Benetton escreveu:"Como Vencer a Pobreza e a desigualdade"
REDAÇÃO DE ESTUDANTE CARIOCA VENCE CONCURSO DA UNESCO COM 50.000 PARTICIPANTES
Prá se ver o que a UNESCO premia...
Se esta foi a melhor em cinquenta mil, como serão as outras 49.999? PÁTRIA MADRASTA VIL
Por Clarice Zeitel Vianna Silva
UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro – RJ
Poderia usar uma rima muito conhecida para dizer a Clarice Zeitel Vianna Silva quem é vil. Por hora, basta o bom e velho "a porta da rua é serventia da casa". Se esta Pátria é tão ruim assim, deve haver pelo mundo outras tantas melhores esperando-a para recebê-la de braços abertos.
Que faz aqui, então? Onde já se viu tanto excesso de falta? Abundância de inexistência. .. Exagero de escassez...
Onde já se viu dar prêmio literário a uma redação que se vale de um parágrafo tão idiota quanto este acima? Contraditórios? ? Então aí está! O novo nome do nosso país! Não pode haver sinônimo melhor para BRASIL.
Porque o Brasil nada mais é do que o excesso de falta de caráter, a abundância de inexistência de solidariedade, o exagero de escassez de responsabilidade.
Típico dos que abusam do discurso ideológico vazio é colocar a si próprio no papel de juiz moral de toda uma nação, se atribuindo o direito, a sabedoria e a santidade requeridos por tal papel.
Menos simplistas e mais modestos em suas definições do Brasil foram brasileiros como Gilberto Freyre, que pelo jeito não devia saber das coisas deste país tanto quanto a "estudante que termina a faculdade de direito [sic]". O Brasil nada mais é do que uma combinação mal engendrada - e friamente sistematizada - de contradições.
Será que alguém na UNESCO parou para pensar no absurdo da afirmação acima. Nem se trata do reductio ad absurdum de resumir uma nação social e historicamente tão complexa em uma dezena e tanto de palavras, e sim da falha lógica de propor que contradições possam ser sistematizadas, uma vez que sistemas são – por definição – um conjunto no qual seus elementos interagem harmonicamente para determinados fins. Ora, se estes elementos conflitam cada qual consigo próprios, como pode disto resultar um todo harmônico produtivo do que quer que seja que não o caos?
E desde quando o caos pressupõe a existência de um sistema?
Há quem diga que 'dos filhos deste solo és mãe gentil', mas eu digo que não é gentil e, muito menos, mãe.
Espero mesmo que a Pátria amada Brasil não seja mãe de Clarice Zeitel Vianna Silva, uma vez que ela já deixou claro de quem é filha. Pela definição que eu conheço de MÃE, o Brasil está mais para madrasta vil.
A minha mãe não 'tapa o sol com a peneira'.
Em sendo verdadeiro o pressuposto anterior, não deve tapar outras coisas também. Não me daria, por exemplo, um lugar na universidade sem ter-me dado uma bela formação básica.
Bem concordo plenamente quanto à falta de educação básica de Clarice Zeitel Vianna Silva, tanto que ela não consegue deixar claro se quis dizer que o Brasil é um país onde o ensino superior é tão acessível que mesmo quem não tem uma "bela formação básica" tem lugar na universidade ou se está lamentando sua própria experiência pessoal de ter recebido uma vaga gratuita em universidade pública sem reunir os pré-requisitos de conhecimento para tal. E mesmo há 200 anos atrás não me aboliria da escravidão se soubesse que me restaria a liberdade apenas para morrer de fome.
Estou muito curioso sobre as estatísticas de quantos negros morreram de fome no Brasil em decorrência da abolição da escravatura.
Isto em um país agrícola, carente de mão de obra a ponto de importá-la. Porque a minha mãe não iria querer me enganar, iludir. Ela me daria um verdadeiro pacote que fosse efetivo na resolução do problema, e que contivesse educação + liberdade + igualdade. Ela sabe que de nada me adianta ter educação pela metade, ou tê-la aprisionada pela falta de oportunidade, pela falta de escolha, acorrentada pela minha voz-nada-ativa. A minha mãe sabe que eu só vou crescer se a minha educação gerar liberdade e esta, por fim, igualdade. Uma segue a outra... Sem nenhuma contradição!
Fica claro no parágrafo acima que para Clarice Zeitel Vianna Silva mãe é quem lhe dá as coisas. De preferência de mão beijada para não impor ao filho o castigo terrível do esforço e conquista pessoal.
Pelo jeito, se a mãe biológica da redatora premiada não tivesse sido capaz de prover-lhe tudo que se julga merecedora por direito de nascimento, devotaria à progenitora o mesmo desprezo odioso que manifesta por sua Pátria.
Outros brasileiros amam sua mãe pelos valores que lhes transmitiu, pela disposição ao dever que lhes inculcou, pelo espírito de luta que lhes deu por exemplo e expressaram seu sentimento para com a Pátria-mãe no lema paulista Pro Brasilia fiant eximia.
A Pátria é o que seus filhos estão dispostos a fazer por ela. Todas as nações que se fizeram grandes partiram deste espírito. É disso que o Brasil precisa: mudanças estruturais, revolucionárias, que quebrem esse sistema-esquema social montado; mudanças que não sejam hipócritas, mudanças que transformem!
O que o Brasil não precisa é de mais gente dizendo o que o Brasil precisa em frases absolutamente vazias de conteúdo. A mudança que nada muda é só mais uma contradição.
Gênio! Os governantes (às vezes) dão uns peixinhos, mas não ensinam a pescar. E a educação libertadora entra aí. O povo está tão paralisado pela ignorância que não sabe a que tem direito. Não aprendeu o que é ser cidadão.
E, claro, a pessoa mais apta para ensinar ao povo paralisado pela ignorância o que é ser cidadão é a "estudante que termina faculdade de direito".
"Educação libertadora" é uma expressão bonitinha cunhada para representar a proposta revolucionária de que o povo é burro demais para cuidar da própria vida e precisa se submeter aos vanguardistas da História que cuidarão muito bem deles.
O fato de estes vanguardistas da História serem vanguardistas auto-intitulados e sua educação ser libertadora porque eles decidiram chamar assim, já dá uma idéia do tipo de libertação que esta gente oferece. Porém, ainda nos falta um fator fundamental para o alcance da igualdade: nossa participação efetiva; as mudanças dentro do corpo burocrático do Estado não modificam a estrutura.
Graças a Mayra-Monã que as mudanças no corpo burocrático do Estado não modificam a estrutura, pois a estrutura, definida pela constituição é o "Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias,...".
Muito certamente Clarice Zeitel Vianna Silva tem planos para o Estado brasileiro muito melhores que a democracia fundamentada nas liberdades e garantias individuais.
E por favor, que ninguém venha repetir a ignorância da dita cuja e dizer que o que está escrito não está cumprido, pois a estudante de direito que-sei-lá-o-que se propôs a questionar a estrutura do Estado e não a eficácia no cumprimento de suas diretrizes.As classes média e alta - tão confortavelmente situadas na pirâmide social - terão que fazer mais do que reclamar (o que só serve mesmo para aliviar nossa culpa)...
Não sei de que pessoas das classes média e alta tão confortáveis e reclamonas ela fala, talvez aquelas que vê no espelho.
A maioria das que conheço ralaram muito, trabalhando e estudando, para conquistar ou manter tal posição e ralam muito para garantir que os filhos recebam educação adequada e possam começar a vida em condições melhores do que eles próprios começaram.Mas estão elas preparadas para isso?
Claro que não, filha, a única pessoa preparada para isso deve ser você.Eu acredito profundamente que só uma revolução estrutural, feita de dentro pra fora e que não exclua nada nem ninguém de seus efeitos, possa acabar com a pobreza e desigualdade no Brasil.
Bem, é preciso mais do que as crenças profundas da estudante que termina a faculdade de direito para determinar o que pode acabar com a pobreza e a desigualdade no Brasil.
Prá começar, é preciso conhecer as origens históricas, sócio-econômicas e culturais que produziram tal pobreza, experiências similares no mundo que resultaram em exemplos a ser seguidos ou não e, claro, seriedade e humildade para admitir que pobreza e desigualdade não se extinguem com frases panfletárias, mesmo porque, onde se fez revolução-estrutural-que-não-excluiu-nada-nem-ninguém" deu no que deu.Afinal, de que serve um governo que não administra? De que serve uma mãe que não afaga? E, finalmente, de que serve um Homem que não se posiciona?
E de que serve alguém que só sabe fazer perguntas idiotas?Talvez o sentido de nossa própria existência esteja ligado, justamente, a um posicionamento perante o mundo como um todo. Sem egoísmo. Cada um por todos.
De juiz moral de toda uma nação, a estudante que termina faculdade de direito se promove a juiz do sentido da existência humana, a qual ela resume em uma frase, para humilhação de todos os filósofos e sábios que a precederamAlgumas perguntas, quando auto-indagadas, se tornam elucidativas. Pergunte-se: quero ser pobre no Brasil? Filho de uma mãe gentil ou de uma madrasta vil? Ser tratado como cidadão ou excluído? Como gente... Ou como bicho? "
Outras perguntas, quando auto-indagadas, se tornam elucidativas. Pergunte-se:
Papai Noel existe?
Quem matou Odete Roitman?
Prá quem eu tenho que dar prá ser premiada neste concurso?p.s.
Premiada pela UNESCO, Clarice Zeitel, de 26 anos, estudante que termina faculdade de direito da UFRJ em julho, concorreu com outros 50 mil estudantes universitários.
Só para constar.
A expressão "Estudante que termina faculdade de direito" implica que tal aluno de alguma forma deu cabo à instituição educacional que formava advogados, seja demolindo seus edifícios, levando-as à falência de algum modo ou matando todo corpo docente ou administrativo.
Em bom português, estudantes que se formam advogados terminam o seu curso de direito. A faculdade, espera-se, continuará lá.