Botanico escreveu:Let me escreveu:Botanico escreveu:Faltou o que para a tal comunidade científica ceder? Eu diria que essa comunidade tem uma inabalável... fé científica.
E de onde vem essa fé?
Do mesmo lugar de onde vem todas as outras: da nossa confiança de que estamos certos...
Os cientistas, apesar de serem gente supostamente interessadas em investigar o desconhecido, sentem-se muito mais confortáveis quando estão repensando as mesmas ideias e redescobrindo as mesmas coisas. Qualquer coisa que contrarie o já estabelecido é visto com muita desconfiança. O atrevido que quiser por a boca no trombone e anunciar a novidade, vai ter de engolir muito sapo dendrobrata. Ele o conseguirá se o que ele descobriu tiver aplicação econômica viável e de bom retorno. Por que aquele jovem alemão que trabalhava nos Laboratórios Bell conseguiu que seu trabalho fajuto fosse publicado na Nature? Simplesmente porque era uma novidade de alto potencial econômico: fazer chips com carbono em vez de silício. Mas foi só comparar as tabelas e os cientistas tentarem repetir os experimentos sem sucesso que a verdade apareceu...
A mesma coisa foi o coreano que quis fazer células-tronco de embriões e, tendo fracassado, fajutou os resultados para não perder prestígio... Mas a tramoia foi descoberta e aí...
Então, meu caro, o problema aqui nosso como o Mediunismo é que inevitavelmente ele terá repercussões religiosas e isso incomoda ao pessoal científico. Ele não quer ser ameaçado pelas religiões novamente. Por isso então vem com aquele discurso de que "coisas extraordinárias exigem provas extraordinárias". Mas só que o pessoal que tenta conseguir essas provas é SEMPRE considerado como burro e incompetente. Bons mesmos são os céticos negativistas... Só que a tarefa deles é negar as provas e não firmá-las. E por isso eles NUNCA põe a mão na massa. Simplesmente avacalham à distância, como sempre fizeram desde Robert Hare...
E daí já se esgotou nosso interesse em colaborar com Ciência. Nossas pesquisas são apenas para consumo próprio.
Não posso concordar com estas conclusões. Esta coisa de fé ser fruto da certeza de que estamos certos não é a mesma na fé religiosa e na científica, especialmente no que tange ao cetiscismo.
Errar, acertar, ter esperança numa descoberta que resolva questões de interesse prático para a humanidade, melhorias no que já foi descoberto, correções de rumo em determinadas da pesquisa, derrubada de parâmetros...Tudo isto é uma evolução natural que começou em algum ponto e não fica estagnada, muito menos é assunto encerrado. A "fé científica", falácia das mais bobas, não é como a fé religiosa. Ela adquire variadas formas e processos sempre em aberto, porque a curiosidade ou a necessidade de encontrar soluções melhores, mais adaptadas à vida como ela se apresenta, é resultado da derrubada de paradigmas científicos e não fé.
Pode se mover por investimentos que possibilitam pesquisa, pode representar a esperança da humanidade em resolver problemas e encontrar respostas ( não metafísicas, mas práticas, em todos os sentidos e no que se apresenta como possibilidade num mundo verificável e real ).
Já a fé religiosa serve pra quê mesmo? Evoluiu e evolui através de quê? Segue que leis e se verifica através de que instrumentos? Os usados pela Ciência? Qual o objetivo de se provar que temos uma missão a cumprir, que fomos não sei quem em outra vida, que existe um mundo espiritual, que deuses esperam tais e tais comportamento nossos ou que vamos arder no fogo do inferno se olharmos pra mulher do próximos ou comermos demais?
Todos precisam de Ciência e usam a Ciência porque ela é o resultado prático e visível de nossa estada no planeta e até fora daqui ( sabe-se lá onde isto vai terminar no futuro não previsível e não declarável em livro eterno algum). Tudo muda o tempo todo e a Ciência tenta acompanhar ou até inventar ( já que um parte dela é acaso). Mas e a fé metafísica? Alguém escreve umas palavras, inventa partes do quebra-cabeças ( porque tem pressa em dar respostas e validar sua idéia a respeito do que pode ser milhares de coisas) e emite um tratado. E acabou. Vai valer para todos os que acreditarem naquilo porque satisfaz suas necessidades internas quanto a algumas questões não-científicas.
Posso viver perfeitamente sem esta fé, sem estes dogmas, sem estas "verdades" porque isto é irrelevante. Mas sem evolução científica...só se eu for nascer e morrer no meio do mato, como bicho. Mesmo assim, se eu tentar descobrir um jeito de caçar para comer, ou tentar construir um teto, estarei fazendo Ciência. E não será fé, será prático para minha sobrevivência. E de Fé exclusivamente ninguém sobrevive. Deus não faz um teto pra você e muito menos põe comida na sua boca. E muitos menos espíritos.
E sinceramente, as descobertas mediunicas não me incomodam ou interferem na minha vida de forma alguma. SE elas se unirem em algum ponto com as da Ciência, serão Ciência igualmente e, fatalmente e só por isto, me serão úteis. Mas até agora....nada.
Quanto aos interesses politicos e econômicos, egos de alguns grupos na disputa por descobertas...nada disto retira da Ciência seu lado comprovadamente prático e realista. Humano, também, apesar de maus usos que são coisa do ser humano. Mas se formos iniciar uma análise sobre a falta de objetivos práticos da fé ( que no fim acabam correndo pra Ciência) e os males por elas causados nas mentes, corpos e História do ser humano....todo mundo sabe.