Governo federal estuda anistia para desmatadores
O governo estuda uma solução pela lógica do mal menor para reduzir o desmatamento na Amazônia. Ao invés de punir os desmatadores, o Ministério da Agricultura e do Meio Ambiente pode permitir que empresas e proprietários mantenham suas fazendas parcialmente desmatadas e ainda assim tenham direito a subsídios como crédito agrícola oficial. Para isso, precisam manter ou recuperar 50% da mata em suas propriedades. Se entrar em vigor, a medida legalizará 220 mil km de área desmatada ilegalmente, ou a soma dos Estados do Paraná e Sergipe. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
A regra não valeria para as propriedades recém adquiridas, que ainda precisam manter as florestas em 80% do total. Embora a medida funcione como anistia, o secretário-executivo do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, a define como "excepcional", destinada a resolver um problema urgente.
"O dano ambiental já ocorreu, a área já está desmatada. Permitir que a recuperação nas áreas de uso intensivo seja de 50% é uma forma de impedir novos desmatamentos", disse Capobianco.
Entre especialistas, há dúvidas de que a medida tenha eficácia. "Se a decisão não vier acompanhada de outras medidas, não resolverá nada", disse Adalberto Veríssimo, diretor e pesquisador do Homem e Meio Ambiente da Amazônia.
Redação Terra
http://noticias.terra.com.br/brasil/int ... 06,00.html
Governo estuda anistia para desmatadores
Governo estuda anistia para desmatadores
Cérebro é uma coisa maravilhosa. Todos deveriam ter um.
Preços da terra quebram recorde no país
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da Folha Online
Com a produção em alta e a intenção de plantio recorde para a safra 2007/2008, o preço da terra alcançou valor recorde nominal em termos médios no país, segundo reportagem da Folha deste domingo (íntegra para assinantes do jornal e do UOL).
Segundo pesquisa do Instituto FNP, consultoria privada especializada em agronegócio, ao longo de 2007, a valorização chegou a 17,83% --ganho real (acima da inflação) de 9,6% no ano. O preço do hectare passou de R$ 3.276 para R$ 3.860.
Para 2008, mesmo com a turbulência nos mercados internacionais, que poderiam prejudicar investimentos, a perspectiva é de nova alta, com os negócios ainda aquecidos. Os motivos, segundo especialistas, são: o preço dos grãos tende a se manter firme, a pecuária ensaia recuperação e os biocombustíveis têm espaço garantido pela frota flex, em que pese não haver a euforia de outros tempos na cana-de-açúcar.
Tomando um período mais amplo para análise, de três anos, o Estado de São Paulo registra as maiores valorizações absolutas no valor do hectare.
As regiões consideradas de fronteira, em Mato Grosso, no oeste baiano e no chamado "Mapito" (Maranhão, Piauí e Tocantins) viraram alvo de fundos de investimento, incluindo estrangeiros, que se voltaram para o mercado de terras, atraídos pelo cenário favorável.
A valorização da terra é um dos fatores que influenciam indiretamente o desmatamento no limite da fronteira agrícola. A partir da formação das lavouras, há a exploração das madeiras, áreas de pastos para a pecuária e o cultivo de grãos ou de plantações perenes.
Desmatamento
No dia 30 de janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o desmatamento na Amazônia é um "tumorzinho" que foi tratado como câncer antes do diagnóstico. E tentou evitar culpar a a soja e o gado pela ocorrência.
Sobre os números divulgados pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Lula disse que a intenção era "alertar de que a gente não pode se descuidar de controlar a Amazônia".
Segundo estimativa do Inpe, 7.000 km2 de floresta, 4,7 vezes a área da cidade de São Paulo, foram derrubados no último trimestre. Os dados mostrariam interrupção do ritmo da queda de desmatamento, que vinha caindo desde a virada de 2004 para 2005.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinh ... 1052.shtml
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da Folha Online
Com a produção em alta e a intenção de plantio recorde para a safra 2007/2008, o preço da terra alcançou valor recorde nominal em termos médios no país, segundo reportagem da Folha deste domingo (íntegra para assinantes do jornal e do UOL).
Segundo pesquisa do Instituto FNP, consultoria privada especializada em agronegócio, ao longo de 2007, a valorização chegou a 17,83% --ganho real (acima da inflação) de 9,6% no ano. O preço do hectare passou de R$ 3.276 para R$ 3.860.
Para 2008, mesmo com a turbulência nos mercados internacionais, que poderiam prejudicar investimentos, a perspectiva é de nova alta, com os negócios ainda aquecidos. Os motivos, segundo especialistas, são: o preço dos grãos tende a se manter firme, a pecuária ensaia recuperação e os biocombustíveis têm espaço garantido pela frota flex, em que pese não haver a euforia de outros tempos na cana-de-açúcar.
Tomando um período mais amplo para análise, de três anos, o Estado de São Paulo registra as maiores valorizações absolutas no valor do hectare.
As regiões consideradas de fronteira, em Mato Grosso, no oeste baiano e no chamado "Mapito" (Maranhão, Piauí e Tocantins) viraram alvo de fundos de investimento, incluindo estrangeiros, que se voltaram para o mercado de terras, atraídos pelo cenário favorável.
A valorização da terra é um dos fatores que influenciam indiretamente o desmatamento no limite da fronteira agrícola. A partir da formação das lavouras, há a exploração das madeiras, áreas de pastos para a pecuária e o cultivo de grãos ou de plantações perenes.
Desmatamento
No dia 30 de janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o desmatamento na Amazônia é um "tumorzinho" que foi tratado como câncer antes do diagnóstico. E tentou evitar culpar a a soja e o gado pela ocorrência.
Sobre os números divulgados pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Lula disse que a intenção era "alertar de que a gente não pode se descuidar de controlar a Amazônia".
Segundo estimativa do Inpe, 7.000 km2 de floresta, 4,7 vezes a área da cidade de São Paulo, foram derrubados no último trimestre. Os dados mostrariam interrupção do ritmo da queda de desmatamento, que vinha caindo desde a virada de 2004 para 2005.
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Re.: Governo estuda anistia para desmatadores
É. O Lula odeia capitalismos. Plantar e criar gado é uma coisa muito socializante. E é apenas um "tumorzinho" ter destruído tanta mata. A gente precisa cuidar do tumorzinho, dar carinho e proteção. Assim ele não cresce muito, só o necessário.
Números vultosos de safras têm sido propagandeados nos últimos anos, como se fosse um índice triunfal por si só. Não importa o que cause ao meio ambiente, nem que não haja escoamento para a produção.
E la nave vá...
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Onde houver fé, levarei a dúvida.
"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas infundadas, e a certeza da existência das coisas que não existem.”
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Re: Governo estuda anistia para desmatadores
Impune até quando?
Essa é uma história de invasão de terra, desmatamento ilegal, destruição de patrimônio e ameaça de morte. Não é sobre a irmã Dorothy e não passa no Pará. Passa aqui perto, no município de Iranduba, onde tenho um sítio, com uma vista linda do rio Negro. Na verdade, o sítio é meu e de tres sócios, também colegas de trabalho. Compramos há uns doze anos, principalmente porque continha uma área muito bonita de floresta primária. Nos dedicamos a proteger a floresta lá, mas não adiantou.
Na noite da sexta-feira passada, a casa do sítio queimou até o chão. Foi incendiada propositalmente por uns quatro homens que chegaram se perguntando em voz alta, “A gente mata ele ou só bota fogo na casa?” Foi isso que o caseiro ouviu por volta das 22 horas, logo antes de fugir pelos fundos. Ele só não estava dormindo naquele horário porque tinha recebido mais cedo um recado através de um parente dele: “Saia da casa se quiser continuar vivo”. Quando não tinha mais jeito, acabou seguindo o conselho.
Assim, então, foi a etapa mais recente do conflito que se acirrou ao longo dos últimos meses. Aqui em Manaus estamos acostumados, calejados até, a ouvir falar sobre a invasão de terras, principalmente de mata virgem. Sabemos, inclusive, que é o método preferido de expansão urbana, pois é barato e certeiro. Aproveita da imagem de gente pobre sem terra, acontece rapidamente e depois não tem como recuperar a floresta perdida, e oferece a candidatos políticos popularidade em anos eleitorais através da legalização retroativa. É uma indústria, tacitamente aceita e até encorajada por governos locais—já faz parte do planejamento do desenvolvimento.
No caso do nosso sítio, o terreno vizinho, também coberto por floresta primária, parece pertencer a um ex-prefeito da região. Esse, segundo fontes locais, teria prometido loteá-lo em centenas de terrenos menores. Apesar de disputas sobre a verdadeira posse dessa propriedade, colocou-se um administrador chamado “Pingelão”, um cara temido pelo povo local, para tocar a distribuição e ocupação do loteamento, denominado “Residencial Portelinha”. A partir daí começou o desmatamento e, eventualmente, a invasão e o desmatamento de grandes partes do nosso sítio.
Mas antes disso, já houve conflitos. A principal indústria no município de Iranduba são as olarias—fábricas de tijolos e telhas de barro. É uma indústria de exploração de recursos naturais: o barro que compõe o solo da região é cavado, preparado, e assado em fornos a lenha, também extraída das matas ao redor. Na ausência de um sistema de plantio de espécies próprias para lenha, o desmatamento resultante já afetou a região quase toda, nossa área sendo uma das poucas ainda a ter mata alta e bonita. Foi justamente isso que nos atraiu para o local, onde já foi catalogada uma biodiversidade maravilhosa, inclusive espécies de sapo e macaco novas para a ciência. Sempre tivemos que proteger o terreno contra a extração ocasional de madeira.
Naturalmente, a chegada do asfalto e da luz elétrica ao ramal de acesso, há vários anos, aumentaram a pressão em cima da florestinha. E também trouxeram facilidades, inclusive para a nossa capacidade de vigiar. Mas no último ano, talvez devido ao começo da construção da ponte sobre o rio Negro e a perspectiva do outro lado do rio se tornar uma continuação da área urbana de Manaus, acelerou notavelmente a venda e invasão de terras por lá.
O loteamento da Portelinha, que parece não ter nenhum tipo de autorização ambiental, já desmatou sua área toda e começou a invadir o nosso terreno, derrubando floresta primária e pondo fogo. Tivemos que iniciar uma série de denúncias em todas as instâncias possíveis, que até hoje não resultaram em nenhuma resposta legal. Enquanto isso, tivemos que remarcar repetidamente os limites de nossa propriedade e que remover construções feitas dentro dela. O incêndio da nossa casa parece ser uma resposta direta e pessoal à nossa insistência em manter o que é nosso.
A casa não fica perto da área invadida, não há outra ocupação ou desmatamento próximo, e o fogo não originou em outro local. No meio de uma área isolada e particular, uma casa queimou até o chão em poucas horas. Não tenha dúvida de que foi proposital. Foi anunciado. E também foi ameaçado e debatido assassinar o caseiro.
Incêndio doloso é crime sério. Mas desmatar, invadir terra particular e ameaçar vida humana também são. Quando começará a haver investigação, condenação e punição? Quem executa o crime já é criminoso. Quem está por trás é bandido. Enquanto estes elementos são tolerados agindo em prol do desenvolvimento regional, onde está a tal “governança” que nos foi garantida para mudar o curso da história para um desenvolvimento ecológico e sustentável? Se não há controle no quintal da capital, devemos acreditar na governança nos mega-projetos do interior? Essa é a Manaus, o Amazonas, social e ambientalmente corretos que estamos correndo para mostrar ao mundo em 2014?
Mario Cohn-Haft
07 dezembro 2009
http://uleinpa.blogspot.com/
Essa é uma história de invasão de terra, desmatamento ilegal, destruição de patrimônio e ameaça de morte. Não é sobre a irmã Dorothy e não passa no Pará. Passa aqui perto, no município de Iranduba, onde tenho um sítio, com uma vista linda do rio Negro. Na verdade, o sítio é meu e de tres sócios, também colegas de trabalho. Compramos há uns doze anos, principalmente porque continha uma área muito bonita de floresta primária. Nos dedicamos a proteger a floresta lá, mas não adiantou.
Na noite da sexta-feira passada, a casa do sítio queimou até o chão. Foi incendiada propositalmente por uns quatro homens que chegaram se perguntando em voz alta, “A gente mata ele ou só bota fogo na casa?” Foi isso que o caseiro ouviu por volta das 22 horas, logo antes de fugir pelos fundos. Ele só não estava dormindo naquele horário porque tinha recebido mais cedo um recado através de um parente dele: “Saia da casa se quiser continuar vivo”. Quando não tinha mais jeito, acabou seguindo o conselho.
Assim, então, foi a etapa mais recente do conflito que se acirrou ao longo dos últimos meses. Aqui em Manaus estamos acostumados, calejados até, a ouvir falar sobre a invasão de terras, principalmente de mata virgem. Sabemos, inclusive, que é o método preferido de expansão urbana, pois é barato e certeiro. Aproveita da imagem de gente pobre sem terra, acontece rapidamente e depois não tem como recuperar a floresta perdida, e oferece a candidatos políticos popularidade em anos eleitorais através da legalização retroativa. É uma indústria, tacitamente aceita e até encorajada por governos locais—já faz parte do planejamento do desenvolvimento.
No caso do nosso sítio, o terreno vizinho, também coberto por floresta primária, parece pertencer a um ex-prefeito da região. Esse, segundo fontes locais, teria prometido loteá-lo em centenas de terrenos menores. Apesar de disputas sobre a verdadeira posse dessa propriedade, colocou-se um administrador chamado “Pingelão”, um cara temido pelo povo local, para tocar a distribuição e ocupação do loteamento, denominado “Residencial Portelinha”. A partir daí começou o desmatamento e, eventualmente, a invasão e o desmatamento de grandes partes do nosso sítio.
Mas antes disso, já houve conflitos. A principal indústria no município de Iranduba são as olarias—fábricas de tijolos e telhas de barro. É uma indústria de exploração de recursos naturais: o barro que compõe o solo da região é cavado, preparado, e assado em fornos a lenha, também extraída das matas ao redor. Na ausência de um sistema de plantio de espécies próprias para lenha, o desmatamento resultante já afetou a região quase toda, nossa área sendo uma das poucas ainda a ter mata alta e bonita. Foi justamente isso que nos atraiu para o local, onde já foi catalogada uma biodiversidade maravilhosa, inclusive espécies de sapo e macaco novas para a ciência. Sempre tivemos que proteger o terreno contra a extração ocasional de madeira.
Naturalmente, a chegada do asfalto e da luz elétrica ao ramal de acesso, há vários anos, aumentaram a pressão em cima da florestinha. E também trouxeram facilidades, inclusive para a nossa capacidade de vigiar. Mas no último ano, talvez devido ao começo da construção da ponte sobre o rio Negro e a perspectiva do outro lado do rio se tornar uma continuação da área urbana de Manaus, acelerou notavelmente a venda e invasão de terras por lá.
O loteamento da Portelinha, que parece não ter nenhum tipo de autorização ambiental, já desmatou sua área toda e começou a invadir o nosso terreno, derrubando floresta primária e pondo fogo. Tivemos que iniciar uma série de denúncias em todas as instâncias possíveis, que até hoje não resultaram em nenhuma resposta legal. Enquanto isso, tivemos que remarcar repetidamente os limites de nossa propriedade e que remover construções feitas dentro dela. O incêndio da nossa casa parece ser uma resposta direta e pessoal à nossa insistência em manter o que é nosso.
A casa não fica perto da área invadida, não há outra ocupação ou desmatamento próximo, e o fogo não originou em outro local. No meio de uma área isolada e particular, uma casa queimou até o chão em poucas horas. Não tenha dúvida de que foi proposital. Foi anunciado. E também foi ameaçado e debatido assassinar o caseiro.
Incêndio doloso é crime sério. Mas desmatar, invadir terra particular e ameaçar vida humana também são. Quando começará a haver investigação, condenação e punição? Quem executa o crime já é criminoso. Quem está por trás é bandido. Enquanto estes elementos são tolerados agindo em prol do desenvolvimento regional, onde está a tal “governança” que nos foi garantida para mudar o curso da história para um desenvolvimento ecológico e sustentável? Se não há controle no quintal da capital, devemos acreditar na governança nos mega-projetos do interior? Essa é a Manaus, o Amazonas, social e ambientalmente corretos que estamos correndo para mostrar ao mundo em 2014?
Mario Cohn-Haft
07 dezembro 2009
http://uleinpa.blogspot.com/
Cérebro é uma coisa maravilhosa. Todos deveriam ter um.