Padre Quevedo é uma farsa!

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Johnny
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Padre Quevedo é uma farsa!

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Transcrevemos aqui, de forma adaptada, um artigo assinado pelo médico e advogado Sr. Guaracy Lourenço da Costa que questiona a validade científica de um curso de Parapsicologia, ou que assim prometia ser, ministrado pelo famoso Padre Oscar Quevedo, publicado no jornal O Imparcial, de Araraquara, em 18 de julho de 1999.

Durante dois longos dias, das 14 às 21 horas, juntamente com cerca de 300 pessoas, fiz um curso de Parapsicologia, pelo qual paguei trinta reais. Minha decepção começou quando, entremeando nos termos técnicos, o conhecido professor já foi logo dizendo que a maior parte das universidades estão imersas em erro, chamando-as de "ignoréticas", talvez para significar que todos os que militam nelas são ignorantes, provavelmente por não discutirem o "quevedismo"... De forma imprevista, ele criticou fortemente todas as religiões existentes, que ele afirmou serem 11 mil, e disse claramente que muitos dos que militam no próprio Catolicismo, incluindo muitos padres, menos ele, é claro, deveriam estudar, aos invés de ficarem dizendo "bobagens" aos fieis. Disse, em especial, que o Espiritismo não é religião e que Allan Kardec, com culpa ou sem culpa, enganou o povo.

Dos milagres ele nos disse que somente ocorrem entre os que militam no Catolicismo, mas isto não sei com que base, pois assim ele passa por cima dos estudos e registros etnográficos e antropológicos que dizem o contrário. O "professor" parece não querer ver que estes podem ocorrer para todos, indistintamente. Sobre a Bílblia, ele afirmou que todos os que interpretam ou estudam os fatos nele relatados o fazem de maneira errada, na base do que ele chamou jocosamente de "achologia" (ou ciência do "acho que"...), todos menos ele, é claro! Ele fez questão de se expor como um grande estudioso, mas a maioria dos alunos do curso o consideraram mais irreverente e "espetaqueiro" que estudioso. E para que, ao invés de nos ensinar apenas a ciência da Parapsicologia, tinha ele que dar um pequeno show vulgar de mágica enfiando a haste dos óculos no próprio nariz? E o outro show já conhecido de vendar os olhos e advinhar os objetos que estavam no chão, fazendo depois uma demonstração de memória, na chamada Mnemotécnica, que não tem nada a ver com Parapsicologia?

Também não teve cabimento forçar os alunos a comprarem pelo menos um de seus livros para ajudar - sob pena de uma "maldição" dele - justamente a ele e seu chamado Centro Latino Americano de Parapsicologia, CLAP, logo a ele que passou horas num discurso massante dizendo que os "feiticeiros" e "curandeiros" são todos falsos, mentirosos e criminosos. Ele foi taxativo ao dizer que curandeiros não conseguem curar, mas apregoou o poder da mente sobre o corpo e, para tanto, teve a ousadia de repetir uma velha técnica conhecida dos hipnólogos há muito tempo ao atravessar o braço de uma jovem com uma agulha... com o adicional de que, para dar um maior impacto sensacionalista, a tinha esfregado antes na sola do sapato, desafiando a natureza viva dos micróbios! Se ele, diante de nós, cometeu tal nojeira, como poderia ter afirmado que outros homens ou mulheres não podem induzir alguém à cura de certas enfermidades através da sugestão sobre sua mente, em especial se existe fervorosa fé? Contradição pura!

Os brasileiros (ou seja, nós todos) foram todos rotulados de "achologistas" e o povo mais ignorante do mundo. Talvez o fato de ser espanhol o tenha feito mais sábio que os demais mortais. Talvez por isso os alunos não tiveram oportunidade de apresentar seus depoimentos pessoais. Exigüidade de tempo? Acho que não, porque houve tempo para que o "professor" apresentasse os mencionados shows. E com que direito pode um palestrante atirar a tampa de sua caneta na cabeça dos alunos que, compreensivelmente, cochilavam? Ainda bem que não cochilei, pois se fosse atingido, na certa revidaria...

O show final do "professor" foi horrível! Lá no palco, ele provocou catelepsia num dos jovens alunos (facilmente conseguida através de sujestão hipnótica), mas não falou em hipnose, apenas disse que irira "matá-lo" e "ressuscitá-lo". Repetindo outro velho e batido truque de hipnose, ele esticou o jovem "cataléptico" sobre duas cadeiras, apoiado apenas na cabeça e nos pés, mandando que outro jovem, pesando mais de cem quilos, sentasse sobre o corpo desse rapaz. Para ficar ainda mais "interessante", martelou e quebrou várias pedras e tijolos sobre a barriga do paciente, cujo rosto cobriu, para evitar que alguém mais escalrecido pudesse detectar o evidente transe hipnótico... A catalepsia é um estado de contratura e rigidez dos músculos, semelhante ao estado de um morto. Ela ocorre espontaneamente em pessoas com graves afecções neurológicas ou em raros casos de histeria. Pode-se provocá-la através do hipnotismo em seu grau mais profundo, conforme o explanou classicamente o grande neurologista Jean Martin Charcot, da famoso clínica de Salpêtriere, na França.

Se o jovem aluno entrou em catalepsia é porque foi induzido a tal por sugestão, hipnotizado, embora o "professor" tenha dito que não se deve dar espetáculos hipnóticos. Hypnos, do grego, quer dizer sono, mas há manifestações hipnóticas que podem ocorrer sem sono aparente, embora o "professor" tenha mandado o moço fechar os olhos... Ela é obtida no estágio mais profundo do transe hipnótico, podendo, em dois casos especiais, ser obtida rapidamente. Primeiro, se o paciente já foi hipnotizado antes, a catalepsia poderia ser provocada por meio de uma sugestão pós-hipnótica. Segundo, se o paciente, tendo uma estrutura de personalidade apropriada, tiver sido "preparado" pela sugestão coletiva explicitamente feita pelo "professor", naquilo que os pesquisadores americanos chamam de "horses" (cavalos de sugestão), incutindo na mente dos jovens que eles teriam capacidades especiais. Acontece que qualquer pessoa pode ter a capacidade de hipnotizar outrem, mediante o conhecimento das técnicas e o devido treino, não carecendo de possuir estranhos "poderes" ou ter sido agraciado com um "dom" especial dos céus. Por isso é recomendável, e até mesmo exgidio por lei, que o hipnotizador seja médico, odontólogo ou psicólogo.

O fato foi que, médicos presentes, tivemos que nos calar diante de um espetáculo ridículo de hipnotismo velado, que ele próprio confessou publicamente ser proibido por lei!... Ao final de tudo isso, ganhei um certificado onde veio escrito: "Curso de Parapsicologia e Religião"!...

Guaracy Lourenço da Costa
http://www.geocities.com/Vienna/2809/artigo.html
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Re: Padre Quevedo é uma farsa!

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"E, no entanto, ela se move!"

Galileu-Galilei

esta frase foi dita por Galileu após ter sido obrigado pelo Tribunal do Santo Ofício (Inquisição) - que o estava julgado, entre outras acusações, pela sua afirmação, baseada em Nicolau Compérnico e em suas próprias observações científicas, de que a Terra não é o centro do universo - a renegar suas descobertas

"Não compreendo como o Padre Oscar González-Quevedo pode permitir-se este julgamento [de fraude, no que se refere ao fenômenos dos desenhos de rostos que se plasmavam na cozinha de uma casa no povoado de Belmez de la Moraleda, em Jaén, Espanha, confirmado por várias testemunhas e objeto de intensa pesquisa científica, fotos e gravações que não demonstraram quaisquer indícios de fraude], porque ele jamais esteve em Belmez. Eu nunca o encontrei em nenhum congresso de Parapsicologia, nem na Europa nem nos Estados Unidos, e assim não posso fazer nenhuma idéia da atitude do Pe. Quevedo para formular tal julgamento a priori. Os rostos de Belmez são o que se chama de teleplastia espontânea.
Se o padre González-Quevedo continuar com a hipótese de fraude, que demonstre isto de forma contundente. Mas isso ele não pode demonstrar. Em vista disto, parece-me correto que, de agora em diante, ele se contenha em seus julgamentos".
Dr. Hans Bender, do Institut für Grenzgebiete der Psychologie und Psychohygiene, Friburgo, Alemannha
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Re: Padre Quevedo é uma farsa!

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"Quanto maior a ignorância, maior será o dogmatismo."
William Ostler

"Além disso, Rueda em um artigo recente no Journal of Parapsychology, faz o importante assinalamento de que Quevedo "tem usado a Parapsicologia como uma arma ideológica em uma briga para marcar sua perspectiva conceitual particular… De fato, para atingir suas metas, o Pe.Quevedo tem distorcido a Parapsicologia em seus livros, querendo, a maior parte do tempo, acomodar dogmas católicos à sua conveniência"(p.183).
Ainda que seja certo que a ideologia permeie toda atividade científica (Longino, 1990), no caso de Quevedo esta toma uma primazia quase absoluta, ficando marcadamente afastado em suas obras o espírito crítico, a falibilidade e a tolerância que deve caracterizar o esforço de toda pessoa que valorize a atividade científica (Karl Popper, 1962). Em vez disso, no Pe.Quevedo encontramos o tratadista escolástico, que crê que a crítica e o trabalho de cadeira são suficientes para modelar uma determinada disciplina".

Alfonso Martinez-Taboas, Parapsicólogo associado ao Parapsychology Foundation (PF), de Nova Iorque
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Re: Padre Quevedo é uma farsa!

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"Não há limitação legal para quem se denomine parapsicólogo. Reservo o termo para aqueles que têm treinamento científico ou acadêmico e têm contribuído para a literatura científica e acadêmica sobre o tema. Quase todas essas pessoas são membros da Parapsychological Association. Eu nunca ouvi falar do Pe.Oscar Gonzales Quevedo e ele não está na lista de membros da Parapsychological Association."

Charles Tart, psicólogo transpessoal, pesquisador, teórico e uma das mais conhecidas autoridades do mundo sobre Estados Alterados de Consciência, em carta ao parapsicólogo Wellington Zangari, membro-diretor do Portal Psi, Centro de Estudos Peirceanos do Programa de Comunicação e Semiótica da PUC, São Paulo
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Re: Padre Quevedo é uma farsa!

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Eis que lá vem ele... Aos poucos sua silhueta vai se deixando formar por entre a penumbra e a névoa artificial, feita pela fumaça de gelo seco, em um cenário que lembra os corredores que levam ao salão de torturas de um castelo medieval...

Quem será este que vem de negro, ao som de uma música misteriosa, fazendo aguçar atenção dos telespectadores de forma tão explicitamente calculada, para criar um clima artificial de mistério, como se diante de nós estivesse a se materializar um antigo monge medieval atualizado, porém, por um moderno (?) blusão de couro igualmente negro, e tendo no rosto o riso de quem se julga dententor dos segredos de "conhecimentos ocultos"?

Segundo a emissora de TV que o contratou para tomar o lugar de um famoso mágico mascarado - aliás, melhor seria dizer que a dita emissora tornou famoso - trate-se de um padre que é (ou melhor, se diz) "autoridade" em parapsicologia, prolífico escritor e inequivocamente detentor de extraordinários dotes intelectuais . Mas faltou à compentente emissora expor que o mesmo padre, porém, não é reconhecido como tal estrela de primeira grandeza por vários outros parapsicólogos e instituições sérias ligadas a área no Brasil e no exterior.

Implicitamente, o mais novo polemista das noites de domingo é apresentado como "o maior parapsicólogo do Brasil", mas, além do que diz ele de si mesmo o "Caçador de Enígmas" e seus discípulos, não sabemos quais foram os referenciais e critérios de comparação, já que não vemos nehum debate realmente aprofundado entre o dito contratado e outros parapsicólogos nacionais ou estrangeiros. Entre estes, como vimos na epígrafe a este texto, mais acima, temos opiniões contrárias de Hans Bander, da Alemanha, Charles Tart, dos EUA, e do Sr. Matinez-Taboas, de Porto Rico, que cita igualmente outros autores-pesquisadores estrangeiros (ver o artigo Uma Revisão Crítica dos Livros do Padre Quevedo, do citado autor, encontrado Portal Psi da PUC, São Paulo). Na verdade, a lista de nobres acadêmicos que criticam o prentenso auto-intitulado parapsicólogo seria ainda maior, como iremos ver. Mas vamos por partes.

A nível de pesquisadores nacionais, o breve confronto que houve entre o tão enfaticamente auto-intitulado parapsicólogo jesuíta e o Professor e pequisador Clóvis Nunes sobre a Transcomunicação Instrumental, pi fenômeno de gavração de imagens e vozes atribuidas a pessoas mortas (também conhecido como E.V.P - Electronic Voice Phenomena, ou F. V. E., Fenômeno das Vozes Eletrônicas de ruído branco) apesar da edição tendente ao lado do Sr. "Caçador de Enigmas", deixou a impressão de ser inconcludente.

Este "debate", apresentado no dia 23 de janeiro de 2000, foi truncado na montagem da edição levada ao ar, e, apesar das interessantes imagens apresentadas, inclusive expondo pesquisadores e técnicos internacionais, entre os quais se encontram outros sacerdotes católicos, como o Padre Fraçois Brune, o processo de edição miniaturização das matérias deixou no ar um monte de dúvidas, em especial no que tange à resposta, à guisa de explicação, dado pelo "Caçador de Enígmas" - e vimos que a parte do Sr. Padre Quevedo foi gravada por fora do local onde o encontro com Clóvis Nunes foi realizado... por quê?

A hipótese de ação do inconsciente enquanto agente da ação do fenômeno não foi apresentada como tal, ou seja, como uma hipótese, um modelo explicativo sujeito à confirmação ou não, portanto se prestando ao debate e ao confronto construtivo com outras hipóteses verossímeis, que é o teste de falibilidade necessário à lógica da pesquisa científica, como bem defendeu Karl Popper. Ao menos faltou ao ilustre e inteligente interlocutor católico apresentar evidências e pesquisas que apontassem indícios firmes para a questão, para ele indiscutível, de que as imagens gravadas por meios eletrônicos obitdas por técnicos e cientistas em rigorosas experimentações eram frutos de uma "ideoplastia" ou "escotografia" da ação do inconsciente.

Mas Quevedo é conhecido - como vimos pelas citações dos Srs Drs. Martinez-Tabos e Charles Tart - por jamais produzir qualquer pesquisa experimental séria, mas em se apropriar e manipular a de outros (veja maiores detalhes mais adiante). Mas, ao contrário disto, a - para ele Lei da - "escotografia" inconsciente (faltou dizer como isso se dá, e porque é preciso que a fita magnética de vídeo tenha de correr em equipamentos eletrônicos de gravação para que a imagem seja registrada, quando a "escotografia", ou seja, a hipótese da impressão mental em meios físicos de registro, poderia simplesmente agir sobre a própria fita) foi apresentada como uma certeza do tipo "Dogma", sobre o qual que não há possibilidade de contestação (o que, na verdade, é o que mais há, como veremos mais adiante). E dogma é algo que a ciência não pode admitir, pois impossibilita qualquer confronto sério de argumentos, sendo, portanto, imposto como uma verdade estabelecida.

Por conta de Dogmas rígidos, impostos, em especial de cunho religioso (mas também os há em outras áreas, impostos algo ditatorialmente), a história científica registra uma corrente de assassinatos institucionalizados, até mesmo racionalizados, de pessoas inocentes que apenas "ousaram" pensar de modo diferente do establishment Igreja/Estado (ex. Giordano Bruno, Galileu-Galilei, a paraibana Branca Dias e, bem mais recentemente, no século XX, assassinando "apenas" moralmente, o antropólogo jesuíta francês Pierre Teilhard de Chardin e o teólogo brasileiro Leonardo Boff). De qualquer modo, nas imagens do "debate" que foram ao ar, sem que tenham sido feitas edições pró-contratado, ficou bem visível o semblante de deboche do ilustre sacerdote parapsicólogo por todo o tempo em que seu interlocutor explicava a técnica de registro de sons e imagens paranormais. O padre, enfim, parece, em seu programa, que "possui a chave" que desvenda os enígmas do "desconhecido" - ou ao menos é nisso que ele crê (a íntegra do debate entre "O Caçador de Enigmas" e Nunes, porém, foi gravada pela Globo e pode ser obtida com o professor Nunes, cujo e-mail é: paz@gd.com.br. Neste vídeo vemos que o Sr. Sacerdote "Parapsicólogo" fica a tal ponto em dificuldades para manter seus argumentos, que tenta acabar o debate várias vezes, incluisive com seu habitual ponto final: "Não discuto com fanático!").

Isso é fazer arrogante pouco caso de pesquisas sérias levadas à cabo com sábios das mais diversas áreas que confirmaram a existência autêntica de fenômenos metapsíquics e paranormais sem afirmar, contudo, que estejamos sequer perto de entende-los dentro da visão de mundo que a ciência de hoje nos dá, quanto mais de imputá-los à pecha de fraudulentos em sua totalidade, ou frutos do inconsciente (palavra mágica que aparenta explicar não explicando, de fato, nada). Citemos o Prêmio Nobel Charles Richet, os Físicos Sir William Crookes e Oliver Lodge, o astrônomo Luigi Schiapareli e, mais atualmente, o parapsicólogo Karlis Osis, o Professor Ian Stevenson, o Dr. Stanley Krippner, o Dr. Pierre Weil, dentre inúmeros outros.

Para dar um exemplo, na década de 70 do século XIX, um extraordinário cientista britânico, chamado William Crookes, mas tarde agraciado com o título de Sir e de Cavaleiro do Império Britânico, por suas muitas contribuições à ciência (dentre as quais a descoberta do elemento químico tálio e do quarto estado da matério, estado radiante ou guza, dentre inúmeras outras descobertas e contribuições)fez uma série de experiências com grandes médiuns, mas suas mais famosas pesquisas foram com o fenômeno de materializações de espíritos, em especial a do Espírito de Katie King, pela médium Florence Cook, que foi fotografado mais de quarenta vezes e examinado por Crookes na presença de vários cientistas, em seu próprio laboratório de físico-química. À esquerda, uma das fotos de Crookes do espírito materializado Katie King, ao lado do médico Dr. James Gully. A foto foi tirada em presença do então presidente da Royal Society of Sciences, Sir William Huggins. Mas o Sr. Padre Quevedo insiste que Crookes foi enganado pela médium (ele e todos os demais cientistas que estudaram este fenômeno! E olhe que o Sr. Padre Quevedo o que mais faz é tomar emprestado a pesquisa de outros para manipulá-las, como já monstramos nas epígrafes inciais deste artigo e vamos demonstrar ainda mais adiante). Tudo não passando de fraude, mistificação.

No volume 2 de seu pseudo-tratado "As Forças Físicas da Mente" - que, por sinal, diz ser na contracapa considerado pela Fundação Internacional de Parapsicologia de Nova York como dos melhores livros de Parapsicologia do mundo, afirmação desmentida categoricamente pela mesma fundação, como se pode ver no artigo do Prf. Wellington Zangari Pe. Quevedo: Os Melhores Livros de Parapsicologia do Mundo? (e Quevedo não faz parte dos pesquisadores desta associação! )- , que vários autores, inclusive o Sr.Alfonso Martinez-Taboas, membro real da International Parapsychological Foudation, e outros, citados em seu excelente artigo "Uma Revisão Crítica dos Livros do Pe. Quevedo", demonstra como esta obra é plena de manipulações, sofismas e erros. Quevedo tenta distinguir materializações (que para ele, não existem) de fantasmogênese, ou seja, uma projeção mental (puxa! como é poderosa a mente quevediana!). Tenta incutir na cabeça da gente (e ele fez algum experimento de laboratório como Crookes, Richet, Schrenk-Notzing e Geley fizeram?) pra dizer que as ditas materializações eram fantasmogêneses do inconsciente ou pura fraude. Aliás, só fraude no caso de Crookes com uma possível tranfiguração da médium que se passava pelo espírito Katie King.

Pois bem, Charles Richet, o grande Charles Richet, Prêmio Nobel de Fisiologia e pai da Metapsíquica e que trabalhou bastante para demonstrar a autenticidade dos fenômenos paranormais extraordinários, como o das materializações, embora tivesse cautela em aceitar a hipótese espirítica ou a do "inconsciente maravilha", tendo justamente a maior parte do tempo apenas se esforçado a demonstrar a realidade objetiva dos fatos e nossa grande ignorância sobre a profunda realidade que nos cerca, diz textualmente em seu livro "A Grande Esperança", algo que nos parece dirigido ao sabichões pseudo-sábios como o Sr. Oscar Quevedo (padre licenciado em Humanidades e Psicologia - portanto, não podendo clinicar nem psicopatoligizar ninguém, pois para tanto ele deveria ter FORMAÇÃO em Psicologia, e não licenciatura - que é para o ensino):
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Johnny
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Re: Padre Quevedo é uma farsa!

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Para ver o desafio que o Dr. Wellington Zangari, da PUC SP, fez a Luiz Roberto Turatti e ao seu mentor, o Padre Quevedo (e ainda não respondido), clique aqui em http://www.forumnow.com.br/vip/mensagen ... co=2491903

O Sr. "Caçador de Enígmas" parece não levar muito à sério outros centros de pesquisas, não parece muito simpático ao trabalho de outros e faz vista grossa aos estudos da Universidade Federal de Minas sobre estados de consciência, inciados com Pierre Weil, atual reitor da Universidade Holística Internacional de Brasília - UNIPAZ, e assessor da UNESCO em um trabalho sobre Educação para a Paz (veja aqui um texto do Prof. Pierre Weil em que ele fala da Parapsicologia e de suas próprias pesquisas em Transcomunicação Instrumental e com materializações tendo por colaborador nada mais nada menos que o famoso neuropesquisador Dr. Stanley Krippner), ou estudos de vários outros centros de pesquisas internacionais cujas conclusões NÃO são idênticas às suas, como, por exemplo, a pesquisa da Associação Luso-Brasileira de Psicologia Transpessoal sobre as comunicações mediúnicas, que demonstram as ocorrências de transformações fisiológicas nos médiuns durante o transe, fora estudos similares sobre estados alterados de pessoas místicas, como os dos meninos de Medjugore, feitos por vários pesquisadores do mundo. Desta forma, nomes como o do Dr. Ian Stevenson, da Universidade de de Virgínia, EUA, com sua pesquisa sobre casos sugestivos de Reencarnação, e o do Dr. Karlis Osis, sobre Near Death Experiences (falaremos sobre elas mais adiante) sequer são discutidas. Isso sem falar das várias pesquisas em Psicologia Transpessoal levadas a cabo por vários centros de pesquisa pelo mundo, e os estudos em Psicobiofísica da USP em convênio com o IBPP que formou a primeira turma em Psicobiofísica em 1997, para ficarmos, por hora, em apenas em alguns exemplos.

Quevedo fala de "provas científicas" de alguns dos fenômenos extraordinários ocorridos na Igreja, mas não diz em que periódicos científicos e não-católicos estão tais provas e deixa de fora qualquer possibilidade de que outros eventos não ordinários que possam ter ocorrido fora dos meios católicos ou, se ocorrem, são provavelmente, na melhor das hipóteses, quando não produtos do já surrado "inconsciente maravilha", ocorrências muito suspeitas, para não dizer fraudes. Esta parcialidade, infelizmente, é uma constante em boa parte dos que se dedicam ao estudo da parapsicologia. Porém, a questão da "prova" é um ponto extremamente controvertido nesta área, e existe cristalização de posturas, do extremo cepticismo à extrema credulidade. Ademais, partindo da existência positiva dos fenômenos, o problema vem se dando nas hipóteses relativas à causação dos mesmos, e estas sempre estão atreladas à visão de mundo que cada teórico assume.

A epistemologia científica moderna pós-Einstein e pós-Thomas Kuhn confirma, ao menos no nível da Física Contemporânea, inteiramente esta afirmação. Einstein mesmo chegou a dizer que "nunca podemos 'provar' uma teoria. O que podemos fazer é demonstrar que ela faz sentido" e Heisernberg chegou a afirmar que "todas as concepções teóricas da Física nada mais são que modelos que, mais que descreverem a matéria, descrevem a lógica da mente que os criou". Se isso ao nível da Física, o modelo maior de ciência, é assim, que dizer de uma "ciência" tão controvertida quanto a Parapsicologia? Além do mais, nem tudo o que "existe" pode ser provado nos referenciais mecanicistas. Quem pode provar o que sonhou na noite anterior? Quem mediu o consciente e o inconsciente?

Vejamos o que a este respeito nos fala o Prof. Hernani Guimarães Andrade, em seu livro Parapsicologia - Uma visão panorâmica:

Muitas pessoas ao tomarem contato com os relatos [o autor se refere aos estudos de casos coletos pelo Dr. Ian Stevenson (3.000 casos coletados em cerca de 40 anos de pesquisas), pelo Prof. Hemendra Banerjee e do próprio Prof. Hernani Guimarães Andrade (em torno de 80 casos coletados no Brasil), entre outros, sobre relatos espontâneos de crianças que sugerem reencarnação], estranham a expressão "sugerem", usada para categorizar tais fatos. Não são eles uma "prova" irrecusável da reencarnação? De fato, para aqueles que presenciam e investigam diretamente o comportamento dessas crianças, tais eventos mais do que sugerem, trata-se de legítimas ocorrências de reencarnação. Eles têm a força de uma prova do renascimento.

Entretanto, quando se trata de fornecer a "prova" científica de uma hipótese, esbarra-se com um número apreciável de outras hipóteses que também poderiam explicar o fato investigado. É preciso, então, fazer uma espécie de depuração das circunstâncias que rodearam o caso, a fim de ter-se base para o julgamento da hipótese mais provável, capaz de explicar o fenômeno. Por esta razão, raramente usa-se afirmar, quando em nível científico, que se tem a "prova" para uma dada hipótese explicativa para um determinado fato veridicado [a não ser em alguns comportamentos dogmáticos]. Diz-se, normalmente, que se têm "evidências" de apoio para uma referida hipótese. Em outros termos, declara-se que o caso sugere esta ou aquela explicação. Reconhecemos que tal procedimento pode, até certo ponto, assemelhar-se a uma espécie de eufemismo. Mas, se quisermos ter audiência no meio científico, não há outra forma de apresentar nossas teses, a menos que tenhamos evidências tão gritantes, que eqüivalam a autênticas provas. Mas nem sempre aquilo que soa como prova para uns, tem a mesma tonalidade para outros.

Quando a questão revela implicações com a tese da existência e da sobrevivência do espírito após a morte do corpo físico, as coisas se complicam.

Defronta-se com uma muralha de cepticismo generalizado e até tradicional, pois há muito, a grande maioria dos cultores da Ciência vêm procurando demonstrar que o homem é um ser exclusivamente material; o resultado feliz (ou infeliz) da evolução cega da matéria apenas. Torna-se até elegante e aparentemente característica de elevado nível cultural, ser rigidamente céptico em relação à tese espiritualista (...) Alguns indivíduos, néscios ou doutos, chegam mesmo a exirmir-se da tarefa de examinar estudos sérios que eventualmente tratem dessas questões, para eles "proibidas" por uma ou outra razão. Repetem o comportamento dos conspíscuos professores da Universidade de Pizza, diante de Galileu, que os convidava a observar, por eles próprios, os satélites de Júpiter, olhando-os através da luneta. Negaram-se a aceitar o convite, baseados, além da Bíblia, na autoridade de Aristóteles, pois este sábio "nunca mencionara, em seus ensinamentos, a existência de tais satélites..."

Passados cerca de três séculos, os satélites de Júpiter foram fotografados de perto pelas sondas interplanetárias... E os sábios doutores de Pizza já não mais estavam vivos para constatar tais evidências que se transformaram em provas objetivas reais.

Por isso, não deve ter-se pressa ou ansiedade em convencer os cépticos, uma vez que o seu cepticismo não altera a realidade dos fatos (Andrade, 2002, pp.310-312).

É interessante mesmo observar que nosso "parapsicólogo sacerdote" não é sempre tão bem aceito mesmo entre muitos de seus confrades religiosos, e ele mesmo já teve de amargar algumas observações duras de seus superiores há algum tempo atrás. Foi assim que, em 1982, ele causou uma polêmica dentro dos próprios corredores da Igreja ao publicar seu livro Antes que os demônios voltem, tendo sido proibido por seu superior hierárquico, Pe. João Augusto MacDowell, de exercer temporariamente a atividade de parapsicólgo, o mesmo fato se repetido em agosto de 1984, quando o CLAP (Centro Latino Americado de Parapsicologia), órgão pretensamente científico e que tem uma santa, a Virgem de Guadalupe, como padroeira, instituição que foi fundada e é dirigida por nosso parapsicólogo, teve suas atividades suspensas.

Aliás, é de se destacar que ele, diante da posição assumida, ao menos aparenta coerência ao ter sérias dúvidas ou mesmo não aceitar como reais (como falou em um recente curso de parapsicologia realizado em João Pessoa) algumas das aparições atribuídas à Virgem ou a quem quer que seja (veja mais adiante suas próprias palavras a este respeito), como as que ocorreram em 1917 em Fátima, Portugal, e que são objeto de devoção de inúmeros católicos. Na verdade, o parapsicólogo teórico jesuíta não deve se sentir tão à vontade ante o relato dos vários fenômenos de aparições de que está cheio a história da Igreja, pois, sendo autênticas, e nem sempre sendo atribuídas à Virgem, ele tem de concordar que algo como um espírito, nos termos como o entendem os espiritualistas, existe - ou seja, algo que representa a existência de vida após a morte e que pode se comunicar com os "vivos" (possibilidade que ele negou veementemente no programa "Jô Soares 11 e Meia", quando ainda no SBT, para, paradoxalmente, aceitar a existência, no homem do "espírito" no programa do Fantástico, ao menos no que foi ao ar dia 12 de março de 2000. Meio contraditório o posicionamento do "Caçador de Enígmas).

O fenômeno das chamadas "aparições", contudo, é universal, conforme um estudo sério de antropologia e etnografia comprova na coleta de registros, relatos, tradições e lendas, pois se encontra em praticamente todas as culturas. A interpretação de quem os vivencia sempre se apresenta com os traços e roupagens culturais onde se manifestam (veja mais adiante o exemplo amplamente registrado pela imprensa internacional do fenômeno de Zeitun, no Egito, em 1968, desde, é claro, que se aceite como documento válido amplas reportagens da imprensa sobre fenômenos "estranhos"). Assim, uma aparição pode ser atribuída à Virgem, a uma Deusa hindu, a um espírito protetor, um anjo, etc., simplesmente porque esta se dá a um nível de percepção que é difícil de descrever na linguagem ordinária, daí a ocorrência de explicações religiosas para definir a quase indefinível experiência mística, como o sabem os psicólogos transpessoais.

Aliás, quanto à questão de Fátima, de Lourdes, de Medjuguore e outras, é bom que o "O Padre que não tem medo de assombração" seja mais claro e aberto frente às câmeras, pois se é submetido à hierarquia da Igreja, ele mesmo parece questionar o que a própria Igreja admite ser verdade, como neste trecho de entrevista que ele concedeu e se encontra no site "O Inexplicável HP", com o link Padre Quevedo 2:

"1- O Milagre de Fátima. - No início do século passado, três crianças viram no céu a imagem de Nossa Senhora, que teria revelado a eles três segredos. O terceiro, nunca revelado pelo Papa seria sobre o fim do mundo.
Pe. Quevedo: "Não há aparições! Se Fátima fosse uma aparição, todo mundo a veria. Francisco, uma das três crianças, não ouviu nada e não era surdo. Isso é um ERRO de interpretação, não são aparições, mas visões ao gosto do consumidor. Há um fenômeno parapsicológico chamado 'ideoplasmia', que é a idéia plasmada. Você emite uma energia e a imagem aparece como uma foto, é uma espécie de fotografia do pensamento"

E ai? Quem está certo? O Dizer oficial da Igreja que reconhece a aparição e seus milhões de crentes ou o Pe. Quevedo? Como uma instituição que se diz, na voz de sua ala mais radical - como a do Cardel Joseph Ratzinger, prefeito da antiga Inquisição, hoje chamada de Congregação pada a Doutrina (ou Defesa) da Fé -, a "única" realmente detentora da verdade pode ser assim tão dividida? Se Fátima foi um erro e a Igreja sabe disso, então ela manipula a fé das pessoas? E já que o famoso padre se diz tão devoto da Virgem de Guadalupe, como explicar que a referida imagem impressa em um poncho (avental ou capa) tenha se dado, segundo a lenda, depois de algumas "aparições" de Maria ao índio Juan Diego em 1531, se "aparições" não existem?

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"Tentar provar a existencia de deus com a biblia, é a mesma coisa q tentar provar a existencia de orcs usando o livro senhor dos aneis."

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