Viajante escreveu:Nem imagino o que deve ser no Brasil, se por aqui, na infância, bastava receber um novo aluno, vindo de outra região, para não entender e olhem que Portugal é minúsculo
Posso estar errado, acredito que atualmente as diferenças são menores, a televisão e o encurtamento das distâncias entre regiões, a tendência foi para se uniformizar o modo de falar. Pese embora, quando visito outra região, os mais velhos, mantém uma forma de falar peculiar e que muito gosto de escutar, lamento que isto esteja a acabar.
Os mais difíceis, para os meus pobres ouvidos, eram os oriundos dos Açores. Menino interessado na menina, só que menino, não entendia nada do que dizia a menina
Os que estudam, os mais letrados, têm conhecimento de termos mais antigos e/ou presentes nas literaturas, por exemplo, dos românticos todos ( tanto daí quanto daqui).
Mas a língua falada popularmente, com suas gírias e diferenças regionais, são uma coisa à parte. Às vezes é preciso apelar para dicionários descritivos ( não normativos), que vão acrescentando neologismos e abrasileiramentos e é isto que faz a língua um organismo vivo.
Os meios de comunicação sempre nacionalizaram termos e gírias. Alguns caem no uso do brasileiro como um todo, mas outros continuam sendo de uso regional ( havendo diferenças também de pronúncia muito acentuadas).
Por exemplo:
FAROL: em alguns lugares aqui é apenas a luz da frente do carro. Em outros é também o conjuntos dos sinais verde-amarelo-vermelho que coordena o trânsito ( que noutros locais chama-se SINALEIRA ou simplesmente SINAL).
A luz intermitente que indica que o motorista vai virar na via expressa( rua, avenida...) à esquerda ou direita, nos manuais de trânsito chama-se (PISCA-PISCA ou LUZ DE PISCA). No centro do país chama-se SETA ( o verbo é "dar a seta", pois ainda fazem alusão ao antiquíssimo sistema em que não havia sinalização com luz alguma, e sim uma manivelinha que expunha uma seta para para o lado de fora da janela do motorista).
Ou seja...merece um vasto compêndio!