Teoria da evolução para criacionistas
Teoria da evolução para criacionistas
Sempre que debato com criacionistas, sou obrigado a repetir os mesmos conceitos para refutar os “argumentos” que eles costumam apresentar.
Entender teoria da evolução exige uma enorme base de conhecimento, envolvendo biologia descritiva, genética, estatística, geologia, ecologia, paleontologia, bioquímica e outras disciplinas correlatas.
Eu estudo a TE há mais de 45 anos e até hoje estou aprendendo e, muitas vezes, sou surpreendido por fatos que desconheço ou pelos avanços da ciência.
Os criacionistas, por outro lado, munidos apenas de suas bíblias - ô, livro chato! – conseguem dar verdadeiras “aulas” de biologia avançada.
Obviamente, para isso, eles criaram sua própria biologia, a qual não tem nenhum compromisso com a realidade.
Gostaria, nesta série de posts, apontar os principais absurdos que os criacionistas cometem com frequência e, mesmo quando devidamente refutados, voltam renitentemente ao mesmo ponto.
Entender teoria da evolução exige uma enorme base de conhecimento, envolvendo biologia descritiva, genética, estatística, geologia, ecologia, paleontologia, bioquímica e outras disciplinas correlatas.
Eu estudo a TE há mais de 45 anos e até hoje estou aprendendo e, muitas vezes, sou surpreendido por fatos que desconheço ou pelos avanços da ciência.
Os criacionistas, por outro lado, munidos apenas de suas bíblias - ô, livro chato! – conseguem dar verdadeiras “aulas” de biologia avançada.
Obviamente, para isso, eles criaram sua própria biologia, a qual não tem nenhum compromisso com a realidade.
Gostaria, nesta série de posts, apontar os principais absurdos que os criacionistas cometem com frequência e, mesmo quando devidamente refutados, voltam renitentemente ao mesmo ponto.
Re: Teoria da evolução para criacionistas
O QUE SIGNIFICA EVOLUÇÃO
Aqui já começa a confusão.
A maioria dos criacionistas considera que evoluir é sinônimo de melhorar. Não podiam estar mais enganados.
Além disso, os criacionistas consideram, por razões religiosas, que exista uma escala de seres dos menos para os mais evoluídos, o que é outra idiotice.
Na teoria da evolução, evoluir significa, simplesmente, estar mais adaptado ao meio. Significa que um determinado ser é capaz de viver de forma mais adequada em um determinado habitat, reproduzindo-se de forma mais eficaz que outros.
Os criacionistas fazem, aqui, uma enorme confusão com a palavra adaptação, imaginando que o processo seja ativo e não passivo. Outra grande bobagem. Veremos abaixo a diferença.
Vejamos um exemplo: imagine que em um determinado local geográfico, com uma temperatura média de 30º C abrigue duas raças de cães, uma com pelo longo e outra com pelo curto. Nessa situação, os animais de pelo curto terão melhor sistema de perda de calor e tenderão a ter vantagens nos sistemas de nutrição e reprodução. Os de pelo longo tenderão a ser limitados nesses processos, pelo fato de se enfraquecerem pela perda de fluidos.
Os criacionistas acham que todos esses animais necessariamente morrerão, o que é uma idiotice, a não ser em caso de cataclismas extremamente modificadores.
A existência de cães de diversos tamanhos de pelo é chamada variabilidade genética (em outro post eu explico como isso aparece) e isso ocorre nas populações de todos os seres vivos.
Imagine agora que, por alguma razão (uma glaciação, por exemplo), a temperatura do habitat passe de 30º C para 10º C. É fácil perceber que muitos cães de pelo curto perecerão por hipotermia e os animais de pelo longo passarão a ter a vantagem, inclusive sobre o alimento disponível e tenderão a se reproduzir mais rapidamente.
Obviamente, o que temos, aqui, são situações não polares, mas que podem se tornar definitivas. Se a queda da temperatura permanecer por muito tempo. A tendência é de desaparecimento dos cães de pelo curto. Da mesma forma, um aquecimento constante levaria à tendência ao desaparecimento dos cães de pelo longo. Felizmente, as mudanças naturais são graduais e menos drásticas (embora já tenha havido 5 ciclos de extinção)
Evolução é isso. Os cães de pelo curto são mais aptos a viver em um clima quente e os de pelo longo, mais aptos ao clima frio. Ponto final.
Isso não significa que um cão de pelo longo é melhor ou pior que um de pelo curto.
Repare, também, que nenhum animal se adaptou a nada (ou seja, nenhum animal desenvolveu estruturas ou mecanismos para se adequar ao meio. O grau de adaptabilidade dos seres vivos é extremamente limitado). O que aconteceu foi que o meio selecionou os elementos mais aptos á sobrevivência.
Alguns aqui neste fórum acham, por exemplo, que os antibióticos induzem a resistência bacteriana. Isso é uma besteira já conhecida desde o início do século XX. O que o antibiótico faz é simplesmente selecionar bactérias que tenham um determinado mecanismo de resistência a ele (por exemplo, genes que codificam enzimas que lisam antibióticos), matando as bactérias sensíveis.
Outra bobagem sonora é achar que exista uma escala de seres, dos mais para os menos evoluídos (isso é típica arrogância humana). Quem está mais adaptado a viver no mar, o homem ou o tubarão? Quem é mais evoluído (2/3 deste planeta estão sob o mar...)?
Evoluir, portanto, não significa melhorar (até porque, melhorar em relação a que?). Significa estar mais apto a se desenvolver em um determinado ambiente.
O processo de influência do habitat sobre a frequência de um determinado tipo genético é chamado seleção natural.
Aqui já começa a confusão.
A maioria dos criacionistas considera que evoluir é sinônimo de melhorar. Não podiam estar mais enganados.
Além disso, os criacionistas consideram, por razões religiosas, que exista uma escala de seres dos menos para os mais evoluídos, o que é outra idiotice.
Na teoria da evolução, evoluir significa, simplesmente, estar mais adaptado ao meio. Significa que um determinado ser é capaz de viver de forma mais adequada em um determinado habitat, reproduzindo-se de forma mais eficaz que outros.
Os criacionistas fazem, aqui, uma enorme confusão com a palavra adaptação, imaginando que o processo seja ativo e não passivo. Outra grande bobagem. Veremos abaixo a diferença.
Vejamos um exemplo: imagine que em um determinado local geográfico, com uma temperatura média de 30º C abrigue duas raças de cães, uma com pelo longo e outra com pelo curto. Nessa situação, os animais de pelo curto terão melhor sistema de perda de calor e tenderão a ter vantagens nos sistemas de nutrição e reprodução. Os de pelo longo tenderão a ser limitados nesses processos, pelo fato de se enfraquecerem pela perda de fluidos.
Os criacionistas acham que todos esses animais necessariamente morrerão, o que é uma idiotice, a não ser em caso de cataclismas extremamente modificadores.
A existência de cães de diversos tamanhos de pelo é chamada variabilidade genética (em outro post eu explico como isso aparece) e isso ocorre nas populações de todos os seres vivos.
Imagine agora que, por alguma razão (uma glaciação, por exemplo), a temperatura do habitat passe de 30º C para 10º C. É fácil perceber que muitos cães de pelo curto perecerão por hipotermia e os animais de pelo longo passarão a ter a vantagem, inclusive sobre o alimento disponível e tenderão a se reproduzir mais rapidamente.
Obviamente, o que temos, aqui, são situações não polares, mas que podem se tornar definitivas. Se a queda da temperatura permanecer por muito tempo. A tendência é de desaparecimento dos cães de pelo curto. Da mesma forma, um aquecimento constante levaria à tendência ao desaparecimento dos cães de pelo longo. Felizmente, as mudanças naturais são graduais e menos drásticas (embora já tenha havido 5 ciclos de extinção)
Evolução é isso. Os cães de pelo curto são mais aptos a viver em um clima quente e os de pelo longo, mais aptos ao clima frio. Ponto final.
Isso não significa que um cão de pelo longo é melhor ou pior que um de pelo curto.
Repare, também, que nenhum animal se adaptou a nada (ou seja, nenhum animal desenvolveu estruturas ou mecanismos para se adequar ao meio. O grau de adaptabilidade dos seres vivos é extremamente limitado). O que aconteceu foi que o meio selecionou os elementos mais aptos á sobrevivência.
Alguns aqui neste fórum acham, por exemplo, que os antibióticos induzem a resistência bacteriana. Isso é uma besteira já conhecida desde o início do século XX. O que o antibiótico faz é simplesmente selecionar bactérias que tenham um determinado mecanismo de resistência a ele (por exemplo, genes que codificam enzimas que lisam antibióticos), matando as bactérias sensíveis.
Outra bobagem sonora é achar que exista uma escala de seres, dos mais para os menos evoluídos (isso é típica arrogância humana). Quem está mais adaptado a viver no mar, o homem ou o tubarão? Quem é mais evoluído (2/3 deste planeta estão sob o mar...)?
Evoluir, portanto, não significa melhorar (até porque, melhorar em relação a que?). Significa estar mais apto a se desenvolver em um determinado ambiente.
O processo de influência do habitat sobre a frequência de um determinado tipo genético é chamado seleção natural.
- Fernando Silva
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Re: Teoria da evolução para criacionistas
Tópico antigo sobre o assunto:
25 Argumentos Criacionistas & 25 Respostas Evolucionistas
viewtopic.php?f=1&t=17797&p=356050
25 Argumentos Criacionistas & 25 Respostas Evolucionistas
viewtopic.php?f=1&t=17797&p=356050
Traduzi este texto de Michael Shermer (http://www.skeptic.com). Não vou postar aqui porque é longo:
http://ateusdobrasil.com.br/artigos/cet ... cionistas/
Re: Teoria da evolução para criacionistas
Eu conheço esse artigo do Shermer.Fernando Silva escreveu:Tópico antigo sobre o assunto:
25 Argumentos Criacionistas & 25 Respostas Evolucionistas
viewtopic.php?f=1&t=17797&p=356050Traduzi este texto de Michael Shermer (http://www.skeptic.com). Não vou postar aqui porque é longo:
http://ateusdobrasil.com.br/artigos/cet ... cionistas/
Minha proposta aqui é diferente. É mostrar, desde o conceito básico, como os criacionistas são capazes de distorcer absolutamente qualquer argumento, por não terem o menor conhecimento básico do que seja teoria da evolução.
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Re: Teoria da evolução para criacionistas
Fabris escreveu:Minha proposta aqui é diferente. É mostrar, desde o conceito básico, como os criacionistas são capazes de distorcer absolutamente qualquer argumento, por não terem o menor conhecimento básico do que seja teoria da evolução.
Alguns até têm conhecimento, mas sua premissa é a de que, por mais que os fatos confirmem a evolução, de alguma forma é o criacionismo que está certo, o que os leva a cambalhotas e contorcionismos diversos na tentativa de negar as evidências.
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Re: Teoria da evolução para criacionistas
Fabris escreveu:Alguns aqui neste fórum acham, por exemplo, que os antibióticos induzem a resistência bacteriana. Isso é uma besteira já conhecida desde o início do século XX. O que o antibiótico faz é simplesmente selecionar bactérias que tenham um determinado mecanismo de resistência a ele (por exemplo, genes que codificam enzimas que lisam antibióticos), matando as bactérias sensíveis.
Fabris, sobre a "resistência" bacteriana a medicamentos, o que acontece é um processo bem lento até que isso aconteça? É que é preciso muito tempo até que surja bactérias resistentes a medicamentos que antes elas eram sensíveis.
E sobre esse papo de que se usar muito ou de forma errada um medicamento, pode acontecer do microorganismo ficar resistente a ele?
“No BOPE tem guerreiros que matam guerrilheiros, a faca entre os dentes esfolam eles inteiros, matam, esfolam, sempre com o seu fuzil, no BOPE tem guerreiros que acreditam no Brasil.”
“Homem de preto qual é sua missão? Entrar pelas favelas e deixar corpo no chão! Homem de preto o que é que você faz? Eu faço coisas que assustam o Satanás!”
Soldados do BOPE sobre BOPE
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Re: Teoria da evolução para criacionistas
Jack Torrance escreveu:E sobre esse papo de que se usar muito ou de forma errada um medicamento, pode acontecer do microorganismo ficar resistente a ele?
Se você usar um antibiótico sem necessidade, arrisca-se a eliminar algum tipo de micro-organismo do seu corpo, deixando apenas os indivíduos resistentes que, na ausência de competição, vão se multiplicar e ocupar todo o espaço, quando antes eram minoria.
Se parar o tratamento antes da hora, pode deixar vivos alguns poucos mais resistentes, que teriam morrido com o tratamento indo até o fim. E esses mais resistentes vão proliferar e serão mais difíceis de eliminar, ou nessa geração ou algumas gerações depois, quando estarão ainda mais resistentes.
Re: Teoria da evolução para criacionistas
O Fernando deu uma bela resposta.Jack Torrance escreveu:Fabris escreveu:Alguns aqui neste fórum acham, por exemplo, que os antibióticos induzem a resistência bacteriana. Isso é uma besteira já conhecida desde o início do século XX. O que o antibiótico faz é simplesmente selecionar bactérias que tenham um determinado mecanismo de resistência a ele (por exemplo, genes que codificam enzimas que lisam antibióticos), matando as bactérias sensíveis.
Fabris, sobre a "resistência" bacteriana a medicamentos, o que acontece é um processo bem lento até que isso aconteça? É que é preciso muito tempo até que surja bactérias resistentes a medicamentos que antes elas eram sensíveis.
E sobre esse papo de que se usar muito ou de forma errada um medicamento, pode acontecer do microorganismo ficar resistente a ele?
O processo não é lento! Em laboratório ele pode ser reproduzido em poucas horas e isso é utilizado para se obter cepas multirresistentes, utilizadas em guerra bacteriológica.
Em relação a bactérias, o que existe em seu organismo, em condições normais, é uma enorme competição pelo alimento disponível em quantidades limitadas. Pegando um exemplo bem simples: em seu intestino existem alguns milhares de espécies de bactérias que competem por alimento e, como o mesmo é limitado, o grau de proliferação e invasão de órgãos - que é chamado de virulência - é controlado, em última análise, pela competição entre os diversos microrganismos ali existentes (existe outro fator de controle que é sua capacidade imunológica).
Quando você toma um antibiótico de amplo espectro, o que você faz é matar todas as bactérias sensíveis a ele, mas as resistentes permanecem. Como ela terá menor grau de competição, a tendência é que ela se multiplique mais rapidamente, invada outros órgãos e provoque doenças.
Por isso, não se deve tomar nenhum antibiótico sem necessidade e, muito menos, interromper o antibiótico quando os sintomas cessam (as resistentes, que podem ser eventualmente eliminadas por exposição a maior tempo de antibiótico tenderão a proliferar mais rápido).
Antibiótico não é coisa que se deva tomar sem acompanhamento médico, como qualquer outro medicamento.,
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Re: Teoria da evolução para criacionistas
Fabris,
Não existe sujeito mais chato que o criacionista. Ôh, como esses caras são chatos. Vide o nosso "doctor" aí.
Depois que uma pobre alma passa pelo brutal processo de doutrinação que o converte em um "burricionista" não tem mais salvação. É impossível explicar qualquer coisa para alguém que já decidiu que não quer entender.
O importante é ensinar a T.E. ( e ciência em geral ) para quem ainda não é um fanático fundamentalista. E eles sabem disso, daí a luta deste movimento para barrar o ensino da Teoria da Evolução nas escolas.
Mas "teoria da evolução para criacionistas"... não, não adianta.
Henri Morris escreveu e vou cita-lo de cabeça. É mais ou menos assim: " O cientista cristão instruído sabe que a Palavra de Deus tem prioridade sobre quaisquer problemas científicos ou cronológicos. É mais produtivo examinar os fatos e depois encaixa-los em seu próprio contexto de Revelação."
Quer dizer, fundamentalismo implica em adaptar os fatos à bíblia ao invés de interpretar a bíblia de acordo com os fatos. Haveria duas formas de se debater com um criacionista mas o fanático é imune a ambas. A primeira é esta, apresentar corretamente os conceitos da T.E. e as toneladas de evidências que a suportam. A outra é refutar as próprias conjecturas criacionistas através de suas flagrantes contradições.
A segunda é mais simples, de modo que se o criacionista fosse alguém mentalmente são a conversa não duraria mais que dois minutos. Eu mesmo já usei a própria cronologia bíblica para mostrar que não pode ter ocorrido o Dilúvio Universal. Basta fazer continha de somar: de Adão a Noé o dilúvio teria que ter ocorrido no auge da civilização egípcia. O que sabemos seguramente que não ocorreu mas mesmo assim, usando a própria bíblia, logo depois temos Abraão chegando ao Egito no seu esplendor.
Não dá para imaginar uma teoria sobrevivendo a tamanha contradição mas como Morris disse a palavra de Deus tem precedência sobre quaisquer problemas cronológicos que porventura possam ocorrer.
Não existe sujeito mais chato que o criacionista. Ôh, como esses caras são chatos. Vide o nosso "doctor" aí.
Depois que uma pobre alma passa pelo brutal processo de doutrinação que o converte em um "burricionista" não tem mais salvação. É impossível explicar qualquer coisa para alguém que já decidiu que não quer entender.
O importante é ensinar a T.E. ( e ciência em geral ) para quem ainda não é um fanático fundamentalista. E eles sabem disso, daí a luta deste movimento para barrar o ensino da Teoria da Evolução nas escolas.
Mas "teoria da evolução para criacionistas"... não, não adianta.
Henri Morris escreveu e vou cita-lo de cabeça. É mais ou menos assim: " O cientista cristão instruído sabe que a Palavra de Deus tem prioridade sobre quaisquer problemas científicos ou cronológicos. É mais produtivo examinar os fatos e depois encaixa-los em seu próprio contexto de Revelação."
Quer dizer, fundamentalismo implica em adaptar os fatos à bíblia ao invés de interpretar a bíblia de acordo com os fatos. Haveria duas formas de se debater com um criacionista mas o fanático é imune a ambas. A primeira é esta, apresentar corretamente os conceitos da T.E. e as toneladas de evidências que a suportam. A outra é refutar as próprias conjecturas criacionistas através de suas flagrantes contradições.
A segunda é mais simples, de modo que se o criacionista fosse alguém mentalmente são a conversa não duraria mais que dois minutos. Eu mesmo já usei a própria cronologia bíblica para mostrar que não pode ter ocorrido o Dilúvio Universal. Basta fazer continha de somar: de Adão a Noé o dilúvio teria que ter ocorrido no auge da civilização egípcia. O que sabemos seguramente que não ocorreu mas mesmo assim, usando a própria bíblia, logo depois temos Abraão chegando ao Egito no seu esplendor.
Não dá para imaginar uma teoria sobrevivendo a tamanha contradição mas como Morris disse a palavra de Deus tem precedência sobre quaisquer problemas cronológicos que porventura possam ocorrer.
Re: Teoria da evolução para criacionistas
Olá, Pedro!Pedro Reis escreveu:Fabris,
Não existe sujeito mais chato que o criacionista. Ôh, como esses caras são chatos. Vide o nosso "doctor" aí.
Depois que uma pobre alma passa pelo brutal processo de doutrinação que o converte em um "burricionista" não tem mais salvação. É impossível explicar qualquer coisa para alguém que já decidiu que não quer entender.
O importante é ensinar a T.E. ( e ciência em geral ) para quem ainda não é um fanático fundamentalista. E eles sabem disso, daí a luta deste movimento para barrar o ensino da Teoria da Evolução nas escolas.
Mas "teoria da evolução para criacionistas"... não, não adianta.
Minha intenção com este tópico é que ele possa servir de referência para discussões futuras com criacionistas. Criacionistas, em minha opinião, são como baratas: ao vê-los é melhor dar um pisão. O problema é o espaço que isso toma todas as vezes que se refuta. É melhor criar um tópico de referência, concorda?
O falecido Morris é um dos poucos criacionistas que eu chegei a admirar, pelo simples fato do mesmo ser honesto o suficiente para assumir sua dependência da bíblia - ô, livro chato! O problema é que hoje existem pessoas muito mais danosas que Morris, como os neocriacionistas (aqueles do suposto desenhista supostamente inteligente - e eu posso demonstrar que seria um desenhista oligofrênico), que querem, hoje, simplesmente reposicionar o conceito de ciência.Pedro Reis escreveu:Henri Morris escreveu e vou cita-lo de cabeça. É mais ou menos assim: " O cientista cristão instruído sabe que a Palavra de Deus tem prioridade sobre quaisquer problemas científicos ou cronológicos. É mais produtivo examinar os fatos e depois encaixa-los em seu próprio contexto de Revelação."
Quer dizer, fundamentalismo implica em adaptar os fatos à bíblia ao invés de interpretar a bíblia de acordo com os fatos. Haveria duas formas de se debater com um criacionista mas o fanático é imune a ambas. A primeira é esta, apresentar corretamente os conceitos da T.E. e as toneladas de evidências que a suportam. A outra é refutar as próprias conjecturas criacionistas através de suas flagrantes contradições.
A idiotice do dilúvio (que não passa de um plágio grosseiro de uma obra fantástica chamada Epopéia de Gilgamesh) é de uma estultice tamanha que chega a ser risível. Uma pergunta a se fazer: onde foi parar toda a água do dilúvio? Como você sabe, a água sofre um ciclo, sendo sua quantidade na natureza constanter. Vai ver o fantasmão genocida chupou tudo com um canudinho...Pedro Reis escreveu:A segunda é mais simples, de modo que se o criacionista fosse alguém mentalmente são a conversa não duraria mais que dois minutos. Eu mesmo já usei a própria cronologia bíblica para mostrar que não pode ter ocorrido o Dilúvio Universal. Basta fazer continha de somar: de Adão a Noé o dilúvio teria que ter ocorrido no auge da civilização egípcia. O que sabemos seguramente que não ocorreu mas mesmo assim, usando a própria bíblia, logo depois temos Abraão chegando ao Egito no seu esplendor.
Criacionistas se preocupam com apologética e não com ciência...Pedro Reis escreveu:Não dá para imaginar uma teoria sobrevivendo a tamanha contradição mas como Morris disse a palavra de Deus tem precedência sobre quaisquer problemas cronológicos que porventura possam ocorrer.
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Re: Teoria da evolução para criacionistas
Fabris escreveu:Olá, Pedro!
Minha intenção com este tópico é que ele possa servir de referência para discussões futuras com criacionistas. Criacionistas, em minha opinião, são como baratas: ao vê-los é melhor dar um pisão. O problema é o espaço que isso toma todas as vezes que se refuta. É melhor criar um tópico de referência, concorda?
É uma boa idéia. O site Talk Origens faz uma coisa parecida, listando respostas para os argumentos criacionistas mais comuns.
Fabris escreveu:O falecido Morris é um dos poucos criacionistas que eu chegei a admirar, pelo simples fato do mesmo ser honesto o suficiente para assumir sua dependência da bíblia - ô, livro chato! O problema é que hoje existem pessoas muito mais danosas que Morris, como os neocriacionistas (aqueles do suposto desenhista supostamente inteligente - e eu posso demonstrar que seria um desenhista oligofrênico), que querem, hoje, simplesmente reposicionar o conceito de ciência.
Isso me lembra as discussões que eu tenho com o Botãnico, às vezes. Que também gostaria de reformar o conceito de Ciência para tornar científicos experimentos que teriam comprovado a existência de fenômenos mediúnicos. Essa reforma, na verdade, seria o fim da Ciência. ( É preciso aqui lembrar que não estou considerando coisas como História, Sociologia, Psicanálise.. ciências. São importantes corpos de estudo mas não Ciência como definiu Popper )
Na verdade se fizermos um breve histórico do criacionismo vamos perceber que este movimento sempre se moldou pelo oportunismo jurídico.
Inicialmente, na década de 20 do século passado tentaram barrar o ensino da TE em escolas públicas, porém foram derrotados em um famoso processo. Como consequência tentaram então obrigar as escolas públicas americanas a ensinarem o Gênesis juntamente com a TE. Também, devido a leis federais que garantem a separação de Igreja e Estado foram frustrados também neste objetivo.
Foi aí, a partir da década de 60 que começaram a gestar a idéia de um "criacionismo científico", ou seja
travestir os eventos do Gênesis com um enredo pseudo-científico e assim burlar a lei federal.
Você pergunta de onde veio e pra onde foi toda a água do Dilúvio... Bem, veja que este tipo de questão não deveria ser problema para alguém que crê em uma criação sobrenatural. Deus Todo Poderoso pode simplesmente fazer a água surgir do nada e também sumir para o nada. Porém isso seria uma crença religiosa e a Suprema Corte não permite o ensino de religião em escolas públicas, então um sujeito, um engenheiro hidráulico, cunhou uma teoria muito doida, chamada Teoria das Hidroplacas, qe tenta dar conta destas respostas. Foi assim que nasceu o criacionismo científico.
É claro que a teoria é bisonha, nem é preciso entender de geologia para refuta-la. Mas nessa esteira surgiram outras, como uma maluquice que tenta explicar a estratigrafia como resultado do dilúvio.
Porém também não deu certo, novamente foram aos tribunais e ficou demonstrado que estas teorias não eram científicas.
O criacionismo científico tradicional está derrotado e eles sabem disso, embora o movimento ainda continue por um fenômeno de inércia. Foi a partir da constatação do fracasso do criacionismo científico que o advogado Philip Jhonson partiu para uma nova abordagem, que tenta caracterizar a Ciência como um tipo de filosofia, uma "cosmovisão" entre outras possíveis. A idéia é que se for assim não há empecilhos para que se ensinem filosofias alternativas nas escolas, ou "cosmovisões" alternativas.
O DI é a ponta de lança dessa nova cosmovisão com que pretendem reformular o conceito de Ciência.
Re: Teoria da evolução para criacionistas
O problema é que o TO tem uma linguagem muito pouco acessível para quem tem conhecimento superficial de ciência.Pedro Reis escreveu:É uma boa idéia. O site Talk Origens faz uma coisa parecida, listando respostas para os argumentos criacionistas mais comuns.
O que o Botãnico propõe é uma grossa bobagem! Ciência investiga fatos observados e não alegações ou conclusões a priori. O escopo da ciência é o mundo natural. Para que a ciência se ocupe de alegações sobrenaturais, é necessário que os aproponentes desse plano de "realidade" provem que o mesmo existe, bem como metodologias para testá-lo.Pedro Reis escreveu:Isso me lembra as discussões que eu tenho com o Botãnico, às vezes. Que também gostaria de reformar o conceito de Ciência para tornar científicos experimentos que teriam comprovado a existência de fenômenos mediúnicos. Essa reforma, na verdade, seria o fim da Ciência. ( É preciso aqui lembrar que não estou considerando coisas como História, Sociologia, Psicanálise.. ciências. São importantes corpos de estudo mas não Ciência como definiu Popper )
Se você se refere ao julgamento do caso Scopes, você está enganado. Os criacionistas ganharam essa e Scopes foi multado em US$ 100,00 (uma quantia razoável, na época). Ele havia infringido o Buttler Act, que proibia o ensino da TE no Tenessee.Pedro Reis escreveu:Na verdade se fizermos um breve histórico do criacionismo vamos perceber que este movimento sempre se moldou pelo oportunismo jurídico. Inicialmente, na década de 20 do século passado tentaram barrar o ensino da TE em escolas públicas, porém foram derrotados em um famoso processo.
Na verdade, a maioria dos estados americanos criou leis impeditivas ao ensino da TE, a qual ficou fora do ensino de biologia até início dos anos 1960, quando por força do BSCS (biological sciences curriculum study), os educadores americanos perceberam a idiotice que estavam fazendo. Apenas em 1968 as leis estaduais começaram a ser contestadas na justiça federal, que as considerou inconstitucionais.Pedro Reis escreveu:Como consequência tentaram então obrigar as escolas públicas americanas a ensinarem o Gênesis juntamente com a TE. Também, devido a leis federais que garantem a separação de Igreja e Estado foram frustrados também neste objetivo.
Isso ocorreu a partir de 1975, com picaretas como Morris e Duane Gish (uma das vergonhas da minha profissão).Pedro Reis escreveu:Foi aí, a partir da década de 60 que começaram a gestar a idéia de um "criacionismo científico", ou seja travestir os eventos do Gênesis com um enredo pseudo-científico e assim burlar a lei federal.
Essa teoria de Walt Brown é uma das maiores idiotices escrtitas sobre o dilúvio, já que a água armazenada a mais de 16 km de profundidade estaria superaquecida, o que resultaria em um Noé devidamente cozido, junto com seus bichinhos da arca. a melhor maneira de desmascarar esses idiotas e fazê-los admitir que suas "teorias" só seriam factíveis em um palno sobrenatural, o que desmascara a "cientificidade" das mesmas. Fiz isso em um debate com Adauto Lourenço. Ele ficou uma vara...Pedro Reis escreveu:Você pergunta de onde veio e pra onde foi toda a água do Dilúvio... Bem, veja que este tipo de questão não deveria ser problema para alguém que crê em uma criação sobrenatural. Deus Todo Poderoso pode simplesmente fazer a água surgir do nada e também sumir para o nada. Porém isso seria uma crença religiosa e a Suprema Corte não permite o ensino de religião em escolas públicas, então um sujeito, um engenheiro hidráulico, cunhou uma teoria muito doida, chamada Teoria das Hidroplacas, qe tenta dar conta destas respostas. Foi assim que nasceu o criacionismo científico. É claro que a teoria é bisonha, nem é preciso entender de geologia para refuta-la. Mas nessa esteira surgiram outras, como uma maluquice que tenta explicar a estratigrafia como resultado do dilúvio.
Isso ocorreu em 1982 e houve julgamentos até o final dos anos 1980. O "criacionismo científico" foi para o espaço...Pedro Reis escreveu:Porém também não deu certo, novamente foram aos tribunais e ficou demonstrado que estas teorias não eram científicas.
Na verdade, o DI surge com a derrocada do criacionismo "científico", como uma "teoria" alternativa à TE. No início, eles suprimiam qualquer menção religiosa, mas foram burros o suficiente de colocarem suas reais intenções em um documento chamado The Wedge (A cunha), em que colocavam o DI como o primeiro passo para a substituição da TE por uma teoria de fundo religioso (judaico cristão, claro). O documento vazou na net e eles ficaram com cara de idiotas. Em 2005, foram ao julgamento de Dover, onde foram massacrados. Idiotas como Michael Behe (outra vergonha da minha profissão) foram simplesmente ridicularizados. O DI foi considerado tese religiosa e sua pretensão de entrar nos curriculuns de biologia foi para o espaço.Pedro Reis escreveu:O criacionismo científico tradicional está derrotado e eles sabem disso, embora o movimento ainda continue por um fenômeno de inércia. Foi a partir da constatação do fracasso do criacionismo científico que o advogado Philip Jhonson partiu para uma nova abordagem, que tenta caracterizar a Ciência como um tipo de filosofia, uma "cosmovisão" entre outras possíveis. A idéia é que se for assim não há empecilhos para que se ensinem filosofias alternativas nas escolas, ou "cosmovisões" alternativas.
Essa é a atual estratégia do Discovery Institute. No Brasil, os grandes representantes dessa idiotice são o Enézio Almeida Filho e o Michelson Borges. Nem preciso dizer que os dois não entendem tchongas de ciência.Pedro Reis escreveu:O DI é a ponta de lança dessa nova cosmovisão com que pretendem reformular o conceito de Ciência.
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Re: Teoria da evolução para criacionistas
Pedro Reis escreveu:Você pergunta de onde veio e pra onde foi toda a água do Dilúvio... Bem, veja que este tipo de questão não deveria ser problema para alguém que crê em uma criação sobrenatural. Deus Todo Poderoso pode simplesmente fazer a água surgir do nada e também sumir para o nada.
Supostamente, a água do dilúvio é a água que estava guardada acima da abóbada celeste desde que Deus "separou as águas", segundo o Gênesis.
E depois do dilúvio, teria escoado para o subsolo.
Re: Teoria da evolução para criacionistas
Se a água estava na abóbada celeste, nós seriamos achatados como um linguado, pela pressão de alguns quatrilhões de metros cúbicos de água...Fernando Silva escreveu:Pedro Reis escreveu:Você pergunta de onde veio e pra onde foi toda a água do Dilúvio... Bem, veja que este tipo de questão não deveria ser problema para alguém que crê em uma criação sobrenatural. Deus Todo Poderoso pode simplesmente fazer a água surgir do nada e também sumir para o nada.
Supostamente, a água do dilúvio é a água que estava guardada acima da abóbada celeste desde que Deus "separou as águas", segundo o Gênesis.
E depois do dilúvio, teria escoado para o subsolo.
Se toda essa água escorresse para o subsolo e imaginando uma penetração não limitada, o campo magnético da Terra já teria deixado de existir...
Cientificamente falando, o dilúvio é uma das idiotices mais interessantes que os criacionistas colocam como fato gerador do mundo atual.
Sem falar que a ecologia de um dilúvio mundial é impossível!
- Fedidovisk
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Re: Teoria da evolução para criacionistas
O criacionista doutor, que há pouco tempo apelava para o diploma, sumiu...
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Re: Teoria da evolução para criacionistas
Fedidovisk escreveu:O criacionista doutor, que há pouco tempo apelava para o diploma, sumiu...
Ele volta, não se preocupe.
Como disse o Dr.House:
"Se fosse possível debater racionalmente com pessoas religiosas, não haveria pessoas religiosas".
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Re: Teoria da evolução para criacionistas
Fabris escreveu:Se a água estava na abóbada celeste, nós seriamos achatados como um linguado, pela pressão de alguns quatrilhões de metros cúbicos de água...Fernando Silva escreveu:Supostamente, a água do dilúvio é a água que estava guardada acima da abóbada celeste desde que Deus "separou as águas", segundo o Gênesis.
E depois do dilúvio, teria escoado para o subsolo.
Talvez não tenha caído toda. Talvez ainda haja muito mais além da esfera de cristal esperando por outro ataque de pelanca do Criador

Re: Teoria da evolução para criacionistas
Então toda a medida que temos de umidade e da composição da atmosfera está absolutamente errada.Fernando Silva escreveu:Fabris escreveu:Se a água estava na abóbada celeste, nós seriamos achatados como um linguado, pela pressão de alguns quatrilhões de metros cúbicos de água...Fernando Silva escreveu:Supostamente, a água do dilúvio é a água que estava guardada acima da abóbada celeste desde que Deus "separou as águas", segundo o Gênesis.
E depois do dilúvio, teria escoado para o subsolo.
Talvez não tenha caído toda. Talvez ainda haja muito mais além da esfera de cristal esperando por outro ataque de pelanca do Criador
Por outro lado, nada é impossível pro fantasmão genocida...
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Re: Teoria da evolução para criacionistas
Fabris escreveu:Se você se refere ao julgamento do caso Scopes, você está enganado. Os criacionistas ganharam essa e Scopes foi multado em US$ 100,00 (uma quantia razoável, na época). Ele havia infringido o Buttler Act, que proibia o ensino da TE no Tenessee.
É, você está mais por dentro do que eu. Mas agora, procurando ler mais sobre o caso Scopes descobri algo interessante. William Jennings Bryan, que atuou como promotor no caso, foi na verdade um político progressista que defendia posições como o voto feminino e a independência das Filipinas.
Curioso que alguém assim tenha entrado nessa, porém examinando mais amiúde descobrimos que as motivações de Bryan provavelmente não eram religiosas. O livro texto utilizado em sala de aula por Scopes chamava-se A Civic Biology.
Estranho título.
Mais estranho ainda este capítulo: "O parasitismo e seu custo para a sociedade – O remédio”
Nesse capítulo o autor discorre sobre duas famílias que teriam sido objetos de estudo de defensores da eugenia. Os membros destas famílias eram descritos como de baixa-inteligência e com comportamento anti-social que os levaria à criminalidade.
Vejamos um trecho do livro:
“Se tais pessoas fossem animais menores, provavelmente os mataríamos para evitar que se reproduzissem. A humanidade não permite isso, mas temos a possibilidade de separar os sexos nos asilos ou outros lugares e de evitar de diversas maneiras o casamento e as possibilidade de perpetuar uma raça tão baixa e degenerada.”
Terrível, né? E isto era um livro destinado a estudantes.
Antes da Segunda Guerra tais idéias estavam em voga e cientistas discutiam abertamente a eugenia. Hoje sabe-se que até mesmo Salvador Allende foi um eugenista. Infelizmente era um transporte equivocado do darwinismo para a Sociologia que alicerçava estas idéias e foi este o perigo que William Jennings Bryan identificou na Teoria da Evolução.
Tais distorções de fato ocorreram e hoje dão munição ao discurso criacionista. Porém o uso moralmente questionável de uma teoria ou de evidências científicas não falsifica a teoria ou as evidências.