Demóstenes Torres não disse as coisas que sem tem dito nas rodas da militância politicamente correta pelos representantes da ditadura das minorias.
O que ele disse foi:
“Nós temos uma história tão bonita de miscigenação… [Fala-se que] as negras foram estupradas no Brasil. [Fala-se que] a miscigenação deu-se no Brasil pelo estupro. [Fala-se que] foi algo forçado. Gilberto Freyre, que é hoje renegado, mostra que isso se deu de forma muito mais consensual.”
E ele não culpou os pretos/negros pela escravidão. Ele disse:
“Todos nós sabemos que a África subsaariana forneceu escravos para o mundo antigo, para o mundo islâmico, para a Europa e para a América. Lamentavelmente. Não deveriam ter chegado aqui na condição de escravos. Mas chegaram. (…) Até o princípio do século 20, o escravo era o principal item de exportação da pauta econômica africana.”
Sobre isso:
Se a escravidão tradicional africana funcionou como alicerce para a venda de escravos aos traficantes europeus e árabes, também é verdade que o tráfico negreiro ampliou o escravismo na África. A população cativa do Congo chegou a representar 50% do total. No reino vassalo do Ndongo, estabelecido na atual Angola no século XVI, a classe dos escravos era a fonte do poder do rei e da aristocracia.
O reino Ashanti dominou a Costa do Ouro por três séculos e a venda de escravos para os traficantes representou a mais importante fonte de suas rendas, que eram trocadas por bens comercializados pelos europeus. Os lugares onde foram erguidos os empórios de escravos não eram posses dos traficantes, mas da chefia ashanti, que os cedia mediante um aluguel mensal. Os ingleses pagavam pelo uso do Castelo de Cape Coast. No golfo da Guiné, antes do reino Ashanti, cujo apogeu se deu no século xvm, o negócio do tráfico tinha como foco o estado de Oyo, na atual Nigéria, e depois transferiu-se para o Daomé, no atual Benin. Os chefes do Daomé mantinham estreitas relações com os traficantes luso-brasileiros do Rio de Janeiro e, quando o Brasil declarou sua independência, chegaram a explorar a hi-pótese de se juntar ao Império de D. Pedro I na condição de província ultramarina.
As guerras entre Estados africanos tornaram-se mais comuns nas áreas sob a influência dos empórios negreiros, pois a captura e escravização passaram a fi¬gurar como fontes essenciais de riqueza para as chefias. As guerras crônicas entre os ashantis e os acans forneceram, para as chefias de ambos os lados, muitos dos cativos que foram vendidos como escravos nos empórios da Costa do Ouro. Entre 1814 e 1816, os ashantis conduziram uma sangrenta guerra contra uma coalizão dos akins e akwapis para recuperar acesso a portos marítimos e, desse modo, aoí traficantes europeus.
Pouco antes do fim do tráfico transatlântico, em 1840, o rei Gezo, do Daomé, declarou que “o tráfico de escravos tem sido o princípio norte-ador de meu povo” e, ainda, que “ele tem sido a fonte da nossa glória e riqueza”.’1 Em 1872, bem depois da abolição do tráfico, o rei ashanti dirigiu uma carta ao monarca britânico solicitando a retomada do comércio de gente.
O nexo africano do sistema internacional de comércio de escravos pesa como uma rocha em certos países da África. “Não discutimos a escravidão”, assegura Barima Kwame Nkye XII, um chefe supremo do povoado ganes de Assin Mauso, enquanto Yaw Bedwa, da Universidade de Gana, diagnostica uma “amnésia geral sobre a escravidão”.5 A “amnésia” concerne, especialmente, ao papel desempenhada pelos chefes ashantis, cujos descendentes continuam a ocupar lugares destacados na sociedade ganesa. Uma história oficial procura estabelecer uma distinção absoluta entre a escravidão tradicional, descrita como mais ou menos benevolente, e o tráfico internacional, que é atribuído exclusivamente aos europeus. Contudo, em algumas regiões africanas, descendentes de escravos não têm, até hoje, o direito de herança.
O trecho acima é do livro "Uma Gota de Sangue", de Demétrio Magnoli.
É a patrulha do politicamente correto, da ditadura das minorias, do onguismo sanguessuga e manipulador que distorce os fatos e tenta implodir a reputação, a credibilidade de quem se apresenta contra suas metas e demais itens de sua agenda.