Dick escreveu:Recoloco aqui, para ficar mais fácil de achar:
"Também considero um grande deslize, Botanico. Será que tens dúvidas se um homem-bomba se mata, e mata outros, por uma causa política? Acreditas que de fato ele não acredita nos preceitos essencialmente religiosos que lhe levam a isso? Ou seja, uma crença em uma entidade fantasmagórica está deliberadamente o levando a matar. Você sinceramente acredita que o mesmo aconteceu com o marxismo? O pobre comunista (tão perdido em seu sistema de crenças quanto o crente) matou porque "acreditava" no ateísmo? Daí podes argumentar: "mas a ausência de deus o permitiu fazer isso sem culpa". Desconsiderando as questões biológicas da culpa, associadas devidamente a um sistema de comportamentos sociais selecionados naturalmente e biologicamente imputados ao fenótipo, acreditas que a causa da barbárie em questão foi a descrença? Tens certeza que foi causa? Não foi uma característica prévia que, mesmo servindo de consolo, não se coaduna com causa em seu sentido lógico?"
Bom, Dick (Fontaine?), vejamos o que é possível.
Primeiramente, devo lhe dizer que há muito mais encanto na vida do que na morte. Uma pessoa normal, que leva uma vida normal, tem família, emprego, etc e tal, dificilmente iria sequestrar um avião para jogá-lo contra um prédio ou vestir um colete de bombas e se explodir por aí. Agora um chefão do Hamas chega para um cara que tem família passando fome, não consegue trabalho porque o Governo de Israel restringe isso e aquilo... E oferece 25.000 dólares a serem dados à família se ele se explodir dentro de um ônibus cheio de judeus. O cara faz as contas e descobre que vale muito mais para a sua família morto do que vivo. E de quebra tem o paraíso, com 72 virgens, etc e tal... Mas um muçulmano boa praça, que segue os preceitos da sua fé e faz coisas boas, terá isso tudo sem precisar se despedaçar.
Falam cobras e lagartos de Nero. O grande assassino dos infelizes e inocentes cristãos. O que não se diz é que havia mais de 30.000 cristãos em Roma e menos de 3.000 foram mortos. Detalhe: esses mortos CONFESSARAM SEM TORTURA terem participado do incêncido de Roma. Por que o fizeram? Porque com MÁRTIRES, iam para o Céu. Veja que nos dois casos, a religião leva a situações irracionais, mas não sozinha. Os cristãos já viviam na pobreza e maltratados por pouca porcaria. Já que a vida não presta mesmo...
Ah! Sim, a questão da culpa. No caso do Marxismo, nem cheguei nela. O meu ponto é de que os ateus vendem uma imagem de sapiência e superioridade intelectual... só porque não acreditam num deus imaginário. E eu mostrei que, apesar de serem ateus, os marxistas defendiam os seus dogmas exatamente como faziam os religiosos. A irracionalidade deles não diferia da irracionalidade dos crentes. Portanto o ateísmo não é uma doutrina destinada apenas a pessoas sábias cultas e inteligentes, sacou? Foi isso o que quis comparar.
Culpa, bem, quanta culpa sentiam os inquisidores e torturadores com relação aos hereges? Nenhuma! Estavam defendo a Deus. Quanto culpa sentiam os nazistas quanto aos assassinatos de inferiores? Nenhuma! Receberam ordens e psicologicamente verificou-se que ele eram INCAPAZES de distinguir o certo do errado quando recebiam uma ordem. Além disso, ELES TINHAM TOTAL APOIO CIENTÍFICO para agirem assim. A Genética e a Eugenia forneciam o suporte necessário para se proceder assim racionalmente. Certo? Ao se eliminar gente comprovadamente de raça inferior e/ou com problemas genéticos, está se garantido um futuro com pessoas mais saudáveis e belas.
É, meu caro, não é só a religião que cientificamente está comprovada ser veneno. Cientificamente se prova que a Ciência também é... É só usar os fatos certos.
É isso.