Traficantes controlam favelas na França

[Fernando Silva]

"O Globo" 29/10/09

Moradores reféns de traficantes. Na França

Grupo que comercializa maconha num subúrbio de Paris age impunemente. Prefeito defende descriminalização

PARIS. Um subúrbio de Paris vive um drama parecido com o de diversas áreas nas grandes metrópoles brasileiras.

Sevran, a apenas 16 quilômetros do centro da capital francesa, tem uma área que está há cerca de um ano sob o domínio total de traficantes de drogas.

A base dos traficantes são três prédios parcialmente abandonados que ficam diante de um dos principais shopping centers da região. Lá eles vendem maconha abertamente entre 9h e 3h da madrugada, sem serem incomodados.

O caso ganhou repercussão nacional após o vice-prefeito de Sevran ser abordado por traficantes e reconhecer que mentiu sua identidade por medo. A perda de domínio das autoridades sobre a região foi motivo de reportagem do jornal “Libération”.

Os moradores da área afirmam que se sentem como reféns, pois são obrigados a aceitar determinações dos traficantes.

Um pai diz se sentir compelido a cumprimentar os bandidos.

— Minhas filhas vêm para casa tarde da noite, não tenho escolha — disse ele, que pediu para não revelar o nome.

Os moradores na área dizem que a convivência com os traficantes ocorre há termpos. Mas a situação tem ficado cada vez mais tensa. Os traficantes, que têm, em média, 20 anos, estão invadindo apartamentos. Além disso, usam carros para prejudicar o trânsito e a fim de fechar entradas de prédios.

O prefeito de Sevran, o comunista Stéphane Gatignon, creditou aos traficantes a morte de cinco pessoas em agosto. Durante um incêndio, elas não puderam deixar um prédio pois a saída estava fechada pelos traficantes.

Sevran é a segunda comuna (área administrativa) mais jovem da França, e tem 17% de sua população em idade economicamente ativa desempregada.

Esta taxa aumenta para 35% entre as pessoas com menos de 25 anos.

Gatignon disse não acreditar que a repressão policial resolva o problema.

— Descriminalização, na minha opinião, é a maneira mais eficaz de quebrar o tráfico e estabelecer uma verdadeira política de prevenção. Não sou inocente e estou ciente de que a maconha constitui um problema de saúde pública, como acidentes de trânsito. Mas o método atual, misto de repressão e descriminalização de porte de pequenas quantidades, não é mais sustentável.

[Johnny]

Descriminalização, na minha opinião, é a maneira mais eficaz de quebrar o tráfico e estabelecer uma verdadeira política de prevenção. Não sou inocente e estou ciente de que a maconha constitui um problema de saúde pública, como acidentes de trânsito. Mas o método atual, misto de repressão e descriminalização de porte de pequenas quantidades, não é mais sustentável.

Lá vamos nós de novo. Atualmente a criminalização pode não resolver o problema, mas é mais efetivo do que iberar geral. E nçao adianta dizer que descriminalizar não quer dizer isso. Se o porte de pequenas quantias não for mais punível, agora os traficantes poderão fazer mutirões de mulas para distribuir a droga. E a coisa vai ficar muito legal a partir daí pois, nenhum usuário terá medo de portar drogas e ainda por cima, pode ganhar um troquinho extra. Basta colocar uma trouxinha no saco, outra na bunda, uma no "buné", e vamos nós.

Infeliz quem crê neste discurso repetitivo do FHC e agora mostrado em locais sem representatividade policial.

Tolerância zero, já!