Maluf obtém apoio para Lei da Mordaça
BRASÍLIA - O deputado Paulo Maluf (PP-SP) conseguiu aprovar o regime de urgência para a votação de seu projeto que prevê punição para procuradores que entrarem com ação contra políticos por corrupção motivados por promoção pessoal, má-fé ou perseguição. Conhecida como Lei da Mordaça do Ministério Público, a proposta de Maluf obteve apoio dos líderes partidários esta semana e pode ser votada em plenário já na semana que vem.
Maluf convenceu os líderes após fazer uma exposição de cerca de 20 minutos, esta semana. O deputado apontou o que entende como uma série de abusos dos procuradores e relatou o caso em que comprou Fuscas para os jogadores da seleção tricampeã mundial de futebol, em 1970. Somente há três anos ele foi absolvido da acusação de abuso de poder econômico.
- Você leva quase uma vida inteira para provar que é inocente numa ação irresponsável. O que gastei de dinheiro com os advogados nestes anos todos foi bem mais caro que o total gasto com os carros - disse Maluf.
Pelo projeto, se ficar comprovado que o procurador entrou com uma ação apenas para se promover e sem provas concretas, ele será condenado a pagar as despesas do processo e o dinheiro gasto com advogado pelo réu. E também correrá risco de pagar indenização ao denunciado e até pegar dez meses de cadeia.
'Há um excessivo abuso de várias autoridades'
Logo que Maluf terminou a defesa de seu projeto na reunião de líderes, vários parlamentares se posicionaram a favor da urgência na sua tramitação.
- Assino, e com muito gosto - disse Lincoln Portela (PR), vice-líder da legenda e que representou seu partido.
Votaram a favor da urgência os líderes Cândido Vacarezza (PT), Henrique Eduardo Alves (PMDB), José Aníbal (PSDB) e Jovair Arantes (PTB).
- Há um excessivo abuso de várias autoridades, não só do Ministério Público. Eles te acusam hoje no jornal e, depois que você prova inocência, ninguém quer saber mais. Precisam ser punidos sim - disse Jovair Arantes.
A Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp) vai promover uma campanha nacional contra a aprovação da proposta. O presidente da entidade, José Carlos Cosenzo, afirmou que Maluf legisla em causa própria ao apresentar o projeto de lei.
- Maluf elegeu-se para assegurar a imunidade parlamentar. Não podemos aceitar que use a Câmara para resolver um problema dele. Só vota a favor desse projeto quem se envolveu em mensalão, sanguessuga e outros escândalos. O Congresso não pode piorar sua imagem votando isso - disse Cosenzo.
Maluf diz que há um uso indiscriminado dessas ações e que procuradores buscam mais os holofotes da imprensa do que a verdade.
- São acusações que geram situações vexatórias e que desgastam a honra e a dignidade de autoridades injustamente acusadas
http://oglobo.globo.com/pais/mat/2009/0 ... 225100.asp
E agora, Lulla?