user f.k.a. Cabeção escreveu:zumbi filosófico escreveu:E a vacinação não é mais do que um ritual para se ficar com o "corpo fechado". Tenha santa paciência. Refutação por analogia superficial e tosca com crendice.
Foram burocratas que desenvolveram vacinas funcionais? São necessários burocratas para que pessoas se vacinem contra uma epidemia?
Eu não lembro bem da mensagem inicial, me surpreendeu de repente isso ter virado uma questão de burocratas versus iniciativa privada...
mas vamos lá
user f.k.a. Cabeção escreveu:
Quando uma epidemia se alastra as pessoas podem recorrer a vacinação no mercado, ou podem duvidar da gravidade da situação ou da eficácia da situação e não se vacinarem.
Além do medo de pandemias ser uma das irracionalidades coletivas do nosso tempo, concorrendo lado a lado com o cataclisma metereológico.
Nos episódios recentes das gripes aviária e suína burocratas e mídia se intercalavam em afirmações das mais estapafúrdias, calculando milhões de cadáveres, quando as contagens finais mal chegavam a mil mortos.
E será que protocolos de contenção de epidemias não tem nada a ver com isso, que as pessoas se comportaram exatamente como quiseram, sendo o baixo número de vítimas totalmente atribuível somente a uma espécie de "swarm intelligence" emergente das decisões individuais totalmente livres e irrestritas?
...
Eu acho que talvez já tenha colocado por aqui nesse fórum, mas sou meio fatalista/agnóstico nessa dicotomia
on 'roids de burocracia e/versus iniciativa privada -- não acho que o governo (ou planejamento "central") é imprescindível em tudo que eventualmente se propor a fazer e a melhor solução para tudo, nem que seria tudo absurdamente melhor e fundamentalmente diferente com uma hipotética omniprivatização. Pode sempre existir uma ampla margem de variação de eficiência em qualquer cenário realista.
Ainda me perguntando como é que o assunto foi verter para esse lado, nesse tipo de questão, independentemente de se ter a lei ditada pelo que supostamente deveria ser a representação do povo ou por algo como donos de grandes propriedades, e/ou acordos entre donos de propriedades menores, ainda assim é plenamente defensável uma possível eficiência um planejamento central.
Por exemplo, supondo que as pessoas não se comportem sempre da maneira mais segura para si mesma e para todos no que concerne a epidemias (mas vale para saúde pública de modo geral e outras coisas), não seria inesperado que, donos de grandes propriedades ou grupos de pessoas com menores propriedades estabelecessem e então impusessem protocolos para evitar a propagação de epidemias, sofressem menos com epidemias, do que grupos de pessoas sem quaisquer núcleos de organização além dos cérebros individuais. E o mesmo logicamente vale se em vez de ser um cenário hipotético onde tudo é privatizado, ainda existir o estado tal como é, com órgãos públicos e os burocratas convencionais.
user f.k.a. Cabeção escreveu:
Explorar o potencial das pessoas de se juntar a uma manada de imbecis tem sido a heuristica governante da metodologia política desde os tempos dos Faraós.
Aflitas e ansiosas por uma solução as pessoas estão sempre propícias a entregar tudo ao primeiro espertalhão que afirme saber o que fazer.
É, não gosto de como as coisas são. O melhor dos mundos seria um onde as pessoas não fazem idiotices ou suas idiotices afetam apenas a eles mesmos, sem que tivéssemos que nos preocupar com os idiotas ou com manadas de idiotas fazendo alguma idiotice para se protegerem dos demais idiotas.
user f.k.a. Cabeção escreveu:zumbi filosófico escreveu:Ainda que haja maior associação até entre verdadeiros crentes nessas coisas, não é o que determina que a ciência por trás disso está errada, tal como presumivelmente aceitam se alguém fizesse analogias alternativas da noção geral de que "deus proverá", que "deu a Terra para o homem desfrutar dela" e etc e tal, com perspectivas cornucopistas com fé ou no crescimento econômico cego ou em soluções tecnológicas que surgirão como salvação quando forem realmente necessárias, feito milagres ou iluminação.
Eu acredito que em nenhuma ocasião da história pode-se localizar alguma população que tenha sofrido por acreditar que as soluções para os problemas são melhor providas por indíviduos em busca de lucro pessoal, mas são incontáveis os cadáveres daqueles que pereceram por acreditar nos "altruísmos" e "sacrifícios pessoais" de classes políticas mais diversas.
Talvez populações inteiras não costumem crer que as melhores soluções são sempre as que vem da busca dos indivíduos pelo lucro pessoal ao perceber que o lucro pessoal de uns pode ser o prejuízo individual ou coletivo de outros.
user f.k.a. Cabeção escreveu:
Eu acho até peculiar que alguém afirme que qualquer coisa que não tenha sido planejada e organizada por um centralismo burocrático só possa ocorrer "por milagre", mas ao mesmo tempo afirme compreender e defender o mecanismo básico da teoria da evolução das epécies.
O burocracismo é apenas uma versão do criacionismo, apenas mais burro.
Bem, eu acho que já comentei sobre isso numa outra conversa que tenho até calafrios de me lembrar por que penso que me lembro de você dizendo alguma coisa estranha como uma analogia entre anarquia e a ação de neurônios individuais e que isso de alguma forma se encaixava com não haver qualquer razão em planejamento de qualquer tipo pois até o que se pensa ser planejamento individual seria apenas o produto da anarquia neuronal... o que espero que seja uma grave distorção da minha memória...
Mas enfim, basicamente tenho quase certeza que não acredito que "centralismos burocráticos só possam ocorrer por milagre", só não dou certeza porque também não estou certo do que isso quer dizer. No que tange isso que se tornou essa organização, acredito somente que, assim como empresas devem em muitos casos ser superiores à redes espontâneas de autônomos "iguais", hierarquias e organizações planejadas e determinadas por um grupo menor de pessoas em muitos casos podem ser superiores ao resultado de redes espontâneas de agentes "iguais".
Não é um enunciado de lei, uma regra universal, que vale invariavelmente para tudo, ou mesmo para a maioria dos casos, e talvez apenas numa ínfima fração deles esteja se falando daquilo que se chama tradicionalmente de burocracia - onde seria não em sua conotação pejorativa, mas simplesmente dentro do que talvez possa ser visto como a definição ideal democrática, uma espécie de ombudsman-procon visando minimizar as externalidades negativas para todo mundo em uma dada localidade, ou algo que se aplicar melhor que geografia.
E, por fim, acho na maior parte do tempo nesse assunto apenas muito pouco de útil se consegue com analogias com evolução, criacionismo, princípio da incerteza de Heisenberg, gravidade de Newton ou Einstein, entropia e etc. Elas também podem muitas vezes funcioanr para os dois lados: se me lembro você enfatizou o poder de criar "design" da seleção natural (deixando de lado o custo disso e possíveis analogias não muito interessantes), enquanto eu lembrei que 99% das espécies são parasitas, resultado da mesma seleção natural.
