no Brasil.”

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Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Jack Torrance »

Apo escreveu:É, eu esqueci das cotas pra gays, pra terceira idade, pra quem sofre de gases, pra ex-exilados, pra dependente de drogas, pra católicos...


Isto aqui já é absurdo:

http://pfdc.pgr.mpf.gov.br/clipping/ago ... ersidades/
“No BOPE tem guerreiros que matam guerrilheiros, a faca entre os dentes esfolam eles inteiros, matam, esfolam, sempre com o seu fuzil, no BOPE tem guerreiros que acreditam no Brasil.”

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Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Apo »

Jack Torrance escreveu:
Apo escreveu:- Dos 30% de vagas ROUBADOS de quem estuda e se esforça (tanto nas escolas públicas quanto particulares, rico ou pobre, negro, branco, verde, amarelo ou vermelho), aqui no RS, APENAS 6% dos interessados em entrar na universidade se auto-declararam negros. Ou seja, passando ou não estes 6% de interessados, as vagas vão ficar VAZIAS!


Como assim essas vagas ficaram vazias? Das vagas reservadas pra cotas, se não forem preenchidas por cotistas, ficam vazias?


Imagino que se na federal aqui, ficam ( e já postei isto aqui no RV uma vez), em outras federais, também aconteça o mesmo.

- No sistema de cotas da federal aqui, os PRIMEIROS COLOCADOS NEGROS costumam obter argumentos cerca de 30% mais baixos do que os ÚLTIMOS COLOCADOS NÃO-NEGROS. Isto mostra que o problema está na base e que estamos propiciando a entrada de gente que não sabe escrever, ler, calcular e nem pensar nos bancos acadêmicos. Deveria ser exigida deles as mesmas nostas que obtêm aqueles de quem eles roubam vagas. Mas eles sabem que passam com notas menores...pra que se esforçar?


Não sei como é nas outras universidades, também não tenho conhecimento, no geral, sobre o desempenho de cotistas comparados aos não cotistas no vestibular, mas no desempenho acadêmico, eles, no geral, são tão bons ou melhores do que os não cotistas. Tanto em notas, quanto na evasão escolar.


Esta conversa é circular. SE eles forem iguais ou melhores, mesmo sem base boa, então podem estudar antes do vestibular e passar pelo sistema universal. Se não é preciso base alguma, idem. Se é preciso base, eles não conseguiriam dominar uma aula de cálculo quando nem sabem báskara. Se dominam, deve ser por mágica. Ou seja, as coisas não fazem sentido algum.
Mas de novo, conforme consta nos boletins de rendimento pós-vestibular, publicados pela UFRGS, em TODOS OS CURSOS, o primeiro colocado das cotas têm, em média 200 pontos a menos que o último colocado do sistema universal. É uma defasagem muito grande.
E nem vou entrar no mérito do vestibular para índios! Consta de uma redação e um teste de português básico. Basta que não seja analfabeto para tentar a vaga. Enquanto so demais não conseguem entrar nem terminando o ensino médio com notas exemplares. Justo isto? Para os que acham que corrige-se a realidade assim, deve ser.

- NEGROS ESCRAVIZARAM NEGROS. BRANCOS ESCRAVIZARAM BRANCOS. O SER HUMANO É USURPADOR. LOGO...TODOS QUEREMOS COTAS, POIS SOMOS TODOS TRAUMATIZADOS E A VIDA É DIFÍCIL!


No Brasil os discriminados são os negros.


Foram. Assim como índios e brancos no passado. E o maior senhor e proprietário de escravos era um negro e baiano.
Sem contar que não deveria ser a escravidão o único argumento para cotas de vítimas. Outras questões que já citei exaustivamente neste tópico e em outros dariam um bom motivo para cotas. Todo mundo é vítima de alguma coisa.

- Se o argumento de que eles vão bem na faculdade contraria o senso de que eles vão mal na escola ( por isto não podem concorrer em mesmas condições, pobrezinhos...) , é porque alguma mágica ocorre na faculdade que não ocorreu durante o ensino fundamental e médio. Que mágica será esta? Talvez uma mentira na divulgação de resultados. Quem tira notas boas na hora de pegar pesado é porque poderia tê-las tirado bem antes. Estranho, não?


De acordo com Claudete Cardoso, uma das explicações para o melhor desempenho é que os cotistas valorizam mais o fato de passar no vestibular e entrar na universidade, o que para eles pode representar uma possibilidade de mobilidade social.

“Até porque [geralmente] eles não conseguem entrar na universidade, então vêm as cotas, eles têm uma chance maior e tem sido atribuído esse melhor desempenho deles a um maior esforço para preservar a vaga, para chegar ao fim do curso”, disse a pesquisadora, em entrevista à Agência Brasil.


É só a opinião da mulher. Não sei se tem alguma coisa de "empírico" nisso.


Papo de esquerdista. Tá cheio de falastrão pesquisador por aí. ELA intui isto.

- Este papo de " os que foram ficando pra trás", " os excluídos pela História", " os escravizados no passado"
é realmente um nojo!


Também acho um nojo, mas acho que alguma coisa deve ser feita. Não estou falando de cotas, mas de alguma coisa que realmente faça a diferença.


Já falei também exaustivamente sobre isto. É evidente que não é assim que se corrige e muito menos tirando de uns ( que não têm culpa de nascer com a cruz da história em suas costas ) para dar de graça a outros ( que também não deveriam apelar para a história ad infinitum).
E de novo: não é intenção real de governos assim melhorar nada. Convençam-se disto, se quiserem.
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Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Jack Torrance »

Apo escreveu:Imagino que se na federal aqui, ficam ( e já postei isto aqui no RV uma vez), em outras federais, também aconteça o mesmo.


Ao anunciar o listão do vestibular, às 17h30min de ontem, o reitor José Carlos Hennemann ressaltou que os 30% de cotas sociais foram preenchidos. Como a reserva de 15% para os negros foi ocupada em menos da metade pelos 1.356 inscritos, ela absorverá os melhores colocados que ficaram de fora do bloco destinado a alunos de escolas públicas.

http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora ... ction=1003

Um problema a menos.

- No sistema de cotas da federal aqui, os PRIMEIROS COLOCADOS NEGROS costumam obter argumentos cerca de 30% mais baixos do que os ÚLTIMOS COLOCADOS NÃO-NEGROS. Isto mostra que o problema está na base e que estamos propiciando a entrada de gente que não sabe escrever, ler, calcular e nem pensar nos bancos acadêmicos. Deveria ser exigida deles as mesmas nostas que obtêm aqueles de quem eles roubam vagas. Mas eles sabem que passam com notas menores...pra que se esforçar?


Como era previsto pela reitoria e por especialistas em educação, o aproveitamento – percentual de aprovações nas disciplinas matriculadas – foi cerca de 15 pontos percentuais abaixo dos alunos que entraram pelo acesso universal.

No geral, os alunos que entraram sem a necessidade de reserva de vagas obtiveram um desempenho de 86,1% no primeiro semestre, contra 72,5% dos ingressantes em cotas de escolas públicas e 71,5% dos cotistas negros.

O melhor resultado foi obtido no curso noturno de Direito, com os alunos de escolas públicas empatando com os do acesso universal e os negros superando os dois grupos, com 98% de aproveitamento.

Na Medicina, a diferença entre os dois grupos foi de menos de dois pontos percentuais. Os estudantes do ingresso universal tiveram 95% de aprovação nas disciplinas contra 93,5% dos cotistas.


http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora ... ction=1003

O problema é da área de exatas:

O pior desempenho dos cotistas se deu em Engenharia Civil, com o aproveitamento dos cotistas negros foi inferior a 50% (os alunos de ingresso universal superaram os 60%).

– Por pior que tenha sido o desempenho deles na Engenharia, os cotistas ainda se saíram melhor do que os estudantes que ingressaram no segundo semestre de 2007 – afirmou o professor Gilberto Cunha, da Escola de Engenharia e Secretário de Avaliação Institucional da UFRGS.

Esta conversa é circular. SE eles forem iguais ou melhores, mesmo sem base boa, então podem estudar antes do vestibular e passar pelo sistema universal. Se não é preciso base alguma, idem. Se é preciso base, eles não conseguiriam dominar uma aula de cálculo quando nem sabem báskara. Se dominam, deve ser por mágica. Ou seja, as coisas não fazem sentido algum.
Mas de novo, conforme consta nos boletins de rendimento pós-vestibular, publicados pela UFRGS, em TODOS OS CURSOS, o primeiro colocado das cotas têm, em média 200 pontos a menos que o último colocado do sistema universal. É uma defasagem muito grande.


Gostaria de ver isso. Não encontrei na net. Achei da UFPA: Vou colocar cicno cursos que considero de alta demanda:

Pontuação Máxima / Mínima / Média

Medicina

Não cotista
719.99 682.11 696.30
Cotista
690.21 626.95 648.55

Direito

Não cotista
723.72 640.73 663.68
Cotista
657.81 588.40 609.62

Ciência da Computação

Não cotista
697.16 602.32 633.87
Cotista
670.19 587.22 621.16

http://www.ceps.ufpa.br/index.php/compo ... ao-cotista

E nem vou entrar no mérito do vestibular para índios! Consta de uma redação e um teste de português básico. Basta que não seja analfabeto para tentar a vaga. Enquanto so demais não conseguem entrar nem terminando o ensino médio com notas exemplares. Justo isto? Para os que acham que corrige-se a realidade assim, deve ser.


Eles tem que provar não serem analfabetos pra concorrem as vagas? Se for, não tem problema, já que não basta só isso pra passar no vestibular. No caso dos índios, tem que provar a condição de alfabetizado.

Absurdo seria se esse fosse o processo pra ele entrarem na faculdade.

Foram. Assim como índios e brancos no passado. E o maior senhor e proprietário de escravos era um negro e baiano.
Sem contar que não deveria ser a escravidão o único argumento para cotas de vítimas. Outras questões que já citei exaustivamente neste tópico e em outros dariam um bom motivo para cotas. Todo mundo é vítima de alguma coisa.


Se brancos foram escravizados e disso partisse discriminação contra eles, aí sim eles poderiam argumentar sobre cotas. E isso não ocorreu no Brasil. E como eu disse, se negro liberto também teve escravo, isso não tem nada a ver com a questão. A questão é de que são os negros que são discriminados (menos hoje do que antigamente), são eles a maior parcela de pobres e miseráveis, também são a maioria com falta de estudo. Isso se deu por algum motivo e não acredito que muito tiveram a oportunidade de ralar e crescer na vida.

Papo de esquerdista. Tá cheio de falastrão pesquisador por aí. ELA intui isto.


Concordo. Mas seria interessante que fizessem algum estudo pra saber porquê cotistas têm desempenho melhor que não cotistas.

Já falei também exaustivamente sobre isto. É evidente que não é assim que se corrige e muito menos tirando de uns ( que não têm culpa de nascer com a cruz da história em suas costas ) para dar de graça a outros ( que também não deveriam apelar para a história ad infinitum).
E de novo: não é intenção real de governos assim melhorar nada. Convençam-se disto, se quiserem.


Seria interessante que fizessem uma pesquisa sobre mobilidade social depois de um determinado tempo com a política de cotas.

Uma coisa interessante pra forçar somente os menos favorecidos é a obrigação de comprovação de baixa renda, já que li que na UFRGS tem até cotista (não se de escola pública ou negro) que mora em mansão.
“No BOPE tem guerreiros que matam guerrilheiros, a faca entre os dentes esfolam eles inteiros, matam, esfolam, sempre com o seu fuzil, no BOPE tem guerreiros que acreditam no Brasil.”

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Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Apo »

Jack, amanhã procuro as estatísticas do vestibular da federal aqui, que já foram postados por mim noutra ocasião.

Se há cotistas daqui ou de qualquer lugar morando em mansão só há 3 hipóteses:

- Filho de político (ou apadrinhado por eles) E vagabundo.
- Filha de empregados das ditas mansões.
- Negro.

Filho de rico não tem porque estudar em escola pública. Nem os filhos de vereadores do PT estudam.

Mas o mais importante de tudo agora. Caso estes resultados nas provas de vestibular sejam fato, resta apenas a seguinte colocação:

SE negros obtêm igual ou melhor resultado que os não cotistas, sem cursinho, sem estrutura socio-econômica, sendo vítimas da escravidão, estudando em escolas de menos qualidade...então só podem ser gênios!!! Por que precisam de cotas???

Veja bem: aqui o principal argumento contra a entrada de gente menos preparada cái por terra! Não veem o absurdo deste paradoxo?

O discurso esquerdista de inclusão é circular e usa de falácias uma após a outra.

Não caio nesta nem de pé.
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Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Apo »

Este texto do próprio site da UFRGS mostra que, embora as vagas sejam oferecidas, poucos negros se interessam em ocupá-las ou não conseguem rendimento mínimo necessário. O que é lamentável e mostra que há desinteresse ou despreparo básico.
PORÉM, aqui consta que as vagas não preenchidas por negros foram preenchidas por egressos de escolas públicas.

Negros não ocupam cotas em 14 cursos
Um em cada cinco cursos disponíveis na Universidade Federal do Rio Grande do Sul ficou sem a ocupação dos 15% de vagas reservadas aos autodeclarados negros oriundos de escola pública

Em 20,3% dos cursos oferecidos no vestibular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), nenhuma vaga reservada aos candidatos autodeclarados negros de escola públicas foi ocupada por esse grupo de cotistas.

Entre os 69 cursos disputados, em 14 deles as cotas destinadas para os vestibulandos afrodescendentes ficaram em aberto. Dos 15% de vagas destinadas a negros, apenas 6,8% serão ocupadas. As vagas deixadas por esses candidatos acabaram sendo preenchidas pelos estudantes que se inscreveram como egressos do ensino público, fazendo com que os 30% das cotas sociais fossem preenchidos.

Cursos tradicionais como Direito - Diurno, Medicina, Administração - Diurno e Publicidade e Propaganda estão entre aqueles em que nenhum candidato autodeclarado negro obteve média para a aprovação no concurso. Facilitar o acesso aos cursos mais concorridos era um dos argumentos favoráveis à implantação das cotas. Um detalhe curioso no levantamento é que o curso de Direito - Noturno teve 10 das 11 vagas preenchidas.

Apesar disso, o reitor José Carlos Hennemann destacou que o ingresso de negros na UFRGS triplicou em relação ao ano passado. De acordo com o reitor, dos 4.312 aprovados neste vestibular, 8,4% (361 estudantes) se declararam descendentes afro, incluindo-se a esse percentual os negros que não estudaram no ensino público e ingressaram nas vagas de acesso universal.

Do total de negros aprovados no maior vestibular do Estado, 7,9% (340 alunos) ingressaram utilizando o sistema de cotas - tanto pela reserva racial quanto por ter obtido nota para entrar como egresso de escola pública. No concurso de 2007, quando não havia o sistema de cotas, 2,8% dos aprovados eram negros.

Hennemann também enfatizou que 45% das vagas foram conquistadas por vestibulandos oriundos de escolas públicas, isto é, alunos que fizeram pelo menos a metade do Ensino Fundamental e todo o Ensino Médio no ensino público.

- Esse número é importante, pois em 2007 foram apenas 25% oriundos de escolas públicas. E principalmente porque sempre se diz que a universidade federal não dá as mesmas oportunidades de acesso às pessoas com poucas condições - disse Hennemann.

As matrículas para os aprovados que devem iniciar as aulas no primeiro semestre serão realizadas hoje e amanhã nas unidades acadêmicas localizadas nos quatro campi da UFRGS na Capital. Em cada uma delas haverá uma comissão para receber a documentação que comprove a origem dos candidatos. O pró-reitor de Graduação, Carlos Alexandre Netto, diz que aqueles que se disseram negros deverão preencher uma autodeclaração, mas apenas isso não garante a efetivação da matrícula.

- Vamos usar o bom senso, mas se houver discrepância entre o que o candidato declarou e seu fenótipo (aparência física), o estudante será chamado para uma entrevista e o caso será avaliado pela Comissão de Graduação - explica Netto.

A UFRGS divulgou que a maior média do vestibular - 782,42 pontos - foi da candidata de Medicina Tatiana Klaus Sansonowicz.

Os extremos da reserva racial

Sem cotistas negros

Cursos em que não foi preenchida nenhuma vaga de cota racial

- Administração - Diurno
- Artes Visuais - Licenciatura
- Biomedicina
- Direito - Diurno
- Publicidade e Propaganda
- Design - Habilitação Design Produto
- Design - Habilitação Design Visual
- Engenharia Ambiental
- Física
- Fonoaudiologia
- Medicina
- Música
- Relações Internacionais
- Teatro

Ocupação máxima

Cursos em que todas as vagas reservadas para negros foram preenchidas

- Educação Física - Licenciatura
- Enfermagem
- Engenharia Cartográfica
- Física - Licenciatura - Noturno
- Geografia

http://www.universitario.com.br/noticia ... ticia=4616


Achei o quadro de lotações.

http://www.ufrgs.br/coperse/cv2009/LOTACAO_2009.HTM

Veja a discrepância dos argumentos entre o primeiro colocado das cotas e o último do sistema universal.
Você sabe que 1 ponto aqui pode definir se você tá dentro ou fora. A diferença muitas vezes fica quase em 100 pontos, contrariando o que diz a pesquisadora do seu exemplo.
E os alunos que obtiveram as próximas notas depois do último colocado, sendo tais notas mais altas que o primeiro da cotas? São eliminados? Belo estímulo aos que iam conseguir, mas alguém que tirou nota bem mais baixa, pega a vaga.

Pelo menos fica confirmado que os egressos de escola pública ocupam as vagas. Menos mal. Porque não era esta a informação que eu tinha. Talvez tenham se dado conta do absurdo e mudado depois.

Bom, mas resumindo o MEU ponto de vista: se é para colocarem na faculdade pessoas sem base, discordo desta estratégia porque não creio em mágicas pós vestibular.
Se cotistas passam com notas iguais ou melhores, então não precisam se cotas. Que ingressem pelo acesso universal.
Tudo isto trata-se de manobra política de inclusão na marra.
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Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Jack Torrance »

Apo escreveu:Jack, amanhã procuro as estatísticas do vestibular da federal aqui, que já foram postados por mim noutra ocasião.

Se há cotistas daqui ou de qualquer lugar morando em mansão só há 3 hipóteses:

- Filho de político (ou apadrinhado por eles) E vagabundo.
- Filha de empregados das ditas mansões.
- Negro.

Filho de rico não tem porque estudar em escola pública. Nem os filhos de vereadores do PT estudam.

Mas o mais importante de tudo agora. Caso estes resultados nas provas de vestibular sejam fato, resta apenas a seguinte colocação:

SE negros obtêm igual ou melhor resultado que os não cotistas, sem cursinho, sem estrutura socio-econômica, sendo vítimas da escravidão, estudando em escolas de menos qualidade...então só podem ser gênios!!! Por que precisam de cotas???

Veja bem: aqui o principal argumento contra a entrada de gente menos preparada cái por terra! Não veem o absurdo deste paradoxo?

O discurso esquerdista de inclusão é circular e usa de falácias uma após a outra.

Não caio nesta nem de pé.


O que acho de tudo, é que muitos dos cotistas não precisam realmente das cotas, são pessoas que tem condições. São alunos que estudaram em escolas públicas, mas fizeram cursinho; e apesar de estudarem em escola pública, não eram pobres. Isso incluí, parte dos negros.

Acho que é por isso que eles têm, no geral, bons resultados.

Em minha opinião, deveriam cobrar a renda familiar do sujeito também, pra provar que é pobre mesmo.

Não basta ser de escola pública, tem que ter a necessidade de cota. O mesmo pra negro.
“No BOPE tem guerreiros que matam guerrilheiros, a faca entre os dentes esfolam eles inteiros, matam, esfolam, sempre com o seu fuzil, no BOPE tem guerreiros que acreditam no Brasil.”

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Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Jack Torrance »

Darkside escreveu:
Deise Garcia escreveu:Fernando,

Se vc olhar para meu primeiro post verá que eu também não sou favorável as quotas. Portanto não tire palavras da minha boca.


Poxa, mas elas organizam tão bem os tópicos, não entendo essa birra.


:emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:
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Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Fernando Silva »

Jack Torrance escreveu:A igualdade, nesse caso, é dar oportunidade pra quem não tem condições.

Exato. Oportunidades iguais para todos. Quem quiser, que aproveite. Quem não quiser, que se dane e não reclame depois por ter ficado pobre enquanto que o vizinho, que partiu das mesmas condições, ficou rico depois de ralar muito.

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Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Acauan »

Jack Torrance escreveu: John Rawls: equidade e igualdade

Conclusão essa que choca-se frontalmente com a muito difundida concepção darwinista dos norte-americanos que divide a sociedade entre vencedores (winners) e perdedores (losers). Como poderiam eles aceitar - numa cultura que celebra o vencedor mais do que qualquer outra que se conheça - uma doutrina voltada preferencialmente a favor dos desvalidos, dos que não tiveram condições de seguir na competição, ou foram alijados dela, mesmo que o objetivo seja nobre visando corrigir um erro do passado? Seja como for,a Teoria da Justiça serve hoje como inspiração para a maior parte dos reformadores sociais em atividade.


Este discurso esquerdista é tão capenga que desmorona diante do fato óbvio de que o sistema de cotas proposto no Brasil é apenas cópia das Políticas de Ação Afirmativa adotadas nos Estados Unidos para integração social das minorias.
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Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Anna »

Apo escreveu:Aqui no sul, somos apenas 12% de origem africana e 22% de origem ameríndia.

No entanto, quando o candidato se inscreve para o vestibular da federal, consta lá a pergunta auto-declarante ( pelo jeito não questionável):

Como VOCÊ se considera?

Branco(a)
Negro(a)
Amarelo(a) - de origem oriental
Pardo(a)
Indígena

Assim como quando você escolhe estudar numa universidade federal, precisa estudar para passar mediante a ideologia por elas apresentadas nas provas e não outro critério de excelência.

Ou seja, se você se considerar negro ou índio e ainda responder o que "eles" querem, tem o "direito" de sair em vantagem.
Não querem dividir, mas querem conduzir. O que leva a aberrações como esta:

Desde 2002, o Itamaraty mantém um programa de bolsa de estudos, no valor de 25 000 reais, para "afrodescendentes" que pretendem seguir carreira diplomática. A bióloga Mariama da Silva, de 26 anos, de São Paulo, e a veterinária Sabynne Regis, de 35 anos, de Salvador, inscreveram-se no programa em 2005. "Durante o processo de seleção, contei como é viver neste país, onde o preconceito é velado", diz Mariama (à esquerda). Sabynne (à direita) não abordou a questão racial. "Os avaliadores queriam ouvir uma situação de discriminação, mas eu não tinha nada para contar", diz ela. Mariama ganhou a bolsa; Sabynne, não. O edital para o programa não faz segredo sobre os critérios ideológicos de seleção: "a experiência como negro" do candidato está no topo da lista de prioridades.



O Brasil precisa mudar urgentemente. Nossos sistemas são arcaicos e empoeirados, como esperar avançar mantendo um sistema caduco, e ineficiente? Impossível.
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Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Anna »

Ayyavazhi escreveu:
Fernando Silva escreveu:O censo deveria registrar a etnia, mas escolas e empresas não deveriam pedir isto em seus formulários de inscrição. Se faz diferença para elas, então há algo de errado.


De fato, Fernando. Já está passando da hora de perguntarmos qual a necessidade de informar a etnia. Acho que o texto do BMB explica isso também. Apatia e descaso totais. Não importa de onde venha o comando, a gente apenas obedece. E já aprendemos a sentar, deitar, rolar e fingir de morto.





Essa é a grande falta do brasileiro. Totalmente apáticos.
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Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Anna »

Apo escreveu:
Alcioneijr escreveu:A escravidão no Brasil durou aproximadamente 350 anos. Neste período os escravos (índios e negros) sustentaram a nação, produziram riquezas, desenvolveram ativos contribuindo para o progresso da nação, sofreram atrocidades inimagináveis para os dias de hoje e quando conseguiram a tão sonhada liberdade saíram literalmente com uma mão na frente e outra atrás.
Se nos dias de hoje ainda encontramos o preconceito racial, imaginem na época. O período pós abolição talvez tenha sido pior que o da escravidão para os negros na época. Sem terras pra trabalhar foram marginalizados pela sociedade, largados a própria sorte ou na mão de Deus como preferirem.
Desde então a população negra luta pela sobrevivência, pelo seu espaço e felizmente assistimos o preconceito sendo erradicado da nossa sociedade. Mas existe uma dívida muito grande com essas populações e essa dívida precisa ser reconhecida e ressarcida.
Porém a forma com que o governo está tratando o assunto ao meu ver está incitando o racismo quando deveria combatê-lo. No caso das quotas o governo poderia estipular quotas para os pobres ao invés das quotas raciais. Teria o mesmo efeito sem tocar na questão racial, seria mais aceita pela sociedade já que os mais afortunados tem condições de pagar por ensino, combateria a desigualdade, incentivaria a o ensino particular etc...
É isso... Fui!


Lutar pela sobrevivência todos lutam, admitam negros e índios ou não. Mas só por ter nascido não-negro e não-índio não tenho que ( apesar de me matar estudando e trabalhando ) ser descaradamente passada pra trás por gente que se diz negra quando nem é, para, junto com governos que só querem votos de cúmplices, entrarem pela porta dos fundos sem fazer força alguma.
Se antes negros e índios tinham ódio e despeito de brancos, agora se aliam com governantes populistas (e que são a verdadeira elite se refestelando com dinheiro de TODOS nós) para retaliar coisas do passado.
Sou descendente de judia. Quero cotas porque alemães exterminaram e escravizaram a minha família.
E mais: a escravização negra começou com os próprios negros dentro da África. Não adianta vir jogar pedra no telhado do vizinho.

Mas é assim mesmo: com negros e índios tirando aquelas notas ridículas nos vestibulares, jamais darão conta do que enfrentarão pela frente. Sem contar que estão sucateando o ensino público mais ainda. Novo apartheid à vista. Não tem jeito.
Deveriam é parar de choramingar séculos a fio e exigir que governos corruptos corruptores parem de provocar mais ódio e enfrentamento racial e consertem a base do ensino. Oportunidades iguais não é fazer gente furar a fila, é parar de se meter na vida das pessoas atrapalhando mais ainda. Mas disto que vivem as urnas.



Muitos negros, índios e descendentes não concordam com as cotas por "raça". Eu, por exemplo, sou branca na cor da pele mas descendente direta de negros. Negros que não tiveram oportunidade, que não puderam estudar, que não tinham o que comer ou vestir, mas não porque eram negros, mas pobres. Logicamente eram muito pobres por que eram descedentes de negros escravos, que consequentemente eram a escória da sociedade. Mas enfins, eu estudei em escola ruim (pública), mas tanto eu, como meu irmão, fizemos graduação, e pós, hoje ele é mestre, professor de um famoso e reconhecido conservatório de música do Brasil. Eu sou pós doutora, coordenadora do maior programa científico de biodiversidade do MCT na Amazônia, vivo viajando mundo afora. Ou seja, a linhagem dos meus antepassados saiu do tronco para a mais alta casta intelectual de nossa sociedade. Sem cotas. Apenas por que nós tinhamos muita vontade de fazer algo que valesse à pena de nossas vidas.
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Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Acauan »

Anna escreveu: ... Mas enfins, eu estudei em escola ruim (pública), mas tanto eu, como meu irmão, fizemos graduação, e pós, hoje ele é mestre, professor de um famoso e reconhecido conservatório de música do Brasil. Eu sou pós doutora, coordenadora do maior programa científico de biodiversidade do MCT na Amazônia, vivo viajando mundo afora. Ou seja, a linhagem dos meus antepassados saiu do tronco para a mais alta casta intelectual de nossa sociedade. Sem cotas. Apenas por que nós tinhamos muita vontade de fazer algo que valesse à pena de nossas vidas.


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Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Anna »

Apo escreveu:Enquanto minha filha faz das tripas coração, dorme 5a 6 horas por noite ( inclusive fins de semana e feriados, como hoje), lê, escreve, discute, participa de ciclos de palestras, se vira pedindo livro emprestado, usa a mesada para comprar outros, não passeia, não viaja, não faz nada além de estudar, há todo uma armação feita para que ela não passe no vestibular.

Primeiro, porque no ENEM e nas federais, não é preciso aprender o que é, mas sim o que eles querem que ela responda ( mesmo que seja mentira!). Ainda assim, 30% de gente corruptível e deitada nas cordas podem se auto-declarar nascidos com pele de cor diferente da dela que passam em 1º lugar com argumentos de 200 pontos abaixo do último colocado do sistema universal ( onde negros com caráter estão concorrendo também e ficam de fora). Índio basta fazer uma redaçãozinha e uma provinha de português de nível fundamental e entra para o mundo acadêmico. Mesmo que curta um tênis nike para ser usado junto com o cocar de penas.

Segundo, que mesmo que os tais não se increvam ( porque não se interessam tanto quanto os governos pensam que eles se interessem) e portanto sobram vagas, elas ficam sem ser preenchidas por quem teria, em função de ter obtidos notas bem melhores. Ou seja: se não tiver negro ou índio estudando porque não quer ou não consegue nem o mínimo de pontos, branco que merece por mérito ( SIM, por mérito, por esforço, com sacrifício e não porque tem culpa de não ter nascido negro e nem de ter escravizado negro algum, ou quem sabe por dar emprego para alguns deles como se isto fosse obrigatório)
é que não vai pegar a vaga.

Justiceiros criminosos só conseguem mais ódio. Civilização se faz de outro jeito, Mas no Brasil não funciona assim.



É ai que temos que bater! Esse sistema é velho, ridículo e não nos leva a lugar nenhum! Tenho discutido muito sobre o sistema de seleção utilizado no Brasil, com brasileiros e não-brasileiros, não apenas para escolas, e universidades, mas para todos os cargos públicos importantes nesse país. Óbviamente esse sistema carcomido foi criado para dar igualdade de disputa (e eliminar a armação) a todos. Não é desse jeito que teremos selecionado as inteligências e talentos mais qualificados para cada tipo de tarefa, não teremos os mais qualificados ocupando esses postos.
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Re: Re:

Mensagem por Anna »

Fernando Silva escreveu:
Alcioneijr escreveu:
Fernando Silva escreveu:O sistema não é escravagista, o mundo é que é uma bosta. Isto não é necessariamente culpa de alguém.



Pois é Fernando. Essa sua frase é ótima para tirar as teias de aranhas dos cantos de nossas cabeças. Não existe uma dívida a ser paga pelo que aconteceu no passado. Afinal de contas o que estamos pretendo no futuro? Construir um sistema com uma sociedade menos injusta e menos contaminada por idéias estranhas, burras e que não se adequam mais a nossa realidade. Não há como pagar a conta do que foi feito no passado a grupos A ou B na briga pela vida. A única coisa que podemos fazer é aprender com os erros e construir um sistema que se adeque melhor ao presente.

Eu, particularmente, não gosto dessa coisa, de que temos uma dívida... blábláblá, não é uma dívida é um objetivo de melhoria para nosso país e para o mundo.
Editado pela última vez por Anna em 16 Set 2009, 12:04, em um total de 1 vez.
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Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Anna »

Acauan escreveu:
Anna escreveu: ... Mas enfins, eu estudei em escola ruim (pública), mas tanto eu, como meu irmão, fizemos graduação, e pós, hoje ele é mestre, professor de um famoso e reconhecido conservatório de música do Brasil. Eu sou pós doutora, coordenadora do maior programa científico de biodiversidade do MCT na Amazônia, vivo viajando mundo afora. Ou seja, a linhagem dos meus antepassados saiu do tronco para a mais alta casta intelectual de nossa sociedade. Sem cotas. Apenas por que nós tinhamos muita vontade de fazer algo que valesse à pena de nossas vidas.


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Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por zumbi filosófico »

Fernando Silva escreveu:E não se esqueça de que os escravos não eram contra a escravidão - eram contra serem escravos. Quando se libertavam, compravam escravos para eles.


Ao menos a julgar por documentos dos EUA, generalizando para cá também -- eles compravam família e amigos, não para tê-los como escravos, mas como uma forma improvisada que tinham de libertá-los.

Independentemente disso, mesmo que tivesse havido considerável aprovação da escravidão por ex-escravos ou negros em condições de ter escravos, isso não tem relevância alguma quanto a ser algo digno de consideração alguma forma de política que visasse corrigir os estragos remanescentes da legalidade da escravidão.

É meio como, pensando-se em políticas de segurança nacional, negligenciar o Rio de Janeiro ou as zonas mais afetadas pelo porque lá "muitos cariocas aprovam o crime".

(De qualquer forma, segurança nacional e alguma forma de reparação para descendentes de escravos são duas coisas pragmaticamente muito distintas)
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Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Fernando Silva »

zumbi filosófico escreveu:Independentemente disso, mesmo que tivesse havido considerável aprovação da escravidão por ex-escravos ou negros em condições de ter escravos, isso não tem relevância alguma quanto a ser algo digno de consideração alguma forma de política que visasse corrigir os estragos remanescentes da legalidade da escravidão.

Não tem relevância quanto ao que devemos fazer para corrigir a situação.
É muito relevante para refutar a alegação de que os brancos têm uma dívida a pagar.

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Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por zumbi filosófico »

Apo escreveu:- Dos 30% de vagas ROUBADOS de quem estuda e se esforça (tanto nas escolas públicas quanto particulares, rico ou pobre, negro, branco, verde, amarelo ou vermelho), aqui no RS, APENAS 6% dos interessados em entrar na universidade se auto-declararam negros. Ou seja, passando ou não estes 6% de interessados, as vagas vão ficar VAZIAS!


É sério isso mesmo? Se por acaso não aparecessem nem 6%, simplesmente iriam ter "vagas proibidas" para não-negros/pobres/índios? Estranho. Imaginava que as cotas funcionassem como uma priorização, ou seja, daqueles aptos a entrar, entram primeiro os que se enquadram nas cotas; se não tem quem se enquadre nas cotas dentre os candidatos, entra qualquer outro. Muito estranho. Certeza que é isso mesmo? Porque parece bastante com coisa de fear-mongers.


- No sistema de cotas da federal aqui, os PRIMEIROS COLOCADOS NEGROS costumam obter argumentos cerca de 30% mais baixos do que os ÚLTIMOS COLOCADOS NÃO-NEGROS. Isto mostra que o problema está na base e que estamos propiciando a entrada de gente que não sabe escrever, ler, calcular e nem pensar nos bancos acadêmicos. Deveria ser exigida deles as mesmas nostas que obtêm aqueles de quem eles roubam vagas. Mas eles sabem que passam com notas menores...pra que se esforçar?


Bem, eu não sou exatamente a favor das cotas raciais por diversos problemas que provavelmente já foram falados nesse e em outros tópicos, mas um temor possível parece que tivemos a relativa sorte de não ver concretizado, que seria o menor desempenho dos cotistas uma vez dentro da faculdade. Já vi ser noticiado uma ou outra vez que têm comumente desempenho igual ou superior.

O que vou usar de gancho para a minha idéia de como poderia ser melhor um sistema que tivesse o mesmo propósito* desse das cotas. Para começar, em vez de racial, simplesmente sócio-econômico; e basicamente, seria uma "barra mais alta" para pessoas com um histórico de maior renda familiar (e não necessariamente que estudaram em colégio particular como critério). A idéia é que as diferenças de classe social talvez impliquem em diferentes níveis de esforço pessoal exigido para se ter um mesmo resultado no vestibular; para quem tem mais tranqüilidade financeira, mais recursos, exige menos esforço, enquanto que para aqueles em uma situação mais difícil, acaba sendo necessário um esforço relativamente maior. Assim se tem um sistema que não seleciona só os resultados, mas dedicação, potencial. Isso não teria exatamente uma "cota", ou talvez devesse ter uma "cota negativa", em vez de um mínimo a ser preenchido, um máximo de vagas a ser preenchidas dessa forma.

Se é verdade isso que os cotistas têm desempenho igual ou superior, provavelmente é algo assim que acontece meio acidentalmente, só que com a falha de ao mesmo tempo poder se estar também praticamente dando vagas aos supostos absolutamente não-dedicados. Ou seja, talvez o desempenho desses potenciais "cotistas" do "meu" sistema fosse ser ainda maior, por atualmente estarem sendo afundados na média pelo desempenho mais baixo dessa suposta parcela que entraria sem a menor necessidade de estudar.

Só uma idéia.


* o mesmo propósito alegado, de tentar promover algo mais justo, não o propósito político, de criar uma clientela.




- Se o argumento de que eles vão bem na faculdade contraria o senso de que eles vão mal na escola ( por isto não podem concorrer em mesmas condições, pobrezinhos...) , é porque alguma mágica ocorre na faculdade que não ocorreu durante o ensino fundamental e médio. Que mágica será esta? Talvez uma mentira na divulgação de resultados. Quem tira notas boas na hora de pegar pesado é porque poderia tê-las tirado bem antes. Estranho, não?


Talvez a experiência do curso e diversas provas seja diferente em diversos aspectos do vestibular, de forma que o vestibular não seja um previsor muito acurado do desempenho durante o curso. Uma diferença fundamental é que o vestibular é uma prova só anual, enquanto que uma vez no curso, não é mais assim tão "tudo ou nada"; do outro lado, talvez parte daqueles que aprenderam tudo via fórmulas de cursinhos pré-vestibulares apresentem uma queda no desempenho justamente por estarem mais preparados para a prova do vestibular do que para o curso em si.

Só especulações menos conspiracionistas.
Editado pela última vez por zumbi filosófico em 16 Set 2009, 13:00, em um total de 2 vezes.
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Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por zumbi filosófico »

Fernando Silva escreveu:
zumbi filosófico escreveu:Independentemente disso, mesmo que tivesse havido considerável aprovação da escravidão por ex-escravos ou negros em condições de ter escravos, isso não tem relevância alguma quanto a ser algo digno de consideração alguma forma de política que visasse corrigir os estragos remanescentes da legalidade da escravidão.

Não tem relevância quanto ao que devemos fazer para corrigir a situação.
É muito relevante para refutar a alegação de que os brancos têm uma dívida a pagar.


Acho que não. Um bocado de riquezas foi acumulada com o trabalho escravo, do qual os trabalhadores não viram nada além daquilo que era necessário para se manterem vivos e poderem trabalhar. Além dumas chicotadas. Passou o tempo, alguém herdou a riqueza proveniente do trabalho escravo, e alguém herdou a pobreza do escravizado sem direito à propriedade, liberdade, estudar, etc.

Ainda que as proporções históricas e as complicações populacionais da coisa toda tornem simplesmente inviável qualquer tratamento disso como uma dívida literal, ou algo passível de ir para os tribunais para ser acertado, como se poderia defender no caso de estar se falando de seu pai e seu avô terem sido escravizados pelos meus*, ainda é válida a analogia.





* Independentemente do seu tio ter também tido escravos depois quando pôde, ou do meu ter sido contra a escravidão.
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Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Fernando Silva »

zumbi filosófico escreveu:
Fernando Silva escreveu:É muito relevante para refutar a alegação de que os brancos têm uma dívida a pagar.

Acho que não. Um bocado de riquezas foi acumulada com o trabalho escravo, do qual os trabalhadores não viram nada além daquilo que era necessário para se manterem vivos e poderem trabalhar. Além dumas chicotadas. Passou o tempo, alguém herdou a riqueza proveniente do trabalho escravo, e alguém herdou a pobreza do escravizado sem direito à propriedade, liberdade, estudar, etc.

Insistir nisto é apenas pregar o direito à vingança.
Como as culpas são impossíveis de ser atribuídas a estas alturas, qualquer um pode se achar no direito de se vingar de qualquer um.

O melhor é esquecer o passado.

Trancado