Eu não disse?
Eu não disse?
Decreto que permite retirada à força provoca reação
"Não podemos deixar os moradores em locais de risco”, disse o prefeito Eduardo Paes
Agência Brasil
Um decreto do prefeito do Rio, Eduardo Paes, publicado na quinta-feira (8), está gerando polêmica e já há manifestações contrárias das associações de moradores. Para legalizar a retirada de moradores de aéreas de risco, o decreto permite o uso da força e a participação da polícia para remover as pessoas que se recusarem a sair de áreas ameaçadas.
De acordo com Paes, não há como alterar a decisão de desocupar as encostas. “Ainda há risco de novas chuvas na cidade. Não podemos deixar os moradores em locais de risco”, disse ele, em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira (9).
O decreto permite, "nos termos dos incisos XI e XXV, do Artigo 5º, da Constituição Federal, às autoridades administrativas e aos agentes de defesa civil, diretamente responsáveis pelas ações de resposta aos desastres, em caso de risco iminente, a adoção das seguintes medidas:
I — penetrar nas casas, mesmo sem o consentimento do morador, para prestar socorro ou para determinar a pronta evacuação das mesmas; e
II — usar de propriedade particular para as ações de emergência que visem evitar ou minimizar danos ou prejuízos ou comprometer a segurança de pessoas”.
A Associação de Moradores e Amigos de Santa Teresa (Amast) lançou um protesto contra o decreto, no qual questiona qual será o critério para a invasão, quem decidirá que residência será invadida. “Esse é um caso de polícia? Estão certas de que não”, diz nota oficial da entidade.
A Amast assinala que a tragédia provocada pela chuva pode ainda ser maior. “Não queremos a visita do prefeito lamentando as mortes. Queremos a ação imediata e efetiva dos órgãos públicos competentes para evitar novos desastres”, diz a nota.
O Morro dos Prazeres, onde 17 pessoas morreram em consequência da chuva, se localiza em Santa Teresa.
"Não podemos deixar os moradores em locais de risco”, disse o prefeito Eduardo Paes
Agência Brasil
Um decreto do prefeito do Rio, Eduardo Paes, publicado na quinta-feira (8), está gerando polêmica e já há manifestações contrárias das associações de moradores. Para legalizar a retirada de moradores de aéreas de risco, o decreto permite o uso da força e a participação da polícia para remover as pessoas que se recusarem a sair de áreas ameaçadas.
De acordo com Paes, não há como alterar a decisão de desocupar as encostas. “Ainda há risco de novas chuvas na cidade. Não podemos deixar os moradores em locais de risco”, disse ele, em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira (9).
O decreto permite, "nos termos dos incisos XI e XXV, do Artigo 5º, da Constituição Federal, às autoridades administrativas e aos agentes de defesa civil, diretamente responsáveis pelas ações de resposta aos desastres, em caso de risco iminente, a adoção das seguintes medidas:
I — penetrar nas casas, mesmo sem o consentimento do morador, para prestar socorro ou para determinar a pronta evacuação das mesmas; e
II — usar de propriedade particular para as ações de emergência que visem evitar ou minimizar danos ou prejuízos ou comprometer a segurança de pessoas”.
A Associação de Moradores e Amigos de Santa Teresa (Amast) lançou um protesto contra o decreto, no qual questiona qual será o critério para a invasão, quem decidirá que residência será invadida. “Esse é um caso de polícia? Estão certas de que não”, diz nota oficial da entidade.
A Amast assinala que a tragédia provocada pela chuva pode ainda ser maior. “Não queremos a visita do prefeito lamentando as mortes. Queremos a ação imediata e efetiva dos órgãos públicos competentes para evitar novos desastres”, diz a nota.
O Morro dos Prazeres, onde 17 pessoas morreram em consequência da chuva, se localiza em Santa Teresa.
"Tentar provar a existencia de deus com a biblia, é a mesma coisa q tentar provar a existencia de orcs usando o livro senhor dos aneis."


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Re: Eu não disse?
Nesse momento nossa cidade está encharcada de água, por aqui a chuva deu hoje uma trégua mas caso volte a chover forte encostas vão deslizar. Então como não dá para resolver por mágica, é sair ou morrer.
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Re: Eu não disse?
salgueiro escreveu:Nesse momento nossa cidade está encharcada de água, por aqui a chuva deu hoje uma trégua mas caso volte a chover forte encostas vão deslizar. Então como não dá para resolver por mágica, é sair ou morrer.
Ô Sal. ME desculpe, nem devia estar politizando isso agora. Que tudo se resolva por aí.
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Re: Eu não disse?
Johnny escreveu:salgueiro escreveu:Nesse momento nossa cidade está encharcada de água, por aqui a chuva deu hoje uma trégua mas caso volte a chover forte encostas vão deslizar. Então como não dá para resolver por mágica, é sair ou morrer.
Ô Sal. ME desculpe, nem devia estar politizando isso agora. Que tudo se resolva por aí.
Num precisa de desculpas Johnny, só que agora são ações emergenciais.
A cidade do Rio até que aguentou bem o tranco frente ao volume amazônico da chuva, eu esperava algo muito pior, agora Niterói aqui ao lado está caótico.
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Re: Eu não disse?
Mais chuva
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Re: Eu não disse?
E estas imagens do mar invadindo o aeroporto Sal? O que está acontecendo por aí afinal?
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Re: Eu não disse?
Johnny escreveu:E estas imagens do mar invadindo o aeroporto Sal? O que está acontecendo por aí afinal?
Um somatório de eventos capazes de criar um caos.
A ressaca foi provocada pela passagem de um ciclone extra-tropical.
Ondas de até 4m onde normalmente nem marola tem, que é o caso da área do aeroporto.
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Re: Eu não disse?
Com decreto ou sem decreto não vejo como remover as pessoas que se encontram instaladas em locais de risco.
Johnny, você deve conhecer o Rio. Aqui é só encosta, a beleza da cidade é também a sua tragédia. Deveria ter sido impedido que as encostas fossem ocupadas. Parece que o Carlos Lacerda, um político dos anos 60, tentou, mas foi embarreirado pelos populistas demagogos de plantão. Hoje não vejo espaço nem dinheiro para remanejar esta gente toda, e quando vem uma chuva como esta mesmo lugares que não pareciam ser de risco se revelam armadilhas mortais.
Como o que aconteceu eu nunca tinha visto nada parecido. Dizem que em 1966 houve enchente igual, mas é claro que naquela época havia um número muito menor de habitações precárias construídas em encostas.
Moro em Niterói. A chuva me pegou passeando de bicicleta e eu tinha que atravessar um túnel para chegar no meu bairro. Um rio corre paralelo ao morro que este túnel atravessa, portanto o máximo que eu consegui me aproximar foi um quarteirão de distância, porque quanto mais próximo do canal maior o nível da água. Me abriguei, junto com outras pessoas, debaixo da marquise de uma loja de decoração, e ficamos ali observando a água subir na avenida, com uma correnteza cada vez mais forte. Aquela esquina era o limite, a partir dali, em direção ao canal, não passava nada.
Nem precisa dizer que àquela altura a água que corria não era das mais limpas, mas mesmo assim, quando ficou óbvio que o nível não ia baixar tão cedo decidi me arriscar. Não em direção ao tal canal, que era impossível, mas descendo paralelo a ele, tentando chegar a praia. Consegui alcançar um morro próximo, a Ladeira Carolina, subi suas ladeiras e do outro lado cheguei na praia. Aí não foi difícil, bastou pedalar por uma estradinha que margeia a praia, a Estrada Fróes, e chegar no meu bairro que costuma alagar nas ruas próximas a praia mas que naquele momento estava tranquilo.
Porém minutos depois que passei pela Fróes desceu uma barreira com duas pedras enormes soterrando mortalmente um motorista dentro do seu automóvel. Um cara de São Paulo, que tinha acabado de chegar no Rio, segundo soube.
Bom, ali nunca me pareceu um lugar de risco. São casas e condomínios de classe média e média alta, bem construídas, com as encostas nos lugares mais sensíveis bem escoradas por muros apropriados de concreto.
Mas diante da força da natureza às vezes até a engenharia humana é impotente.
Os outros motoristas ficaram ali, presos, naquela estradinha estreita de mão única, sem poder ir para frente nem voltar. Provavelmente em pânico, apenas rezando para que novos deslizamentos não os soterrasem também.
Johnny, você deve conhecer o Rio. Aqui é só encosta, a beleza da cidade é também a sua tragédia. Deveria ter sido impedido que as encostas fossem ocupadas. Parece que o Carlos Lacerda, um político dos anos 60, tentou, mas foi embarreirado pelos populistas demagogos de plantão. Hoje não vejo espaço nem dinheiro para remanejar esta gente toda, e quando vem uma chuva como esta mesmo lugares que não pareciam ser de risco se revelam armadilhas mortais.
Como o que aconteceu eu nunca tinha visto nada parecido. Dizem que em 1966 houve enchente igual, mas é claro que naquela época havia um número muito menor de habitações precárias construídas em encostas.
Moro em Niterói. A chuva me pegou passeando de bicicleta e eu tinha que atravessar um túnel para chegar no meu bairro. Um rio corre paralelo ao morro que este túnel atravessa, portanto o máximo que eu consegui me aproximar foi um quarteirão de distância, porque quanto mais próximo do canal maior o nível da água. Me abriguei, junto com outras pessoas, debaixo da marquise de uma loja de decoração, e ficamos ali observando a água subir na avenida, com uma correnteza cada vez mais forte. Aquela esquina era o limite, a partir dali, em direção ao canal, não passava nada.
Nem precisa dizer que àquela altura a água que corria não era das mais limpas, mas mesmo assim, quando ficou óbvio que o nível não ia baixar tão cedo decidi me arriscar. Não em direção ao tal canal, que era impossível, mas descendo paralelo a ele, tentando chegar a praia. Consegui alcançar um morro próximo, a Ladeira Carolina, subi suas ladeiras e do outro lado cheguei na praia. Aí não foi difícil, bastou pedalar por uma estradinha que margeia a praia, a Estrada Fróes, e chegar no meu bairro que costuma alagar nas ruas próximas a praia mas que naquele momento estava tranquilo.
Porém minutos depois que passei pela Fróes desceu uma barreira com duas pedras enormes soterrando mortalmente um motorista dentro do seu automóvel. Um cara de São Paulo, que tinha acabado de chegar no Rio, segundo soube.
Bom, ali nunca me pareceu um lugar de risco. São casas e condomínios de classe média e média alta, bem construídas, com as encostas nos lugares mais sensíveis bem escoradas por muros apropriados de concreto.
Mas diante da força da natureza às vezes até a engenharia humana é impotente.
Os outros motoristas ficaram ali, presos, naquela estradinha estreita de mão única, sem poder ir para frente nem voltar. Provavelmente em pânico, apenas rezando para que novos deslizamentos não os soterrasem também.
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Re: Eu não disse?
Chama us direitusumanos!
O pessoal do Bumba também disse que nunca imaginou que ali era área de risco. Acho que os cariocas são mesmo muito mais "felizes" do que eu, que vejo problema onde eles veem maravilhas.
Falei hoje com um amigo meu de internet, pelo msn. Ele é de Niterói.
Disse que não vai tapar o sol com o peneira, que o Rio é um lixo mesmo. Mas ele não pode fazer nada, pois é como ser apaixonado por uma mulher muito feia.
Tudo bem, gosto não se discute. Mas ser apaixonado por mulher feia, suja e assassina - e ainda admitir isto publicamente - não é meio esquisito?
O pessoal do Bumba também disse que nunca imaginou que ali era área de risco. Acho que os cariocas são mesmo muito mais "felizes" do que eu, que vejo problema onde eles veem maravilhas.
Falei hoje com um amigo meu de internet, pelo msn. Ele é de Niterói.
Disse que não vai tapar o sol com o peneira, que o Rio é um lixo mesmo. Mas ele não pode fazer nada, pois é como ser apaixonado por uma mulher muito feia.
Tudo bem, gosto não se discute. Mas ser apaixonado por mulher feia, suja e assassina - e ainda admitir isto publicamente - não é meio esquisito?


Re: Eu não disse?
Apo escreveu:Chama us direitusumanos!
O pessoal do Bumba também disse que nunca imaginou que ali era área de risco. Acho que os cariocas são mesmo muito mais "felizes" do que eu, que vejo problema onde eles veem maravilhas.
O pior disso tudo é que já havia um estudo apontando para o problema. Um prefeito lá atrás enconmendou o estudo e deve ter pendurado na parede da casa de campo dele. Deve ter sido aqueles estudos que custaram alguns milhões, se é que vc me entende.
Agora veja, a turma não quer sair dali. Se ele nao querem sair dali, entraga pra deus, e um abraço, vai fazer o que?
O que não poderia acontecer, se o braziu fosse sério, era permitir toda aquela construção. Agora é tarde,



marta
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Re: Eu não disse?
Apo escreveu:Chama us direitusumanos!
O pessoal do Bumba também disse que nunca imaginou que ali era área de risco. Acho que os cariocas são mesmo muito mais "felizes" do que eu, que vejo problema onde eles veem maravilhas.
Falei hoje com um amigo meu de internet, pelo msn. Ele é de Niterói.
Disse que não vai tapar o sol com o peneira, que o Rio é um lixo mesmo. Mas ele não pode fazer nada, pois é como ser apaixonado por uma mulher muito feia.
Tudo bem, gosto não se discute. Mas ser apaixonado por mulher feia, suja e assassina - e ainda admitir isto publicamente - não é meio esquisito?
Mas esse sentimento é real mesmo. Quer cidade mais merda para se viver do que São Paulo? No entanto eu adoro SP. Sou paulista, paulista e são paulina. Fazer o que?




marta
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Re: Eu não disse?
Pois é. É humano, saudável e confortador a gente amar o lar da gente, mesmo. NO ENTANTO, quando estas merdas acontecem, não estão assim soltas no acaso. TUDO aponta para um encadeamento de ações e estados de coisas que um dia, culminam em desgraça. Só que, enquanto os cidadãos forem levando a vida apenas amando ardorosamente suas cidades problemáticas e ainda se gabando arrogantemente delas, os governantes pensam: tá todo mundo feliz! Continua fazendo as porcarias que tá dando "certo"! O que pode ser melhor do que um monte de dinheiro mal empregado e desviado, quando o povo transpira só alegria contagiante? Eles não querem mais nada.
O Sudeste precisa parar e pensar no que está fazendo há décadas e décadas. Um dia, a lagoa seca. Mas parece que o "civismo" continua arrogante. Como se SP e Rio fossem algo assim como rabo de lagartixa. Parece-me muita frieza ver as coisas acontecendo e continuar se sentindo por cima da carne seca.
Ontem fiquei muito mal olhando cenas e mais cenas do acontecido. Depois me passou um filme do que vi em minhas últimas estadas no Rio e SP ( fazia 25 anos que eu não ia ao Rio e 15 que não ia a SP). Já descrevi aqui que fiquei horrorizada, enojada, revoltada. Não quero mais voltar ao Rio e SP a não ser para usar aeroporto. Não me interessa o argumento pretensioso de que o Sudeste tem dinheiro. O que fazem com ele? Merda? Mas que orgulho doentio.
Enfim, se paulistas e cariocas são tão felizes e não se preocupam com o que estão fazendo com suas cidades, por que eu deveria fical assim tão mal? Realmente, não é problema meu. Nestas horas, me interessa muito menos ainda ter algum apreço por ser brasileira.
So sorry, periferia.
O Sudeste precisa parar e pensar no que está fazendo há décadas e décadas. Um dia, a lagoa seca. Mas parece que o "civismo" continua arrogante. Como se SP e Rio fossem algo assim como rabo de lagartixa. Parece-me muita frieza ver as coisas acontecendo e continuar se sentindo por cima da carne seca.
Ontem fiquei muito mal olhando cenas e mais cenas do acontecido. Depois me passou um filme do que vi em minhas últimas estadas no Rio e SP ( fazia 25 anos que eu não ia ao Rio e 15 que não ia a SP). Já descrevi aqui que fiquei horrorizada, enojada, revoltada. Não quero mais voltar ao Rio e SP a não ser para usar aeroporto. Não me interessa o argumento pretensioso de que o Sudeste tem dinheiro. O que fazem com ele? Merda? Mas que orgulho doentio.
Enfim, se paulistas e cariocas são tão felizes e não se preocupam com o que estão fazendo com suas cidades, por que eu deveria fical assim tão mal? Realmente, não é problema meu. Nestas horas, me interessa muito menos ainda ter algum apreço por ser brasileira.
So sorry, periferia.

Re: Eu não disse?
Péraaí Apo. Eu
São Paulo, mas meto o pau nas políticas públicas.





marta
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- Fernando Silva
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Re: Eu não disse?
Apo escreveu:O pessoal do Bumba também disse que nunca imaginou que ali era área de risco. Acho que os cariocas são mesmo muito mais "felizes" do que eu, que vejo problema onde eles veem maravilhas.
Hoje eu li que até psicólogos e assistentes sociais já tinham feito relatórios, recentemente, sobre o perigo de desabamento. Mesmo leigos no assunto, perceberam casas rachadas e inclinadas.
Sem falar que a área era um antigo lixão, apenas com uma camada de terra por cima para não atrair urubus.
Havia emanações de metano, o chorume escorria e contaminava o lençol freático etc.
Mesmo sem desabamento, não devia ser saudável morar lá.
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Re: Eu não disse?
Pedro escreveu: Parece que o Carlos Lacerda, um político dos anos 60, tentou, mas foi embarreirado pelos populistas demagogos de plantão.
Foi esse governador ainda no tempo da Guanabara que deu a face da cidade atual, chega a ser assustadora a diferença entre as seguintes gestões.
Dei uma passeada pelo google para trazer as obras dele da gestão dele.
http://www.emilioibrahim.eng.br/art_4-39_lacerda.shtml
“Um homem é rico na proporção do número de coisas das quais pode prescindir”, Thoreau
Re: Eu não disse?
A única coisa triste nisso tudo, além das perdas de vida claro, é que sempre houve cumplicidade nas invasões, a ponto de permitirem levar energia elétrica e água encanada nos morros. Mas sabe como é não, mantenham estes pobres bem longe do cartão postal do Brasil.
E mais triste ainda, é que todos estarão dormindo sem um pinguinho de dor na consciência. Disso eu tenho certeza.
E mais triste ainda, é que todos estarão dormindo sem um pinguinho de dor na consciência. Disso eu tenho certeza.
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Re: Eu não disse?
Johnny
Se existe uma cidade onde os pobres estão inseridos no "cartão postal" é no Rio. Nossas favelas estão em meio ao povo "chique".
Se existe uma cidade onde os pobres estão inseridos no "cartão postal" é no Rio. Nossas favelas estão em meio ao povo "chique".
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Re: Eu não disse?
salgueiro escreveu:Johnny
Se existe uma cidade onde os pobres estão inseridos no "cartão postal" é no Rio. Nossas favelas estão em meio ao povo "chique".
E não é que é verdade?
007, Maicoul Jéksson, 2012, Madona. Os isteits conhecem (?) "duas" coisas do Brasil: Os indios, os traficantes, o carnaval e as favelas. Só.
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- Fernando Silva
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Re: Eu não disse?
salgueiro escreveu:Pedro escreveu: Parece que o Carlos Lacerda, um político dos anos 60, tentou, mas foi embarreirado pelos populistas demagogos de plantão.
Foi esse governador ainda no tempo da Guanabara que deu a face da cidade atual, chega a ser assustadora a diferença entre as seguintes gestões.
A Lagoa hoje é um cartão postal do Rio. Qualquer gringo leva uma porrada visual ao sair do túnel e dar de cara com aquela paisagem numa manhã de sol. Eu mesmo, que já estou acostumado, às vezes tenho vontade de parar o carro para ver melhor.
Entretanto, já foi rodeada de favelas, como a da Praia do Pinto e da Catacumba. Lacerda removeu todas. E se não tivesse, que lixo seria a região hoje...
Re: Eu não disse?
Apesar da espinafração do Zumbi (que adora me odiar) "USDIREITO DOS QUE INVADEM..." explica todo esse processo, desde a abolição da escravatura. É o coitadismo braziu! a relação simbiótica entre os que já se acostumaram com o coitadismo e os políticos que adoram fabricar coitados. O resultado é esse aí. A propósito, a Veja explica bem esse processo, nesta semana.



marta
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Re: Eu não disse?
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Estação Hidroviária à noite - Niterói

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Vista do Parque da Cidade - Niterói

Fortaleza de Sta. Cruz - Niterói


Charitas - Niterói


Lagoa de Itaipu - Niterói

São Francisco - Niterói

Jurujuba - Niterói


Praia de Piratininga - Niterói

Itacoatiara - Niterói




"Gostar do Rio é como ser apaixonado por uma mulher feia."

Esta é Juliana Almeida, rainha da bateira da Viradouro, relaxando em uma manhã de sol em Icaraí, Niterói.

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Praia de Piratininga - Niterói

Itacoatiara - Niterói



"Gostar do Rio é como ser apaixonado por uma mulher feia."

Esta é Juliana Almeida, rainha da bateira da Viradouro, relaxando em uma manhã de sol em Icaraí, Niterói.
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Re: Eu não disse?
É preciso separar e diferenciar as coisas.
A Suíça é um lugar muito bonito e organizadinho, mas avalanches já mataram tanta gente lá quanto desmoronamentos no Rio de Janeiro. Quando desce aquela montanha de neve não há muito que se possa fazer.
Lá a engenharia desenvolveu técnicas para proteger habitações e estradas, e há um serviço que se encarrega de provocar avanlanches artificialmente, quando detecta riscos em potencial. Ainda assim a natureza continua surpreendendo e fazendo vítimas.
Também muito do que se falou aqui sobre os favelados que constroem casebres precários em encostas íngremes, gente com pouca instrução e quase nenhuma opção, poderia ser dito sobre os habitantes da riquíssima Los Angeles, que construíram sua cidade sobre uma gigantesca falha geológica ( sabendo disso ), que já foram vítimas de dois
terremotos devastadores no século passado e esperam por um ainda mais terrível a qualquer momento.
Porém continuam construindo. Certa vez vi uma matéria que mostrava uma escola - onde funcionava também uma
creche - construída exatamente sobre a falha de San Andreas. Não são brasileiros, não são cariocas, não são pobres,
e talvez por isso, quando estiverem chorando sua tragédia nas manchetes de todo o mundo, ninguém se lembre de chama-los de coitadistas também.
Geografia e clima criaram condições muito peculiares no Rio de Janeiro. A cidade é entrecortada por montanhas e
em março temos as famosas águas que encerram o verão.
Porém nada disso é novidade. Geografia e clima não mudaram desde a fundação da cidade. No passado, quando era
perfeitamente previsível a expansão demográfica acelerada, faltou planejamento e responsabilidade por parte das administrações públicas. Teria sido possível criar uma malha ferroviária urbana inteligentemente projetada que
permitisse à população menos favorecida, que era a que crescia mais rapidamente, instalar-se na periferia da cidade. Investindo na urbanização planejada dessa perifeira - da zona oeste, por exemplo - e em transporte teriam evitado não só a favelização da cidade como também muito da criminalidade e da desassistência dessas populações por parte do poder público, uma vez que acabam por se alojar em locais onde é difícil e caro desde a construção de uma simples escola ou posto de saúde, até soluções de transporte e saneamento básico.
Resultado, hoje é preciso gastar 100 vezes mais para remediar um problema que era previsível e poderia ter sido
evitado, pelo menos em parte, nos anos 60 e 70. Porém nessa época os militares estavam mais preocupados em
construir usinas nucleares e estradas no meio da selva.
Mas na inexistência das necessárias políticas públicas será que nós podemos ser tão duros com essa gente, que com muito menos possibilidades e instrução que os californianos só estão tentando sobreviver do jeito que podem?
Para entender um pouco dessa historia eu recomendo o filme "Cidade de Deus", baseado no livro que conta como surgiu a Cidade de Deus e como se transformou naquilo que é hoje. Na época um lugar longe pra caramba, sem transporte, sem urbanização, sem hospital, sem escola, sem água, sem esgoto, sem polícia e com a população
entregue aos bandidos. E o governo esperava que as pessoas fossem para lugrares assim ao invés de ocuparem
os morros?
Então parte dessas tragédias anunciadas que se repetem todos os anos são frutos de meio século de descaso e
irresponsabilidade do poder público, mais do que o descaso e irresponsabilidade dos pobres com a própria vida e a vida de suas famílias, porque quem já viu uma favela nos dias de hoje não consegue imaginar que seja uma opção para alguém morar ali, havendo alguma outra alternativa minimamente decente.
Porém em parte é simplesmente a Natureza. O clima e a geografia e a inevitável condição de se ter que conviver
com eles. Não é a mesma coisa o que aconteceu no morro do Bumba e o que aconteceu na Estrada Froés. No morro do Bumba a ocupação começou com as famílias de catadores de lixo, que praticamente já moravam no entorno do lixão. Não é preciso dizer que estas pessoas não tinham a menor condição de enteder o risco a que se expunham, nós estamos falando de famílias que viviam no lixo e do lixo! Mas aí vieram vereadores atrás de votinhos e, estes sim, na maior irresponsabilidade, botaram lá rua asfaltada, caixa d´água... e o troço virou uma favela.
Já na estrada Froés a barreira que caiu foi em cima da belíssima e bem construída casa do Torben Grael, o medalhista campeão olímpico de iatismo, que pessoalmente arriscou a vida tentando salvar o motorista soterrado.
Mas então a família Grael construiu sua mansão também em cima de um lixão?
É óbvio que não! A casa, assim como as outras, foi cosntruída segundo todos os preceitos da boa técnica, própria
para edificações em abas de morro, como se faz em todo o mundo. Mas nunca havia se registrado uma chuva como a que caiu na madrugada de segunda pra terça, sendo que já vinha chovendo no fim de semana. Foi a fúria da natureza e ninguém está totalmente preparado pra isso. A cidade está toda destruída, são muros de arrimo desabados, a gente vê barreiras de contenção de concreto, já construídas para proteção de enxurradas, também desabadas, a destruição está por toda a parte e não só nas áreas de risco porque foi um evento climatológico inédito, imprevisto.
Outra igual acho que só daqui a cem anos. A menos que isso já tenha alguma coisa a ver com o tal aquecimento
global... mas aí deixa eu bater na madeira...
A Suíça é um lugar muito bonito e organizadinho, mas avalanches já mataram tanta gente lá quanto desmoronamentos no Rio de Janeiro. Quando desce aquela montanha de neve não há muito que se possa fazer.
Lá a engenharia desenvolveu técnicas para proteger habitações e estradas, e há um serviço que se encarrega de provocar avanlanches artificialmente, quando detecta riscos em potencial. Ainda assim a natureza continua surpreendendo e fazendo vítimas.
Também muito do que se falou aqui sobre os favelados que constroem casebres precários em encostas íngremes, gente com pouca instrução e quase nenhuma opção, poderia ser dito sobre os habitantes da riquíssima Los Angeles, que construíram sua cidade sobre uma gigantesca falha geológica ( sabendo disso ), que já foram vítimas de dois
terremotos devastadores no século passado e esperam por um ainda mais terrível a qualquer momento.
Porém continuam construindo. Certa vez vi uma matéria que mostrava uma escola - onde funcionava também uma
creche - construída exatamente sobre a falha de San Andreas. Não são brasileiros, não são cariocas, não são pobres,
e talvez por isso, quando estiverem chorando sua tragédia nas manchetes de todo o mundo, ninguém se lembre de chama-los de coitadistas também.
Geografia e clima criaram condições muito peculiares no Rio de Janeiro. A cidade é entrecortada por montanhas e
em março temos as famosas águas que encerram o verão.
Porém nada disso é novidade. Geografia e clima não mudaram desde a fundação da cidade. No passado, quando era
perfeitamente previsível a expansão demográfica acelerada, faltou planejamento e responsabilidade por parte das administrações públicas. Teria sido possível criar uma malha ferroviária urbana inteligentemente projetada que
permitisse à população menos favorecida, que era a que crescia mais rapidamente, instalar-se na periferia da cidade. Investindo na urbanização planejada dessa perifeira - da zona oeste, por exemplo - e em transporte teriam evitado não só a favelização da cidade como também muito da criminalidade e da desassistência dessas populações por parte do poder público, uma vez que acabam por se alojar em locais onde é difícil e caro desde a construção de uma simples escola ou posto de saúde, até soluções de transporte e saneamento básico.
Resultado, hoje é preciso gastar 100 vezes mais para remediar um problema que era previsível e poderia ter sido
evitado, pelo menos em parte, nos anos 60 e 70. Porém nessa época os militares estavam mais preocupados em
construir usinas nucleares e estradas no meio da selva.
Mas na inexistência das necessárias políticas públicas será que nós podemos ser tão duros com essa gente, que com muito menos possibilidades e instrução que os californianos só estão tentando sobreviver do jeito que podem?
Para entender um pouco dessa historia eu recomendo o filme "Cidade de Deus", baseado no livro que conta como surgiu a Cidade de Deus e como se transformou naquilo que é hoje. Na época um lugar longe pra caramba, sem transporte, sem urbanização, sem hospital, sem escola, sem água, sem esgoto, sem polícia e com a população
entregue aos bandidos. E o governo esperava que as pessoas fossem para lugrares assim ao invés de ocuparem
os morros?
Então parte dessas tragédias anunciadas que se repetem todos os anos são frutos de meio século de descaso e
irresponsabilidade do poder público, mais do que o descaso e irresponsabilidade dos pobres com a própria vida e a vida de suas famílias, porque quem já viu uma favela nos dias de hoje não consegue imaginar que seja uma opção para alguém morar ali, havendo alguma outra alternativa minimamente decente.
Porém em parte é simplesmente a Natureza. O clima e a geografia e a inevitável condição de se ter que conviver
com eles. Não é a mesma coisa o que aconteceu no morro do Bumba e o que aconteceu na Estrada Froés. No morro do Bumba a ocupação começou com as famílias de catadores de lixo, que praticamente já moravam no entorno do lixão. Não é preciso dizer que estas pessoas não tinham a menor condição de enteder o risco a que se expunham, nós estamos falando de famílias que viviam no lixo e do lixo! Mas aí vieram vereadores atrás de votinhos e, estes sim, na maior irresponsabilidade, botaram lá rua asfaltada, caixa d´água... e o troço virou uma favela.
Já na estrada Froés a barreira que caiu foi em cima da belíssima e bem construída casa do Torben Grael, o medalhista campeão olímpico de iatismo, que pessoalmente arriscou a vida tentando salvar o motorista soterrado.
Mas então a família Grael construiu sua mansão também em cima de um lixão?
É óbvio que não! A casa, assim como as outras, foi cosntruída segundo todos os preceitos da boa técnica, própria
para edificações em abas de morro, como se faz em todo o mundo. Mas nunca havia se registrado uma chuva como a que caiu na madrugada de segunda pra terça, sendo que já vinha chovendo no fim de semana. Foi a fúria da natureza e ninguém está totalmente preparado pra isso. A cidade está toda destruída, são muros de arrimo desabados, a gente vê barreiras de contenção de concreto, já construídas para proteção de enxurradas, também desabadas, a destruição está por toda a parte e não só nas áreas de risco porque foi um evento climatológico inédito, imprevisto.
Outra igual acho que só daqui a cem anos. A menos que isso já tenha alguma coisa a ver com o tal aquecimento
global... mas aí deixa eu bater na madeira...
Re: Eu não disse?
Não é preciso dizer que estas pessoas não tinham a menor condição de enteder o risco a que se expunham, nós estamos falando de famílias que viviam no lixo e do lixo! Mas aí vieram vereadores(+ prefeitos+governadores+despudorados estaduais+despudorados federais+pastores+presidente populista+cribella+...+) atrás de votinhos e, estes sim, na maior irresponsabilidade, botaram lá rua asfaltada, caixa d´água... e o troço virou uma favela.
o problema do braziu é só esse.



marta
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- romer
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Re: Eu não disse?
eeee Brasilzão
só oq nos une é o comodismo, a omissão e a corrupção.
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If a god made us in his image, how come we aren't invisible too?
''Hey Mama! Look at me. I'm on my way to the promise land.
I'm on the highway to hell... Highway to HELL!!" AC/DC
Dont stop me
"The Bible is a comedy of failures of this God character" Matt Dillahunty
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